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Ciclo Biológico do Toxoplasma Gondii

O ciclo biológico do T. gondii desenvolve-se em duas fases distintas:


• Fase assexuada: em vários tecidos de diversos hospedeiros (aves,
mamíferos, inclusive gatos e outros felídeos).
• Fase sexuada (ou coccidiana): nas células do epitélio intestinal de
gatos e outros felinos não imunes.

Fase assexuada
Um hospedeiro suscetível (homem, por exemplo), adquire o parasito e desenvolve a
fase assexuada após ingerir oocistos maduros (esporulados) contendo esporozoítos
encontrados em alimentos ou água contaminada, cistos contendo bradizoítos
encontrados na carne crua ou, mais raramente, taquizoítos eliminados no leite.
Os taquizoítos que chegam ao estômago são, na sua maior parte, destruídos pelo suco
gástrico, mas os que penetrarem na mucosa oral poderão evoluir do mesmo modo que os
bradizoítos e esporozoítos, como se segue.
Cada esporozoíto ou bradizoíto (após diferenciação para taquizoíto) sofrerá intensa
multiplicação intracelular, após rápida passagem pelo epitélio intestinal, e
invadirá vários tipos de células do organismo formando um vacúolo parasitóforo onde
sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia, formando novos taquizoítos (fase
proliferativa) que irão romper a célula parasitada (ou evadir destas células),
liberando novos taquizoítos que invadirão novas células.
A disseminação do parasito no organismo ocorre através de taquizoítos livres (ou
intracelulares) na linfa ou no sangue circulante. Os taquizoítos também podem ser
chamados de trofozoítos.

Fase sexuada
O ciclo sexuado ocorre somente nas células epiteliais do intestino delgado de gatos
e outros felídeos não imunes. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase
reprodutiva prévia por merogonia (esquizogonia) seguida por outra sexuada
(gametogonia) do parasito.
Após a infecção, gatos não imunes podem eliminar oocistos durante 2 semanas,
aproximadamente. O oocisto, em condições de umidade, temperatura e local sombreado
favorável, é capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses.
Após a ingestão de cistos, oocistos ou taquizoítos, os parasitos liberados no
estômago penetram nas células do epitélio intestinal do gato e sofrerão um processo
de multiplicação por merogonia, dando origem a vários merozoítos. O conjunto desses
merozoítos formados dentro do vacúolo parasitóforo da célula é denominado meronte
ou esquizonte maduro.
O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetrarão em novas
células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas masculinas ou femininas:
as gamontes, que após um processo de maturação formarão os gametas masculinos
móveis – microgametas (com dois flagelos) e femininos imóveis – macrogametas.
O macrogameta permanecerá dentro de uma célula epitelial, enquanto os microgametas
móveis sairão de sua célula e irão fecundar o macrogameta, formando o zigoto. Este
evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, dando origem ao
oocisto.
A célula epitelial sofrerá rompimento em alguns dias, liberando o oocisto ainda
imaturo. Esta forma alcançará o meio ambiente juntamente com as fezes. A sua
maturação no meio exterior ocorrerá por um processo denominado esporogonia, após um
período de cerca de 1 a 5 dias (dependendo da temperatura e da aeração), e
apresentará dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos.
O tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento de oocistos nas fezes dos
felídeos (período pré-patente) dependerá da forma ingerida. Este período será de 3
dias, quando a infecção ocorrer por cistos, 19 dias ou mais por taquizoítos e 20 ou
mais dias por oocistos. Em geral, gatos que já eliminaram oocistos tomam-se imunes
e não eliminam novos oocistos, mesmo que reinfectados. Entretanto, a
imunossupressão induzida por altas doses de corticosteroides podem induzir novas
eliminações de oocistos.

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