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RESUMO DA UNIDADE

A unidade presente abordará de forma breve os princípios que regem a Análise


Comportamental Aplicada ao Autismo – ABA, apresentando a sua história, técnicas
e aspetos que podem fazer parte das intervenções e terapias. Durante o percurso
textual falaremos acerca da história e das teorias que regem o Behaviorismo e
seguiremos a discussão sobre a análise comportamental e seus conceitos, que são
usados desde a sua fundação. A terapia comportamental é baseada em algumas
teorias elaboradas e estudadas por autores que foram desenvolvendo, do passado
até hoje, ideias sobre o comportamento. O objetivo da análise comportamental é
possibilitar mudanças de comportamentos e instalações de outros necessários que
não são apresentados pelo sujeito. Para compreendê-la é importante ter o
conhecimento de que é constituída por uma análise experiental e funcional, pois, no
momento da terapia, a intervenção é baseada no Behaviorismo Radical e na Análise
Experimental do Comportamento, que tem como conceito complementar a análise
funcional. Nesse sentido, as técnicas de intervenção são primordiais para que os
resultados sejam alcançados, podendo ser usadas: encadeamento, modelagem e

ESTUDO COMPORTAMENTAL APLICADA


ensino por tentativas discretas. Para melhorar e organizar o planejamento de treino,

AO AUTISMO
terão os currículos, as análises de tarefas e folhas de registros, que serão feitos para
cada habilidade a ser trabalhada.

Palavras-chave: Análise comportamental; Autismo; Behaviorismo.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 1
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 3
CAPÍTULO 1 - BASES TEÓRICAS, HISTÓRICAS E EPISTEMOLÓGICAS DA
TERAPIA COMPORTAMENTAL ................................................................................ 5
1.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL .......... 5
1.2 TEORIAS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL ........................................... 11
1.3 AUTISMO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL ............................................. 16
CAPÍTULO 2 - ASPECTOS METODOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES ............. 22
2.1 ENCADEAMENTO ....................................................................................... 24
2.2 MODELAGEM .............................................................................................. 28
2.3 ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS (DISCRETE TRIAL TEACHING–
DTT)- PROMPT (INCITAÇÃO) ................................................................................. 31
CAPÍTULO 3 - ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO E
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO ................................................... 36
3.1 ANÁLISE EXPERIMENTAL ......................................................................... 37
3.2 ANÁLISE FUNCIONAL ................................................................................ 39
3.3 DICAS PARA ELABORAR UMA TERAPIA COMPORTAMENTAL ABA...... 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 50

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

Pronto (a) para iniciar essa unidade? Nesse material você terá acesso a uma
imensidão de informações que ajudará a sua vida profissional e, consequentemente,
a sua atuação diante da análise comportamental. Falaremos aqui sobre Análise
Comportamental aplicada ao Transtorno do Espectro Autista – TEA, que trata-se de
um método utilizado em terapias e no dia a dia da pessoa que se encontra no
espectro autista.
Uma pessoa com autismo apresenta limitações que a difere daquelas pessoas
com desenvolvimento típico, como aspectos de dificuldade na socialização,
movimentos estereotipados, dificuldade na fala (em alguns casos até mesmo a
ausência dela), dentre outras características que iremos identificar no decorrer da
disciplina. Todas as limitações do transtorno levam-nos a desenvolver ferramentas,
técnicas e métodos que objetivam auxiliar o desenvolvimento desse público e
também das pessoas que convivem com ele.
A análise comportamental é baseada no Behaviorismo, uma teoria regida por
reforço e punição, que objetiva extinguir ou inserir um comportamento na criança
autista. Tais comportamentos servirão para ajudar a desenvolver as atividades de
vida diária (AVD), ou seja, o seu cotidiano na interação com seus familiares e
amigos. Ressaltamos aqui que essa forma de análise pode ser aplicada em qualquer
pessoa, mas nesse caso usaremos como uma das ferramentas que podem ajudar a
lidar com as especificidades de autistas. Outro ponto importante é que, por não ser
um método, tal análise pode ser utilizada em conjunto com técnicas como, por
exemplo, Método Teacch, Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS),
dentre outros métodos utilizados em terapias com autistas.
Esperamos que a disciplina consiga compartilhar conhecimentos valiosos e
suficientes para você aprender mais sobre o mundo do TEA e lhe ajudar a
compreender como a análise comportamental é importante para o processo de
inclusão dessas pessoas. É importante também que você busque outras fontes de
estudos para que consiga potencializar os conhecimentos sobre a temática e possa
construir novas ideias e opiniões a respeito.

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Por fim, desejamos que aproveite os estudos e leia com atenção cada
conteúdo da disciplina, pois, precisará entender bem para resolver as questões que
serão apresentadas. Lembre-se que responder os exercícios será uma forma de
testar os seus conhecimentos após o contato com esse material.
Boa leitura!

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CAPÍTULO 1 - BASES TEÓRICAS, HISTÓRICAS E EPISTEMOLÓGICAS DA
TERAPIA COMPORTAMENTAL

A terapia comportamental é baseada em algumas teorias construídas e


estudadas por autores que foram desenvolvendo ideias do passado até hoje. Como
já dito, a análise comportamental é regida por ideias behavioristas, que apresentam
reforços e punições como aspectos principais, possibilitando mudanças de
comportamentos e instalações de outros necessários que não são apresentados
pelo sujeito.
Nesse capítulo conheceremos um pouco da história, teorias e sua relação com
pessoas autistas, tentando elaborar uma linha de pensamento que lhe ajude a
entender melhor a terapia comportamental e suas bases teóricas.

1.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL

Para iniciar, é importante saber que o comportamento é o objeto de estudo da


Psicologia e vem sendo estudado desde o século XIX por diversos autores que vêm
se destacando desde então. Sobre alguns clássicos, podemos destacar – Watson,
Pavlov e Skinner. Os estudos, muitas vezes, eram realizados com animais, que
eram observados nas pesquisas com o intuito de compreender melhor seus
comportamentos na interação com o meio e entender como funcionava.
Observemos a figura 1 abaixo:
Figura 1: caixa de skinner.

Fonte: Psicoativo, 2020.

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DICA:Para entender a FIG.1 assista ao vídeo e entenda melhor como se dava o
processo: https://www.youtube.com/watch?v=L6jUd8uCTCc

Para entender a história da terapia comportamental, se faz necessário


conhecer um pouco dos autores que ajudaram no crescimento da análise
comportamental - Behaviorismo - através de estudos que até hoje são fundamentos
para a Psicologia.
Com isso, iniciaremos uma breve apresentação de Watson, um dos principais
estudiosos da temática. Porém, é importante que saibamos que, apesar de ser
considerado um dos primeiros teóricos, Tourinho (2011) ressalta que a investigação
sobre o comportamento é proveniente de estudos de autores que antecederam
Watson. Dessa feita, os estudos sobre o comportamento são mais antigo do que
pensamos.
Watson não deu início à investigação do comportamento em Psicologia.
Mais de uma década antes de seu manifesto (Watson, 1913/1994), o
comportamento animal já era estudado experimentalmente por
pesquisadores que se ocupavam de questões então consideradas afeitas
ao campo psicológico. O mais notório exemplo da psicologia
comportamental do século XIX foi Edward Lee Thorndike (1874-1949), que
estudou a aprendizagem em humanos e não humanos e formulou a lei do
efeito. Se alguma dúvida houver sobre a pertinência da pesquisa de
Thorndike aos assuntos da Psicologia, basta considerar o título da
monografia de 1898 na qual já estava implícita (cf. Catania, 1999) a Lei do
Efeito: A Inteligência Animal (Thorndike, 1898/1998) (TOURINHO, 2011, p.
187).

Dessa forma, a lei do efeito, entendida como comportamento, se justificava


pelo fato de que existia um ato em alguma situação que apresentaria um resultado,
isto é, um comportamento. Para indentificar isso, Tourinho (2011) afirma que os
pesquisadores usaram animais como teste para observação. Thorndike, citado
acima, realizou seus estudos com gatos, registrando mudanças no tempo em que o
animal levava para sair da caixa e observava a variação das respostas obtidas.
Em resumo, Viegas e Vandenberghe (2001) afirmam que:

O percurso de Watson foi influenciado pelo pressuposto de Loeb de que a


organização do comportamento segue uma ordem necessária. A partir de
associações múltiplas entre as relações de estímulo e resposta, poderia se
entender comportamentos mais complexos. Assim, uma das cosmovisões
que contribuíram para o behaviorismo foi o mecanicismo, que ao fazer
implicitamente uma analogia do comportamento à máquina, propunha que,

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através de combinações de relações causais simples, o funcionamento da
pessoa poderia ser estabelecido (p.s/p).

Percebemos então que o comportamento como curiosidade foi alvo de muitos


estudos, e que Watson pode ser considerado o primeiro teórico capaz de se
aprofundar no Behaviorismo, e também de ser usado como base para muitos
estudiosos, pois, “Watson é frequentemente referenciado como o fundador do
movimento behaviorista, grande defensor da psicologia como ciência natural e da
necessidade de a psicologia se tornar uma disciplina aplicada” (STRAPASSON,
2012, p. 83).
De acordo com Strapasson (2008), Watson é um autor muito importante na
história do comportamentalismo, sendo conhecido em 1913 pelo "manifesto
behaviorista": um conjunto de palestras publicadas em forma de artigo. Nessa obra
ele defende o uso da observação direta do comportamento como o único método
possível para uma psicologia científica, se tornando um marco histórico na
Psicologia.
Além do mais, segundo Bisaccioni (2010) Watson após seus estudos com
aprendizagem animal, “começou a se dedicar ao estudo dos reflexos em geral (com
especial atenção aos aprendidos) e das reações emocionais básicas
(incondicionadas) e complexas (condicionadas) dos bebês em particular” (p. 492),
dos estudos com bebês, o experimento com o “Pequeno Albert” feito por ele e
Rayner em 1920 foi um dos mais famosos casos, as reações emocionais eram
testadas, com os testes e observações começou-se a perceber que poderiam ser
adquiridas e condicionadas na experiência ao se ter medo.

Nos trabalhos de Watson (e.g., 1930/1970), a referência ao reflexo


constituía o núcleo da explicação do comportamento em geral, inclusive do
comportamento humano complexo. Este último se explicava não pela
referência a processos adicionais ao reflexo, mas pela sucessão de
processos de condicionamento respondente. Essa perspectiva representava
uma extensão de princípios e procedimentos da investigação pavloviana,
isto é, o condicionamento respondente, do campo fisiológico para o
fenômeno do comportamento. (TOURINHO, 2011, p. 188)

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Figura 2: experimento do bebê Albert.

