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Professor Mateus Gomes Rangel

OTIB: 231
miss.mateusgr@hotmail.com
www.institutokoinonia.com.br

Bem-vindo ao ITK (INSTITUTO TEOLÓGICO


KOINONIA)
SOBRE A INSTITUIÇÃO

QUEM SOMOS

INSTITUTO TEOLÓGICO KOINONIA – ITK


CNPJ: 27.601.679/0001-20
Rua José Gomes Teixeira, 54, CEP: 28.200-000, Centro – São João da Barra-RJ.
Tel: (22) 3025-7665/ 9.9924-2393.
www.institutokoinonia.com.br

O ITK – É uma instituição de ensino interdenominacional que desempenha um


trabalho diferenciado no que diz respeito à qualidade de ensino e métodos de
aprendizagem eficazes e inovadores entre as escolas de educação Teológica no Brasil.
Com amparo dos § 8º e 9º, do art. 5º,art 205º art., 206 e § 1º do art, 210 da constituição
Federativa do Brasil, e de autorregulamentação autorizada pelo Decreto-Lei nº
94775/97 (Ensino Religioso) e Pareceres 241/99 (D.O.U 05/07/1999) E 063/04 (D.O.U
01/04/2004) do conselho Nacional de Educação.

Procuramos utilizar a Teologia de direção apologética e linguística para


promover a esperança na Salvação, na existência de Deus, a Inerrância bíblica, e a
aplicação dos conhecimentos teológicos em todas as áreas do conhecimento humano, a
propagar a ciência da Teologia e divulgação de uma fé inteligente num Deus invisível e
real. Nosso desejo é formar pessoas que tenham competência teológica para responder
as questões conflitantes dos textos sagrados.

Que conheçam com propriedade este livro que temos como regra de fé e prática,
e enfim sejam capazes de transmitir com clareza a salvação em Cristo Jesus e diluir as
heresias que conduzem o povo ao erro e a confusão (1 Tm 4:1-5). Promovendo a
Edificação e Crescimento espiritual e humano.

MISSÃO

O Instituto Teológico Koinonia tem a missão primordial de auxiliar no


aperfeiçoamento de todos que de algum modo estão envolvidos na propagação do
Evangelho de Jesus Cristo. De acordo com Efésios 4;12 e 1 Pedro 3:15, preparando e
capacitando para o exercício pleno das funções ministeriais. Nossa missão visa
contemplar o discente formado e devidamente capacitado exercendo com qualidade,
compromisso e seriedade a sua vocação ministerial.

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VISÃO

Nossa visão objetiva formar pessoas capazes de ministrar uma palavra


consciente baseada nas sagradas escrituras, aconselharem, servirem, evangelizarem,
viverem em conformidade com os parâmetros da Palavra de Deus. E, sobretudo,
exercerem a vocação ministerial ou acadêmica com qualidade e propriedade, gerando
assim resultados genuínos e reais. Assim como os apóstolos, pais da igreja,
reformadores e grandes homens de Deus que sabiam o poder do Deus que serviam
porque compreendiam a força de uma Teologia puramente bíblica e profunda nas mais
variadas ciências. Contamos hoje com pessoas altamente qualificadas para exercer
funções junto ao corpo docente, para melhor servir os irmãos (a). Nossos profissionais
em sua maioria são Pastores de Igreja, formados e com uma experiência na vida
acadêmica e experiente nos cuidados do Corpo de Cristo, para que possamos unir a
Teoria a Práxis (Prática), e levar a todos os irmãos (a) um ensino teológico digno de ser
chamado teológico.

VALORES

1.Respeito à fé e aos princípios cristãos independente da corrente teológica adotada pela


Igreja e/ou comunidade - para assim vivenciar e difundir os valores e a ética das
Escrituras Sagradas; evidenciadas pelo Senhor Jesus.

2.Respeito às variadas formas de crenças e observar a vida - Crer ou não crer na


existência de um Deus Invisível e Real é uma opção do ser humano livre. Ensinamos
uma teologia bíblica com ênfase em apologética e linguística, e respeitamos qualquer
discente que creia de maneira mais liberal ou não creia.

3.Formação de uma Consciência crítica e autocrítica – Como seres racionais, crescemos


com as críticas e amadurecemos com as divergências. Por isso o ITK estimula o
pensamento crítico e a autocrítica, sobretudo.

4.Qualidade no Ensino – Estamos sempre procurando nos capacitar para assim poder
atualizar os manuais de estudo e fornecer um ensino altamente qualificado.

5.Qualidade nos Métodos Pedagógicos – Sendo a Teologia a mãe de todas as ciências,


aquela que objetiva investigar a revelação do Próprio Deus; providenciamos métodos
pedagógicos que facilitam o aprendizado do discente. Métodos inovadores e tão eficazes
que chegam a surpreender os privilegiados alunos que estudam no ITK.

6.Priorização das pessoas em detrimento das coisas com foco no ser humano e sua
qualidade de vida, preocupando-se permanentemente com o benefício de todos que
fazem parte da comunidade acadêmica.

7.Desenvolvimento com sustentabilidade econômico-financeira visando uma qualidade


e produtividade acima da média – Os custos dos cursos oferecidos pelo ITK são bem
divididos entre os profissionais da instituição, desta maneira estamos devidamente
habilitados a fornecer com qualidade todas as demandas prometidas e serviços ligados
aos cursos contratados.

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8.Ética, transparência e integridade em todos os atos.

9.Compartilhamento da mensagem de fé e salvação em Cristo, conforme os evangelhos.

10.Trabalho e Formação – O ITK têm projetos de Abertura de Núcleo. Projeto este que
proporciona uma ocupação remunerada e digna a lideres que desejam trabalhar com a
Teologia e Formar Pessoas.

SOBRE O RECONHECIMENTO DO MEC

AMPARO AOS CURSOS DE TEOLOGIA PELO MEC :

AMPARO LEGAL :

Nossos cursos são cursos livres que tem o respaldo nos pareceres: 1º) 241 de
15/03/99 que trata dos Cursos Superiores de Teologia 2º) 296 de 10/08/99 que
regulamenta o aproveitamento de estudos realizados em Seminários Maiores
(Faculdades de Teologia) em cursos de licenciatura.

O parecer do Conselho pleno de nº 97 de 06/04/99 que trata da Formação de


Professores para o Ensino Religioso nas Escolas Públicas de ensino fundamental. No
dia 15/03/99 o Conselho Nacional de Educação, aprovou o parecer nº 241/99 que abre
jurisprudência para o reconhecimento dos cursos de Teologia.

O Decreto Lei 1051/69 art. 1º valoriza a validação dos estudos “aos portadores
de diplomas de cursos realizados em Seminários Maiores, Faculdades Teológicas ou
Instituições equivalentes de qualquer confissão religiosa. O Decreto Lei nº 9394 de
20/12/96 art. 50 (LBD) diz: “As instituições de Educação Superior, quando da
ocorrência de vagas, abrirão matrículas nas disciplinas de seus cursos a alunos não
regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo
prévio.” A Regulamentação do Ensino à Distância está amparada pelo Decreto nº 5.622
de20/12/05 que regulamenta o Art. 80 da LBD (Lei 9394/96). Art. 1º - Educação à
Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com mediação de
recursos didáticos sistematicamente organizados, representados em diferentes suportes
de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos
meios de comunicação.

Todos os cursos oferecidos pelo ITK – são reconhecidos/autorizados


pelo MEC, em conformidade ao art. 33 da LBD nº 9394/96, de 20 de Dezembro de
1996, como 'Cursos Livres de Teologia e Afins”. Chancelados pelos pareceres do
Conselho Nacional da Educação nº241/99, de 15 de Março de 1999 e nº 765/99, de 10
de Agosto de 1999, e ainda pelo Parecer nº 063/04 (D.O.U de 01/04.2004), do Conselho
Nacional de Educação, todos amparados pelo art. 210 §1º, da Constituição Federativa
do Brasil, Todos os Cursos do ITK – são de Caráter Livre, portanto de acordo com o art.
42 da lei nº 0.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). E Lei n°
11.741/08, não necessita de autorização dos órgãos governamentais.

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Diretor Geral

O Diretor Geral Mateus Gomes Rangel é Bacharel em Teologia pela UFPE, e


Psicopedagogo pela FATUN. Professor de Hebraico Bíblico e Cultura Judaica, tendo
cursado no Ministério Ensinando de Sião; é também Professor de Grego Bíblico tendo
cursado na FATIN, possui diversos cursos de Teologia no seguimento de Teologia
Sistemática. É escritor e conteudista de todo material que rege os cursos do ITK.
Membro Efetivo da Ordem Federal de Teólogos do Brasil (OTIB: 231). Pesquisador e
especialista no seguimento de Exegese Bíblica vêm também se especializando no
seguimento de Manuscritologia e graduando em Letras pela UFF.

