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DIMENSIONAMENTO DE UMA PEQUENA BARRAGEM DE TERRA NO RIO

GOVURO NO DISTRITO DE VILANCULOS NA PROVÍNCIA DE INHANBANE

Discentes:

Emanuel Anselmo Loforte

Francisco Alberto Guina Júnior


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO: ENGENHARIA CIVIL- LABORAL 3O Ano

Metodologia e Projecto de Pesquisa


DIMENSIONAMENTO DE UMA PEQUENA BARRAGEM DE TERRA NO RIO
GOVURO NO DISTRITO DE VILANCULOS NA PROVÍNCIA DE INHANBANE

Discentes:

Emanuel Anselmo Loforte

Francisco Alberto Guina Júnior

Projecto de pesquisa apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Universidade Zambeze como
requisito parcial para a conclusão da disciplina de
Metodologia e Projecto de Pesquisa, sob orientação
do Prof. Doutor. Júlio Pacheco; Eng Manuel
Mauissa

Beira, 2019
RESUMO

Devido a insuficiência do uso dos recursos hídricos, insuficiência de meios para o uso dos
mesmo recurso para a irrigação e abastecimento humano para uso (domestico e industrial) e de
animais, o projecto que se apresenta, tem como o objectivo principal elaborar um projecto de
uma pequena barragem de terra através do rio Govuro no distrito de Vilanculos, na província de
Inhambane. E para a sua Efetivação, utilizou-se a metodologia qualitativa e quantitativa, onde
implementaram-se os métodos empíricos e métodos teóricos, assim sendo, efectuou-se um
levantamento dos tipos de barragens tender-se-á identificado dois tipos: barragem de gravidade e
de terra. Os resultados obtidos mostram que a o projecto elaborado foi de acordo com as
necessidades da população do distrito de Vilanculos no que concerne a produção, abastecimento
doméstico e industrial, bem como a irrigação agrícola.

PALAVRAS-CHAVES: Barragem de terra, abastecimento e irrigação agrícola.


ABSTRACT

According to the insufficient use of water resources, insufficient means of using the same
resources for irrigation and human supply for domestic and industrial use and animals, the
project presented here has as its main objective the elaboration of a draft a small earthen dam
across the Govuro River in the Vilanculos district of Inhambane province. And for its realization,
the qualitative and quantitative methodology was used, where the empirical methods and
theoretical methods were implemented. Thus, a survey of the types of dams was carried out and
two types would be identified: gravity dam and of earth. The results obtained show that the
project prepared was in accordance with the needs of the population of Vilanculos district
regarding production, domestic and industrial supply, as well as agricultural irrigation.

KEYWORDS: Earth dam, supply and agricultural irrigation.

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Índice
1.1. OBJETIVOS....................................................................................................................7

1.1.1. Geral.................................................................................................................................7

1.1.2. Específicos........................................................................................................................7

1.2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................8

1.3. METODOLOGIA...........................................................................................................8

2. ESTUDO SOCIOECONÓMICO DO DISTRITO DE VILANCULOS


PROVINCIA DE INHAMBANE.................................................................................................9

2.1. Localização do rio...........................................................................................................9

2.2. Indicadores da região....................................................................................................11

2.3. Solos e actividades.........................................................................................................11

2.4. Habitação e condições de vida......................................................................................12

2.5. Clima, hidrologia, topografia, temperatura e ventos.................................................14

3. DIMENSIONAMENTO DE UMA PEQUENA BARRAGEM DE TERRA NO RIO


SAMBANZO NO DISTRITO DE MUANZA NA PROVÍNCIA DE SOFALA....................16

3.1. Delimitação da Bacia Hidrográfica.............................................................................16

3.2. Características geométricas.........................................................................................16

3.3. Levantamento topográfico do terreno, e parâmetros da bacia hidrográfica..........17

3.3.1. Curvas de nível..............................................................................................................17

3.3.2. Curva hipsométrica.......................................................................................................18

3.3.3. Altitude media...............................................................................................................20

3.3.4. Perfil do rio (Declive do leito)......................................................................................21

3.3.5. Constância do escoamento............................................................................................21

3.3.6. Sistema de drenagem....................................................................................................22

3.4. CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DA BACIA...........................................23

4
3.4.1. Volume da bacia (Qb)...................................................................................................23

3.4.2. Volume do escoamento (Qes).......................................................................................23

3.4.3. Volume da água aproveitado.......................................................................................23

3.5. ALTITUDE E ALTURA MEDIAS DA BACIA.........................................................24

3.6. TEMPO DE CONCENTRAÇÃO................................................................................25

3.7. CÁLCULO DO CAUDAL DE MÁXIMA CHEIA....................................................27

3.8. DIMENSIONAMENTO DO CANAL.........................................................................29

3.9. PEQUENA BARRAGEM DE TERRA.......................................................................32

3.10.1 Elementos da barragem de terra.....................................................................................33

3.9.1. Outros elementos da barragem de terra.....................................................................35

3.9.2. Descarregadores de cheia.............................................................................................38

4. CONCLUSÕES.............................................................................................................42

5. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA............................................................................43

5
Indice de figuras

Figura 1. Mapa da localização geográfica do Distrito de Vilanculos..........................................10

Figura 2. Percentagem de famílias, por condições básicas de vida..............................................12

Figura 3. Habitações, por tipo de material usado.........................................................................13

Figura 5: Distribuição Anual de Temperatura e Precipitação......................................................15

Figura 6: Mapa de localização da área estudada..........................................................................15

Figura 7. Polígono e cotas da bacia Govuro.................................................................................16

