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Parâmetros cromatográficos
Tempo de retenção
O tempo de retenção (tR) é o tempo gasto por um componente desde a sua
injeção até a sua detecção na saída do sistema. O tempo de retenção engloba todo o
tempo que um componente fica no sistema cromatográfico, seja diluído na fase móvel,
seja retido na fase estacionária. A Figura 3 ilustra um cromatograma típico. O tempo
indicado no primeiro sinal do cromatograma indica o tempo gasto pelas moléculas da
fase móvel para atravessar a coluna e atingir o detector. Esse tempo é chamado de
tempo morto (tM), e normalmente é determinado por algum composto ou impureza
presente na mistura em análise que não é retido pela fase estacionária. Para a
determinação dos tempos de retenção corrigidos (t’R) é necessário conhecer o tempo
morto, uma vez que a correção é feita simplesmente descontando o seu valor do valor
do tempo de retenção (MEYER, 2010).
onde,
k= fator de capacidade
tR = tempo de retenção
tM = tempo morto
Coeficiente de separação ou seletividade
O coeficiente de separação (a) é calculado pela razão entre os fatores de
capacidade (k’) de dois compostos que resultem em picos adjacentes no cromatograma
(MILLER, 2005). Por definição a seletividade é sempre maior que 1, e pode ser
calculada pela equação abaixo:
onde,
a = fator de capacidade
k’B = fator de capacidade do composto B
k’A = fator de capacidade do composto A
trB = tempo de retenção do composto B
trA = tempo de retenção do composto A
tm = tempo morto
Eficiência
Para estimar a eficiência de uma coluna cromatográfica podemos usar dois
termos que estão relacionados entre si: o número de pratos teóricos (N) e a altura
equivalente a um prato teórico (H ou HETP), que se relacionam pela equação a seguir:
onde,
L = o comprimento da coluna cromatográfica
A altura equivalente de um prato teórico é utilizada para comparar a eficiência
entre colunas de diferentes comprimentos. Quanto menor a altura do prato teórico,
maior será a eficiência da coluna (MEYER, 2010).
Resolução
Para determinar a resolução entre duas bandas, consideram-se as larguras das
bandas assim como seus respectivos tempos de retenção, de acordo com a equação a
seguir:
onde,
A = difusão por turbilhonamento (difusão de eddy)
B = difusão longitudinal
C = desequilíbrio local ou resistência à transferência de massa
A equação de Van Deemter é a equação fundamental para a descrição da
performance de uma coluna, e mostra a relação da altura equivalente de um prato
teórico, com a velocidade da fase móvel, u.
A difusão por turbilhonamento (A) é consequência dos diversos caminhos que
as moléculas da amostra podem percorrer através da coluna. A difusão de três
moléculas são mostradas na figura 4. Todas as três começam na mesma posição inicial,
mas elas tendem a seguir caminhos diferentes ao longo da coluna empacotada. Devido
ao fluxo constante da fase móvel, as três moléculas chegam com tempos diferentes e
consequentemente se separando. A molécula que pegou o caminho direto (molécula 3)
termina na parte da frente da banda, por exemplo. Esse termo da equação pode ser
minimizado usando-se colunas de tamanho reduzido, com diâmetros internos
menores, com enchimentos eficientes e partículas uniformes.
Detectores de HPLC
O detector cromatográfico é um dispositivo conectado logo após a coluna
cromatográfica que quando em contato com os analitos presentes no eluente, emite
sinais elétricos que são registrados na forma de picos. Através deste registro, podem-
se obter dados qualitativos e quantitativos sobre os analitos presentes na amostra.
Existem vários tipos de detectores, sendo que a escolha dependerá fortemente
das características químicas ou físicas das espécies a se detectar. Os detectores de
HPLC devem possuir várias características, entre elas:
Alta sensibilidade, seletividade, linearidade (correspondente a aumento da
concentração do analito), pouco sensível às variações de temperatura e fluxo, preciso e
com reprodutibilidade. Assim, o detector ideal é aquele adequado ao seu sistema
cromatográfico, a fase móvel (eluente) utilizada e principalmente as propriedades dos
analitos alvos presentes na análise.
O primeiro detector considerado na cromatografia líquida foi o olho humano,
que através dos experimentos clássicos utilizando uma coluna de vidro, permitiu-se
separar os compostos de colorações diferentes. Os primeiros detectores comerciais
utilizados em um sistema de HPLC foram os detectores de índice de refração e de
condutividade, entretanto, com a introdução do detector de UV em técnicas de HPLC,
ampliaram-se as possibilidades de uso da cromatografia líquida na química analítica.
Detectores de UV-visível
São os detectores mais utilizados em HPLC, pois apresentam o mais baixo custo,
aceitam o uso de gradiente e geralmente não são afetados por pequenas mudanças de
fluxo e temperatura. Ele consiste em um fotômetro que mede a absorção de luz dos
compostos, em certo comprimento de onda, compreendido entre as regiões visível e
ultravioleta.
O princípio da detecção por UV-vis pode ser definido através da concentração
do analito relacionada à fração da luz transmitida pela célula do detector pela lei de
Beer-Lambert, onde:
A = Log (I0 / I ) = b.c. ε
Onde:
A – Absorbância ;
I0 – Intensidade da incidência de luz;
ε – Absortividade molar da substância;
b -Comprimento do percurso da célula do detector (cm) ;
c- Concentração da amostra em mols/L.
A absorvidade molar para um grande número de compostos pode ser
encontrado na literatura. A absorbância geralmente é proporcional à concentração da
amostra.
A configuração de um detector de UV-vis de comprimento de onda fixo pode ser
representada pela seguinte figura 1:
Anel aromático
Detector condutimétrico
Espectrômetro de massas
Além dos detectores citados, há muitos outros detectores para HPLC com
diversas aplicações, específicos ou não, entre eles:
– Detectores de radiotividade;
– Detectores de quimioluminescência de nitrogênio;
– Detectores quirais;
– Detectores de espalhamento de luz (light-scattering).