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Sumário
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL ............................................................................................... 7
MORFOLOGIA ............................................................................................................................ 7
1 SUBSTANTIVO ................................................................................................................... 7
2 PREPOSIÇÕES ..................................................................................................................... 8
3 ADJETIVOS ......................................................................................................................... 9
4 ARTIGO .............................................................................................................................. 10
5 NUMERAL ......................................................................................................................... 11
6 PRONOMES ....................................................................................................................... 12
7 ADVÉRBIO ........................................................................................................................ 12
8 LOCUÇÃO ADVERBIAL ................................................................................................. 13
9 CONJUNÇÕES ................................................................................................................... 13
10 VERBOS ......................................................................................................................... 14
11 FIGURAS DE LINGUAGEM ........................................................................................ 17
HERMENÊUTICA ..................................................................................................................... 25
1 CONCEITO......................................................................................................................... 25
2 DEFINIÇÃO DAS REGRAS.............................................................................................. 25
3 TIPOS DE TEXTO ............................................................................................................. 25
4 REDAÇÃO ......................................................................................................................... 27
5 CONTEXTO ....................................................................................................................... 29
6 O ESPÍRITO SANTO E A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA ............................................... 29
7 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO ..................................................................................... 30
8 AS PRINCIPAIS LEIS DA HERMENÊUTICA ................................................................ 31
9 EXEGESE PRÁTICA ......................................................................................................... 32
10 CONCLUSÃO: ............................................................................................................... 39
11 TRABALHO DE HERMÊUTICA (Trabalho Modelo) .................................................. 40

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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
MORFOLOGIA1

Morfologia é o estudo da estrutura das classificações das palavras, ou seja da


formação delas, quais seus componentes e tipos. A morfologia estuda as palavras de maneira
separada e não a inclusão das mesmas em uma frase ou período. Ela é dividida em dez classes
que recebem o nome de classe de palavras ou classes gramaticais. As Classes são:
Substantivo, Adjetivo, Artigo, Numeral, Pronome, Advérbio, Locução Adverbial, Conjunção
e Verbo

1 SUBSTANTIVO2

Dá o nome ao objeto assumindo um gênero e número. O substantivo é o que dá nome


aos seres, a fenômenos da natureza, a objetos, sentimentos, qualidades e ações. O substantivo
pode ser classificado em:
1.1 Próprio: um só ser da mesma espécie.
Ex. Brasil.
1.2 Comum: Nomeia todos os seres da mesma espécie.
Ex. homem.
1.3 Concreto: Representa seres de existência real.
Ex. terra.
1.4 Abstrato: Estados, qualidades, sentimentos e ações, derivados de um conceito original.
Ex. bondade
1.5 Primitivo: Não deriva de outra palavra.
Ex. casa.

1
http://www.okconcursos.com.br/apostilas/apostila-gratis/135-portugues-para-concursos/478-
morfologia#.VVuMR_CNq1t. Acessado dia 01/03/2018, às 17:36 horas. Este material de morfologia foi
retirado desta fonte e adaptado.
2
Fonte: http://gramaticanabiblia.blogspot.com.br/2011/02/classificacoes-dos-substantivos.html. Acessado
no dia 0103/2018, às 17:02 horas. Todo este material foi retirado desta fonte, cuja autoria pertence a
Eduardo Cajueiro, professor de Língua Portuguesa na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em
Guaratinguetá, SP, desde 1996. Para um aprofundamento maior adquiram o livro: “"Português aplicado à
Bíblia - Transformando Análise Sintática em Análise Simpática".

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1.6 Coletivo: Representa um conjunto de seres.


Ex. cardume.
1.7 Derivado: Criado a partir de outra palavra.
Ex. livreiro.
1.8 Simples: Formado por um só elemento.
Ex. chuva.
1.9 Composto: Formado por mais de um elemento.
Ex. couve-flor

2 PREPOSIÇÕES

Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si; é invariável; e estabelece
relação de vários sentidos entre as palavras que liga.3
Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são
consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As
preposições podem introduzir:

• Complementos verbais: Obedeço “aos meus pais”.


• Complementos nominais: continuo obediente “aos meus pais”.
• Locuções adjetivas: É uma pessoa “de caráter”.
• Locuções adverbiais: Naquele momento agi “com cuidado”.
• Orações reduzidas: “Ao chegar”, foi abordado por dois ladrões.

As preposições podem ser de dois tipos:

1. Preposição essencial: sempre funciona como preposição.


Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...
2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções
morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

2.1 Locução prepositiva: Chamamos de locução prepositiva o conjunto de duas ou mais


palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma
preposição.
Ex: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito
de...

3
Marina Cabral, disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/preposicao.htm. Acessado dia
02/03/2018 às 18:09 horas.

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As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.


Ex: do (de + artigo o)/ no (em + artigo o)/ daqui (de + advérbio aqui)/ daquele (de + o
pronome demonstrativo aquele).
2.2 Emprego das preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.

Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento)


Estive com José (relação de companhia)
A criança arrebentava de felicidade (relação de causa)
O carro de Paulo é novo (relação de posse)

- as preposições podem vir unidas a outras palavras.


Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de
elemento fonético.
Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.

Contração Combinação
Do (de + o) Ao (a +o)
Dum (de + um) Aos (a + os)
Desta (de + esta) Aonde (a + onde)
No (em + o)
Neste (em + este)

- a preposição a pode se fundir com outro a. Essa fusão é indicada pelo acento grave ( `) e
recebe o nome de crase.
Ex.: Vou à escola (a+a)

3 ADJETIVOS

O adjetivo é uma palavra que expressa uma qualidade e sempre está acompanhado do
substantivo. Ele exerce função sintática trabalhando como adjunto adnominal ou como
predicativo. O adjetivo funciona como um modificador do substantivo e poderá ser adjunto
adnominal (nome) ou predicativo (do sujeiro/do objeto).
3.1 Adjetivo Uniforme: Uma palavra para dois gêneros.
Ex. feliz
3.2 Adjetivo Biforme: Uma palavra para cada gênero.
Ex. esperto(a) Os adjetivos podem ser classificados da seguinte forma:
3.3 Primitivo: Não se deriva de outra palavra.

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Ex. magro;
3.4 Derivado: Deriva de outras palavras.
Ex. bondoso;
3.5 Simples: Formado por um só elemento.
Ex. escuro;
3.6 Composto: Formado por mais de um elemento.
Ex. azul-claro;
3.7 Restritivo: Particulariza dentro de um conjunto.
Ex. homens brasileiros;
3.8 Explicativos: Não particulariza no conjunto.
Ex. leite branco;
3.9 Pátria: Designa nacionalidade.
Ex. britânico.

4 ARTIGO

Palavra que precedida de um substantivo pode ser classificada em definida e


indefinida. Ele também classifica número, tempo e gênero.

4.1 Definido: Individualiza um elemento e determina o substantivo de forma precisa.


Ex. o, a, os, as
4.2 Indefinido: Qualquer elemento num conjunto, ou seja, não há uma precisão sobre o
gênero ou número do substantivo.
Ex.: um, uns, uma, umas.
4.3 Observações:
• Antes de numeral expressam cálculos aproximados.
Ex. uns dezesseis anos;
• A ausência de artigo antes do substantivo serve para generaliza-lo.
Ex.: Tempo é dinheiro. Pimenta é bom;
• Funciona para intensificador do substantivo. Ex. Estava com uma raiva danada;
• Omite-se artigo definido antes de nomes de parentes precedido de possessivo, nas formas de
tratamento, depois de cujo (e flexões), diante da palavra CASA e TERRA;
• Antes de nome próprio personativo tem cotação familiar;

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• Facultativo antes de pronome adjetivo possessivo e obrigatório antes de pronome


substantivo possessivo;
• Associa-se a preposições A, DE, EM, POR formando combinações (sem perda de fonemas)
e contrações (com perda de fonemas);
• A preposição não se combina com o artigo quando o substantivo que esse artigo acompanha
funciona como sujeito da frase.
Ex. É tempo de o Brasil melhorar;
• Todo com artigo = totalidade. Todo sem artigo = qualquer.

5 NUMERAL

Palavra relacionada ao substantivo que caracteriza um número e pode ser classificado


em cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.
5.1 Cardinal: Indica quantidade. Ex. cinco

5.2 Ordinal: Indica posição. Ex. segundo

5.3 Multiplicativo: Indica quantas vezes. Ex. triplo

5.4 Fracionário: Indica parte. Ex. dois terços.

5.4.1 Numeral Adjetivo: acompanha o substantivo. Ex. dois carros

5.4.2 Numeral Substantivo: substitui o substantivo. Ex. os dois bateram

• Em legislação usa-se ordinais até o décimo e cardinais do 11 em diante.

5.5 Variação de Número

• Cardinais: terminados por fonemas vocálicos e –ão 2.


• ordinais e multiplicativos: variam 3.
• fracionários: concordam com o cardinal
• São numerais: zero, ambos, par
• Milhares é masculino
• Coletivos: dezena, décadas, dúzia, centena, milênio etc.

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6 PRONOMES

Classe de palavra que acompanha um substantivo e representa as três pessoas no


discurso e também exerce um parâmetro de espaço e tempo.

6.1 Pessoais: eu, tu, ele, nós, vós, me, te, nosso, mim;

6.2 Demonstrativos: este, aquele, esta, aquele, isto;

6.3 Possessivos: meu, teu, seu, dele, nosso, vosso, deles;

6.4 Indefinidos: algum, vários, muitos, tudo, cada, mais;

6.5 Relativos: quem, que, qual, quando;

6.6 Interrogativos: quem, quantos, que;

6.7 De tratamento: Vossa Alteza, Vossa Excelência;

6.8 Pronomes Adjetivos: acompanha o substantivo. Ex. Meu carro quebrou.

6.9 Pronomes Substantivos: substitui o substantivo. Ex. Ela era a mais tímida da sala.

7 ADVÉRBIO

O advérbio é invariável e modifica ou acompanha um verbo, um adjetivo ou a si


mesmo. Veja mais sobre a classificação dos advérbios:

7.1 De tempo: ontem, já, agora, afinal, tarde, breve, nisto, então.

7.2 De lugar: aqui, lá, fora, acima, longe, onde, detrás, além.

7.3 De modo: bem, mal, depressa, assim, melhor, como, aliás, -mente.

7.4 De intensidade: muito, pouco, tão, menos, demasiado, tanto, meio.

7.5 De dúvida: talvez, acaso, provavelmente, certo, decerto, quiçá.

7.6 De afirmação: sim, certamente, realmente, deveras, efetivamente.

7.7 De negação: não, tampouco.

7.8 De interrogação de lugar: onde, aonde, donde?

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7.9 De interrogação de tempo: quando?