Figura 9. Curva hipsométrica da bacia do Govuro.......................................................................19

Figura 9.1. Parâmetros da bacia...................................................................................................20

Figura 11. Perfil da linha da água principal.................................................................................25

Figura 14. Valore de Intensidade média.......................................................................................28

Figura 15. Planta do local da implantação da barragem..............................................................30

Figura 16. Representação da folga e o revestimento....................................................................31

Figura 17. Inclinações do montante e jusante da barragem.........................................................32

Figura 18. Representação esquemática dos elementos de uma barragem de terra.......................35

Figura 19. Barragem de terra simples com corpo homogéneo.....................................................36

Figura 20. Elementos fundamentais da barragem de terra...........................................................37

Figura 25. Representação esquemática de Descarregadores de Soleira Espessa.........................39

Figura 26. Descarregador de soleira espessa................................................................................40

Figura 27. Tipos de descarregadores de soleira espessa..............................................................40

Índice de Tabelas

Tabela 2. Família, tipo de casa e condições básicas de vida......................................................................12

Tabela 6. Altitude e altura médias da bacia...............................................................................................24

Tabela 8. Valores de folgas a partir dos caudais........................................................................................31

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INTRODUÇÃO

O presente projecto, segundo a classificação estabelecida no RPBT (Regulamento de Pequenas


Barragens de Terra) regido pelo DN 48373 de 8/05/1968, referente a uma pequena barragem de
terra.

A partir do estudo de uma bacia hidrográfica serão introduzidos conceitos da Topografia


altimétrica importantes para a representação cartográfica dos elementos constituintes do relevo
terrestre. Estes estudos facilitarão a implantação de uma barragem de terra. De acordo com
MARANGON (2004), Barragem pode ser definida como sendo um elemento estrutural,
construída transversalmente à direcção de escoamento de um curso de água, destinada a criação
de um reservatório artificial de acumulação de água para diversos fins desde a irrigação dos
campos de cultivo, produção de energia hidroeléctrica, abastecimento de água para a população
vizinha etc.

As barragens de terras têm sido utilizadas, desde os tempos mais antigos, para reter e desviar
água. São simplesmente estruturas compactadas que dependem da sua massa para resistir ao
deslizamento, são o tipo de barragem mais comuns encontrados em todo o Mundo. Métodos
modernos de transporte e desenvolvimentos no campo da mecânica dos solos desde o Século
XIX, aumentaram consideravelmente a segurança e vida destas estruturas.

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Geral

Dimensionar uma pequena barragem de terra através do rio Govuro no distrito de Vilanculos, na
província de Inhambane.

1.1.2. Específicos

 Identificar o rio e seus efluentes;


 Localizar e delimitar a bacia hidrográfica;
 Determinar a capacidade da albufeira;
 Dimensionar elementos da barragem.

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1.2. JUSTIFICATIVA

A escolha do referente tema, concretamente da bacia hidrográfica do Rio Govuro como área de
estudo, deve-se ao facto de Moçambique estar na lista dos país mais vulneráveis a intensas
variações climáticas sazonais, típica de climas tropicais sub-húmidos, tendo chuvas intensas
centradas no inverno e estiagem prolongada no verão, que repercutem directamente no regime
hídrico da bacia, com uma variação de períodos de grandes inundações a fases de secas
prolongadas. Tais características afectam directamente a população, maioritariamente rural, cuja
sobrevivência depende fundamentalmente da agricultura de subsistência, colocando em risco o
abastecimento dos sectores urbanos e industriais. Sendo assim, tais constrangimentos contribuem
para um ineficiência e no desempenho dos sectores económicos, resultando no agravamento da
qualidade de vida de grande parte da população que vive no limite de linha de pobreza.

Este projecto de barragem destina-se a criação de um reservatório artificial de acumulação de


água com finalidade a irrigação dos campos de cultivo, abastecimento de água para a população
vizinha e controlo das cheias.

1.3. METODOLOGIA

O referente Projecto de é uma pesquisa aplicada para a elaboração do presente trabalho se


utilizou a metodologia qualitativa e quantitativa, onde implementaram-se os métodos empíricos,
métodos teóricos e entrevista (Ministério do Mar e Águas Interiores)

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2. ESTUDO SOCIOECONÓMICO DO DISTRITO DE VILANCULOS PROVINCIA

DE INHAMBANE

2.1. Localização do rio

Rio Govuro Latitude: 21° 18' 40" (21,3111°) sul; Longitude: 35° 4' 49" (35,0803°) leste. com
aproximadamente 185 km de extensão e corre mais ou menos paralelamente à linha costeira do
sul (Cheline) em direcção norte (passando por Macovane e desaguando no Estuário do Govuro
perto da Península de Bartolomeu Dias). O Rio Govuro e o Rio Save combinam-se para formar
um extenso estuário costeiro, que é constituído principalmente por pântanos de mangais com
uma diversidade elevada. Os trechos sul do Rio Govuro estão associados com extensas terras
húmidas sazonais e permanentes.

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Figura 1. Mapa da localização geográfica do Distrito de Vilanculos.

Fonte: DINA GECA (1988)

10
2.2. Indicadores da região

Localização

 Moçambique, África Austral, África;


 Latitude: 21° 18' 40" (21,3111°) sul;
 Longitude: 35° 4' 49" (35,0803°) leste.
Pluviometria

A bacia Hidrográfica tem Intensidade Pluviométrica Media (800mm/Ano)

Temperatura

A temperatura media anual nos distritos em que a Bacia hidrográfica esta inserida varia de (22-
26) oC

Climas Predominantes

Tropical seco e Tropical húmido.

