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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1
Sumário .................................................................................................................... 2
História da psicopatologia........................................................................................ 3
Pensamento ............................................................................................................. 17
Linguagem ............................................................................................................... 21
Memória.................................................................................................................... 24
Afetividade ............................................................................................................... 28
Vontade .................................................................................................................... 32
Consciência ............................................................................................................. 34
Orientação................................................................................................................ 35
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História da psicopatologia
Introdução
psicopatologia. É possível que o seu criador tenha sido Jeremy Bentham, filósofo
inglês (Londres, 1748-1832), que, ao preparar uma lista das motivações humanas,
algumas raras exceções, os psicólogos de meu país (França) deixaram aos alemães
Psicopatologia biológica
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A ênfase é colocada na influência das modificações morfológicas ou
enfermidades cerebrais, que podem ser, de acordo com Buss (1962), causadas por
Psicopatologia existencialista
humano, enquanto ser no mundo e não como uma simples projeção de nossas
insistem sobre o fato de que o ser humano pode influir na sua relação com o próprio
Psicopatologia fenomenológica
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Psicopatologia psicanalítica
primário os seus pensamentos, seus desejos, sua vontade e suas ações”. “As
sensibilidade orgânica”.
existem objetos externos agindo atualmente sobre os sentidos”. “Na alucinação tudo
Os efeitos desta reação estão submetidos à influência das ideias e paixões que
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Para Esquirol, os órgãos do sentido e as vias sensoriais não estariam
cérebro, na alma. Diz: “nas alucinações não há nem sensação, nem percepção”.
uma distinção que lhe é original, qual seja, a oposição entre alucinações psico-
sensoriais e as alucinações psíquicas. Para ele: “... devemos admitir dois tipos de
dupla ação da imaginação e dos órgãos dos sentidos – são as alucinações psico-
da imaginação, são completamente alheias aos órgãos dos sentidos, lhes falta o
elemento sensorial e são por isso mesmo incompletas: são as alucinações psíquicas
Com Baillarger, a alucinação que Esquirol havia definido por seu caráter
ou da ideia será explicada pela estimulação interna dos centros das imagens,
pensamento.
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sensoriais – e sem relação com um objeto do mundo externo. Tal concepção permitiu
Dês Troubles du langage chez les aliene), onde enumera as teorias sobre as
do sentido;
idéico;
linguagem. Em seu livro ele assinala que nas alucinações psíquicas haveria dois
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a) lucinações psicomotoras verbais (alucinações que se formam na fala mesma do
a sensorialidade, mas a relação do sujeito com a sua palavra. Conclui referindo que
“por mais singular que possa parecer à primeira vista que um indivíduo possa falar em
voz alta, sem ter consciência, e atribuir a outras pessoas as palavras que acaba
“falsas percepções corpóreas que não são originadas de percepções reais por
patológico.
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se desdobra numa série de outras como: mundo externo/mundo interno;
à dicotomia sujeito-objeto.
estranho.
presença que a própria realidade traz consigo". Ela implica numa vivência, portanto,
requisitos:
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imediata da realidade. Considera então a alucinação apenas ponto de apoio dentro
que constitui o pilar ou a base sobre a qual se constrói a estrutura do delírio – uma
anideísmo da síndrome. Isso significa que uma voz alucinatória irrompe subitamente
uma constelação afetiva. O caráter anideico não significa que não haja ideia, senão
automatismo mental.
Observamos aqui:
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b) fenômenos de mentismo como o fluxo irreprimível
recordações (as pessoas relatam que suas próprias lembranças lhes são mostradas);
semelhanças em toda parte, a estranheza das coisas e das pessoas; o sujeito acha
que as pessoas são um pouco bizarras, que têm uma postura esquisita, sem que isso
fadiga.
enunciado com a enunciação, que emancipa uma fonte parasita. O sujeito não se
signos que lhe são destinados, embora não possa precisar sua significação, o que
sensação de que seu cérebro é alterado por influências externas alheias, que é
invadido por ideias estranhas, que seu pensamento ou linguagem interna se repete
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Eu tem um caráter de indiscrição que surpreende e irrita o enfermo (cisão do
Eu), logo, não vivencia tais fenômenos como seus, como emanados do seu próprio
Eu.
automáticos irredutíveis;
que o Eu não reconheça como seus os pensamentos, afetos e atos. Henri Ey, em
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comunga com a teoria de Jaspers a idéia de que, para ambos, o fenômeno
das relações do sujeito com a realidade, dando a isso o nome de delírio (em Jaspers,
percepções no momento mesmo de sua ocorrência). Desta forma refere dois grandes
agudas, como, por exemplo, nos quadros crepusculares, nas psicoses confuso-
oníricas (delirium);
interpretação);
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Características das alucinações
Podemos então definir a alucinação como: trata-se de um fenômeno novo,
falsa percepção pela ausência do objeto, apesar de sua inequívoca realidade para o
falsas percepções.