7.10 De interrogação de modo: como?

7.11 De interrogação de causa: por que?

8 LOCUÇÃO ADVERBIAL

- Conjunto de palavras com mesmo valor de advérbio. Iniciam por preposição.


Ex. por trás, de cor, às vezes, de perto, por fora, sem dúvida, às pressas, em breve.
- Os advérbios terminados em –mente derivam-se do adjetivo feminino.
Ex. friamente, imediatamente, Exceção: adjetivo terminado em – es: francesmente;
- Antes de particípios não se usa forma de superioridade sintética (melhor, pior) mas sim
analítica (mas bem, mais mal).
Ex. Elas estavam mais bem preparadas.
- Para vários advérbios terminados em – mente usa-se apenas o último. Ex. Ela está calma,
tranquila e sossegadamente conversando.

9 CONJUNÇÕES

É uma palavra invariável que une duas orações ou termos parecidos.

9.1 Conjunções Coordenativas


Ligam orações ou termos semelhantes da mesma oração. Divide-se em :
9.1.1 Aditivas: “e” –
Ex. Comprei pão e leite.
9.1.2 Adversativas: “mas” –
Ex. Estudou, mas não passou.
9.1.3 Alternativas: “ora...ora” –
Ex. Ora sorria, ora chorava.
9.1.4 Conclusivas: “portanto” –
Ex. Ela está preparada, portanto se sairá na entrevista.
9.1.5 Explicativas: “porque” –
Ex. Não veio porque esqueceu as chaves do carro no trabalho.

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9.2 Conjunções Subordinativas


Ligam duas orações subordinando uma à outra. As conjunções subordinativas são
divididas em:
9.2.1 Causais: visto que;
9.2.2 Comparativas: como, que nem;
9.2.3 Concessivas: ainda que;
9.2.4 Condicionais: contanto que;
9.2.5 Conformativas: conforme;
9.2.6 Consecutivas: de modo que;
9.2.7 Finais: a fim de que;
9.2.8 Integrantes: que, se;
9.2.9 Proporcionais: à proporção que;
9.2.10 Temporais: enquanto, mal, quando, logo que, até que, antes que;
9.2.11 Locução Conjuntiva: conjunto de palavras com valor de conjunção.

10 VERBOS

10.1 O que é Verbo?

Verbo é a palavra que expressa processos, ação, estado, mudança de estado,


fenômeno da natureza, conveniência, desejo e existência. Desse modo, enquanto os nomes
(substantivo, adjetivo) indicam propriedades estáticas dos seres, o verbo denota os seus
movimentos, por isso sua característica de dinamicidade.

10.2 Caracterização quanto ao critério semântico

O verbo caracteriza-se pelo valor dinâmico de sua significação, expressando realidades


situadas no tempo. Essa ideia temporal traduzida pelo verbo pode assumir o caráter de:

10.3 Tempo

É a situação da ocorrência do processo em relação ao momento em que se fala;

10.4 Aspecto

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É o que diz respeito à duração do processo ou à perspectiva pela qual o falante o


considera;

10.5 Caracterização quanto ao critério morfológico

O verbo é uma das dez classes gramaticais. A complexidade de seu estudo talvez se
justifica na existência do maior número de flexões. Ao todo, são cinco:

10.5.1 Flexão de modo: Modo, Tempo, Número, Pessoa, Voz.

É a propriedade de o verbo designar a atitude mental do falante em face do processo


que enuncia. Os modos são: Indicativo; Subjuntivo; Imperativo.

10.5.1.1 Modo indicativo

Expressa uma atitude de certeza, ou apresenta um fato como real.

Ex.: Falo, andei, cantava, namorara, frutificarei, adoraria.

10.5.1.2 Modo subjuntivo: Exprime uma atitude de dúvida, ou anuncia um fato como
possível, hipotético, provável ou incerto.

Ex: Falasse, ande, amássemos.

10.5.1.3 Modo imperativo

Exprime o desejo que o falante tem de que algo aconteça: é o desiderato de ordem, desejo,
súplica, pedido.

Ex: Vem, saia, vinde.

10.6.1 Flexão de tempo

O tempo verbal é a localização da ocorrência do processo em relação ao momento em que se


fala. Os tempos são: Presente; Pretérito (passado) e Futuro.

Obs.: Somente o pretérito e o futuro são divisíveis.

Existem tempos simples, compostos, primitivos e derivados.

10.6.2 Flexão de número

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O verbo apresenta desinências que, simultaneamente, indicam número singular e


plural. Ainda podemos dizer que indica a quantidade de seres envolvidos no processo verbal.

10.6.3 Flexão de pessoa

A flexão de pessoa indica as pessoas do discurso, são elas:

10.6.3.1 Primeira pessoa → é a que fala, também chamada de falante, emissor.

10.6.3.2 Segunda pessoa → é a com quem se fala ou o ouvinte, receptor.

10.6.3.3 Terceira pessoa → é a de quem se fala ou que se fala ou o assunto de que se fala.

10.7.1 Flexão de voz

É a forma em que se apresenta o verbo para indicar a relação entre ele e o seu sujeito.
O verbo, segundo a perspectiva de voz, pode ser: Ativo; Passivo; Reflexivo.

10.7.1.1Voz ativa: Quando o sujeito pratica ação verbal.

Exemplo: O rapaz beijou a moça.

10.7.1.2 Voz passiva: Quando o sujeito sofre a ação verbal. O agente da passiva (regido por
preposição por, de ou a) pratica a ação verbal. A voz passiva pode ser apresentada sob duas
formas:

10.7.1.3 Voz Passiva Analítica: Sujeito Verbo + verbo auxiliar Agente da passiva

Exemplo: A moça foi beijada pelo rapaz.

10.7.1.4 Voz reflexiva: Quando o sujeito pratica e recebe a ação verbal, simultaneamente.

Exemplos: Ele se queixa. Ela se feriu. Eu me arrependi.

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11 FIGURAS DE LINGUAGEM4

Figura de linguagem é simplesmente uma palavra ou frase usada fora de seu emprego
ou sentido original.

Por que se utilizam figuras de linguagem?

11.1 As figuras de linguagem acrescentam cor e vida

“O Senhor é a minha rocha” (Sl. 18:2) é uma forma viva de se dizer que podemos
confiar no Senhor, pois ele é forte e inabalável.

11.2 As figuras de linguagem chamam a atenção

O interesse do ouvinte ou leitor é despertado. Isso fica nítido na advertência de Paulo


em Fp. 3:2, cuidado com esses cães.

11.3 As figuras de linguagem tornam os conceitos abstratos mais concretos

A frase: “por baixo de ti estende os braços eternos” (Dt. 33:27) certamente transmite
uma idéia mais concreta do que “O senhor te sustentará”.

11.4 As figuras de linguagem ficam mais registradas na memória

A afirmação de Oséias “Como vaca rebelde se rebelou Israel…” (Os. 4:16) é mais
fácil de lembrar do que se tivesse escrito: “Israel é extremamente teimoso”.

11.5 As figuras de linguagem sintetizam uma idéia

Elas captam a idéia de forma mais abreviada, elas dizem muito em poucas palavras. A
famosa metáfora: “O Senhor é meu Pastor…” (Sl 23:1) nos transmite rapidamente a idéia do
cuidado de um pastor com suas ovelhas.

11.6 As figuras de linguagem estimulam a reflexão

4
Fonte: http://www.milhoranza.com/2009/09/08/figuras-de-linguagem/#.WphY7WrwbIU. Acessado em
dia 01/02/2018, às 16:54 horas. Todo este material de “figuras de linguagem” é de autoria de Alexandre
Milhoranza, seminarista da Faculdade Batista de São Paulo.

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As figuras de linguagem levam o leitor a parar e pensar. Quando lemos Salmos 52:8 –
“quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, casa de Deus…” – somos desafiados a
meditar nas semelhanças que este símile nos traz à mente.

Como saber se uma expressão apresenta sentido figurado ou literal?

Em geral, uma expressão está em sentido figurado quando destoa do assunto, ou quando
não combina com os fatos, experiência ou observação. Quando o Cleber Machado narra um
jogo de futebol e diz que o “Porco” venceu o “Leão”, não quis dizer realmente que um porco
(animal) venceu um leão (animal), mas sim que o Palmeiras venceu o Sport, ou seja, naquele
contexto (futebol) faz todo sentido.

11.7 As regras abaixo nos ajudam a identificar as figuras de linguagem.

11.7.1 Adote sempre o estilo literal das passagens, a menos que hajam boas razões para não
fazê-lo. Por exemplo, quando João disse que 144.000 serão selados – 12.000 de cada uma das
12 tribos de Israel – não há razão para não respeitarmos o sentido normal, literal (Ap. 7:4-8).
No entanto, no verso seguinte o apóstolo faz menção do “Cordeiro” (v. 9), o que, obviamente
é uma referência a Jesus, não a um animal, como João 1:29 deixa claro.

11.7.2 Se o sentido literal resultar numa impossibilidade, o sentido verdadeiro é o figurado. O


Senhor disse para jeremias que o havia posto como “coluna de ferro e por muros de bronze”
(Jr. 1:18).

11.7.3 O sentido é o figurado se o literal resultar em um absurdo, como no caso das árvores
baterem palmas (Is. 55:12).

11.7.4 Adote o sentido figurado se o literal sugerir imoralidade. Com seria um ato de
canibalismo comer a carne de Jesus e beber seu sangue, é evidente que ele estava usando o
sentido figurado (Jo. 6:53-58).

11.7.5 Veja se a expressão figurada vem acompanhada de uma explicação literal. Aqueles que
dormem (1 Ts. 4:13-15) logo em seguida são chamados de “os mortos” (v. 16).

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11.7.6 Às vezes uma figura é realçada por um adjetivo qualitativo, como Pai celeste (Mt.
6:14), “o verdadeiro pão” (Jo. 6:32), a pedra que vive (1 Pe. 2:4). Isso indica que o
substantivo anterior não deve ser entendido em seu sentido literal.