Fonte: Mente maravilhosa, 2020.

DICA: Para entender a FIG. 2 assista ao experimento realizado com o pequeno


Albert: https://www.youtube.com/watch?v=kIZBQgMCEyk&t=47s

Para entender melhor a ideia de Watson, Pavlov (figura 3) também em estudos


com animais, conseguiu se tornar uma grande influência, Vichi, Nascimento e Sousa
(2012) relatam que ele foi um fisiologista que deu uma grande contribuição à
Psicologia na área da Análise do Comportamento, pois, ao fazer experimentos sobre
reflexo salivar, identificou que fenômenos psíquicos poderiam ser estudados a partir
de bases fisiológicas.
Figura 3: Experimento de Pavlov: salivação.

Fonte: Psicoativo, 2020.

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DICA: Para entender a FIG. 3 assista ao vídeo do experimento do Cão de Pavlov:
https://www.youtube.com/watch?v=UKBLndKUrBE

Entenda melhor como funcionou o condicionamento do cão:

“Com o intuito de controlar todos os estímulos que cheguem ao


cachorro, Pavlov o colocava em uma sala especial onde todos os estímulos
podiam ser controlados. Ele então tocava uma campainha inúmeras vezes,
até que deixasse de causar qualquer reação ao animal. A campainha era um
estímulo neutro, pois não elicia a salivação. Na sequência ele dava ao cão
pó de carne, que imediatamente eliciava a salivação. Como a salivação é um
processo natural, ela é uma resposta incondicionada. O pó de carne é o
estímulo incondicionado por eliciar a salivação sem haver um processo de
aprendizagem anterior. Em seguida, o som da campainha (estímulo neutro)
era apresentado simultaneamente ou logo antes a apresentação da comida
(estímulo incondicionado). Os dois estímulos (neutro e incondicionado) eram
associados juntos. Após algumas tentativas, ao apresentar o som, mesmo
que sem a apresentação da comida, era eliciada a salivação. O som já não
era mais um estímulo neutro, mas sim um estímulo incondicionado. Neste
reflexo condicionado, a salivação é a resposta condicionada. E o som, o
estímulo condicionado.”

Fonte: Championdog, 2020.

Em resumo, o estímulo incondicionado ocorre sem a necessidade de um


aprendizado anterior para ocorrer um comportamento, pois, trata-se de algo natural.
O estímulo neutro não causa mudanças no comportamento se for utilizado
isoladamente e, para se tornar condicionado, é necessário haver um processo de
aprendizagem anterior.
O condicionamento estudado por Pavlov é hoje um ponto primordial na teoria
do behaviorismo e ela é utilizada por diversos autores e teóricos subsequentes,
principalmente na análise comportamental:

O experimento de Pavlov com cães tornou-se o exemplo clássico de reflexo


condicionado. É fato que cães na presença de comida salivam. Em termos
específicos, a comida (estímulo incondicionado) elicia a salivação (resposta
incondicionada). Suponha-se, então, que ao apresentarmos a comida ao
cão também soemos uma campainha. A relação reflexa “comida →
salivação” é incondicionada, o que significa que sua ocorrência independe
da história de condicionamento do cão. Não se pode dizer o mesmo da
relação “campainha → salivação”. Só após várias apresentações da comida
acompanhada pelo estímulo sonoro é que o último também passará a eliciar
a resposta de salivação (ZILIO, 2010. p. 88)

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Com a ideia desses dois autores e de seus experimentos, surge outro autor, o
teórico Skinner, que utilizou-se dessas bases téoricas para fundamentar os seus
estudos em 1931, tornando-se um dos principais teóricos sobre análise
comportamental e terapia comportamental.

Skinner é frequentemente indicado como o fundador do Behaviorismo


Radical e da ciência que se baseia nessa filosofia, a Análise do
Comportamento. Ainda que seja discutível atribuir a uma única pessoa a
formação de toda uma ciência do comportamento, pode-se dizer, sem
receio de cometer erros, que Skinner é o autor mais influente no movimento
behaviorista contemporâneo, especialmente no Brasil. (STRAPASSON,
2012, p. 86)

Skinner constatou em seus estudos, com base nas ideias de Watson, que não
basta utilizar a análise experimental, mas precisa ser realizada uma série de
observações que são consideradas de suma importância para a análise
comporatmental atualmente. Todorov e Hanna (2010) relatam que para Skinner:

(...) o material a ser analisado provém de muitas fontes, das quais a análise
experimental do comportamento é apenas uma delas. Skinner aponta a
utilidade de observações casuais, observações de campo controladas,
observações clínicas, observações controladas do comportamento em
instituições, estudos em laboratório do comportamento humano e, por fim,
estudos de laboratório do comportamento de animais não humanos. Não há
sentido, pois, em discutir análise experimental do comportamento sem
primeiro discutir análise do comportamento (TODOROV e HANNA, 2010, p,
145).

Para iniciarmos o próximo tópico, é importante que saibamos que a análise


compotamental parte de observações e resgistros do compotamentnto, com base
nas experiências realizadas em sujeitos, a fim de conseguir entender o motivo de tão
ação. Entenderemos que, de acrodo com os mesmos autores

A análise do comportamento origina-se de uma posição behaviorista


assumida por Skinner (e.g., 1961, 1953/1967, 1974, 1957/1978, 1969/1980)
por motivos mais históricos que puramente lógicos. Skinner parte da
constatação de que há ordem e regularidade no comportamento. Um vago
senso de ordem emerge da simples observação mais cuidadosa do
comportamento humano. Estamos todos continuamente analisando
circunstâncias e predizendo o que os outros farão nessas circunstâncias, e
nos comportamos de acordo com nossas previsões. Se as interações entre
os indivíduos fossem caóticas, simplesmente não estaríamos aqui. O estudo
científico do comportamento aperfeiçoa e completa essa experiência
comum quando demonstra mais e mais relações entre circunstâncias e
comportamentos e quando demonstra as relações de forma mais precisa.
(TODORO e HANNA, 2010, p. 144)

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O comportamento é um objeto de estudo que precisa ser observado e
analisado para ser entendido, nesse caso, a terapia comportamental segue com a
ideia do behaviorismo em conjunto com outras técnicas psicológicas, que podem
ajudar o sujeito de uma forma mais objetiva. O estudo do comportamento não usa o
sujeito como um todo, mas em partes comportamentais. A linha histórica que a
análise comportamental apresenta consegue deixar rastros que nos ajudam a
entender o comportamento humano de uma forma mais precisa.

SAIBA MAIS
São apontadas críticas ao Behaviorismo por meio Freud e Carl Rogers, trazendo
pensamentos, sentimentos e livre-arbítrio. No que diz respeito as vantagens do
Behaviorismo, pode-se citar: Abordagem científica; Técnicas de terapia eficazes;
Treinamento animal.

1.2 TEORIAS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL

Como já dito, o Behaviorismo é a principal teoria que rege a análise


comportamental realizada na terapia. O Behaviorismo apresenta características
próprias que conseguem explicar um comportamento e condicionar o sujeito a uma
determinada ação. O que já foi citado no tópico anterior possibilitou entender a ideia
central trazida pelos teóricos e perceber que o objeto de estudo do Behaviorismo é o
comportamento. Para que possamos entender mais sobre comportamento, nos
apropriaremos do conceito de Skinner, relatado por Zilio (2010), que afirma:

(...) comportamento é a parte do funcionamento do organismo responsável


pela sua ação sobre, ou em interação com, o mundo externo, e, ao concluir
sua definição, apresenta mais algumas características: o comportamento
seria o movimento do organismo como um todo ou de suas partes num
quadro de referência (ZILIO, 2010, p. 64).

Além disso, é importante que saibamos que o Behaviorismo vai além de uma
simples ciência, pois, por diversos autores ele é considerado como uma filosofia da
ciência. Seu conceito é estruturado por algumas configurações que possibilitam
compreender a filosofia que existe nessa teoria.

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O Behaviorismo é visto em algumas configurações como metafísico,
metodológicas e analíticas. Todas as configurações citadas apresentam
especificidades, que Todorov e Hanna (2010) resumiram dizendo que:

O behaviorismo metafísico afirma que mentes ou eventos mentais não


existem; o behaviorismo metodológico afirma que se mente ou eventos
mentais existem, não são objetos apropriados para o estudo científico; e o
behaviorismo analítico afirma que os enunciados feitos com o propósito de
se referir à mente ou eventos mentais tornam-se, quando analisados,
enunciados acerca do comportamento. (TODOROV e HANNA, 2010, p.
143)

Das configurações que o Behaviorismo apresenta, o analítico é o mais utilizado


pelos pesquisadores e autores, pois, foca na análise real do comportamento,
utilizando experimentos e observações para uma análise comportamental de
sucesso. Os mesmos autores, Torodov e Hanna (2010) relatam em seus estudos
que Behaviorismo analítico é:

(...) uma reflexão a respeito dos enunciados da psicologia: não é uma teoria
sobre o que deve ser estudado, nem é um conjunto de instruções sobre
como se deve fazer pesquisa. A análise do comportamento é uma
linguagem da psicologia que tem como seu objeto o estudo de interações
comportamento-ambiente. Interessa-se, especialmente, pelo homem, mas
estuda também interações envolvendo outros animais sempre que houver
algum motivo para supor que tais estudos possam ajudar no esclarecimento
de interações homem-ambiente. A análise experimental do comportamento
busca relações funcionais entre variáveis, controlando condições
experimentais (variáveis de contexto, segundo Staddon, 1973),
manipulando variáveis independentes (mudanças no ambiente) e
observando os efeitos em variáveis dependentes (mudanças no
comportamento). (TORODOV e HANNA, 2010, p. 145)

Behaviorismo também pode ser entendido por duas vertentes: o Radical e o


Lógico. “O behaviorismo lógico sustenta que o significado de uma sentença é dado
pelas suas condições de verificação. Essas condições, por sua vez, seriam os
comportamentos físicos observáveis dos sujeitos” (ZILIO, 2010, p. 182).