b) fenômeno novo para o paciente, com caráter de percepção, que se apresenta como
alteração psico-sensorial;
fundamentalmente, por uma perda do juízo de realidade, para que tal fenômeno possa
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Classificação das alucinações
1. Alucinação visual: falsas percepções visuais que podem ser elementares como a
movimento. A alucinação visual pode ocorrer com alteração no tamanho dos objetos
que têm lugar fora do campo visual, e a alucinação negativa, definida como a falta de
visão de objetos reais por condições psicógenas – por exemplo, na histeria, quando o
paciente se sente humilhado pela presença de uma pessoa excluindo-a de seu mundo
consciente, não a vendo mesmo estando dentro de seu campo de visão, como efeito
de recalque.
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Alucinação cenestésica e do esquema corporal
Por vezes trata-se de alucinações gerais que dão lugar a uma síndrome de
de etiologia orgânica.
pensamentos ditos em voz alta não mais os reconhecendo como seus no espaço
objetivo externo. Esse fenômeno pode se dar antes, no momento ou depois do ato
ser vivido com uma vivência de influência, pensamento feito. Como, por exemplo, um
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e) Pacientes que sofreram amputações de membros: podemos observar o fenômeno
do membro fantasma.
vergonha, partes de seu corpo como nariz, orelha, seios etc., ou pequenos defeitos
físicos que passariam despercebidos pela maioria das pessoas. Devido a essa
percepção distorcida, insistem junto a médicos cirurgiões para que estes os operem.
Pensamento
Elementos constitutivos do pensamento:
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união entre os dados do conhecimento que possuem atributos comuns resultando
nas estrelas).
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Alterações do curso do pensamento
forma dificultosa. Ocorre nos quadros depressivos, sob efeito de depressores do SNC,
demenciais.
meio da frase, ou mesmo no meio de uma palavra. Após um intervalo o paciente pode
do pensamento.
por associações por assonância (som das palavras) e a partir dos estímulos
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discurso torna-se pobre em conceitos abstratos, metáforas e analogias. Ocorre
raciocínio não levar em conta as leis da lógica, razão pela qual o pensamento
o tema que está tratando, dá longas voltas, não sabe discernir entre o essencial e o
representações que são introduzidas como material supérfluo nos casos em que
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7. Pensamento obsessivo: predominam ideias ou representações que, apesar de
neurose.
Linguagem
Podemos considerar a linguagem como o elo final da cadeia de processos
adquirida pelo sujeito, decorrente de uma lesão neuronal do SNC. Temos dentro das
afasias:
consegue falar, mas geralmente fala numa linguagem destituída de sentido lógico e
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palavras. A perturbação tem origem central. O sintoma observado nesse tipo de
o que ouve porque conserva a imagem mental das palavras, no entanto, não pode
palavra ou apenas poucas palavras, não compreende bem, não lê e não escreve
embriaguez alcoólica.
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c) bradifasia ou bradilalia: fala muito vagarosa, associada ao bradpsiquismo.
i) mussitação: o paciente fala como que para si, apenas movendo discretamente os
esquizofrenia catatônica.
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Memória
A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar os fatos já
são:
memória.
tempo.
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Memória de evocação ou para fatos passados ou de longo
prazo ou retrógrada
É a capacidade de evocação de informações e acontecimentos ocorridos no
passado.
em pacientes autistas.
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nos quadros demenciais, como também no delirium, estados crepusculares, nos
lacunares temos:
consegue lembrar-se de tudo que ocorreu ao seu redor. Ex.: amnésia retrógrada em
dissociativa.
conteúdos antigos como nos quadros de demência. Ex.: amnésia de fixação nos
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Alterações qualitativas da memória
1. Ilusões mnêmicas ou alomnésias: há o acréscimo de elementos falsos a um
fatos novos ao paciente, que não as reconhece como lembranças. Ex.: Alzheimer.
existência, uma recordação condensada de muitos eventos passados, que ocorre por
familiares, em que o paciente afirma não conhecer, por exemplo, sua esposa, sua
determinada experiência, tem a nítida sensação que nunca viu, ouviu, pensou ou viveu
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8. Fenômeno do já visto: o paciente tem a nítida impressão de que o que
ele.
Afetividade
A vida afetiva dá cor, brilho a todas as vivências humanas. A afetividade é um
Delay, citado por Paim em 1993, define o estado de ânimo ou humor como “a
humor representa um papel similar ao que a consciência tem na esfera noética, que
mais geral”.
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e acompanha-se normalmente de reações neurovegetativas (motoras, secretoras,
somáticas.
geralmente exclusiva, que exerce, de maneira mais ou menos constante, uma ação
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Catatimia = a influência da vida afetiva sobre as demais
funções psíquicas.