A linguagem figurada é oposto da interpretação literal?

Não devemos achar que o sentido figurado seja o oposto do sentido literal. O sentido
figurado transmite a verdade literal, ou seja, o autor apenas escreveu a mensagem literal de
outra forma, para reforçar seu sentido; mas, os fatos são literais. Não devemos confundir com
a alegorização, que já foi vista na aula 03 deste módulo.

Por exemplo, quando dizemos: “Fulano virou um bicho quando soube”, claro que não
quer dizer que virou um animal, mas ficou furioso. Porém a verdade é literal, seja falando de
uma forma ou de outra.

12 ALGUMAS FIGURAS DE LINGUAGEM

12.1 As figuras de linguagem que transmitem comparação

12.1.1 Símile – É uma comparação que lembra outra explicitamente. Pedro usou um
símile quando disse que “…toda carne é como a erva…” (1 Pe. 1:24). Jesus também fez uso
do símile quando disse: “…eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. A dificuldade
dos símiles é descobrir as semelhanças entre os dois elementos. Em que aspecto a carne é
como a erva. De que forma os cristãos são como cordeiros?

12.1.2 Metáfora – É uma comparação em que um elemento representa outro, sendo


que os dois são essencialmente diferentes. Em uma metáfora a comparação está implícita.
Temos um exemplo disso em Isaías 40:6: “Toda a carne é erva”. Note que é diferente da
expressão em 1 Pedro, acima. Jesus comparou seus seguidores ao sal: “Vós sois o sal da terra”
(Mt. 5:13). Quando Jesus afirmou: “Eu sou a porta” (Jo. 10:7-9), “Eu sou o bom pastor” (vv.
11-14) e “Eu sou o pão da vida” (6:48), ele estava fazendo comparações. O leitor é levado a
pensar de que forma Jesus assemelha-se a tais elementos.

12.1.3 Hipocatástase – Não é uma figura de linguagem tão conhecida, mas também
faz uma comparação, na qual a semelhança é indicada diretamente. Davi, no Salmos 22: 16,

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disse: “Cães me cercam…”. Ele não estava se referindo aos caninos, mas sim aos seus
inimigos. Os falsos mestres também são chamados de cães em Filipenses 3:2, e lobos vorazes
em Atos 20:29. Em João 1:29, João Batista fez uso de uma hipocatástase quando exclamou:
“Eis o Cordeiro de Deus”.

12.2 As figuras de linguagem que transmitem substituição

12.2.1 Metonímia – A metonímia consiste em trocar uma palavra por outra. Por
exemplo, quando afirmamos que o Congresso tomou uma decisão, queremos dizer que os
deputados e senadores tomaram a decisão. Pode ser também que a causa seja usada em lugar
do efeito. Os opositores de Jeremias disseram: “…vinda, firamo-lo com a língua…” (Jr.
18:18). Como seria absurdo produzir ferimentos com a língua, é claro que eles estavam
referindo-se a palavras. Em Atos 11:23, temos outro exemplo quando fala de Barnabé: “…e,
vendo a graça de Deus…”. O sentido aqui só pode ser o do efeito da graça, pois a graça, na
realidade não pode ser vista. Temos exemplos de substituição de elementos relacionados ou
semelhantes. quando Paulo disse: “Não podeis beber o cálice do Senhor…” (1 Co. 10:21), ele
não estava se referindo ao cálice propriamente dito, mas sim ao conteúdo do cálice. Quando o
Senhor disse para Oséias que “a terra se prostituiu…”, a palavra terra diz respeito à
população.
12.2.2 Sinédoque – É a substituição do todo pela parte, ou da parte pelo todo. Em
Lucas 2:1, a Bíblia nos diz que o imperador César Augusto emitiu um decreto de que deveria
ser feito o censo “do mundo todo”. Ele falou do todo, mas estava se referindo ao Império
Romano. É óbvio que Provérbios 1:16 – “…os seus pés correm para o mal…” – não significa
que somente os pés corriam para o mal. Os pés são a parte que representa o todo. Áquila e
Priscila arriscaram suas próprias cabeças (Rm 16:4). Nesta sinédoque, “suas cabeças”
representa suas vidas, o todo.
12.2.3 Personificação – É a atribuição de características ou ações humanas a objetos
inanimados, a conceitos ou animais. A alegria é uma emoção atribuída ao deserto, em Isaías
35:1. Isaías 55:12 fala de montes cantando e árvores batendo palmas. A morte personifica-se
em Romanos 6:9 e em 1 Corintios 15:55.
12.2.4 Antropomorfismo – é a atribuição de qualidades ou ações humanas a Deus,
como ocorre nas referências aos dedos de Deus (Sl. 8:3), a seus ouvidos (31:2) e a seus olhos
(2 Cr. 16:9).

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12.2.5 Antropopatia – Esta figura de linguagem atribui emoções humanas a Deus,


como vemos em Zacarias 8:2: “…tenho grandes zelos de Sião”.
12.2.6 Zoomorfismo – Se o antropomorfismo atribui qualidades humanas a Deus, o
zoomorfismo atribui características animais a Deus (ou outros). Em Salmos 91:4, faz-se
referência a penas e asas. Jó descreveu o que ele considerou como ira de Deus contra ele
quando disse: “…contra mim rangeu os dentes…” (Jó 16:9).
12.2.7 Apóstrofe – É uma referência direta a um obejto como se fosse uma pessoa, ou
uma pessoa ausente ou imaginária, como se estivesse presente. O salmista empregou um
apóstrofe em Salmos 114:5: “Que tens, ó mar, que assim foges?…” Miquéias fala diretamente
à terra, em Miquéias 1:2: “Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra…”. Em Salmos 6:8, o
salmista fala como se seus inimigos estivessem presentes: “Apartai-vos de mim, todos os que
praticais a iniquidade…”.
12.2.8 Eufemismo – Consiste na substituição de uma expressão desagradável por
outra mais suave. Falamos da morte mediante eufemismos: “passou desta para melhor”,
“bateu as botas”. A Bíblia fala da morte dos cristãos como um adormecimento (At. 7:60; 1 Ts.
4:13-15).

12.3 As figuras de linguagem que transmitem omissão ou supressão

12.3.1 Elipse – é uma supressão de uma palavra facilmente subentendida. É a omissão


intencional de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais
presentes na frase.Em 1 Co. 15:5, “os doze”, representa “os doze apóstolos”.
Pergunta retórica – Uma pergunta retórica é aquela que não exige resposta; seu objetivo é
forçar o leitor a respondê-la mentalmente e avaliar suas implicações. Quando Deus perguntou
para Abraão: “Acaso para Deus há algo muito difícil?…” (Gn. 18:14), ele não esperava ouvir
uma resposta. A intenção era que o patriarca refletisse mentalmente. Paulo fez uma pergunta
retórica em Romanos 8:31: “… se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Estas perguntas
são formas de se transmitir informações.

12.4 As figuras de linguagem que transmitem exageros ou atenuações

12.4.1 Hipérbole – É uma afirmação exagerada em que se diz mais do que o


significado literal, com o objetivo de dar ênfase. Vejamos em Deuteronômio 1:28 a resposta

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dos espias israelitas sobre a tomada de Canaã: “”…as cidades são grandes e fortificadas até os
céus…”
12.4.2 Litotes – É uma frase suavizada ou negativa para expressar uma afirmação. É o
oposto da hipérbole. Quando dizemos: “Ele não é um mal goleiro”, na realidade queremos
dizer que ele é um goleiro muito bom. Esta atenuação dá ênfase à frase. Em Atos 21:39, Paulo
disse: “… eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante”, quis dizer que Tarso era
uma cidade importante.
12.4.3 Ironia – É uma forma de ridicularizar indiretamente sob a forma de elogio.
Geralmente vem marcada pelo tom de voz da pessoa que fala, para que os ouvintes percebam.
Por isso, às vezes é difícil saber se algo escrito é, ou não, uma ironia. O contexto nos ajuda a
perceber isso. Por exemplo Mical, filha do rei Saul, disse a Davi: “… que bela figura fez o rei
de Israel…” (2 Sm. 6:20). O versículo 22 nos mostra que o sentido pretendido era o oposto,
ou seja, o rei havia se humilhado agindo daquela maneira. Em 1 Reis capítulo 18, no episódio
de Elias contra os profetas de baal, vemos que Elias ironizou a baal várias vezes.
12.4.4 Pleonasmo – Consiste na repetição de palavras ou no acréscimo de palavras
semelhantes. Atos 2:30 quer dizer literalmente “Deus lhe havia jurado com juramento”. Como
para nossa língua é uma repetição desnecessária a NTLH traduziu sem esta repetição.

12.5 As figuras de linguagem que transmitem incoerências

12.5.1 Oxímoro – Consiste na combinação de dois termos opostos ou contraditórios.


Quando falamos, por exemplo, “um silêncio eloqüente”, empregamos um oxímoro. Em Fp.
3:19, Paulo diz que a glória dos inimigos de Cristo está em sua infâmia; em Romanos 12:1
somos desafiados a sermos “sacrifícios vivos”.
12.5.2 Paradoxo – É uma afirmação aparentemente absurda ou contrária ao bom
senso. Um paradoxo não é uma contradição; é simplesmente algo que parece ser o oposto do
que em geral se sabe. Jesus utilizou muitos paradoxos em seus ensinos. Um deles nos diz que
quem quiser salvar sua vida deve perdê-la. Os humilhados serão exaltados. O maior no reino
de Deus é o menor. Se você quiser viver então morra.

Como devemos interpretar as figuras de linguagem?

12.6 Descobrir se existe alguma figura de linguagem

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Às vezes a figura de linguagem não é reconhecida no texto, causando um grande


problema de interpretação. Quando Paulo falou sobre suportar as adversidades como um bom
soldado, competir com um atleta e receber os frutos da safra como um fazendeiro (2 Tm. 2:3-
6), ele não estava instruindo soldados, atletas ou fazendeiros.