“O behaviorismo radical é uma filosofia da ciência cujo foco de análise é o


objeto de estudo e os métodos da psicologia e, para Skinner, o objeto de
análise da psicologia é o comportamento e os métodos adequados para o
seu estudo são os apresentados pelo behaviorismo radical.” (ZILIO, 2010,
p.60)

Skinner se respalda com Behaviorismo Radical, que até hoje é utilizado nas
análises comportamentais em terapias. O que difere o Behaviorismo Lógico do

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Radical é o fato de que no primeiro o comportamento é considerado como respostas
físicas do organismo, que podem ser observáveis, e apenas isso. Já no Radical, o
comportamento é entendindo como uma relação que o ambiente tem com as ações
provacadas pelo organismo, assim como a ideia de causa e efeito citada
anteriomente. Viegas e Vandenberghe (2001) conseguem explicar isso dizendo que:

A relação de causa e efeito, o esquema "se...então..." constituiu-se na base


fundamental deste paradigma. Até o pensamento é considerado como sendo uma
organização hierárquica de cadeias de estímulo-resposta. Os elementos que
constituem o raciocínio mais elevado são semelhantes àqueles presentes no
balbuciar de uma criança, assim como as rodinhas numa máquina muito complexa
podem ser iguais às de um brinquedo simplíssimo e o funcionamento de ambos
pode ser compreendido a partir da interação entre as funções das suas partes
(VIEGAS E VANDENBERGHE, 2001, s/p).

Dessa forma, enetenderemos a análise comportamental com a ultilização do


Behaviorismo Radical, compreendendo comportamento como algo observável,
relacionando o organismo e o ambiente. Tal compotamento discutido, para ser
modificado em terapia com o uso da análise comportamental, é por sua vez
trabalhado em cima de reforços positivos/negativos ou punições positivas/negativas,
conceitos trazidos pelo behaviorismo dentro da perspectiva de Skinner.
Nesse caso, “o reforçamento positivo é geralmente definido como o
fortalecimento de uma resposta devido à apresentação de determinado estímulo a
ela contingente” (SANTOS e LEITE, 2013, p. 11). Em outras palavras, é quando é
dado a alguém algo que goste após algum comportamento (uma recompensa), que
deve ser o comportamento esperado. “Já o reforçamento negativo consiste no
aumento na frequência de uma resposta por causa da remoção contingente de um
estímulo” (SANTOS e LEITE, 2013, p. 11). Em outras palavras, é quando retira algo
do gosto de alguém (um castigo) e, com isso, consegue-se obter algum
comportamento, que também deve ser um comportamento esperado na terapia.
Observemos a figura 4:

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Figura 4: Condicionamento: reforços positivos/negativos.

Fonte: Psicoedu, 2017.

Entendendo melhor a figura 4:

Tudo dependerá do que você deseja!


Se você deseja remover um comportamento inadequado: invista na punição
para diminuir a ocorrência de tal comportamento.
Se você deseja inserir um comportamento adequado: invista no reforço para
aumentar a ocorrência de tal comportamento.

Nesse caso, corresponde a algo, ou seja, uma situação, por exemplo, que
determinará a frequência de um comportamento específico, assim como as punições
também determinarão isso. Importante ressaltar que punição não se trata de um
castigo, mas de algo que favorecerá comportamentos adequados diante da análise
comportamental.
Sobre Punição Positiva, Guilhardi (2001, p. 01) ressalta que o termo “positivo”
tem o sentido de acréscimo, soma, dizendo que é:

(...) quando um determinado comportamento é emitido segue-se a ele a


apresentação contingente de um evento (coloquialmente chamado de
“aversivo”) e como decorrência dessa relação funcional o comportamento se
enfraquece. Exemplos: a pessoa emite um comportamento e é criticada
pelo que fez; ou sofre um tapa; ou ouve um grito etc. (desde que o
comportamento alvo se enfraqueça...).

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Já a Punição negativa, tem o sentido de remoção, ou seja, retirar algo. O
mesmo autor vai dizer que é:

(...) quando um determinado comportamento é emitido segue-se a ele a


retirada contingente de um evento (coloquialmente chamado de
“gratificante”) e como decorrência dessa relação funcional o comportamento
se enfraquece. Por exemplo: a pessoa emite um comportamento e o outro
se afasta dela retirando a atenção que lhe estava dando; ou desliga a
televisão em que passava um programa favorito da pessoa; ou é mandada
para o quarto para “pensar no que fez” etc. (desde que o comportamento
alvo se enfraqueça...). (GUILHARDI, 2001, p. 01)

Esses são conceitos básicos que fazem parte do behaviorismo radical, que
proporcionam o controle de um comportamento, usando reforços ou punições dentro
de uma análise comportamental ou experimental. Antecendente a isso, é preciso
que venha um estímulo e após isso, é preciso que exista uma resposta para, assim,
acontecer um comportamento.
Existem palavras usadas na teoria comportamental, que são consideradas
chaves para se comprender os procedimentos usados em uma terapia. Criamos
uma tabela explicativa, seguindo os estudos de Texeira Junior et. al. (2005) que
pontua algumas palavras que podem nos ajudar na atuação e compreender melhor
os conceitos que regem a análise comportamental. Em resumo, selecionamos
algumas que julgamos importantes para o momento, como podemos ver na tabela 1
a seguir:
Tabela 1: Vocabulário.
VOCABULÁRIO
Condicionamento É uma alteração no responder, sob influência do ambiente.
Condicionamento Processo pelo qual uma resposta tem sua freqüência alterada,
operante devido às conseqüências passadas dessa ação.
Contingência Componentes das relações comportamentais que apresentam
relação de dependência entre si.
Esquema Especificação dos critérios pelos quais as respostas tornam-se
elegíveis para produzir reforçadores.
Estímulo Qualquer evento físico ou combinação de eventos relacionados
à ocorrência de uma resposta.
Recompensa Fornecimento de benefício ou premiação diante de determinado
comportamento.
Resposta Unidade de comportamento que afeta e é afetado por estímulos.

Fonte: Adaptado Texeira Junior et. al. (2005).

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
As palavras acima serão utilizadas com frequência nas sessões a seguir.
Dessa forma, quando falarmos dos aspectos que envolvem a análise
comportamental é importante que saibamos os seus significados para conseguirmos
compreender com propriedade a temática em estudo.

FIQUE ATENTO/A!
A tabela de vocabulário elaborada apresenta diversos conceitos que podem ajudá-
lo(a) em sua atuação profissional, em diversos contextos relacionados à análise
comportamental. Ela foi elaborada de acordo com o autor Teixeira Junior et. al.
(2005), que conseguiu juntar em um material as palavras-chave mais utilizadas.
Importante que você se aproprie desses conceitos disponíveis aqui:
http://www.fafich.ufmg.br/~vocabularioac/vocabularioac.pdf

A seguir, entraremos em uma discussão sobre o Transtorno do Espectro


Autista - TEA e a análise comportamental, compreendendo o TEA e suas limitações,
de forma que possa visualizar a aplicabilidade das ferramentas do Behaviorismo na
terapia comportamental.

1.3 AUTISMO E ANÁLISE COMPORTAMENTAL

Diante do conteúdo já absorvido, podemos identificar e compreender que a


análise comportamental pode ser utilizada com qualquer pessoa, seja considerada
típica ou não. O comportamento como objeto de estudo pode ser modificado à
medida que são apresentados estímulos e as respostas podem ser condicionadas
para se obter uma ação esperada.
O Autismo passou por configurações, que definiam seu grau por: leve,
moderado e grave. Hoje pode ser chamado de Transtorno de Espectro Autista
(TEA), definido como um transtorno neurológico que afeta o desenvolvimento em
diversos aspectos. Silva e Mulick (2009) relatam também que:

O transtorno autista (ou autismo infantil) faz parte de um grupo de


transtornos do neurodesenvolvimento denominados Transtornos Globais do
Desenvolvimento (TGDs ), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
(TIDs) ou Transtornos do Espectro do Autismo (TEAs). Esse grupo de
transtornos compartilha sintomas centrais no comprometimento em três

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
áreas específicas do desenvolvimento, a saber: (a) déficits de habilidades
sociais, (b) déficits de habilidades comunicativas (verbais e não-verbais) e
(c) presença de comportamentos, interesses e/ou atividades restritos,
repetitivos e estereotipados (SILVA e MULICK, 2009, p. 119).

O Autismo é um transtorno do Neurodesenvolvimento, pois, como já visto, afeta


diversas áreas cognitivas e motoras do sujeito, resultando muitas vezes em
dificuldades que precisam ser trabalhadas de forma interventiva, para alcançar
resultados positivos em seu desenvolvimento.

SAIBA MAIS:
Filme sobre o assunto: MEU NOME É KAHN
Kahn é um jovem muçulmano com Autismo, que apesar de suas limitações,
consegue casar e viver momentos como se não possuísse esse transtorno. O filme
relata as dificuldades relacionadas ao transtorno e sua etnia, conseguindo ilustrar
através de um filme os desafios que uma pessoa com autismo pode se deparar ao
longo da vida.
Vídeo: O que é Behaviorismo? Psicologia profunda.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2sWHkqznj94
Acesse o link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98931989000200012

Tais comprometimentos podem ser elencados na tríade: comunicação,


interação social e comportamento. Podemos usar novamente os estudos de Silva e
Mulick (2009) que também disponibilizam uma tabela oferecida pela DSM-IV-TR
(APA, 2003), apresentando a seguinte estrutura:

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Tabela 2: Lista de sintomas do transtorno do espectro autista, por área, de acordo com os
critérios oferecidos pelo DSM-IV-TR (APA, 2003).

Fonte: Silva e Mulick (2009, p. 119).

Para um diagnóstico precoce, os autores ressaltam que é necessária até a


idade de três anos a existência de indícios de atrasos na: “(1) interação social, (2)
linguagem para fins de comunicação social ou (3) brincadeiras ou jogos simbólicos
ou imaginários” (SILVA; MULICK, p. 119).
Nesse caso, o diagnóstico contribui muito para que a intervenção seja realizada
o mais rápido possível, pois, é nela que podemos ajudar e moldar os
comportamentos por meio da análise comportamental. Como já dito nos tópicos
anteriores, a análise comportamental é uma filosofia que existe desde muito antes
de 1968, constatamos isso segundo Kerbaury (2007) que afirma:

Em análise do comportamento, mostrar as relações entre os conhecimentos


experimentais básicos e a área de aplicação ou a prestação de serviços e
importante por ajudar a selecionar os conteúdos para aplicação e ainda por

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
ter uma metodologia de pesquisa que permite trabalhar com o sujeito único.
Desde o artigo clássico de 1968 de Baer, Wolf e Risley sabem da
legitimidade da pesquisa aplicada. Outros artigos posteriores salientaram
outros pontos e, o importante, e que em aplicação e necessário verificar os
resultados, como eles são atingidos e, a o que se deve sua eficácia
(KERBAUY, 2007, p. 13).

