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Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Instituto de Ciências Exatas


Depto. de Química

QUI 154 – Química Analítica V


Análise Instrumental

Aula 5 – Métodos de Separação


Parte 1

Julio C. J. Silva

Juiz de Fora, 2018


Métodos de Separação
Introdução

• Técnicas analíticas  um número pequeno apresenta


seletividade para uma única espécie química

• Concomitantes  espécies diversas presentes na


matriz

• Interferentes  espécies que afetam o sinal analítico

• Separações  estratégia empregada para isolar a


espécie de interesse

• Estratégias usadas para reduzir interferências


(efeitos de matriz)  modificação de matriz, o
mascaramento e a diluição
Métodos de Separação
Métodos de Separação
O processo de Separação
Separações Cromatográficas
• Método amplo  permite a separação, a identificação e a
determinação de componentes químicos em amostras complexas

• Cromatografia  técnica na qual os componentes de uma mistura


são separados com base nas diferenças de velocidade nas quais
são transportados através de uma fase estacionária fixo por uma
fase móvel (liquido ou gás)

• Soluto (amostra/mistura de componentes)

• Fase estacionária (FE)  fase retida em uma coluna ou


superfície plana

• Fase móvel (FM)  fase que se movimento através da FE


transportando o soluto.

• FM  gás, líquido, etc.


Introdução

M. TSWEET (1903): Separação de misturas de pigmentos


vegetais em colunas recheadas com adsorventes sólidos e
solventes variados.

éter de
petróleo
mistura de
pigmentos

CaCO3
pigmentos
separados

Cromatografia =
kroma [cor] + graph [escrever]
(grego)
Introdução
Separação de misturas por interação diferencial dos seus
componentes entre uma FASE ESTACIONÁRIA (líquido ou sólido) e
uma FASE MÓVEL (líquido ou gás)
Métodos de Separação

Eluição em Cromatografia
• Eluição  processo de lavagem dos
solutos pela FM

• Eluente  FM

• Eluato  FM que deixa a coluna


CROMATOGRAFIA
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS PELAS FORMAS FÍSICAS

Critério de CROMATOGRAFIA
Classificação

Técnica Planar Coluna

Fase Móvel Líquido Gás Fluido Líquido


Supercrítico

Fase
Estacionária Líquido Sólido Fase Líquido Sólido Fase Sólido Fase Líquido Sólido Fase
Ligada Ligada Ligada Ligada

Tipo de
Cromatografia CP CCD CCD CGL CGS CGFL CCS CSFL CLL CLS CE CLFL CTI CB
Cromatografia de partição

Cromatografia por adsorção

Cromatografia de exclusão molecular

Cromatografia de troca iônica

Cromatografia por afinidade


Cromatograma ideal
Cromatograma: gráfico de resposta do detector em função do tempo de eluição

Picos separados
Picos simétricos
O parâmetro diretamente mensurável de retenção de um analito é o
TEMPO DE RETENÇÃO AJUSTADO, tR’:

tR
tR’ = tR - tM tR = Tempo de Retenção (tempo
decorrido entre a injeção e o
ápice do pico cromatográfico);
SINAL

tM = Tempo de Retenção do
Composto Não-Retido (tempo
mínimo para um composto que
tM não interaja com a FE atravesse
a coluna);

tR’ = Tempo de Retenção


TEMPO Ajustado (tempo médio que as
moléculas do analito passam
sorvidas na FE)
Cromatograma:
• Tempo de retenção ajustada (t´r ) = tr – tm

• Retenção relativa () = (t´r(2))/(t´r(1)) 

• t´r2  t´r2    1

• Fator de capacidade (K´) = (tr – tm)/tm (fator de retenção)

• K´ = (t do soluto na FE)/(t do soluto na FM)

• K´ = (n na FE)/(n do soluto na FM)

• K´ = (Ce.Ve)/(Cm.Vm)

• K = Ce/Cm (coeficiente de partição)

• K´ = K(Ve/Vm) = (tr – tm)/tm

• Retenção relativa () = (t´r(2))/(t´r(1)) = (K´2)/(K´1) = (K2)/K1)


Eficiência de separação
– Fatores que afetam a separação
1) Diferença entre os tempos de eluição entre picos
2) Alargamento dos picos