Quando Jesus disse: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis para os porcos as
vossas pérolas…” (Mt. 7:6), não estava se referindo a cães ou porcos literalmente. Cães e
porcos eram considerados animais impuros. Portanto o que deve ser entendido aqui é que não
devemos confiar as coisas santas aos ímpios.

Em Jó 38:7, não devemos entender que as estrelas realmente cantam. Devemos


entender que a criação se alegrou com a obra criadora de Deus (personificação).

Por outro lado, às vezes uma declaração normal é confundida com figura de
linguagem. Em Amós 4:9, não há motivo para crermos de se tratar de adversidades espirituais,
pois de fato estas coisas aconteceram.

12.7 Descobrir a imagem e o objeto na figura de linguagem

Em certos casos, ambos são evidentes no versículo, como acontece em Isaías 8:7. A
princípio pode-se ficar na dúvida se a inundação é real ou figurada. A resposta está no verso
seguinte. Portanto, podemos afirmar que a imagem são as águas impetuosas e o objeto é o rei
da Assíria. Contudo, algumas vezes, o objeto não é especificado e pode até ser confundido.
Foi o que aconteceu com as palavras de Jesus em João 2:19: “Destruí este santuário…”.
Santuário era a imagem e os leitores (e ouvintes) pensaram que o objeto fosse o templo de
Herodes, quando na realidade, Jesus estava falando de seu próprio corpo.

12.8 Especificar o elemento de comparação

Muitas vezes a imagem está expressa, porém, o objeto embora não esteja explícito, é
indicado pelo contexto. Em Lucas 5:34 não diz que o noivo é Jesus, mas o significado está
implícito, já que no verso seguinte Jesus diz que o noivo seria tirado deles.

12.9 Não presumir que uma figura sempre signifique a mesma coisa

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Em Oséias 6:4, o orvalho simboliza a brevidade do amor de Judá, enquanto em 14:5


fala da benção do Senhor sobre Israel.

12.10 Sujeitar as figuras a limites por meio da lógica e da comunicação

Quando Jesus falou para a igreja de Sardes “…virei como um ladrão…” (Ap. 3:3), não
quis dizer que viria para roubar.No caso, o elemento de comparação é que viria
repentinamente. Quando Jó falou das “colunas” da terra se estremecendo (Jó 9:6), estava
falando das montanhas, não como se a terra se apoiasse em colunas.

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HERMENÊUTICA
1 CONCEITO

A palavra hermenêutica significa ‘ explicar’ ou ‘interpretar’. Nas escrituras, é usada


em quatro versículos: João 1.42; 9.7, Hebreus 7.2 e Lucas 24.27. Pode ser traduzido também
por ‘ expor’. Logo, descreve simplesmente a prática da interpretação.
É necessário que o estudante das escrituras procure descobrir o significado do texto que esta
examinando, a fim de saber exatamente sua significação. Para isso é necessário verificar os
vários componentes envolvidos na hermenêutica: autor, texto e leitor.5

2 DEFINIÇÃO DAS REGRAS

Uma utilização equivocada das ferramentas da hermenêutica resultará em confusão e


desvio. Ou seja, resultará em heresia.

Ø O que está envolvido no processo de interpretação?


Ø Que padrão terminológico que o autor utilizou para dar significado ao texto?
Ø Que implicações se enquadram legitimamente no padrão por ele pretendido?
Ø Que significação atribui o leitor ao texto?
Ø Qual é o assunto do texto?
Ø Que interpretação e compreensão o leitor terá?
Ø Se as normas da linguagem devem ser respeitadas, que possibilidades de significados é
permitida pelas palavras de um texto?
Ø Foi reconhecido o gênero literário?
Ø As respectivas regras que o governam estão sendo obedecidas?
Ø O contexto prevê o significado dos objetos literários encontrados no texto?

3 TIPOS DE TEXTO6

Os tipos de textos, são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e


finalidade. De maneira geral, a tipologia textual é dividida em: texto narrativo, descritivo,
dissertativo, expositivo e injuntivo.

5
Bíblia Apologética de Estudo – ICP-2000, Pg 1342 à 1348. Estudo de Hermenêutica retirado desta fonte
e adaptado conforme o objetivo deste Curso. Exegeses feitas pelo conteudista do curso: Professor Mateus
G. Rangel (ITK, OTIB:231).
6
Fonte: https://www.todamateria.com.br/tipos-de-textos/. Acessado dia 01/03/2018, às 18:05 horas. Todo
o tópico de “Tipo de textos”.

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3.1 Texto Narrativo

A marca fundamental do Texto Narrativo é a existência de um enredo, do qual se


desenvolvem as ações das personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço.
Assim, a narração possui um narrador (quem apresenta a trama), as personagens
(principais e secundárias), o tempo (cronológico ou psicológico) e o espaço (local que se
desenvolve a história). Sua estrutura básica é: apresentação, desenvolvimento, clímax e
desfecho.

3.2 Texto Descritivo

O Texto Descritivo expõe apreciações e observações, de modo que indica aspectos,


características, detalhes singulares e pormenores, seja de um objeto, lugar, pessoa ou fato. O
texto descritivo: nomeia, situa/localiza e qualifica o tema núcleo.
Dessa maneira, alguns recursos linguísticos relevantes na estruturação dos textos
descritivos são: a utilização de adjetivos, verbos de ligações, metáforas e comparações.
3.3 Texto Dissertativo

O Texto Dissertativo busca defender uma ideia e, logo, é baseado na argumentação e


no desenvolvimento de um tema. Para tanto, sua estrutura é dividida em três partes
fundamentais:
 tese (introdução): define o modelo básico para apresentar uma ideia, tema, assunto.
 antítese (desenvolvimento): explora argumentos contra e a favor.
 nova tese (conclusão): sugere uma nova tese, ou seja, uma nova ideia para concluir sua
fundamentação. Os textos dissertativos-argumentativos, além de ser um texto opinativo,
buscam persuadir o leitor.
3.4 Texto Expositivo

O Texto Expositivo pretende apresentar um tema, a partir de recursos como a


conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a informação e enumeração.
Dessa forma, uma palestra, seminário ou entrevista são consideradas textos
expositivos, cujo objetivo central do emissor é explanar, discutir, explicar sobre um assunto.
São classificados em: texto informativo-expositivo (transmissão de informações) ou texto
expositivo-argumentativo (defesa de opinião sobre um tema). Outros exemplos de textos
expositivos são os verbetes de dicionários e as enciclopédias.
3.5 Texto Injuntivo

O Texto Injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a


realização de algo. Temos como exemplos: uma receita de bolo, bula de remédio, manual de
instruções e propagandas. Dessa forma, um dos recursos linguísticos marcantes desse tipo de
texto, é a utilização dos verbos no imperativo, de modo a indicar uma "ordem".

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Como exemplo, temos: receita de bolo “misture todos os ingredientes”; bula de


remédio “tome duas cápsulas por dia”; manual de instruções “aperte a tecla amarela”;
propagandas “vista essa camisa”.

3.6 RESUMINDO

Tipologia textual para Marcuschi (2008), designa uma espécie de construção


teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). O autor propõe cinco tipos textuais, a
saber: narração, descrição, exposição, argumentação e injunção.

I. NARRATIVO. É uma história; com movimentos, transformações. Comumente


apresenta-se em quadrinhos, novelas, depoimentos.

II. DESCRITIVO. Servem para nomear, situar/localizar e qualificar. Geralmente


aparecem em cardápios, receitas, editais.

III. EXPOSITIVO. Caracteriza-se por expor, definir enumerar e explicar fatos e


elementos de informação. Geralmente são formados por uma constatação,
problematização e conclusão e aparecem em seminários, conferências, artigos,
enciclopédia.

IV. ARGUMENTATIVO.Caracterizado pela presença de um argumentador, que


diante de um tema específico apresenta uma tese, apoiada em argumentos que
visam convencer um público-alvo. Costuma aparecer em textos de opinião, peça
judiciária.

V. INJUNTIVO: Texto que visa direcionar e influenciar a ação do leitor em


respectiva direção. Geralmente aparece em propagandas, outdoor, manual.

4 REDAÇÃO

O texto dissertativo-argumentativo é o mais pedido nas provas de vestibulares,


concursos e também no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mas você sabe
realmente no que consiste esse gênero textual? Na dissertação-argumentativa predomina
a apresentação de um raciocínio, a defesa de ideias, pontos de vista ou até mesmo
questionamentos sobre um determinado assunto. Ou seja, para produzir um bom texto
nessa categoria, o escritor deve conhecer o tema proposto para conseguir apresentar aos
corretores um argumento convincente. Além disso, é essencial que as ideias sejam

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bem organizadas para não prejudicar a transmissão da mensagem. Veja uma síntese
prática elaborada pelo Professor Mateus Rangel (Licenciando em de LETRAS-UFF):

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5 CONTEXTO

O contexto facilita a compreensão do significado pretendido Pelo autor. Devemos


entender o contexto literário como sendo aquilo que o autor procurou dizer com os símbolos
utilizados antes e depois do texto em questão. Portanto, quando nos referimos ao contexto,
aludimos ao padrão de significado compartilhado pelo autor nas palavras, orações, parágrafos
e capítulos presentes no texto. Paulo (Rm 4.1-25) e Tiago (Tg 2.14-26) usam o termo fé com
significados diferentes. Será problemático admitir que os dois escritores queriam dizer “ um
conjunto de crenças”. Maior dificuldade haverá se assumirmos que Paulo esta falando de
“uma mera aceitação dos fatos”. E que Tiago esta se referindo a “uma verdadeira confiança”.
Todavia esta claro pelo contexto que Paulo refere-se à “verdadeira confiança” (Rm 4.3,5) e
Tiago, “a mera aceitação do fato” (Tg 2.14,19).