A análise comportamental é realizada em terapia e como um estilo de vida que


precisa ter aplicabilidade no cotidiano do sujeito (principalmente nas atividades de
vida diária – AVD). A Terapia Comportamental segundo Lattner (1989) tem:

(...) como objetivo bem claramente definido o de resolver (ou pelo menos
tentar resolver) qualquer problemática psicológica que um indivíduo possa
estar experimentando e de (re) instituir um funcionamento psicologicamente
adequado e, portanto, satisfatório para este indivíduo (LETTNER, 1989, p.
35).

A tentativa dessa resolução dependerá do terapeuta e das técnicas que são


utilizadas por ele. O mesmo autor diz que o período que o resultado aparece é a
curto prazo e os seus benefícios a longo prazo. Vale ressaltar que o papel do
terapeuta é baseado em hipóteses, de acordo com as investigações colhidas e as
verificações testadas. Ainda na perspectiva dos autores:

Durante esse processo terapêutico, o cliente aprende gradualmente a


dominar e modificar o seu funcionamento, se tornando cada vez mais
independente do terapeuta e das suas orientações. Com esta forma de
atuação, alcançam as porcentagens de sucesso terapêutico mais altas (em
torno de 85 — 95%), em relativamente pouco tempo (entre poucas semanas
e mais ou menos um ano e meio), sem "substituição de sintomas" e com
uma duração dos efeitos terapêuticos a longo prazo (já existem trabalhos de
acompanhamento durante quase 20 anos). (LATTNER, 1989, p. 36)

Precisamos entender também que a análise comportamental é trabalhada com


base em experimentos e testes, que possibilitam o terapeuta analisar a existência
de uma mudança comportamental decorrente disso, “a prática experimental consiste
basicamente em fazer coisas para ver o que acontece em seguida; especificamente,
dizemos que o cientista manipula certos eventos para analisar as consequências
resultantes” (ZILIO, 2010, p. 79).
Goulart e Assis (2002) dizem que Análise Aplicada do Comportamento objetiva
desenvolver habilidades sociais importantes para o sujeito autista e tentar reduzir
comportamentos considerados inadequados, dizendo também que:

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
(...) muitos dos comportamentos característicos do repertório autista podem
ter origem em problemas no desenvolvimento do controle ambiental do qual
o comportamento operante é função. Nesse caso, a pesquisa
comportamental tem um importante papel a cumprir, seja no sentido de
elucidar que eventuais variações ambientais podem vir a produzir um
repertório autista, ou no de desenvolver e avaliar procedimentos voltados
para essa população (GOULART e ASSIS, 2002 s/p).

Nesse sentido, sabemos que, devido às habilidades sociais não instaladas em


boa parte das pessoas com autismo, a análise comportamental consegue ser uma
intervenção que traz resultados satisfatórios para o sujeito, como também para a
extinção de comportamentos inapropriados, que por vezes, podem pôr em risco a
vida do sujeito.
Podemos citar algumas comorbidades e alterações que podem ser
características das pessoas com TEA pontuadas através dos estudos de Silva e
Mulick (2009):

Tabela 3: Algumas comorbidades e alterações presentes no TEA.


Hiperatividade, dificuldade de prestar e/ou manter atenção,
Problemas atenção hiperseletiva (i.e., tendência a prestar mais atenção
comportamentais nas partes/ detalhes do que no todo), impulsividade,
comportamentos agressivos, autodestrutivos, perturbadores
e destrutivos, baixa tolerância à frustração acompanhada
por “acessos de raiva” e “escândalos” – jogar-se no chão,
gritar, chorar, bater com a cabeça, morder-se, bater nos
outros.
Problemas Hiper ou hiposensibilidade a estímulos sonoros, visuais,
sensoriais táteis, olfativos e gustativos.
Problemas gastrointestinais: diarréia e/ou constipação,
Problemas refluxo, alergias ou intolerâncias alimentares. Quanto à
médicos alimentação, é comum dieta hiperseletiva, resultando a
desnutrição. Dificuldade no sono: adormecer ou se manter
adormecido durante todo o ciclo de sono. Otite, problemas
auditivos. Problemas neurológicos, transtornos convulsivos
ou epilepsia durante a infância ou adolescência ou
irregularidades neurológicas sem que seja possível
identificar padrões específicos de anormalidade.
Fonte: Adaptado: Silva e Mulick (2009).

Por meio da tabela 3 é possível conhecer algumas características presentes no


TEA, que devem ser trabalhadas em busca de uma modificação para melhorar a

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
qualidade de vida do sujeito e de seus familiares e responsáveis em torno de sua
vida pessoal.
Nos capítulos seguintes conheceremos mais alguns aspectos da análise
comportamental, que poderemos usar em terapia. Vale lembrar que todas as
investigações de registros podem nos fornecer informações importantes para o
processo de intervenção.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
SELLA, Ana Carolina. RIBEIRO, Daniela Mendonça. Análise do Comportamento
Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista. Appris; Edição: 1ª. Curitiba. 2018
MOREIRA, Marcio Borges. MEDEIROS, Carlos Augustos de. Princípios Básicos de
Análise do Comportamento. Artmed; Edição: 2. Porto alegre, 2019

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CAPÍTULO 2 - ASPECTOS METODOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES

Devido às comorbidades que uma pessoa TEA apresenta, tentar colocá-la no


ambeinte social é de extrema importância para o seu desenvolvimento. A análise
comportamental dispõe de aspectos metodológicos que conseguem auxiliar o
terapeuta a obter determinados resultados. Para iniciar o capítulo citaremos Lovaas
et al. (2003, p. 42-45) que utilizando os conhecimentos de alguns autores como:
SIMEONNSON, OLLEY e ROSENTHAL, 1987; R. L. KOEGEL e KOEGEL, 1988;
BARTAK, 1978; conseguiu constatar que para ocorrer um tratamento de qualidade é
necessário percorrer nove elementos:
Uma ênfase comportamental: Que envolve as intervenções técnicas. Nessas
intervenções podemos usar a produção de alternações no controle e
estabelecimento de estímulo, utilização de testes, usar o ensino de imitação e
modelações por aproximações sucessivas.
Participação da família: Pessoas com atraso no desenvolvimento precisam de
uma ajuda mútua, que conta com a ajuda terapêutica e familiar. Dessa feita, pais e
responsáveis precisam participar ativamente dando continuidade ao tratamento
terapêutico.
Instrução individual: É ideal que as instruções dadas na terapia
comportamental sejam individualmente seguidas nos primeiros 12 meses, devido à
facilidade de responder em situações individuais próprias dos autistas.
Integração: Essa integração precisa ser realizada no momento em que o
autista já apresenta comportamentos sociais adequados e o grupo dessa integração
precisa ser típico, pois, assim ele se desenvolverá melhor.
Abrangência: É preciso ensinar ao autista diversos comportamentos sociais,
pois, um leva ao ensinamento de outro.
Intensidade: A intervenção é muito importante, pois, quanto mais efetiva ela for,
mais resultados desejados serão obtidos. É recomendada que a intensidade do
tratamento de 40 horas por semana.
Diferenças individuais: Considerar as particularidades é fundamental, pois, é
preciso entender que existem aqueles que irão responder o tratamento e manter as
habilidades e aqueles que precisarão do tratamento individual pelo resto da vida.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Duração: O tratamento deve ser feito por toda vida, pois, se finalizado, existem
grandes chances de perder habilidades já adquiridas.
Controle de qualidade: É preciso fiquem claras as dimensões usadas no
tratamento, para que outras pessoas consigam dar continuidade da mesma forma.
Nesse caso, é importante o registro de dados, pois, assim qualquer outra pessoa
conseguirá ser um qualificador.
Nesse sentido, entender esses aspectos ajudará na realização de um
tratamento eficaz e na continuidade, que deve ocorrer em todos os ambientes que o
autista estiver inserido. Família, escola, terapêuta e demais ambientes que sejam
frequentados pelo autista devem atuar de forma conjunta e compartilhada, utilizando
as mesmas técnicas.
As técnicas precisam ser bem entendidas, pois, são peças fundamentais para a
realização de uma intervenção eficaz. Nelas o terapeuta saberá como agir e o que
deve usar na a análise comportamental (ABA). Vale lembrar que pode-se integrar
diversas técnicas que tenham o Behaveorismo como base, contanto que o terapêuta
conheça o sujeito que irá treinar e quais são as suas limitações, habilidades já
adquiridas e quais precisam ser estimuladas para que ele consiga viver em
sociedade da melhor forma possível.

FIQUE ATENTO/A!
Existe um manual de treinamento ABA “Ajude-nos a aprender” de Kathy Lear, que
apresenta diversas técnicas para uma terapia comportamental. Esse manual você
pode encontrar disponível em:
http://www.autismo.psicologiaeciencia.com.br/wp-content/uploads/2012/07/Autismo-
ajude-nos-a-aprender.pdf

As técnicas e métodos para trabalhar a análise comportamental em pessoas


autistas são de grandes variedades e, de acordo com Bossa (2006, p. 548), devem
focar em quatros dimensões: 1) estimular o desenvolvimento social e comunicativo;
2) aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas; 3) diminuir
comportamentos que interferem no aprendizado e no acesso às oportunidades de
experiências do cotidiano; e 4) ajudar as famílias a lidarem com o autismo.

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Dessa forma vale lembrar que, além de ser um tratamento a logo prazo, os
resultados não são imediatos e não existe uma técnica eficaz para determinada
pessoa, com isso, na mesma linha de pensamento de Bosa (2006) corrobora
dizendo que:
Aparentemente, não existe uma única abordagem que seja totalmente
eficaz para todas as crianças, em todas as diferentes etapas da vida. Ou
seja, uma intervenção específica que pode ter um bom resultado em certo
período de tempo (e.g. anos pré-escolares) pode apresentar eficácia
diferente nos anos seguintes (e.g. adolescência). Isso ocorre, em parte,
porque as famílias alteram suas expectativas e valores com relação ao
tratamento das crianças de acordo com o desenvolvimento delas e do
contexto familiar. Por outro lado, um ponto de consenso na literatura é a
importância da identificação e intervenção precoce do autismo e seu
relacionamento com o desenvolvimento subseqüente. (BOSA, 2006, p. 552)

Nesse sentindo, percebe-se que a família tem uma porcentagem de influência


nos resultados das intervenções, devido ao seu comprometimento. Vale lembrar que
a intervenção precoce também é fundamental nos resultados do treinamento, pois,
quando mais cedo forem o diagnóstico e a intervenção, o indivíduo tem seu
comportamento condicionado.