Alterações do Humor:
e de poder.
chora por motivos banais, sua vida afetiva é superficial, carece de afetos
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Alterações das Emoções e dos Sentimentos
1. Embotamento afetivo: nos processos esquizofrênicos avançados surge o
psicopatia e em idosos.
quesurgem sob a forma de pranto convulsivo ou riso incontido. Ocorre nos neuróticos,
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8. Apatia ou indiferença afetiva: se estende a todas as emoções agradáveis e
desagradáveis.
Vontade
De maneira prática e objetiva, poderemos admitir que a vontade é a faculdade
conhecimentos de causa; livre, por supor alternativas de escolha; e eficaz, por poder
voluntário.
c) Fase de resolução = atos formais da vontade, pelos quais se resolve por uma das
resolução.
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Distúrbios da vontade
1. Abulia = ausência de vontade, seja quanto à decisão, seja
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Consciência
Para Husserl, o fundamental da consciência é ser profundamente ativa,
seus objetos.
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Orientação
A orientação é uma função psíquica que permite ao indivíduo situar-se
que idade tem, qual sua nacionalidade, profissão, religião, etc. A orientação
Alterações da orientação:
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4. Dupla orientação delirante: ocorre em pacientes esquizofrênicos e paranoicos nos
Os sistemas diagnósticos
Classificação das doenças mentais
é coisa fácil. Há sinais funcionais, físicos, biológicos, etc., que referidos ou não a uma
doença é uma diferença em relação a um estado que se define como sendo a saúde.
Em psiquiatria é muito mais difícil seguir o procedimento médico. Não há sinal objetivo
Não existe norma em si, mas somente um consenso do grupo cultural sobre o que é
diagnóstico, o seu contexto e suas finalidades devem ser definidos. Por exemplo,
uma descrição dos sintomas para mais ou para menos em relação a um estado
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diagnóstico tem como objetivo comparar grupos de pacientes entre si. É uma
sistema de pura convenção a priori. A avaliação dos resultados será estatística, para
importantes como vimos para a pesquisa, pois criam uma linguagem comum que
1948, referia que nas classificações das doenças mentais existia uma alternância ao
uma visão global do homem) e galênica (vertente mecanicista, com uma concepção
dimensionais (hipocrática).
exclusão dos casos, partindo da teoria binária da psicose Kraepeliana que estabelece
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A classificação em psiquiatria se dá a partir do diagnóstico sindrômico (e não
construtos provisórios que não devem ser reificados, tomados como algo concreto.
Jaspers em 1911 dizia: “Cada manifestação, como a alucinação, a ideia delirante, tem
outro.
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Bleuler considerava a ideia de uma psicose endógena embaraçosa mesmo
de uma síntese que constitui o elo, a ligação, o liame causal. Coerente com seus
que se possam definir as relações causais. Isso indica não que tais causas não
existam, mas apenas que elas não foram ainda encontradas e que portanto falar
incluem:
a) Psicoses sintomáticas: psicoses que não são mais do que sintomas de uma
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entendendo a consciência como aquele “todo momentâneo da vida psíquica”, o
deterioração intelectual, que tem como base, como fundamento, uma alteração
psíquica, uma alteração mental, e diria mais ainda, uma alteração ao nível do S.N.C.,
orgânicas, ladeado pela labilidade do humor, que marcha inexoravelmente para uma
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alterações psicopatológicas fundamentais do processo esquizofrênico estavam
preservada nos seus vários planos. Parafrenia seria, então, uma psicose
preservação das atividades psíquicas, a uma boa conservação da conduta, a uma boa
psicose, curiosamente na Psiquiatria tem um pequeno espaço. Ela está lá como sendo
uma entidade nosológica rara que se caracteriza por um estado delirante crônico,
alucinações inexistem; existe uma coerência muito grande, algo de muito convincente
no delírio desses sujeitos ditos paranoicos que faz com que eles possam convencer
por Kraepelin.
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Em 1952 a APA publica o DSM I a partir de insatisfações com a classificação
Freud como neurose e histeria, afirmando que Freud usava tais termos para
etiológico. Mas não usam mais "neurose" como grupo de doenças. Usam assim
relação à Psicose, onde não usam o termo "psicótico" como base de classificação dos
distúrbios mentais não orgânicos, para evitar classificar como "psicose" os Distúrbios
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Afetivos Maiores, pois tais distúrbios não apresentam habitualmente características
psicóticas.
1. Síndrome clínica
2. Transtorno da personalidade
fatores predisponentes.
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porém é usado aqui para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou
3. Classificação Internacional das Doenças – CID O CID foi criado com o propósito
(OMS). É apenas na sua 6ª edição em 1948 (CID – VI) que se incluiu em seu capítulo
descritivas, o que dá ao uso uma conveniência crescente. "Psicótico" foi mantido como
comportamento catatônico.
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No livro Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas – (CID-X) vemos
forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como
são:
mais amplo;
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1977.
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