O livro raciocínio a base das escrituras (das Testemunhas de Jeová) procuram explicar
I Coríntios 15.29 associando-o a dois textos remotos: Romanos 2.12. Ao desprezar o contexto
de todo o capitulo 15 de I Coríntios, que se refere à ressurreição e sua veracidade, o autor do
livro citado não esta focalizando a condição espiritual do mundo em relação a Deus, como
ocorre nas outras referências.

Em verdade, encontramos em I Coríntios 15 um credo da Igreja referente à


ressurreição citada pelo apóstolo Paulo.

6 O ESPÍRITO SANTO E A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

A Bíblia, como produto da inspiração divina, é a palavra de Deus e revela aquilo em


que os cristãos creem (regras de fé) e como devem viver (regra de prática). Os termos
infantiabilidade e inerrância são frequentemente usados para descrever a fidedignidade da
Bíblia.

Tudo quanto os autores desejavam transmitir, quanto aos assuntos de fé (doutrina) e


prática (ética), é verdadeiro. O termo inerrância significa que tudo quanto esta escrito na
Bíblia (informações históricas, geográficas, cientificas, etc .)corresponde à verdade e não
pode induzir ninguém ao erro.

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Um fato determinante, que ultrapassam as fronteiras do tempo, envolve aquilo que o


autor, conduzido pelo Espírito, desejou transmitir em seu texto. Consideramos Isaías
11.12,onde o profeta narra que Deus “recolherá os dispersos de Judá desde os quatro cantos
da terra”. O que ele quis dizer com esta declaração? Teria sido: “ Quero que saibam que a
terra consiste em quatro cantos e Deus trará de volta o seu povo desses quatro lugares”?
Obviamente que não. Aterra não tem nenhum canto.
Será, então, que o profeta Isaías estava falando sobre geografia? Absolutamente, não. Seu
propósito era falar do futuro ajuntamento do povo de Deus de todas as partes da terra. Sua
declaração, portanto, pode ser considerada infalível e inerrante!

7 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

É necessário usar diferentes regras, para interpretar os gêneros literários, presentes na


Bíblia. Uma parábola, uma narrativa, uma poesia, devem ser interpretadas conforme as regras.
Note alguns exemplos:

7.1 Provérbios

São declarações sucintas que geralmente, empregam linguagem metafórica para expressar
uma verdade geral. Contudo, os provérbios não são leis nem promessas. São observações
gerais extraídas de um olhar sábio e cuidadoso dos fatos do dia a dia.

7.2 Profecia

Uma das regras da literatura profética envolve as predições de julgamento. Por


exemplo, em Jonas 3.4 o profeta proclama a cidade de Nínive: “Ainda quarenta dias e Nínive
será subvertida”. Ao ouvirem esta mensagem, os ninivitas “proclamaram um jejum e
vestiram-se de pano de saco, desde o maior até o menor” (3.5). O rei decretou um período de
luto e arrependimento. Resultado: a cidade nãofoi destruída. A falta de julgamento divino fez
de Jonas um falso profeta? A regra para esse tipo de profecia encontra-se em Jeremias 18.7,
que diz: “No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar e
para derribar e para destruir, se tal nação, contra a qual falar, se converter de sua maldade,
também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.”

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Por outro lado, encontramos sectários anunciando a volta de Cristo, chegando até
mesmo a marcar datas especificas para esse evento. Mas suas profecias falharam. Jesus não
voltou. Assim, não seria legítimo entendermos que uma mudança na sentença (os ninivitas se
arrependeram e Deus revogou sua sentença) seria semelhante a uma falsa profecia, totalmente
fora do contexto bíblico. “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder”, esta escrito em Atos 1.7.
Os mesmos princípios de hermenêutica devem ser observados em outros gêneros literários.

8 AS PRINCIPAIS LEIS DA HERMENÊUTICA

A seguir, as principais leis da hermenêutica bíblica que auxiliam na interpretação das


escrituras:

8.1 Lei do contexto

Contexto é parte que vem antes ou depois do texto. Diz-se que não se deve interpretar
um texto sem o auxilio do contexto, para não se fazer um pretexto. Para entender a aplicação
desta lei, recomendamos a leitura dos seguintes textos: Lucas 19.28, Atos 8.30,31 e Isaías
53.7.

8.2 Lei do texto paralelo

Um texto deve ser interpretado com auxilio de outras partes das Escrituras Sagradas
que discorrem sobre o mesmo assunto. Para entender a aplicação desta lei, recomendamos a
leitura dos seguintes textos: João 19.18, Marcos 15.27, Mateus 27.38 e Lucas 23.39-43.

8.3 Lei da autoria de texto

Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturais, situações sociais e


regiões diferentes. Portanto, a forma de apresentação de determinado texto para um povo, que
vivia em situações diferentes, deve ser comparado com outros textos que abrangem situações
e tempos remotos. Pra entender a aplicação desta lei, recomendamos a leitura dos seguintes
textos: Efésios 5.22-27, I Pedro 2.5-10 e Cantares 8.5-10.

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8.4 Lei da interpretação do texto

A interpretação do texto é aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas
circunstâncias em que foi escrita. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21.6) e o
simbolismo, o que a figura esta expressando (Ap 3.20).

8.5 Lei da aplicação do texto

Um mesmo texto pode ser aplicado a pessoas ou clãs vivendo em épocas ou situações
geográficas diferentes (Mt 13.24-30).

8.6 Lei da implicação do texto

Em um sentido filosófico, pode-se dizer que uma pessoa geme porque esta doente.
Nesta ilustração, encontramos a lei da implicação – a manifestação patente (explícita) do
latente (implícito).

9 EXEGESE PRÁTICA

9.1 Conceito

Dicionário Teológico: Exegese: do Grego:ek + εγνοµαι, = ek + egéomai, penso,


interpreto, arranco para fora do texto. É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real
interpretação dos textos que formam o Antigo e o Novo Testamento.

Vale-se, pois, do conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da


confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüistica e na filosofia.

9.2 Aplicação Prática da Exegese

Interpretando Romanos 9 a Luz da Hermenêutica.

Os Calvinistas costumam afirmar que esse é o Texto mais enfático da Doutrina da


Predestinação Incondicional. Pois os versos deste capítulo parecem apresentar um Deus
realmente Calvinista.

No entanto vamos analisar vários aspectos importantes desse capítulo interessante!

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Ø Antes de interpretarmos qualquer texto, temos que respeitar a "Lei de Autoria de Texto".
Lei essa que precisamos Investigar primeiro o Autor do Texto, a Época, a Cultura, o Remente
da mensagem...

Ø Se o Texto for Dissertativo Argumentativo como é o caso de Romanos 9, devemos


considerar os outros assuntos postos no texto para credibilizá-lo, para enfim alcançarmos a
plenitude da interpretação textual. Chamamos isso de "Lei da Implicação de texto". Pois há
assuntos implícitos que podem nos descortinar um vasto campo de conhecimento deste
mesmo tema.

Ø Visto que a Bíblia foi divida em versículos no séc. XIV d.C, devemos considerar no
mínimo que o capítulo anterior e posterior ao texto que estamos investigando fazem parte de
seu contexto (neste caso o cap. 8 e 10 de Romanos). Chamamos isso de "Lei do Contexto".

Ø Visto que o assunto é Predestinação, devemos recorrer a outros textos na Bíblia que falam
com respeito ao mesmo assunto, chamamos isso de "Lei de Texto Paralelo".

Ø As palavras-chaves, são aquelas palavras que resumem, definem e concluem o significado


geral do texto. Por isso devemos investigar sua etimologia, a fim de enriquecer culturalmente
e semanticamente o texto. E enfim chegar perto ou quem sabe alcançar seu significado real.
Entender o que o autor queria dizer, sem forçar para qualquer lado que nos favoreça. Isso
pode ser chamado de "Etimologia ou Gênero Literário".

Infringir estas leis seria desrespeitar o autor, invalidar um grande ensinamento, se


colocar longe da real interpretação, e cometer uma incoerência consigo mesmo. Além de se
expor com descrédito teológico.

Vamos as Análises seguindo as Regras Acima!

9.3 Lei de Autoria de Texto

Vamos analisar a quem o Ap. Paulo (autor) se refere. Para sabermos a quem ele está se
referindo como povo "predestinado".

Olha a quem se refere o texto.

Ø Rm 9:4 "Israelitas", "alianças", "lei", "culto", "promessas";

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Ø v.6 "Israel", "israelitas";

Ø v.7 "Abraão", "Isaque"

Ø v.9 "Sara" ;

Ø v.10 "Rebeca" "Isaque";

Ø v.13 "Jacó" "Esaú";

Ø v.15 "Moisés";

Ø v.17 "Faraó" (Neste contexto inserido no povo de Israel)

Ø v.21 “vaso, oleiro” (Referência a profecia de Jeremias 18, que se referia ao povo de Israel).

Ø v.24 “judeus”.

Ø v.25 “Oséias” (Profeta da Toráh, judeu).

Ø v.26 “Isaías”, “Israel”, “israelitas”, “areia do mar” (palavras de Deus a Abraão (Gn 22:17)).

Ø v.29 “Isaías”, “Sodoma”, “Gomorra”

Está mais que claro que este texto está se referindo a Israel, ao povo judeu, pois 13
versos dos 33 deste capítulo referem-se ao povo de Israel. Isto, deixando claro que na maioria
dos 13 versos, há mais de uma referência ao povo judeu.

Pois existe sim Predestinação, no entanto está mais que claro que é para os judeus, e
não para todos os povos.

Observe que o v.17 diz: “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei;
para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra”.