Solos

 Solo arenoso de fertilidade muito baixa e baixa retenção de água;


 Solo arenoso avermelhado. De fertilidade muito baixa e baixa retenção de água.

2.3. Solos e Actividades

É caracterizado pela ocorrência de solos arenosos e de cobertura arenosa. Os solos arenosos, em


geral, são profundos a muito profundos, excessivamente bem drenados, com baixa capacidade de
retenção de nutrientes e água. Complementam estes agrupamentos de solos as deposições Fúlvio-
marinhas e os aluviões recentes do rio Save.

O potencial agrícola e a irrigação esta limitado aos solos aluvionares, em particulares aqueles de
textura media e pesada. Estes solos são profundos a, ricos em matéria orgânica e ainda
apresentam excelentes capacidade de retenção de água e nutrientes, contudo, podem localmente
ser ligeiramente salinos ou sólidos. Os fluvio-marinhos ocorrem ao longo da linha costeira nas
planícies estuarinas onde se desenvolvem os mangais, sendo solos profundos, muito mal
drenados, salinos e sódicos.

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2.4. Habitação e condições de vida

O tipo de habitação modal do distrito é “ a chapa zincal, com pavimento de betão, teto de
Chapa Zincal ou colmo e paredes de chapas e paus”. Em relação a outras actividades, o padrão
dominante é o de famílias “ sem electricidade, dispondo de duas famílias em cada dez famílias,
água colhidas directamente em poços, furos ou do rio e lagos”.

 Famílias, por condições básicas de vida

Figura 2. Percentagem de famílias, por condições básicas de vida.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo 1997

Tabela 2. Família, tipo de casa e condições básicas de vida.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo 1997

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Figura 3. Habitações, por tipo de material usado.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo 1997

Em partícula, no que concerne as fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua maioria
a população do distrito recorre directamente a poços ou furos com cerca de 54%, ou do rio e lago
com cerca de 44%.

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Figura 4. Habitações, por tipo de acesso a água.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo 1997

2.5. Clima, hidrologia, topografia, temperatura e ventos

O distrito de Vilanculos esta localizado na zona intertropical, o que lhe confere um clima do tipo
tropical quente e húmido, chuvoso de savana onde as precipitações medias anuais são acima dos
800mm, chegando na maioria dos casos a 1200 ou mesmo 1400mm, concentrando-se no período
compreendido entre Novembro de um ano e finais de Março podendo localmente estender-se até
Maio. Nesta região, os elementos climáticos: temperatura, precipitação, humidade e
evapotranspiração interagem com os factores do clima de escala nacional e local, influenciando,
o grosso modo, no comportamento da rede hidrográfica local.

Dentre as informações compartilhadas pelo autor, destaca-se a temperatura média anual de 24.5
ºC. O autor anuncia ainda que, o mês de Dezembro é o mais quente, com temperatura média
máxima de 30 ºC, enquanto o mês de Julho é o mais frio, com média mínima de 18 ºC.

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Figura 5: Distribuição Anual de Temperatura e Precipitação.

Fonte PACHECO 2009

A evaporação potencial regista valores médios na ordem dos 1000 a 1400mm e as temperaturas
médias anuais variam de 24 a 260C, facto que possibilita e encoraja a prática de agricultura de
sequeiro com apenas uma colheita sem riscos significativos de perda das culturas devido ao
défice hídrico.

O principal rio que atravessa o distrito e o Save. Compreende essencialmente a região de baixa,
(0-200metros acima do nível médio do mar). O panorama paisagístico da região é caracterizado
por declives planos e quase planos. O deslocamento dos centros de pressão e dos ventos que
acompanham o movimento anual aparente do sol criam, com mais incidência.

Figura 6: Mapa de localização da área estudada.

Fonte:.

15
3. DIMENSIONAMENTO DE UMA PEQUENA BARRAGEM DE TERRA NO RIO

SAMBANZO NO DISTRITO DE MUANZA NA PROVÍNCIA DE SOFALA

3.1. Delimitação da Bacia Hidrográfica

TENÓRIO et all 2008, diz que delimitar uma bacia significa identificar linhas e pontos que
contornam esta porção de terra e funcionam como limitadores topográficos. Dentre os
limitadores topográficos estão os pontos que apresentam maiores altitudes no relevo estudado e
as linhas divisoras de água, que são linhas imaginárias formadas pela sucessão dos pontos mais
altos.

Figura 7. Polígono e cotas da bacia Govuro.

Fonte do autor: criado no Google earth

3.2. Características geométricas

Para as características geométricas da Bacia do Govuro, utilizaram-se como indicadores a área de


drenagem, o perímetro, o índice de compacidade, o factor de forma, o rectângulo equivalente e o

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índice de alongamento. Para a caracterização do sistema de drenagem, os indicadores utilizados
são a constância do escoamento, a ordem dos cursos de água, a densidade de drenagem e o
percurso sobre o terreno. Os indicadores para caracterizar o relevo são a curva hipsométrica, a
altitude média, a altura média, o perfil do rio, o declive do leito, o declive dos terrenos, o índice
de declive de Roche, a curva hidrodinâmica, o coeficiente de massividade e o coeficiente
orográfico. Estes indicadores permitirão sumariamente dar uma imagem da bacia e ajudam a
perceber melhor o seu comportamento hidrológico, resultante da interacção com as variáveis
climáticas.