2.1 ENCADEAMENTO

As técnicas que podem ser utilizadas em uma análise comportamental são


fundamentais para obter os resultados esperados. O encadeamento é uma técnica
que possibilita o terapeuta dividir uma tarefa por partes menores, colocando-as de
formas simples e simplificando o seu passo a passo. Sendo assim, só é ensinadao o
próximo passo quando a atividade anterior é aprendida e internalizada. Podemos
fundamentar esse conceito ressaltando que o encadeamento é quando “os
estímulos são adicionados de forma gradual até que todos os elementos de um
conjunto previamente estabelecido sejam apresentados simultaneamente (SOUZA;
ASSIS, 2005, p. 528)”.
Podemos dizer também, segundo os estudos de Lovaas et al. (2003, p. 162)
que encadeamento é:
O encadeamento é a criação de um comportamento mais complexo através
da combinação de comportamentos simples em uma sequência que forme
um único comportamento mais complexo. Esta sequência de
comportamentos é chamada de cadeia. O termo cadeia é usado porque as
unidades iniciais de comportamento proporcionam os sinais para as

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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unidades de comportamento posteriores. Em termos técnicos pode ser dito


que o retorno gerado por uma resposta (tecnicamente conhecida como
estímulo produzido por resposta) proporciona o estímulo para a próxima
resposta (LOVAAS et al. 2003, p. 162).

Dessa forma, encadear significa dividir as atividades por etapas para facilitar a
aprendizagem do indivíduo. Na perspectiva dos mesmos autores, pode-se colocar
esse encadeamento sob duas configurações: o progressivo e o regressivo, que são
definidos da seguinte forma:

O encadeamento progressivo transfere o ensino e combinação de


comportamentos em uma ordem cronológica progressiva. O ensino começa
com o primeiro passo na cadeia e termina com o último passo. O
encadeamento regressivo envolve o ensino e combinação de
comportamentos em uma ordem cronológica invertida. O último
comportamento na cadeia é ensinado primeiro e os comportamentos
restantes são incluídos em ordem descendente. O encadeamento
regressivo requer que nos estágios iniciais, o estudante somente complete
os últimos passos em uma cadeia antes que seja reforçado, enquanto que o
encadeamento progressivo funciona na direção oposta (LOVAAS et al.
2003, p. 162 - 163).

Alguns autores, como Lear (2004) explicam o encadeamento progressivo como


“de frente pra trás” que inicia com o primeiro passo da atividade, e o encadeamento
regressivo como “de trás pra frente” que ensina a atividade iniciando a partir do
último passo, ressaltando que:

Encadeamento de frente para trás ensina cada passo individualmente na


ordem em que irá ocorrer. Não é necessário começar do começo. O
encadeamento de trás para frente ensina os passos em ordem inversa e
trabalha do final para o começo da sequência. Aprender primeiro o último
passo significa que a criança estará próxima da finalização da tarefa e será
naturalmente reforçada por terminá-la. A apresentação da tarefa completa
significa que você faz todos os passos do começo ao fim, todas às vezes.
Você pode também querer ensinar alguns passos mais difíceis (ex. apertar
a pasta de dentes ou encher o copo de água), antes de ensiná-los em
sequência (LEAR, 2004, c. 7 p. 7).

Encadear um comportamento ajuda o autista a compreender melhor os passos


de determinadas atividades, ir ao banheiro urinar, por exemplo, é uma atividade que
precisamos realizar ao sentir a vontade: abrir a porta, se posicionar ao sanitário,
baixar as calças, sentar, urinar, levantar, dar descarga, apagar a luz e fechar a porta.
Esse exemplo de atividade é comum para nós, mas em autista precisamos ensinar
com calma e passo a passo. Guimarães e Carmo (2018), diz que:

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Procedimentos que envolvam o ensino de respostas encadeadas podem ser


usados para o ensino de habilidades cotidianas, das quais, talvez, as que
exigem maior cuidado e controle sejam aquelas que envolvem reações
fisiológicas, como defecar ou urinar no lugar apropriado. Para isso, é
necessário discriminar estimulações fisiológicas específicas, ter
autocontrole, permanecer na posição e lugar apropriado até a finalização da
excreção de fezes e urina, realizar a limpeza do local utilizado e realizar a
higiene pessoal necessária. Assim, o treino de toalete envolve o ensino
dessas diferentes respostas encadeadas. No caso de indivíduos autistas,
em função de suas características marcantes relacionadas à linguagem e à
interação social, o treino de toalete precisa ser programado
detalhadamente, seguindo passos que devem ser cumpridos (GUIMARÃES
e CARMO, 2018, p.71).

Os treinos precisam ocorrer de acordo com o tipo de encadeamento, e esse


tipo será escolhido de acordo com a necessidade identificada pelo terapeuta. Vale
lembrar a importância dos reforçadores, quando obter a resposta de comportamento
desejada, pois são deles que surgirá a vontade de repetir os comportamentos
adequados que o terapeuta almeja desenvolver na criança.

IMPORTANTE!
Como a intervenção ABA deve ser realizada?
Deve seguir quatro etapas:
1. Avaliar a criança;
2. Traçar objetivos de tratamento;
3. Fazer programas de ensino;
4. Registrar dados de resultados do tratamento.

Em exemplo, podemos dizer que quando encadeamos um comportamento, ele


pode ser divido em passo a passo, de forma que facilite a compreensão. Escovar os
dentes (figura 5), por exemplo, ao ser encadeado poderia ser ensinado da seguinte
forma:

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 5: Escovar os dentes.

Fonte: Escola Salto, 2018.

Percebe-se que a atividade foi dividida em etapas sequenciais. No treinamento


de um autista para essa atividade, serão apresentados primeiramente: pegar a
escova e colocar a pasta. Sendo assim, o sujeito só passará pra as próximas
atividades quando as primeiras já tiverem sido concluídas.
Podemos exemplificar também outra atividade simples, como por exemplo,
lavas as mãos (figura 6) e perceber que a sequência de etapas consegue simplicar a
atividade:
Figura 6: Lavar as mãos.

Fonte:Escola Salto, 2018.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Dessa forma, compreenderemos que mapeamento é um encadeamento


importante para a implatação de habilidades que serão usadas para a vida toda no
cotidiano das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista – TEA. Os dois
exemplos das figuras 5 e 6 são ações de necessidade para a vida do sujeito.

2.2 MODELAGEM

Outra técnica utilizada na intervenção é a modelagem, que tem a função de


modelar o comportamento aos poucos. Na modelagem a recompensa é feita quando
existem comportamentos aproximados ao comportamento esperado, fazendo assim
uma modelagem e sempre tentando tirar do sujeito os comportamentos ideais.
Em síntese, podemos explicar a modelagem como uma “modificação gradual
de alguma propriedade do responder através do reforço diferencial por
aproximações sucessivas” (TEXEIRA JUNIOR, 2005, p. 12). Nesse sentido,
relacionaremos o conceito de modelagem com o conceito de condicionamento
operante, pois, trata-se do mesmo procedimento, uma vez que, consegue de alguma
forma modelar um comportamento existente. Zilio (2010) afirma que:

(...) através do condicionamento operante, estímulos consequentes são


responsáveis por aumentar ou diminuir a frequência de respostas
pertencentes à mesma classe. Nesse caso, os estímulos que constituem a
ocasião em que uma dada classe operante é reforçada passam a exercer
certo controle sobre a probabilidade de resposta: em ocasiões semelhantes,
a probabilidade de ocorrência de respostas pertencentes a essa classe é
maior (ZILLIO, 2010, p. 101).

Na ideia voltada à modelagem e ao condicionamento operante, o modificar do


comportamento do sujeito deve ocorrer aos poucos e ser reforçado quando alcança
o mínimo de aproximação com o comportamento alvo, com o objetivo de que na
tentativa ele consiga se aproximar sempre mais. Essa modelagem, segundo Lear
(2004) pode ser entendida como:

(...) um procedimento de reforçar diferencialmente sucessivas aproximações


ao comportamento desejado. Isto significa simplesmente que, quando
tivermos uma meta – sentar-se em uma roda por 15 minutos, por exemplo –
estejamos preparados para esperar e recompensar por menos, no começo
(LEAR, 2004, c. 8 p. 7).

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Antes de usar a modelagem de comportamento, é importante que o terapeuta


entenda e conheça quais habilidades o autista apresenta antes de iniciar o
treinamento, pois, para adquirir algumas habilidades precisamos de outras, uma vez
que:
A modelagem ajuda a ocasionar a resposta correta pelo fornecimento de
uma demonstração visual da resposta. Para usar a modelagem como um
estímulo, o estudante primeiro precisa ser ensinado a imitar os
comportamentos de adultos e vocalizações (LOVAAS, 2003, p. 153).

O autor usa “bater palmas” como exemplo, pois, antes do autista aprender a
bater palmas, ele precisa saber imitar a ação de um adulto, para então poder
reproduzir. Outro exemplo seria pegar algum objeto, pois, antes dele pegar qualquer
coisa, precisa aprender a responder o comando “pegue isso” ou “pegue aquilo” e
assim por diante. O papel do terapeuta nesse sentido é fundamental para que o
autista consiga se desenvolver bem no treinamento.
Podemos exemplificar uma forma de modelagem usando uma atividade
escolar, que nesse caso, consideraremos que o autista apresenta a linguagem
comprometida e iniciaremos o processo de nomeação de letras.
Para a modelagem iniciaremos com a nomeação de no mínimo duas palavras,
em que o sujeito será reforçado a cada duas acertadas. Posto isso, aumentaremos,
à medida que ele conseguir nomear mais, até que consiga nomear o alfabeto por
completo. Poderemos usar isso também para nomeação de imagens, trazendo
fichas de figuras que são habituais na rotina da criança. Podemos usar como
exemplo a FIG. 7 a seguir:

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 7: Ficha de figuras.

Fonte: Filho leitor, 2019.

As ilustrações presentes na Figura 7 podem nos apresentar uma lógica


seguindo a ideia da nomeação de figuras e pode ser substituída ou adaptada de
acordo com a realidade da criança. Nesse caso, pode-se começar com a nomeação
da primeira figura e reforçá-la quando houver o acerto e, assim, continuar na
sequência até que ela consiga finalizar a atividade.
Lembrando que, de acordo com o que já foi dito, é preciso que a criança veja o
mediador realizando a atividade, para que entenda como se dá o procedimento, por
exemplo: o adulto fala “árvore” e espera a criança repetir.
Além da nomeação, a modelagem pode ser usada para outros
comportamentos que dela necessite, como por exemplo: aprender a sentar-se na
cadeira, aprender a fechar uma porta, entre outros comportamentos. Perceberemos

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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que a modelagem está inclusa em outras técnicas de intervenções, pois a


modelagem é uma das bases da análise comportamental.