Logo, vemos que, o Evento do Cativeiro Egípcio e a Libertação do Povo de Deus


através de Moisés, no Êxodo, foi um Evento Predestinado por Deus. No entanto, os
calvinistas se perdem na questão soteriológica. A pergunta é: Onde se encontra a palavra
salvação nesse contexto para eles afirmarem que Deus predestinou uns a salvação e outros a
condenação?

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Esse texto não fala de salvação, o contexto dele no cap. 10, logo a frente que vai falar;
e detalhe, fala da Salvação Universal e Condicional (Arminianismo). Observem!

Observem que, a salvação que era para os judeus, acabou se estendendo a todos
os povos.

“E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado
aos que por mim não perguntavam. Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a
um povo rebelde e contradizente.". (Rm 10:20-21).

9.4 Lei da Implicação do Texto

A questão do Oleiro e do Vaso (A Soberania de Deus em relação às pessoas).

"Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a
formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma
massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar
a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,
preparados para a perdição;" (Rm 9:20-22)

Deus é Soberano. Afirmo, Ele tem poder de nos predestinar ao inferno e ainda assim
nós não teríamos o poder de questioná-lo. Pois assim diz o texto. Outrossim, o que o
hermeneutas calvinistas esqueceram, é de, novamente "perguntar a Paulo" quem era as
pessoas que ele estava se referindo no texto. Se ele fazendo uma aplicação "geral" ou
"particular". Como Paulo morreu, nós não temos como perguntar a ele. Mas temos como
utilizar um recurso humano muito eficaz para interpretar as palavras paulinas, este recurso se
chama "Lei da Implicação do Texto".

9.4.1 Desencavando verdades implícitas do texto (O real papel da Exegese).

O texto fala de "Vaso", "Oleiro", "Domínio"; isso me faz lembrar de, Jeremias 18:6
que diz: "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis
que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão."

Observe que as Palavras não são de Paulo, mas de Jeremias, o que Paulo faz é
RATIFICAR as palavras de Jeremias, ou seja: REPETIR, ENFATIZAR; o objetivo de Paulo
aqui não é trazer um novo significado as palavras do profeta, mas utilizar uma profecia para

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condensar e credibilizar sua palavra. Logo precisamos perguntar a Jeremias a quem ele se
referia. E ele responde quando diz "ó casa de Israel". Logo, novamente vemos que este verso
significa que Deus está usando o Apóstolo Paulo, para falar para Igreja de Roma, que Deus é
Soberano para o povo de Israel, é Ele que manda e desmanda, e que sua vontade é
inquestionável. Por isso, reafirmo, "Deus predestinou sim, mas essa Predestinação está
restrita ao povo de Israel". Pois o texto em Interpretação, não nos deixa saída para isso. Pois
toda história de Israel é uma obra perfeita de Deus para gerar a Jesus, O Messias tão esperado.
De Abraão à Maria mãe de Jesus, podemos ver a mão de Deus envolvida na história. As
derrotas que Deus fez o povo sofrer foi para ensiná-los a viver de maneira preparada para
gerar o Messias, as vitórias que Deus delegou ao povo de Israel foi para motivá-los a viver em
santidade para gerar o Messias. Todas as intempéries que viveu este povo, todos os altos e
baixos foram um projeto de Deus para revelar ao mundo o seu Filho. E deu certo; pois Jesus é
o hoje o homem mais famoso, mas pela falta de conhecimento teológico e vivência teológica
Jesus é tão desconhecido como famoso. Mas enfim... O que tratamos aqui é que Deus
predestinou cada descendente de Abraão, para que seu plano de realizar cada momento
histórico, que a princípio se explica muito bem através das Sete Dispensações (Inocência,
Consciência, Governo Humano, Patriarcal, Lei, Graça e Milênio) e isto ocorreu de maneira
infalível.

Pois o plano de Deus não pode falhar, e para isso Ele escolheu o povo Judeu para ser
sua base de Operações pela terra. Portanto nem tudo que se aplica aos judeus se aplica a nós.
Exemplo: As leis, algumas promessas, rituais de culto e a Predestinação (At 15:19,20/ Rm
3:28; 10:5/ Gl 2:19; 3:2,5; 3:24; 5:4). Nós somos filhos de Deus como os judeus, no entanto
somos como filhos adotivos (Jo 1:12). Pois os judeus são filhos de Deus antes de nós (Dt
14:1), no entanto, por eles o rejeitarem o Senhor Jesus, a porta da Graça nos foi aberta (Jo
1:11/ Rm 10:20,21).

9.5 Lei do contexto

Salvação no Contexto de Romanos 9.

Pois a salvação está sim no contexto desse texto de Rm 9, logo a frente no cap. 10.
Observem quantos versos falam sobre a salvação para todos, ao invés de somente para
alguns...

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v.1 "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua
salvação." Se Paulo orava, é porque sabia que podia ser atendido, ninguém ora em vão.

v.3 "Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua


própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." (Não se SUJEITARAM) decisão pessoal,
o que prova que usaram de seu livre-arbítrio.

v.5 "Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas
coisas viverá por elas." (O homem que fizer) e não que foi predestinado a fazer.

v.9 "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo."

v.10 "Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para
a salvação."

v.11 "Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.".

A Bíblia é poderosa para se auto-explicar. Isso é lindo, basta uma análise, um


pouquinho mais profunda, para descobrirmos verdades encoberta a respeito de vários
assuntos. Foi isto que Jacó Armínio fez, e então formou a Predestinação Restrita ou
Condicional.

9.6 Lei de Texto Paralelo

Predestinação é um assunto um pouco escasso na Bíblia. Não se tem muita referência


paralela concernente. Pois a Palavra "Predestinação" em si não aparece na Bíblia, mas o verbo
"Predestinar" sim, apenas 4 vezes, em: (Rm 8:29,30 e Ef 1:5,11).

Partindo deste princípio vamos aos textos.

9.6.1 Romanos 8:29 "Porque os que dantes os conheceu, também os predestinou para serem
conforme a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja primogênito entre muitos irmãos."

9.6.1.1 Comentário: O verso é claro. Fomos predestinados para agirmos como o Filho
de Deus, amando, perdoando, respeitando e anunciando a verdade. E não para o céu ou o
inferno.

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9.6.2 Romanos 8:30 "E aos que Predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a
estes também justificou; e aos que justificou a este também glorificou"

9.6.2.1 Comentário: Novamente, sem dificuldade podemos entender que o Ap. Paulo
fala que Deus predestinou o homem a ser salvo, mas que isto acontece mediante a 3 obras:
Chamado, Justificação de quem atende o chamado, e glorificação de quem por Deus é
Justificado.

9.6.3 Efésios 1:5 "E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito da sua vontade.

9.6.3.1 Comentário: Este verso vai ratificar o propósito de Rm 8:29, pois novamente
vai dizer que fomos predestinados por Deus para sermos como Jesus.

9.6.4 Efésios 1:11 "Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da
sua vontade".

9.6.4.1 Comentário: Novamente vai dizer que fomos feitos a herança de Deus, ou seja,
seus filhos amados. E que devemos proceder como tal.

Pois bem, não pude observar nenhuma semelhança entre a Predestinação Bíblica com
a Predestinação de João Calvino. Não é há nada nestes textos que negue o livre-arbítrio, ou
que torne o homem totalmente depravado e mau, ou que uns nasceram para o céu e outros
para o inferno.

9.7 ETIMOLOGIA OU GÊNERO LITERÁRIO

9.7.1 Significado da Palavra: Predestinar.

As palavras traduzidas como "predestinou", "predestinados" nas Escrituras citadas acima


vêm da palavra grega "proorizo", que carrega o significado de "anteriormente determinado",
"predestinar", “decidir de antemão”.

Logo, se colocarmos esse significado em paralelo aos textos acima que falam sobre
predestinação, não iremos extrair muita novidade. Apenas aquilo que os comentários já
dizem. Que fomos Predestinados a sermos bons, amáveis, perdoadores e plenos como o Filho
de Deus, Jesus Cristo. Isso, portanto não anula o livre arbítrio.

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9.7.2 A respeito do Livre Arbítrio, vejamos:

 Gn 2:16:17. (Deus permite Adão ESCOLHER comer da árvore do bem e do mal).

 Dt 30:19. (Deus manda o povo ESCOHER a benção e a vida ou a maldição e a morte).

 Js 24:15 (Josué manda o povo ESCOLHER a quem queriam servir. Porque Ele e a
família dele ESCOLHERAM servir ao Senhor.)

 Ez 3:18-21. (Deus diz para Ezequiel que se o ímpio ESCOLHER se converter, terá a
vida. E ainda diz que deseja que o ímpio se converta).

 Mt 7:13,14. (Jesus manda ESCOLHERMOS entrar na Porta Estreita, porque temos a


opção de ESCOLHER a porta estreita ou larga).

 Jo 6:67-68. (Jesus diz para os Apóstolos ESCOLHEREM continuar na missão ou não.


Então Pedro ESCOLHE continuar. Ele ESCOLHE. Só pra você não esquecer: Ele
quem ESCOLHEU.)

 Rm 2:6-11.(o Ap. Paulo mostra que Deus não salva e muito menos recompensa por
intermédio de Decretos divinos, antes, retribui a cada um por aquilo que
ESCOLHERAM FAZER. Porque com Deus não há IMPARCIALIDADE).

10 CONCLUSÃO:

A Hermenêutica não é uma substituta da iluminação do Espírito Santo, na verdade


nem se compara. De outro modo, é a ferramenta mais importante para se investigar um texto
com honestidade, coerência e profundidade. É através dele que surgem as melhores
pregações, os estudos bíblicos mais aprofundados. Portanto, é necessário que a dominemos
para uma justa interpretação da Bíblia.

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11 TRABALHO DE HERMÊUTICA (Trabalho Modelo)

Estudo de João 8:1-11

11.1 Ler o texto. (UMA LEITURA ATENTA É A MANEIRA MAIS EFICAZ DE SE


COMPREENDER BEM O TEXTO)

1. Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras.