3.3. Levantamento topográfico do terreno, e parâmetros da bacia hidrográfica

A função desse levantamento é a de preparar plantas topográficas que permitam verificar as


secções transversais mais favoráveis para uma barragem, calcular a área de inundação das
secções escolhidas e obter o perfil longitudinal do curso de água. Portanto o método utilizado foi:
o levantamento de mapas por meio de fotografias aéreas e de pontos de controlo altimétrico de
campo através dos Softwares Global mapper e Google Earth.

3.3.1. Curvas de nível

Segundo TENÓRIO et all 2008, o reconhecimento das formas presentes do relevo se dá através
das curvas de nível, e para estas os conceitos são dados de várias formas:

 Chama-se curvas de nível, as projecções horizontais das curvas obtidas das intersecções
de planos horizontais equidistantes, com sua superfície do terreno.
 As curvas de nível são linhas que ligam pontos, na superfície do terreno que têm a mesma
cota (mesma altitude).
 A curva de nível constitui uma linha imaginária do terreno, em que todos os pontos de
referida linha têm a mesma altitude, acima ou abaixo de uma determinada superfície da
referência, geralmente o nível médio do mar.

Ainda o mesmo autor salienta que, através desses três conceitos é possível compreender a
curva de nível sabendo que através dela é possível identificar linhas e pontos consideráveis do
terreno e que definem a forma deste e indicam ainda a caída das águas. Por exemplo: as curvas

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de nível cruzam os cursos de água em forma de “V”, com o vértice apontando para a nascente;
além disso formam um “M” acima das confluências fluviais e em geral, as curvas de nível
formam um “U” nas elevações, cuja base aponta para o pé da elevação. Os pontos e linhas
notáveis, são “as principais formas orográficas” do relevo.

Os pontos notáveis do terreno, ainda conforme comentado, ocorrem de duas formas, quando
“um plano horizontal tangencia o terreno, então a curva de nível se tornará um ponto, ou quando
as curvas se tocam, isto é, o plano horizontal tangencial ao ponto da garganta”. Esses pontos são
importantes para os estudos acerca da superfície topográfica (TENÓRIO et all 2008).

3.3.2. Curva hipsométrica

Para CARVALHO; MELO & SILVA (2007): Curva hipsométrica é a representação gráfica do
relevo de uma bacia e faz descrição entre a área de contribuição e a altitude, representando o
estudo da variação da elevação dos vários terrenos da bacia hidrográfica com referência ao nível
do mar.

A figura 13, mostra as áreas da bacia em estudo calculadas de 2.5 em 2.5m:

A curva hipsométrica da Bacia do rio Govuro foi obtida através de uso de softwares
apropriados para tal (MICROSOFT EXCEL) e manualmente (através do cálculo das áreas entre
as curvas de nível mestras), lançando-se em sistema cartesiano a cota versus o percentual da área

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de drenagem com cota superior. Para o seu traçado foram necessários os seguintes elementos:
Cotas do nível do mar, carta hipsométrica, carta onde a representação das altitudes é feita por
curvas de nível. A tabela a seguir ilustra os dados acima referidos, que por meio destes foram
traçados a curva hipsométrica da bacia do Govuro.

Tabela 13 . Parâmetro para o traçado da curva hipsométrica 2.5-2.5m.

Fonte: própria (autocad)

Figura 9. Curva hipsométrica da bacia do Govuro


Diferença Altitude Media
Curva de
Área Limitada Pela Curva De Áreas Entre as curvas
Nível (m)
de nível (m²) (m²) (m)
7.5 423925.93
5 227151.2 196774.73 6.25
2.5 56293.86 170857.34 3.75
0 1627.29 54666.57 1.25

Fonte: própria (Excel)

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Figura 9.1. Parâmetros da bacia

Área da Bacia
Índices da Bacia do rio Govuro 12000 (km²)
Coeficiente de compacidade (Kc) Área da Albufeira
1.912 Baixa Cheia 0.42393 (km²)
Coeficiente de forma (Kf) Volume de Armazenamento da
0.37 Albufeira
Densidade de Drenagem 1.01 Milhões de (m³)
2 (m/km²)
Densidade da rede de Drenagem
0.001 (rios/km²)
Sinuosidade
1.455 Rio Não Recto

3.3.3. Altitude media

Na confecção da altitude média da bacia de Sambanzo utilizou-se o integral da área limitada


pela curva z (A) e pelos eixos coordenados, podendo ser facilmente calculado por integração
numérica a partir da curva hipsométrica. Obtendo-se uma boa aproximação assimilando o
integral a um somatório, isto é:

n
V total
Z m= ∑
i=1 A total

Onde: Zm: Altitude media; Ai: área da Bacia entre as curvas de nível i e i+1 e zi: A média das
altitudes dessas duas curvas de nível.

n
z i A i 1.01
Z m= ∑ = =2,525 km=2525 m
i=1 A total 0.4

De acordo com VAZ (2007), a altura media de uma bacia hidrográfica é dada por:

20
A total

∫ hda
0
H m=
Atotal

Onde : H m é a altura media da bacia, h é a cota acima da secao de referência e

Atotal é a areatotal da bacia

Já que toda a bacia (100 por cento) do afluente se situa acima da altitude de referência VAZ
(2007) propôs a seguinte expressão para o cálculo da altura média da bacia:

H m =Z m−z 100

Onde: Z m é a altitude media da bacia e z 100 é a cotada secção de confluência dos afluentes.

Portanto, com base na fórmula de VAZ (2007) ilustra-se a seguir o cálculo da altura hipsométrica
da bacia de Sambanzo: Z m=195.70 e z 100 =167.50

H m =195.70−167.50=28.20 m

3.3.4. Perfil do rio (Declive do leito)

O declive médio do leito ( J ) obtém-se dividindo a diferença entre as cotas máxima ( z max) e
mínima do leito ( z min) pelo comprimento do rio (l p).