2.3 ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS (DISCRETE TRIAL TEACHING–


DTT)- PROMPT (INCITAÇÃO)

O Prompt é uma forma de ensino em que existem avisos com o objetivo de


ajudar a desencadear as respostas, sejam verbais ou gestos que sinalizem as
respostas, podemos dizer que é uma ajuda Prompt, podendo ser entendida como
uma “dica verbal na qual o falante discrimina a resposta final” (TEXEIRA JUNIOR et
al. 2005, p. 14).
Bacelar (2013, p. 46) diz que o Prompt “é considerada uma abordagem
dinâmica e sensitiva utilizada, então, em crianças que tenham dificuldade na
execução, no planejamento, na fluência e/ou na prosódia devido a uma alteração da
produção do seu discurso e/ou da articulação.” Nesse caso, a criança autista, por
conta de suas dificuldades, precisa de “ajuda” para executar determinadas tarefas.
Dessa feita, o Prompt passa a ser uma ferramenta de apoio para o terapeuta.
O Prompt é usado em outras técnicas como complemento para as terapias
comportamentais, uma delas é o ensino por tentativas discretas – DTT. Nessa
técnica, temos autores, como Lear (2004), que dirá que é uma forma de separar a
atividade e ajudar o autista a responder de acordo com o esperado, reforça-se isso
afirmando que essa forma de ensino:

Tem um formato estruturado, comandado pelo professor, e caracteriza-se


por dividir sequências complicadas de aprendizado em passos muito
pequenos ou “discretos” (separados) ensinados um de cada vez durante
uma série de “tentativas” (trials), junto com o reforçamento positivo
(prêmios) e o grau de “ajuda ” (prompting) que for necessário para que o
objetivo seja alcançado (LEAR, 2004, C.1. p. 6).

Podemos usar a definição trazida por Varella e Souza (2018, p. 75) que diz que
a DTT é um procedimento em que o terapeuta tem o controle do ensino a ser
aplicado, manipulando as variáveis que podem contribuir com a aprendizagem de
um novo comportamento.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
32

DICA:
Para entender mais leia “Sobre ABA e DTT: Considerações IMPORTANTES”
Disponível em: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fnadjafaver
o.wordpress.com%2F2014%2F04%2F12%2Fsobre-aba-e-dtt-consideracoes-
importantes%2F&psig=AOvVaw2XzFmNx5Y_B8fcsrdS9XE9&ust=15829502053630
00&source=images&cd=vfe&ved=0CAMQjB1qFwoTCNDniYmz8-
cCFQAAAAAdAAAAABAD acesso em 28 de fevereiro de 2020

A estruturação da atividade a ser realizada possibilita uma divisão que a


simplifique o máximo possível, para que o sujeito consiga aprender com mais
facilidade nas tentativas por meio de ajudas, e sempre reforçando quando o sujeito
alcançar pequenos passos. Nesse sentido, podemos destacar também o
procedimento que pode ser feito no momento do uso do ensino por tentativas
discretas, que segundo os mesmos autores:

O procedimento consiste em apresentações repetidas de um número pré-


determinado de tentativas, com cada tentativa definida com base em uma
contingência de três termos. Normalmente, uma tentativa inicia-se quando o
terapeuta/aplicador disponibiliza os materiais necessários, obtém a atenção
do aprendiz e apresenta uma instrução ou uma pergunta (antecedente). São
dados ao aprendiz alguns segundos para emitir o comportamento-alvo
(resposta), e, finalmente, o terapeuta/aplicado r reforça ou corrige a
resposta/ausência de resposta do aprendiz (consequência) a depender de
como este responde à instrução. Após manejar as consequências, um
intervalo entre tentativas de alguns segundos sinaliza o encerramento da
tentativa até o terapeuta/aplicador reiniciar o procedimento ao manejar os
antecedentes, iniciando uma próxima tentativa (VARELLA e SOUZA, 2018,
p. 75).

Importante que saibamos que as tentativas devem ser praticadas até que a
criança consiga obter êxito, atingindo assim a resposta alvo esperada sem precisar
mais da ajuda dada pelo terapeuta. No ensino por tentativas discretas o professor
precisa saber mediar muito bem o ambiente e os estímulos que serão expostos
pelos alunos, nesse caso, existem características no ensino por tentativas discretas
que também precisamos ressaltar, para isso, Guerra (2015, p. 23) usando os
autores Mcgee; Krantz; Mcclannahan (1985), dirá que:
O professor é quem controla o ensino apresenta as instruções e determina
intervalos entres as tentativas.
O ambiente não pode apresentar distrações.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Os estímulos são selecionados pelo professor.


As dicas são usadas até o momento em que a criança alcança o critério de
respostas corretas.
odemos considerar essa técnica uma das mais completas e baseadas na
mediação do terapeuta, pois, os resultados dependerão do trabalho do mediador,
sendo ele o único que conseguirá passar as instruções de forma que a
aprendizagem de determinada atividade seja significativa.
Ao ler esse tópico tivemos algumas lembranças dos tópicos anteriores, pois, a
DTT consegue encadear o comportamento usando ajudas, normalmente verbais,
para modelar um comportamento. Nos exemplos das técnicas anteriores
poderíamos simplesmente ajustar as técnicas da DTT, ajudando nas nomeações
das figuras (figura 7).

SAIBA MAIS:
Filme sobre o assunto: Uma das ferramentas mais utilizadas na intervenção em ABA
é o Ensino por Tentativas Discretas (DTT- Discrete Trial Training). As tarefas são
comumente realizadas em ambientes controlados, muitas vezes em mesinhas (as
famosas tarefas de mesinha). O DTT possui três componentes principais: (1) o
estímulo discriminativo (SD); (2) a resposta e/ou dica; e (3) o reforço ou
procedimento de correção.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=XNQEsIhT9Hs
Acesse os links:
O trabalho a seguir apresenta técnicas de intervenções que podem ajudar você na
prática profissional. Leia com atenção e, caso precise, busque outras fontes para
complementar o texto: http://www.autismo.psicologiaeciencia.com.br/wp-
content/uploads/2012/07/Autismo-Lovaas.pdf

Por fim, diante dessas técnicas apresentadas, fixaremos que todas fazem parte
da base da análise comportamental, e que independente de qual delas utilizar,
deveremos seguir uma estrutura para organizar a terapia estilo passo a passo, isto
é, passos a serem seguidos. Nesse caso, pode-se mencionar Windholz (1995) e sua

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ideia de como deve ser uma estruturação para ser realizada uma intervenção
usando análise comportamental.
Para o autor, deve-se iniciar, em primeiro momento, com a avaliação
comportamental, que identifica as variáveis que controlam determinado
comportamento. Em segundo momento, devem ser determinados os objetivos que
precisam ser alcançados de imediato, como por exemplo, qual comportamento deve-
se instalar ou extinguir para adequar o sujeito aos ambientes sociais.
Em terceiro momento, deve-se determinar qual técnica será utilizada para a
intervenção e qual programa será realizado, considerando o que já sabe e o que
precisa aprender e, por fim, o quarto momento é a própria intervenção em si.

IMPORTANTE:
O que é o ensino por tentativas discretas? – Danielle Piuzana
Além de diversas informações importantes, o artigo disponível no link :
http://abaeautismo.com.br/o-que-e-o-ensino-por-tentativas-discretas-danielle-
piuzana/ acessado em 29 de fevereiro de 2020, oferece uma tabela elaborada por:
Ghezzi, P. M. (2007). Discrete trials teaching. Psychology in the Schools, 44(7), 667-
679.
“Para realizar o DTT, o terapeuta deve ter clareza de qual habilidade deve ser
ensinada, bem como do que é reforçador para aquela criança específica, de modo a
aumentar a probabilidade de que a criança tenha respostas corretas.”
Observe a tabela a seguir e use-a como uma das bases.

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Tabela 4: Guia de procedimento

Fonte: Ghezzi, 2007.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
ROGERS, Sallys J. DAWSON, Geraldine. Intervenção Precoce em Crianças com
Autismo. Lidel; Edição: 1ª. 2014
DE- FARIAS, Ana Karina C.R. FONSECA, Flavia Nunes. NERY, Lorena Bezerra.
Teoria e Formulação de Casos em Análise Comportamental Clínica. Artmed;
Edição: 1, Porto Alegre, 2018.

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CAPÍTULO 3 - ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO E ANÁLISE


FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO

Para comprender a Análise do Comportamento é importante saber que esta é


constituida por análises experiental e funcional, pois, no momento da terapia, a
intervenção é baseada no Behaviorismo Radical e na Análise Experimental do
Comportamento, que tem como conceito complementar a análise funcional.

Como cientista natural, o analista de comportamento é um baconiano


(referência ao filósofo e cientista inglês, Francis Bacon). Trabalha por
observação, classificação e indução (gradual!). Evita generalizações
apressadas e indevidas, evita o dogma, evita explicações metafísicas. É
basicamente um empirista (estuda casos concretos) e um experimentalista
(submete suas explicações a testes e demonstrações com manipulação de
variáveis), só secundariamente, é um "interpretacionista". Privilegia uma
abordagem histórica aos eventos. Acha que uma explicação do
comportamento humano começa com uma explicação do comportamento
animal. O comportamento é governado e modificado por associações
adquiridas por experiência, e mantidas por sua utilidade biológica (por sua
função de sobrevivência e valor adaptativo). (MATTOS, 1999, p. 10)

Na análise comportamental é preciso estudar o comportamento através de


experimentos e testes contínuos para poder verificar: o porquê que determinado
comportamento acontece, quando ele acontece e o que pode ser feito para que o
comportamento seja modificado. Em alguns casos de comportamentos que não
estão instalados, deve ser estudado como pode instalar e qual a técnica deve ser
utilizada.
Precisamos pontuar que no tratamento com uso da análise comportamental é
necessario contar com o apoio de uma equipe multiprofissional. As Diretrizes de
Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo - TEA
(BRASIL, 2014) orientam que a avaliação é feita por uma equipe, afirmando que:

O objetivo da avaliação não é apenas o estabelecimento do diagnóstico por


si só, mas a identificação de potencialidades da pessoa e de sua família.
Isso pode ser alcançado extraindo das equipes o que elas têm de expertise
em seus respectivos campos de atuação, ao mesmo tempo em que cada
área interage com a outra. Considerando-se: (a) que o diagnóstico de TEA
envolve a identificação de “desvios qualitativos” do desenvolvimento
(sobretudo no terreno da interação social e da linguagem); (b) a
necessidade do diagnóstico diferencial; e (c) a identificação de
potencialidades tanto quanto de comprometimentos, é importante que se
possa contar com uma equipe de, no mínimo, psiquiatra e/ou neurologista
e/ou pediatra, psicólogo e fonoaudiólogo. (BRASIL, 2014, p. 39)

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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A interdisciplinaridade das opiniões dos profissionais de diversas áreas do


conhecimento, além de ajudar no diagnóstico, consegue melhorar o processo de
intervenção se trabalhada em conjunto e de forma colaborativa. A troca de
informações entre os profissionais e os debates acerca das interações com o
paciente, facilitará a ação de cada profissional e os levará a conhecê-lo, ajudando a
encontrar mecanismos interventivos.