2. E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e,
assentando-se, os ensinava.
3. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
4. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato,
adulterando.
5. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6. Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-
se, escrevia com o dedo na terra.
7. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre
vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
8. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
9. Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos
mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
10. E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe:
Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11. E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e
não peques mais.
João 8:1-11

11.2 Investigar o Propósito do Livro. (LEI DE AUTORIA DE TEXTO)

 Autor: João, filho de Zebedeu, irmão de Tiago.


 Época: Em 90 d.C, em Éfeso, na Ásia.
 Destinatário: Para Igreja de Éfeso.

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 Conteúdo do Livro: Narra milagres que em outros Evangelhos não são narrados.
1. Transformação da água em vinho (Jo 2).
2. A cura do filho do nobre (Jo 4).
3. Paralítico do tanque de Betesda (Jo 5).
4. A cura do cego de nascença (Jo 9).
5. A ressurreição de Lázaro (Jo 11).
6. A Segunda pesca maravilhosa (Jo 21).

O livro de João pretende ser um livro biográfico da pessoa de Jesus Cristo. Tanto que em
cada capitulo, João narra um fator diferente da personalidade de Cristo. Portanto, ao mesmo
tempo, que, João se preocupa com os milagres, ele sempre procura enfatizar a humanidade
incrível de Jesus, filho de José. João é o livro mais espiritual da Bíblia. João fala de si mesmo,
quando se refere a um discípulo que reclinava sua cabeça no peito de Jesus (Jo 20.2).

11.3 Fazer a exegese simples do texto (pesquisar locais e personagens do texto).

 Local: Jesus passou a noite no Monte das Oliveiras e depois foi para o Templo
(Templo de Herodes, o grande; que começou a ser construído em 4 a.C e terminnou
em 64 d.C e foi destruído em 70 d.C), pela manhã.
 Personagens:
1. Jesus.
2. Escribas (escritores e copistas).
3. Fariseus (partido religioso que cria na ressurreição, mestres da lei, a palavra fariseu
significa: “separado”. Nasceram do período inter-bíblico, mas especificamente no
período dos Macabeus (185 a.C).
4. Mulher adúltera (1º: Seria uma mulher de aluguel de um grande rico da época. 2º:
Seria uma Meretriz qualquer. 3º: Seria Maria Madalena).
5. Povo que costumava seguir a Jesus (Povo que já o seguia nos capítulos anteriores)

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11.4 Investigar os contextos que anteriores e posteriores. (LEI DO CONTEXTO).

 Capítulo 7:

Jesus estava na Galiléia, e não quis entrar na Judeia (onde acontecia a Festa), e estava
perto da Festa dos Tabernáculos, porque os fariseus o buscavam para matar. Os irmãos de
Jesus discutiam com ele a respeito de sua popularidade. Os irmãos de Jesus vão a Festa e
Jesus vai em seguida, ocultamente. Chegando na Festa ele começa a ensinar e os fariseus se
maravilhavam do seu ensino. E no último dia da Festa, o dia principal, Jesus diz: Quem tem
sede vem a mim e beba, e ganha a fé dos judeus. Os fariseus e Nicodemos debatem com
outros fariseus sobre o porque não prenderam Jesus. E todos foram para sua casa, mas Jesus
foi para o Monte das Oliveiras.

 Galiléia: Cidade pequena com média de 300 habitantes. Viviam um povo


oprimido pelos impostos de Roma.
 Festa dos Tabernáculos: Festa que propunha o culto em agradecimento a Deus
pela provisão dos 40 anos de peregrinação no deserto. (Providência do pão,
água, carne, coluna de fogo e nuvem).

 Capítulo 9

Jesus estava perto do Templo e curou um cedo de nascença no dia de sábado. Os


fariseus, fizeram uma investigação minuciosa com respeito à autenticidade do milagre,
buscando ocasião contra Jesus. Chegaram até mesmo a perguntar aos pais do que fora cego. E
os mesmo afirmaram que nasceu cego, mas se esquivavam de responder abertamente. Os
fariseus continuam sua investigação e então Jesus aparece e lhes convence que estavam cego
por conta do pecado. E que ele veio para fazer ver os que se encontravam cego, e fazer cegos
os que conseguiam ver.

11.5 Conferir as palavras chaves nas línguas originais. (LEI DE GÊNERO


LITERÁRIO)

 CONDENO, do gr. “katakrino”: Significa que Jesus mostrou através do seu


comportamento que outras mereciam estar condenadas mas não estavam. Que ele não
veio para condenar, mas para perdoar e salvar.

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 NÃO PEQUEIS, do gr. “meketi hamartano”: A partir de agora não tenha mais parte
com atitudes que ferem a Lei de Deus, que desonram o caráter do Altíssimo.

11.6 Hermenêutica Clementiana (Histórico, Doutrinário, Profético, Místico, Filosófico).

 Histórico: O texto apresenta uma alegação contida na Lei de Moisés (Lv 20.10/ Dt
22.22), no v.4 do cap.8 de João.
 Doutrinário: Ensinamento que não devemos atirar pedras em ninguém por mais pecador
que seja. Todos temos pecado. O único que poderia apedrejá-la, perdoou.
 Profético: ---------
 Místico: Perdão para a Salvação.
 Filosófico: Jesus reinterpreta a Lei de Moisés. Ele mostra que os pecadores não devem
ser apedrejados, mas acolhidos, perdoados, e facultar-lhes uma nova chance.

11.7 Definir/concluir moral da história. (DESFECHO).

 Jesus nos ensina que não devemos acusar sabendo que temos erros.
 Que pecado é pecado, que não existe níveis de pecado, ele apresenta isso quando
iguala o pecado de adultério aos pecados gerais dos que estavam prontos para apedrejá-la.
 O perdão não extermina a inclinação para o pecado na nossa alma, apenas nos dá
uma nova chance de recomeçar.
 Quando encontrarmos em situações, que as pessoas querem apedrejar as outras,
devemos impedir que isso aconteça, levando os acusadores a uma auto reflexão.
 Que o Amor cumpre a Lei.
 Que pecados não são exterminados com pedras, mas com Perdão. Que não devemos
ouvir acusadores, por mais que pareçam estar respaldados numa razão.
 Quando ele escreve na areia, ele nos mostra que não devemos nos envolver no
alvoroço de uma multidão sem compaixão.
 Que santidade tem haver com compaixão (Jesus era o único sem pecado, e não
apedreja a mulher).

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11.8 FORMAÇÃO DO ESBOÇO

11.8.1 TEXTO: João 8.1-11.

11.8.2 INTRODUÇÃO:

 Detalhes do livro de João.


 História anterior (cap.7).
 Entrar na história do texto.

11.8.3 DESENVOLVIMENTO

 Falar dos personagens (Jesus, Escribas, Fariseus, Povo, Mulher).


 Erros dos fariseus em relação à Lei de Moisés
1. Não levaram o homem que adulterou com a mulher (Lv 20.10).
2. A Lei ordenava a morte, mas não fala que é por apedrejamento ( Dt 22.22).
 Jesus reinterpreta a Lei de Moisés (Jesus muda nossos conceitos).
 NÃO PEQUEIS, do gr. “meketi hamartano”: A partir de agora não tenha mais parte com
atitudes que ferem a Lei de Deus, que desonram o caráter do Altíssimo. (TESTEMUNHO).

11.8.4 CONCLUSÃO

 Jesus nos ensina que não devemos acusar sabendo que temos erros.
 O perdão não extermina a inclinação para o pecado na nossa alma, apenas nos dá uma
nova chance de recomeçar.
 Quando encontrarmos em situações, que as pessoas querem apedrejar as outras,
devemos impedir que isso aconteça, levando os acusadores a uma auto reflexão.
 Que o Amor cumpre a Lei.
 Que pecados não são exterminados com pedras, mas com Perdão. Que não devemos
ouvir acusadores, por mais que pareçam estar respaldados numa razão.
 Quando ele escreve na areia, ele nos mostra que não devemos nos envolver no
alvoroço de uma multidão sem compaixão.
 Que santidade tem haver com compaixão (Jesus era o único sem pecado, e não
apedreja a mulher).

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BIBLIOGRAFIA:

http://www.okconcursos.com.br/apostilas/apostila-gratis/135-portugues-para-
concursos/478-morfologia#.vvumr_cnq1t. Acessado dia 01/03/2018, às 17:36 horas.
Este material de morfologia foi retirado desta fonte e adaptado.
Marina Cabral, disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/preposicao.htm. Acessado dia 02/03/2018 às
18:09 horas.
Bíblia Apologética de Estudo – ICP-2000, Pg 1342 à 1348. Estudo de Hermenêutica
retirado desta fonte e adaptado conforme o objetivo deste Curso. Exegeses feitas pelo
conteudista do curso: Professor Mateus G. Rangel (ITK, OTIB:231).
https://www.todamateria.com.br/tipos-de-textos/. Acessado dia 01/03/2018, às 18:05 horas. Todo o
tópico

https://www.milhoranza.com/2009/09/08/figuras-de-linguagem/#.wphy7wrwbiu.
Acessado em dia 01/02/2018, às 16:54 horas. Todo este material de “figuras de
linguagem” é de autoria de Alexandre Milhoranza, seminarista da Faculdade Batista de
São Paulo.
http://gramaticanabiblia.blogspot.com.br/2011/02/classificacoes-dos-substantivos.html.
Acessado no dia 0103/2018, às 17:02 horas. Todo este material foi retirado desta fonte,
cuja autoria pertence a Eduardo Cajueiro, professor de Língua Portuguesa na Escola de
Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, SP, desde 1996. Para um
aprofundamento maior adquiram o livro: “"Português aplicado à Bíblia -
Transformando Análise Sintática em Análise Simpática".

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