∆ Z z max −z min 225−165


J= = = =0,013=1 , 3 %
lp lp 4630

3.3.5. Constância do escoamento

VAZ (2007), afirma que os rios e os seus afluentes podem classificar-se como perenes,
intermitentes e efémeros, de acordo com o critério da constância do escoamento.
 Os rios perenes são os que, em condições naturais, escoam água durante todo o ano, quer
por terem afluentes com diferentes regimes de alimentação a partir da precipitação ou da
fusão da neve quer por terem uma alimentação contínua a partir de aquíferos.

21
 Os rios intermitentes são os que, em condições naturais, têm água durante a época
húmida e secam na estiagem.
 Os rios efémeros apenas têm água durante e imediatamente a seguir aos períodos de
precipitação, não sendo alimentados por aquíferos.

Entretanto segundo as informações patentes na internet conclui-se que quanto a constância de


escoamento o rio Govuro e perene tendo em consideração que as suas águas são escoadas
durante todo o ano devido ao facto de possuir um numero diversificado de afluentes.

3.3.6. Sistema de drenagem

O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários; o
estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois ele indica a maior
ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. O padrão de drenagem de uma
bacia depende da estrutura geológica do local, tipo de solo, topografia e clima. Esse padrão
também influencia no comportamento hidrológico da bacia (SILVA, et all 2006).

 Ordem dos cursos de água

Segundo VAZ 2007, a ordem dos cursos de água é uma classificação para caracterizar o grau
de ramificação da rede hidrográfica da bacia. Pode ser determinada a partir dum mapa em que
estejam representados todos os canais naturais suficientemente bem definidos, que correspondam
a cursos de água perenes, intermitentes ou efémeros.

Ainda ele salienta que, o critério mais seguido actualmente é o de Horton-Strahler: são
considerados de ordem 1 as linhas de água iniciais, que não recebem quaisquer afluentes; a
junção de duas linhas de água de ordem 1 origina uma linha de água de ordem 2; a junção de
dois rios de ordem n gera um rio de ordem n + 1. Assim, os troços terminais dos grandes rios têm
números de ordem bastante altos.

22
3.4. CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DA BACIA

3.4.1. Volume da bacia (Qb)

Qb=P × A ;Onde P → precipitação do local da bacia.

A → área da bacia em estudo.

Como P=1400 mm=1 , 4 m e A=6 , 94 k m2=6 ,94 ×106 m2. Logo:

6 2 6 3 −3 3
Qb=1 , 4 m×6 ,94 ×10 m =9,716 ×10 m ; ou Qb=9,716 × 10 km

3.4.2. Volume do escoamento (Qes)

Qes=P × A × C ; Onde:

C : é o coeficiente de escoamento ; depende do tipo de solo da regiao em estudo


zona rural e de pastagem , logoC=0 , 36=¿

6 2
Qes=1, 4 m× 6 , 94 ×10 m × 0 , 36

6 3 −3 3
Qes=3,498× 10 m ou Qes=3,498 ×10 km

3.4.3. Volume da água aproveitado

O volume de escoamento não será aproveitado na sua totalidade, sendo assim, devemos saber
que 50% do volume de escoamento escoara, e 50% volume de escoamento ficara retido na bacia,
e por fim 30% do volume que fica retido infiltrara, aproveitando deste modo 70% do volume que
fica na bacia.

6 3 6 3
Qfica=50 % Qes=0 , 5 ×3,498 ×10 m =1,749 ×10 m ou

−3 3
Qfica=3,498 ×10 km

6 3 6 3
Qvai=50 % Qes=0 ,5 × 3,498× 10 m =1,749 ×10 m ou

23
−3 3
Qvai=3,498 ×10 km

6 3 6 3
Qaproveitado=70 % Qfica=0 ,7 × 1,749× 10 m =1,224 ×10 m ou

−3 3
Qaproveitado=1,224 × 10 km

6 3 3
Qaproveitado=1,224 × 10 m =1224000 m

3.5. ALTITUDE E ALTURA MEDIAS DA BACIA

Tabela 6. Altitude e altura médias da bacia.


Curva de nível Área limitada Diferença de Altitude média Produtos
(m) pela curva de áreas A (km2) entre curvas B P= A × B
nível (km2) (m) (km2×m)
215.00 0.66
210.00 1.45 0.80 215.00 171.14
200.00 2.13 0.68 205.00 139.61
190.00 1.69 0.44 195.00 86.58
180.00 0.89 0.80 185.00 148.74
170.00 0.10 0.78 175.00 136.99
166.00 0.00 0.10 168.00 17.34
698.40
∑P
Fonte própria.