– Resolução (Rs) 
Eficiência

Cromatogramas ilustrando a relação entre resolução, seletividade e eficiência


a) má resolução b) boa resolução c) boa resolução
má seletividade boa seletividade boa seletividade
má eficiência má eficiência boa eficiência
• Exemplo: Um pico com tempo de 407s tem uma
largura de base de 13s. Um pico vizinho é eluído a
424s com uma largura de 16s. Qual a resolução
desse cromatograma ?
• Rs = 1,17
Eficiência de separação
– Fatores que afetam a separação

2) Alargamento dos picos

– Difusão (D): O coeficiente de difusão mede a velocidade na qual


uma substancia se move aleatoriamente de uma região mais
concentrada para uma menos concentrada

– Uma das principais causas de alargamento dos picos cromatográficos


Eficiência de separação
– Fatores que afetam a separação

2) Alargamento dos picos

Alargamento de uma banda de um soluto, inicialmente estreita, à medida que


ele se move através de uma coluna cromatográfica
Eficiência de separação
– Dados para o calculo de número de pratos (N) e altura de prato (H)
Eficiência:
• Número de pratos teóricos (N)
– Cada “N”  uma etapa de equilíbrio entre FE e FM
– Quanto  N   Eficiência = maior separação (picos mais estreitos)
– Quanto  N   Eficiência = menor separação (picos mais largos)

• Equação de “N”:

• N = 16 (dr/Wb)2

• N = 5,54 (dr/Wh)2

– N = numero de pratos teóricos


– dr=distancia de retenção (tempo de retenção)
– Wb = largura do pico na linha de base
– Wh = Largura a meia altura

• Altura equivalente a um prato teórico (H)


– Comparação entre colunas de comprimentos diferentes

• Equação de “H”:

• H = L/N
• L = comprimento da coluna
Eficiência:
– Fatores que afetam a resolução (N x Rs):

– Quanto maior for a resolução maior será a separação entre


dois picos

– Rs = Resolução

–  = retenção relativa

– N = número de pratos

– KB = K´= fator de capacidade ou fator de retenção


Equação da altura de prato (H)
Análise Qualitativa

a) Comparação do tR com o do composto padrão


* Identifica de forma aproximada, pois 2 componentes
podem apresentar mesmo tR
* Confirmar o resultado: outra técnica ou testar colunas diferentes

b) Adição de padrão
Adicionar o composto que se imagina presente
- aumenta na altura do pico  confirma
- aumento na largura do pico  não é o composto

c) Índice de Kovats (comparar c/ literatura)


Análise Quantitativa
Avaliar: análise qualitativa, exatidão e precisão
Causas de erro: perdas mecânicas, amostra volátil, contaminação

Integração dos picos

a) Altura do pico b) Área do pico c) Área na meia altura


A = a x wb / 2 A = a x wh

Outros tipos: peso do pico ; integradores eletrônicos


Cálculo da concentração

a) Normalização: compara a área com a % da composição da mistura

%A = (área A / área total) x 100

b) Calibração externa: curva de calibração:


A x C

c) Padronização interna:
adição de quantidade conhecida de um padrão na amostra
Ax /API x C

d) Adição de padrão

Aplicação Analítica
Áreas: ambiental; farmacêutica; alimentícia; petroquímica,
medicina, pesquisa, ...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Silva, L.L.R. Notas de Aula. FACET, UFVJM, 2008.


- Juliano, V. F. Notas de Aula. Depto de Química. UFMG. 2010
- Faria, L.C. Notas de Aula. Instituto de Química. UFG. 1995
-D. A. SKOOG, F. J. HOLLER e T. A. NIEMAN – Princípios de Análise
Instrumental, 5a ed., Saunders, 2002.
- A. I. VOGEL - Análise Analítica Quantitativa, LTC, 6ª ed., Rio de Janeiro.

- Galen W. Ewing. Métodos Instrumentais de Análise Química (Volume 1).


Editora Edgard Blücher/Ed. da Universida
- Cadore, S. Notas de Aula. IQ, UNICAMP, 2004.
- SKOOG, D. A; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A., Princípios de Análise
Instrumental, 5ª edição, Editora Bookman, 2006.
- COLLINS, H. C.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S., Fundamentos de Cromatografia,
Editora Unicamp, 2006.

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