IMPORTANTE!
No decorrer do tratamento é muito importante que todos os profissionais que
atendam o autista sigam a mesma técnica de intervenção.

É necessário focar também no processo de intervenção precoce para ressaltar


a importância de um diagnóstico precoce. São Paulo (2013) ao desenvolver um
protocolo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) relata os estudos do psicólogo Ole Ivar
Lovaas, pioneiro na terapia ABA, que conseguiu desenvolver a Early Intensive
Behavioral Intervention (EIBI) - Intervenção Comportamental Precoce Intensiva.
A EIBI, segundo São Paulo (2013, p 43) é uma intervenção considerada
complexa e intensiva que aborda:

Redução de comportamentos indesejados;


Estimulação de comportamentos desejados por meio, por exemplo, de
imitação;
Integração dos familiares na intervenção visando futuramente que
participem como coterapeutas;
Preparo para inclusão escolar.

Percebe-se que no tocante à análise comportamental a intervenção precoce


apresenta uma parcela muito importante nos resultados presentes na vida adulta,
principalemnte facilitando sua inclusão na sociedade.

3.1 ANÁLISE EXPERIMENTAL

Ao caminharmos no sentido da palavra experimental, notamos que a mesma,


por sua vez, está totalmente voltada às experiências que podem ser realizadas com

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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o comportamento humano. Nos capítulos anteriores foi possível verificar que Skinner
fazia usos de experimentos para poder estudar e analisar o comportamento e, isso
também é visto atualmente nos estudos realizados com a análise do comportamento
em pessoas autistas.
Nesse caso, a “Análise Experimental do Comportamento se caracteriza,
primordialmente, por empregar os denominados procedimentos operante-livres”
(VELASCO, GARCIA-MIJARES, e TOMANARI, 2010. p. 150). Para entender melhor,
os mesmos autores afirmam que os procedimentos operante-livres são o oposto do
ensino por tentativas discretas (DTT), pois, trata-se de um procedimento totalmente
manipulado pelo terapeuta. Nesse caso, o sujeito fica livre nas ações sem
intervenção do terapeuta. Ou seja, na análise experimental do comportamento não
pode existir interferências e o sujeito precisa reagir de acordo com a sua vontade
para que a experiência seja real.
Na análise experimental existe uma grande relevância na singularidade e na
particularidade do sujeito, ele é visto como um ser único. Velasco, Garcia-Mijares e
Tomanari (2010) afirmam que:

Em Análise Experimental do Comportamento, a questão das diferenças


entre sujeitos não compromete a análise de dados. Ao contrário, cada
sujeito é tratado como um indivíduo particular, distinto de qualquer outro. A
busca pelos determinantes funcionais do comportamento usando
procedimentos operante-livres supõe a singularidade do fenômeno
estudado e, por isso, o uso de delineamentos de sujeito-único. (VELASCO,
GARCIA-MIJARES e TOMANARI, 2010. p. 152)

A caixa de Skinner apresentada no capítulo 1 é um ótimo exemplo para


lembrarmos da análise experimental do comportamento. O teste realizado em um
rato, que foi deixando 24 horas com sede preso em uma caixa, que só tinha uma
barra disponível para que quando ele a apertasse saísse água. Nesse experimento a
resposta esperada seria que o rato apertasse, por conta própria, e descobrisse que
lá existia uma forma de saciar a sua sede, a qual foi alcançada.
Podemos discutir também o experimento de Pavlov, que após expor um
pedaço de carne e tocar em seguida um sino, foi percebido que apenas no toque do
sino, o cão já salivava, mesmo com a ausência da carne.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Nesse experimento foi possível identificar que o estímulo ajuda a produzir uma
resposta nova. Dessa feita, cada pessoa está sujeita a ser condicionada a um novo
comportamento.

3.2 ANÁLISE FUNCIONAL

A análise funcional faz parte do conceito de análise experimental. Nesse caso,


Fornazari (2019) diz que a análise funcional é parte da análise do comportamento,
sendo ela uma metodologia que serve para estudar e explicar os fenômenos
psicológicos. Sendo assim, “fazer uma análise funcional é identificar a função, isto é,
o valor de sobrevivência de um determinado comportamento (MATOS, 1999, p. 11)”.
Para entender melhor o conceito da análise funcional, o mesmo autor diz que:

Uma análise funcional nada mais é do que uma análise das contingências
responsáveis por um comportamento ou por mudanças nesse
comportamento (sejam eles comportamentos problemáticos como quebrar
vidraças ou aceitáveis como estudar para o vestibular). (MATOS, 1999, p.
14)

Em outras palavras, podemos dizer que a análise funcional investiga o que leva
determinado comportamento acontecer para tentar conseguir de alguma forma
modelar o comportamento inadequado ou manter aqueles adequados para o
ambiente.

SAIBA MAIS:
Análise Funcional de Tirinhas – Calvin
De uma forma divertida, o vídeo consegue explicar a análise funcional usando
tirinhas de quadrinhos.
Acesse os links: Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=P3jEdbWfXec
acesso em 29 de fevereiro de 2020
Observação: Perceba a situação antecedente, a resposta e a consequência.

A relação do sujeito com o meio é um foco determinante no processo de


análise, pois, é um processo que avalia o que o ambiente influencia as ações
apresentadas pelo indivíduo, em caso de autistas, um exemplo que pode ajudar a

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esclarecer tal entendimento é: o que leva alguns sujeitos autistas a morder a si


mesmo? Nesse sentido, a análise funcional estudará qual motivo antecede esse
comportamento. Dessa forma, Inocente et al (2019) afirma que:

A análise funcional revela que o comportamento se trata de relações, ou


seja, da interação entre o organismo e o meio em que vive. Assim, o
comportamento emocional é considerado como a relação entre o evento
ambiental externo antecedente, o comportamento operante, a emoção (ou o
comportamento respondente) e o evento ambiental consequente.
(INOCENTE, et al. 2019. p, 29)

Na análise funcional, Souza, Orti e Bolsoni-Silva (2012) afirmam que ela é um


instrumento de trabalho que apresenta duas funções: avaliação e intervenção. Outro
ponto importante é que podemos usar a análise funcional com outras técnicas, os
mesmos autores complementam dizendo que:

Além da análise funcional, outras técnicas complementares podem ser


utilizadas pelo terapeuta analítico-comportamental, de forma que facilite ou
amplie o alcance da análise de contingências, a aprendizagem de
repertórios relevantes e a programação da generalização (SOUZA, ORTI E
BOLSONI-SILVA, 2012, p. 105)

Diante disso, é importante atentar a alguns pontos para realizar análise


funcional, Matos (1999) pontua cincos passos:

1. Definir precisamente o comportamento de interesse. 2. Identificar e


descrever o efeito comportamental. 3. Identificar relações ordenadas entre
variáveis ambientais e o comportamento de interesse. Identificar relações
entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes. 4.
Formular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e
desses outros comportamentos sobre o comportamento de interesse. 5.
Testar essas predições (MATOS, 1999, p. 13).

Esses passos, segundo Lear (2004, c, 5 p. 4) precisam ser planejados para


que consigam colher:
Onde e quando o comportamento ocorre?
Com quem ocorre?
Com que frequência?
E o que acontece antes e depois que o comportamento ocorre?
Essas questões ajudam o terapeuta a refletir e pensar ações com
funcionalidade, seguindo uma linha voltada à análise comportamental, vendo isso,
podem usar as ideias de Matos (1999, p. 16) que após seus estudos pontuou

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perguntas que devem ser realizadas no momento de uma análise funcional, que são
de acordo com a figura 8:
Figura 8: Perguntas básicas.

Fonte: Matos (1999, p. 16).

3.3 DICAS PARA ELABORAR UMA TERAPIA COMPORTAMENTAL ABA

No procedimento terapêutico de uma terapia ABA (Análise do Comportamento


Aplicada), existem dicas e instrumentos que podem nos ajudar na análise
comportamental. Após as leituras da temática abordada, percebemos que as
técnicas são baseadas em modificação de comportamento aos poucos com base em
reforços e punições, que podem fazer determinados comportamentos serem
instalados ou extinguidos.
Em uma pessoa com autismo precisamos considerar suas limitações e as
habilidades que ela já apresenta, para então conseguir fazer um plano de terapia
priorizando àquelas habilidades que em meio ao ambiente e rotina sejam
emergentes para o momento. Sobre as intervenções com pessoas com TEA, o
Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) diz que:

Intervenções analítico-comportamentais podem ajudar, por exemplo, uma


pessoa com transtorno do espectro do autismo a se comunicar melhor, a
produzir consequências de modos mais efetivos e refinados nas relações
sociais que mantém, de modo que se sentirá mais autônoma para fazer
escolhas em sua vida, seja para realizar trabalhos artísticos, engajar-se em
atividades de lazer e estudo, buscar oportunidades no mercado de trabalho
ou fazer qualquer outra coisa que venha a escolher. O profissional deve
trabalhar para que a pessoa com TEA venha a se tornar capaz de escolher
por si própria, com vistas a ampliar seu repertório comunicativo, buscando

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torná-la mais apta a produzir, em sua história, contextos que contribuirão


para a sua autonomia. (BRASIL, 2015, p. 82)

Nesse sentido, o terapeuta deve buscar, com base na análise comportamental,


habilidades que deixe o autista cada vez mais autônomo em relação as suas
atividades diárias, escolares e pessoais. Os órgãos governamentais de saúde já têm
essa preocupação e buscam orientar os profissionais a lidar com as dificuldades e
auxílio dessas pessoas. Nesse caso, é muito importante a inclusão e as equipes
multidiciplinares.