Cota da nascente: H n=215 m

Cota no local da obra: H f =166 m

Altitude media : H m=
∑ P = 698.40 km2 × m =1058.18 m
2
S 0.66 km

Altura media: hm=H n−H f =1058.18 m−215 m=843.13 m

24
Figura 11. Perfil da linha da água principal.

Perfil da linha da água principal


250

Albufeira
200

150
Cotas

100

50

0
Extensao em Km

Fonte próprio

3.6. TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

Segundo VAZ 2007, Um dos parâmetros com mais importância prática na análise e síntese de
cheias em bacias hidrográficas é o tempo de concentração, que se define como sendo o tempo
necessário para que a gota de água caída no ponto da bacia hidrográfica cinematicamente mais
distante da secção de referência a atinja em percurso superficial, ou estritamente, na teoria do
hidrograma unitário que mais adiante se aborda, o tempo necessário para que, com precipitação
útil de intensidade constante, se atinja o caudal máximo do escoamento directo na secção de
referência, ou ainda, o tempo que medeia entre o fim da precipitação útil e o fim do escoamento
directo na secção de referência.
Embora geralmente se admita que é aproximadamente constante em cada bacia, na ocorrência de
precipitações intensas, essa constância é apenas um dos pressupostos na teoria do hidrograma
unitário, não sendo verificável em várias outras abordagens. Por exemplo, o tempo de

25
concentração de um plano inclinado impermeável, entendido como o tempo necessário para se
atingir o caudal máximo, varia de modo inverso com uma potência da intensidade da
precipitação, ou seja, quanto maior for a intensidade da precipitação, menor será o tempo de
concentração; por outro lado, nesse plano, o tempo que decorre entre o fim da precipitação e o
fim do escoamento é infinito.
Para a determinação do tempo de concentração, o percurso e o declive dos terrenos são os
factores mais importantes, não sendo a área da bacia muito relevante. Diversas fórmulas
empíricas, como as que se apresentam abaixo, têm sido propostas para se fazer a sua
determinação. Nenhuma considera o efeito do armazenamento nas depressões do terreno, que
pode ser muito significativo.

 Fórmula de Kirpich

A fórmula de Kirpich, apresentada em Chow (1964), escreve-se:

1,155
L
t c =0,946 0,385
∆H
Onde: t c →Representa o tempo de concentração (h);
L → O desenvolvimento do curso de água principal (km); e
∆ H → A diferença máxima de cotas no curso de água principal (m).
 Cota mais a montante =213m e a jusante =168m.

L=4 , 63 km ; ∆ H=h montante−h jusante=213 m−168 m=45 m; logo


1,155
4 , 63 5,871
t c =0,946 0,385
=0,946 =1,283 horas
45 4 , 33

t c =1,283 horas

3.7. CÁLCULO DO CAUDAL DE MÁXIMA CHEIA

Métodos cinemáticos (VAZ 2007)

26
Os métodos tradicionalmente designados por métodos cinemáticos consideram o processo de
movimentação da água na bacia hidrográfica, que se traduz através do tempo de concentração.
 Fórmula racional
A fórmula racional, com origem tradicionalmente atribuída a Mulvaney em meados do século
XIX, é uma das fórmulas mais utilizadas para determinar caudais de ponta de cheia em bacias
hidrográficas de pequena dimensão. A razão para se restringir a sua aplicação a bacias de
pequena dimensão tem a ver com os seguintes pressupostos do método:
 A precipitação ocorre uniformemente em toda a bacia,
 A intensidade é constante ao longo da duração da precipitação, que se toma igual ao
tempo de concentração da bacia.

A fórmula racional é dimensionalmente homogénea, escrevendo-se:


Q=C × I × A
em que Q é o caudal de ponta de cheia, C é um coeficiente adimensional, I é a intensidade média
de precipitação com duração igual ao tempo de concentração e o período de retorno desejado
para a cheia, e A é a área da bacia. Se I estiver expresso em m/s e A em m2, Q virá expresso em
m3/s. Para I em mm/h e A em km2, a fórmula escreve-se:
Q=0,278× C × I × A
O coeficiente C é uma função de diversos factores, designadamente do tipo e uso dos terrenos
superficiais e do respectivo declive.
como o local é Floresta Normal então C=0 ,36 ;

onde : a e b → parâmetros de ajustamento ligados ao tipo de precipitação que se observa


com o radar .
I → é a∫ ensidade média
2
P=1400 mm ; t c =1,283 h oras ; A=6 ,94 Km , Onde T=20anos.
Dados

Tipo de solo: Arenoso do Tipo A;

Floresta Normal C=0.36

27
Valore da intensidade média

Figura 14. Valore de Intensidade média.

Como a duração t c =1,283 horas=76 , 98 minutos ≈ 77 minutos e com T=20anos então


I=78mm/h
3
54,175 m
Q=0,278× 0 , 36 ×78 ×6 , 94=
s
3
54,175 m
O caudal de máxima cheia é: Q= .
s

28
3.8. DIMENSIONAMENTO DO CANAL

Designa-se como Canal (open channel) qualquer tipo de conduta em que o escoamento se
processa com superfície livre.
Os canais podem classificar-se quanto à origem em: Naturais (rios e linhas de água) e Artificiais
(canais de rega, valas de drenagem, canais de descarregadores, valetas de estradas, canais para
abastecimento de água). A água em movimento tem a capacidade de arrastar partículas do
material que compõe o leito e os taludes se esse material for incoerente. Por essa razão, os
critérios de dimensionamento de canais erodíveis e não erodíveis diferem. Sendo assim, temos
um canal de origem artificial.
Essa capacidade de arrastar partículas do material que compõe o leito e os taludes do canal
(areia, silte) provocando erosão. Conforme a sua capacidade de resistir à erosão, os canais
classificam-se em: canais não erodíveis e canais erodíveis.

Canais não erodíveis: Neste tipo de canais, o material ou materiais que compõe o leito e os
taludes é (são) capaz (es) de resistir à acção erosiva da água.
Escavados em rocha sã
 Revestidos
 Betão
 Argamassa
 Pedra argamassada
 Alvenaria
 Asfalto
 Plástico
 Construídos com material não erodível
 Betão
 Madeira
 Ferro
 Revestidos com vegetação.

29
Nesta Barragem de Sambanzo, o canal será não erodível, e revestido com betão no local do
descarregador e nas laterais, onde impedirão a fuga das águas para a jusante da barragem. A
figura abaixo mostra a planta do local da implantação da barragem.

Figura 15. Planta do local da implantação da barragem.

Fonte própria.

As Finalidades do Revestimento deste canal são:


- Protecção contra erosão;
- Diminuição das perdas de água por infiltração;
- Maior velocidade de escoamento.

Folga: é a distância na vertical entre a superfície da água e o topo do canal nas condições do
projecto.
O objectivo de ter uma folga é, evitar que o canal seja galgado (o que poderia provocar erosões)
devido a ondas e flutuações provocados por:
 Vento,
 Ressalto hidráulico,
 Assoreamento,
 Aumento de altura em curvas,
 Aumento de rugosidade.

30
Figura 16. Representação da folga e o revestimento.

Fonte: Capítulo III: Dimensionamento De Canais 2007.

f – folga – distância vertical entre o topo do canal e a superfície de água;


f´- altura do revestimento acima da superfície da água;
Valores sugeridos pelo U.S. Bureau of Reclamation para as folgas f e f’em função do caudal Q

Tabela 8. Valores de folgas a partir dos caudais

Fonte: Capítulo III: Dimensionamento De Canais 2007.

3
54,175 m
Como o nosso caudal é Q= . Por meio de interpolação temos:
s
1 , 10−0 , 95
f =fQ=0 , 95+ ( 60−54,175 ) × =0,979 m≈ 1 madotar 1m
60−30
' 0 , 60−0 , 50
f =0 , 50+ ( 60−54,175 ) × =0,519 m≈ 0 , 52 mnao neessario .
60−30

H−altura da barragem
Hn=15 m; Hn−altura da lamina de agua combarragem cheia ( NPA )−nivel plenoarmazenamento
Hl=2 m; Hl−altura da agua ao nivel do descarregador ( NMC ) −nivel de maximacheia
f =1 m

31
H=Hn+ Hl+ f =15 m+2 m+1 m=18 m

Figura 17. Inclinações do montante e jusante da barragem.

Fonte: PISCALHO 2018.

3.9. PEQUENA BARRAGEM DE TERRA

No meio rural há um predomínio das barragens de terra, em consequência da facilidade de


construção. Segundo LEÃO 2012, as barragens de terra são estruturas simples compactadas que
dependem da sua massa para resistir ao deslizamento e tombamento e são encontradas em todo o
mundo.
Apresentam vantagens como: utilização dos materiais naturais locais; projectos simples; menores
investimentos; fundações menos exigentes devido a bases largas e; são mais adequadas para
áreas onde existem movimentos do solo do que as estruturas mais rígidas.
Porém existem algumas desvantagens como: são mais susceptíveis a danos ou destruição com
passagem de água corrente sobre ou batendo contra ela; vertedouros de difícil construção e
projecção; fragilidade se não compactadas adequadamente e uniformemente e; necessitam de
manutenção contínua evitando erosões, infiltrações e danos diversos (LEÃO 2012).
As barragens de terra apresentam as seguintes vantagens:
- Obtenção de energia eléctrica;
- Controle das cheias e regularização de vazões;

32
- Navegações;
- Abastecimento domestico;
- Irrigação;
- Bebedouro para animais;
- Criação de peixes;
- Recreação entre outras.
A barragem do rio Govuro servira para: Controle das cheias, navegações, abastecimento
doméstico, Bebedouro para animais e irrigação.

3.10.1 Elementos da barragem de terra

Segundo LEÃO 2012 para um melhor entendimento de uma barragem de terra alguns
componentes precisam ser apresentados:
 Aterro: é o maciço, ou seja, é a estrutura com a função de reter a água;
 Altura: é a distância vertical entre a superfície do aterro e a parte superior;
 Borda livre ou folga: distância vertical entre o nível da água e a crista do aterro, quando a
represa estiver cheia;
 Taludes: são as faces laterais do aterro, sendo o de montante aquela que esta em contacto
com a água, e o de a jusante aquele que esta do lado seco da barragem;
 Crista: é a parte superior do aterro;
 Espelho da água: superfície da água acumulada no reservatório;
 Base ou saia do aterro: projecção dos taludes de montante e jusante;
 Cut-off/corte: vala construída no eixo da barragem parra maior segurança;
 Núcleo: construído no centro do aterro par diminuição da infiltração;
 Extravasor ou vertedouro: estrutura com a finalidade de escoar o excesso de água da
represa;
 Desarenador: também conhecido como tubulação de fundo, tem a função de controlo do
nível da represa e garantir o escoamento a jusante;
 Dissipador de energia: tem a função de diminuir a energia cinética da água, ao voltar ao
seu leito natural.

33
Figura 18. Representação esquemática dos elementos de uma barragem de terra.

Fonte: LEÃO 2012.

3.9.1. Outros elementos da barragem de terra

As barragens de terra são as mais elementares obras de barragens e normalmente se prestam para
qualquer tipo de fundação, desde a rocha compacta, até terrenos construídos de materiais
inconsolidados. Esses últimos, aliás, são seu campo típico de aplicação. Existe uma certa
variabilidade no tipo de barragem de terra, que poderá ser homogéneo ou zonado.

34
- Homogéneo - é aquele composto de uma única espécie de material, excluindo-se a protecção
dos taludes. Nesse caso, o material necessita ser suficientemente impermeável, para formar uma
barreira adequada contra a água, e os taludes precisam ser relativamente suaves, para uma
estabilidade adequada.