FIQUE ATENTO!
Existem documentos elaborados por secretarias e órgãos públicos que podem nos
ajudar a compreender as técnicas para diagnósticos e tratamentos de pessoas com
autismo.
Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do
Autismo (TEA)
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_
reabilitacao_pessoa_autismo.pdf acesso em 29 de fevereiro
Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do
autismo e suas famílias na rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_
pessoas_transtorno.pdf acesso em 29 de fevereiro
Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico, Tratamento e Encaminhamento
de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-
saude/homepage//protocolo_tea_sp_2014.pdf acesso em 29 de fevereiro.

Além das técnicas que já conhecemos, podemos usar alguns instrumentos que
são essenciais para que toda terapia seja planejada e estabelecida de forma
organizada e registrada. O planejamento deve apresentar algumas etapas, em um
primeiro momento devemos elaborar um currículo, nele serão registradas as
habilidades em foco para iniciar o treino, os reforços que serão usados para reforçar

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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os comportamentos e as punições que podemos usar para extinguir outros. Lear


(2004) afirma:
Um currículo é o plano norteador para ensinar as habilidades e os
conhecimentos que a criança precisa aprender e para a sequência em que
serão apresentados. Um currículo cuidadosamente pensado acompanha a
criança a partir do ponto em que ela está atualmente, constrói as
habilidades de base para aprendizagem e progride através de várias áreas
fundamentais do desenvolvimento. Um currículo é usualmente desenvolvido
ou escolhido depois que uma avaliação inicial tenha indicado em que nível
de habilidade a criança está funcionando atualmente. Esta avaliação é
tipicamente feita por um Psicólogo ou Consultor da Área Comportamental
(LEAR, 2004. c 7. p 1).

Seguindo a mesma linha de pensamento da autora, Lear (2004) ressalta a


importância de mesclar as atividades – trabalho de mesa, brincar, motora ampla,
motora fina, etc.; uma variedade de locações: sala de terapia, casa da família, quarto
de dormir, carro, etc. – considerando as habilidades acadêmicas, de linguagem,
sociais, de cuidados pessoais, motoras e de brincar. A seguir veremos na FIG 9 um
bom exemplo de um currículo, dividido em programas de habilidades:

Figura 9: Exemplo de currículo

Fonte: Lear (2004, p. 10).

Nesse caso, a divisão das categorias apresentadas é iniciada das mais simples
até as mais complexas, sendo habituadas através das técnicas que o terapeuta

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decidir escolher, após os experimentos e observações realizados. Lovaas (2003),


nesse caso, dirá que:

É importante, portanto, que concomitantemente ao ensino destas


habilidades, o professor equilibre o currículo do estudante ao praticar um
certo número de outros programas, tais como Combinação e Ordenação,
Imitação não Verbal, Imitação Verbal, Habilidades de Entretenimento
Iniciais, Artes e Trabalhos Manuais e habilidades de Auto Ajuda. (LOVAAS,
2003, p 261)

Esse equilíbrio é uma peça chave no planejamento, pois, mesclando as


habilidades é possível estimular o desenvolvimento de uma forma generalista. Vale
ressaltar que só passamos para a próxima habilidade, quando a outra já estiver sido
adquirida, e isso vai de acordo com a que apresenta mais prioridade para o
momento e qual é a mais fácil pra o sujeito.

Saiba mais:
ABA CLÁSSICO
Aqui você encontrar um site completo que mostrará conceitos básicos do método
ABA (Analise do Comportamento Aplicada) e apresenta vídeos de intervenções.
Acesse os links: Disponível: https://www.autistologos.com/metodo-aba acesso em 29
de fevereiro de 2020
Observação: Tente assistir todos os vídeos disponíveis no site.

Seguindo a linha do currículo – planejamento – precisamos analisar as tarefas


que podem ser usadas durante o treinamento. “Uma análise de tarefa é
simplesmente o processo de conseguir uma descrição, passo a passo, de todas as
etapas que compõem uma tarefa ou atividade” (LEAR, 2004, c 7, p 6). Nesse caso,
ainda pode-se seguir a linha que é a mais urgente para o momento.
A mesma autora Lear (2004) coloca um exemplo de análise de tarefas que
podemos observar na Figura 10:

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 10: Análise de tarefa.

Fonte: Lear (2004, p. 7).

Na análise de tarefa exposta acima, que representa a atividade de escovar os


dentes, percebe-se que uma única ação foi fragmentada em partes pequenas, que
de alguma forma facilitará a aprendizagem do sujeito. Esse seguimento pode ser
aplicado em qualquer outra atividade. Dessa forma, é importante ressaltar que não
se deve pular nenhuma etapa, por isso, é recomendado que coloque-se em um
papel para que sejam seguidas à risca.

IMPORTANTE!
É preciso conhecer outras técnicas de intervenções para poder entender a eficácia
da terapia ABA. Existe um material de orientação a terapias para o Transtorno de
Espectro Autista pelo Comitê de Saúde Suplementar Curitiba 2018, que mostra a
atuação e técnicas de diversas áreas de conhecimentos.
Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/documents/12836924/0/TRANSTORNO+DO
+ESPECTRO+AUTISTA.pdf/3498b55a-c093-1944-da82-e470524ec973 acesso em
01 de março de 2020

Fazer um resumo do que ocorre nos treinamentos é um ponto fundamental na


terapia, pois, é preciso ter relatórios diários para registrar ações e situações a serem

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analisadas e aperfeiçoadas. O resumo também é uma forma de ter onde recorrer


quando o esquecimento vem à tona.
Para ajudar na generalização, também é preciso colher e anotar as ações do
autista, focando em sua intensidade e frequência durante o dia, uma técnica que
contribui para isso é: a folha de registros ou o livro de registros.
Sobre a folha de registro, Lear (2004) diz que:

Uma vez que você identificou o programa que deseja ensinar, precisará
estabelecer estímulos para o programa. Pode ser uma lista de ações
imitativas (bata palmas, pule, mostre a língua); palavras ecóicas (dá, suco,
mamãe, não); comandos de uma etapa (toque sua orelha, bata palmas, faça
“tchau”); figuras para nomear (irmã, cachorro, carro, Cebolinha). Apesar de
não haver regras para estabelecer quanto ensinar de cada categoria,
geralmente quanto mais iniciante for o aprendiz, menos habilidades devem
ser trabalhadas ao mesmo tempo. Provavelmente será bom começar com
aproximadamente 3 a 5 habilidades por tarefa. (LEAR, 2004, c 7, p 10)

Na perspectiva da mesma autora, segue abaixo um exemplo de folha de


registro na FIG. 11:
Figura 11: Folha de registro

Fonte: Lear (2004, c 7, p 7)

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Nessa técnica é possível perceber que é uma execução para tarefas, no


exemplo da FIG. 11 treino de imitação, percebe-se que as colunas representam o
comando e estímulo que o treinador deve fazer para que o indivíduo repita, se ele
fez ou não, deverá ser registrado de uma forma que seja possível verificar a
quantidade de vezes que ele imitou a ação.
O livro de registro FIG. 12, de acordo com Lovaas (2003, p. 760), serve para
organizar o ambiente para a equipe e a família que acompanha o autista.
Nesse caso, para cada programa deve se ter uma folha, pois, assim é mantida
a organização. As informações registradas no livro precisam ser diretas e breves,
apenas para que seja entendido se o sujeito conseguiu ou não elaborar a atividade.

Figura 12: exemplo de livro de registro

Fonte: Lovaas (2003, p. 760)

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Caso o programa seja de nomeação, por exemplo, e a figura “janela” for


nomeada corretamente, deve ser marcado “C”, caso seja nomeado incorretamente,
deve ser marcado “I”, caso o treinador precisou ajudar (ex. vocalizando “jane.....”)
deve ser marcado “E”. Vale frisar que, a folha de registro pode ser adaptada de uma
forma que ajude o treinador a realizar sua intervenção, podendo também incluir
outros pontos que ele julgar como necessários.
Para a elaboração de um plano, também falaremos de reforços e punições.
Termos esses que já trabalhamos nos capítulos anteriores, mas que abordaremos
aqui de uma forma mais técnica, pois, são expressões que fazem parte de uma
terapia ABA do começo ao fim, em todos os ambientes em que ela é usada.
Silva et. al (2016) pontuam dois tipos de reforçadores: primários
(incondicionados) e secundários (condicionados). Nesse caso, os primários estão
relacionados aos aspectos biológicos: comer, beber, dormir, entre outros
relacionados às necessidades básicas de sobrevivência; já os secundários
dependem muito da história do indivíduo, pode ser um animal de estimação, um
brinquedo, entre outros, que fazem parte do cotidiano. Outro reforço importante para
ser usado nos treinamentos é o reforço social, que pode ser caracterizado com um
afeto ou incentivo, como: “Muito bem!” e “Parabéns!”, entre outros.

SAIBA MAIS:
"Tudo ou quase tudo que você gostaria de saber sobre Análise do Comportamento
(AC)"
O blog apresenta conceitos básicos sobre a análise comportamental
Acesse o link: Disponível: http://wwwfabishimabukuro.blogspot.com/2011/03/
principios-da-análise-do-comportamento_24.html acesso em 29 de fevereiro de 2020

NDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
GRANDIN, Temple. O cérebro autista: Pensando através do espectro. Record;
Edição: 1. 2015
WINDHOLZ, Margarida H. Passo a Passo, Seu Caminho. Guia Curricular Para o
Ensino de Habilidades Básicas. Edicon; Edição: 2ª. 2016

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizamos a unidade ressaltando a importância da Análise Comportamental


em todos os contextos em que o autista está inserido. Nesse caso, o Behaviorismo
apresenta uma grande contribuição na história da terapia comportamental, sendo
presente até os dias atuais. A terapia ABA traz os traços do behaviorismo radical,
em que a ênfase é baseada no comportamento condicionado, utilizando modelagem
e o ensino por tentativas discretas como ferramentas para intervenção, além de
alguns instrumentos como: folha de registro e análise de tarefas.
Diante da temática e das discussões levantadas, é interessante que você
pesquise em outras fontes e consiga obter mais informações sobre o assunto. Os
links e os arquivos disponibilizados no corpo textual também ajudarão você a
aprender mais, da parte teórica até a parte da intervenção ABA.
Por fim, tenha a análise comportamental como uma filosofia que contribui com
a ciência do comportamento, que busca entendê-lo e estudá-lo de forma que ajude a
inibir comportamentos considerados inadequados e incluir aqueles que podem
ajudar a vida humana de alguma forma.

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