Figura 19. Barragem de terra simples com corpo homogéneo.

Fonte: LEÃO (2012).

- Zonado - esse tipo é representado por um núcleo central impermeável, envolvido por zonas de
materiais consideravelmente mais permeáveis, zonas essas que suportam e protegem o núcleo.
As zonas permeáveis consistem de areia, cascalho ou fragmentos de rocha, ou uma mistura
desses materiais.
Portanto para o presente projecto escolheu-se projectar uma barragem de terra zonada.

A seguir ilustram-se os principais elementos básicos de uma barragem de terra de uma forma
detalhada.

35
Figura 20. Elementos fundamentais da barragem de terra.

Fonte: Criação Propriá dos autores através do software AutoCad, (2019).

36
Figura 24. Perfil tipo da barragem.

Fonte: QUINTAS (2002).


- Tomada de água - representa o conjunto de obras que permite a retirada, do reservatório, da
água a ser utilizada, seja para a abastecimento ou para outros fins. O tipo de tomada d’água varia
com o tipo de barragem. Assim, as barragens de concreto, a tomada d’água consiste geralmente
em um conduto que pode se desenvolver através do maciço da barragem ou em sua proximidade,
enquanto na barragem de terra, aparece nas ombreiras do reservatório.

3.9.2. Descarregadores de cheia

Considera-se uma soleira delgada sobre a qual se escoa um caudal, que, por unidade de largura.
Descarregadores de Soleira Espessa (overflow spillway/broad-crest weir)

37
Figura 25. Representação esquemática de Descarregadores de Soleira Espessa

Fonte: Capítulo VII: Descarregadores, Orifícios E Medição Hidráulica 2007.

 O contacto da lâmina com o descarregador faz-se ao longo do seu comprimento

38
Figura 26. Descarregador de soleira espessa.

Fonte: PISCALHO 2018.

Figura 27. Tipos de descarregadores de soleira espessa.

Fonte: PISCALHO 2018.

39
O tipo da soleira é do tipo 2, passa uma altura da água, com altura a montante sobre a soleira
0,30m. A largura da soleira é de 30m. Sendo assim, vamos calcular o caudal descarregado Q.
Será
μ
=1 ,06. da tabela 188 b , para h=0 , 3 m , μ 0=0,439 ; logo
μ0
μ=1 , 06 × 0,439=0,465 , como l=30 m
3
como Q=μ ×l × √ 2 × g ×h 2
Q=0,465× 30 × √ 2× 9 , 81× 0 , 3 =10,153 m /s
3/ 2 3

O caudal descarregado é de Q=10,153 m3 / s


Visto que o comprimento da parte frontal da barragem é cerca de 670m, sendo assim a largura da
soleira é de 30m (l=30m).

40
4. CONCLUSÕES

A bacia hidrográfica é uma conformação de relevo fundamental e seu conhecimento é de grande


importância para o planeamento e monitoramento de reservas de bacias hidrológicas presentes na
área geográfica das cidades e Regiões do distrito de Muanza na província de Sofala no rio
Sambanzo, uma vez que as mesmas são ocupadas e modificadas pela acção humana. Reconhecer
uma bacia requer a utilização da Carta Topográfica como ponto de partida, e a análise das formas
do relevo através desta é possível o reconhecimento das linhas e pontos notáveis, visualização
das curvas de nível, identificação da escala, dentre outros.

O caudal aproveitado é de 1224000𝑚3 numa altura de 17m, sendo a capacidade da albufeira igual
a 983270 m3 numa altura de 15m e a área inundada é de 110900 m 2, usaremos uma altura de 15m
e os outros dois metros que corresponde a um volume de 240730 m 3 de água vai servir para
vários fins como: produção de energia, irrigação. Esta barragem do rio Sambanzo servira para:
obtenção de energia eléctrica, controle das cheias, navegações, abastecimento doméstico,
Bebedouro para animais e irrigação. A altura da barragem é de 18m, a altura da lâmina de água
com barragem cheia (NPA) é de 15m, a altura da água ao nível do descarregador (NMC) é de 2m
que corresponde ao nível de máxima cheia, com uma folga de 1m.

41
5. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA.

 ÁLVARES, Diego et all. ‘Delimitação das Bacias Hidrográficas e de Drenagem Natural

da Cidade de Salvador’. Abril de 2012

 CARVALHO, David. ‘Barragens. Brasil’, julho de 2011.

 CAPÍTULO I: ‘Introdução aos escoamentos com superfície livre’. Maputo – 2007.

 DE CARVALHO D. Fonseca & DA SILVA L. D. Batista. CAPÍTULO 3. ‘Bacia

hidrográfica’. Agosto/2006.

 DE SEIXAS, Andréa & TENÓRIO, Bárbara. ‘Delimitação e reconstrução tridimensional

de bacias hidrográficas a partir de curvas de nível – actividade prática da disciplina de

topografia’. Setembro de 2008.

 Food and Agriculture Organization. Small dams and weirs in earth and gabion materials.

FAO Land and Water Development Division. AGL/MISC/32/2001, Rome. 2001

 Instituto Nacional de Estatística, Dados do recenseamento da população de 2012;

 LEÃO, F. Rafael. ‘Dimensionamento de uma pequena barragem de terra para produção

de energia hidreléctrica e irrigação em uma propriedade rural’. ANÁPOLIS - GO 2012

 MARANGON, M. ‘Barragens de terra e enrocamento’. Lisboa, 2004.

 STEPHENS, Tim. ‘Manual sobre pequenas barragens de terra: Guia para a localização,

projecto e construção’. Roma, 2011.

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