Preconceito é a reação que precede a reflexão. Etimologicamente, podemos extrair o sentido
da palavra como sendo um conceito prévio. O ser humano forma conceitos prévios a todo instante baseado nas suas observações, conhecimentos e experiências anteriores, analogias, comparações,… Muitas vezes esta é uma ferramenta útil e até mesmo desejável. Por exemplo, quando nos deparamos com um animal feroz, não precisamos conhecê-lo para saber que é uma ameaça. Percebemos seu porte, velocidade de movimentos, presença de garras ou dentes afiados, semelhança com outras criaturas conhecidas, potencial peçonhento(artrópodes e répteis, principalmente) entre outras características. Entretanto, quando avançamos para questões de relações sociais humanas, tal “habilidade” pode converter-se em um problema. Esteriótipos, questões fenotípicas, culturais e comportamentais podem levar a conclusões equivocadas. Daí surge a discriminação. A discriminação é o ato de qualificar pessoas por suas características externas, fazendo relações preconceituosas entre tais características e comportamentos supostamente associados a elas. Segregar pessoas por imaginar que a cor da pele, o penteado, a forma que se veste ou o estilo musical preferido define a índole de um indivíduo é um exemplo. O preconceito tem a ver com instinto de autopreservação, enquanto a discriminação segrega. Não há base científica para justificar discriminações étnica. Não há qualquer indício claro de que haja superioridade de uma etnia sobre a outra, sendo assim, a discriminação racial não passa de uma superstição. Quando esta discriminação racial parte de uma etnia dominante, financeira e culturalmente falando, temos o que o autor apresenta como racismo. A relação de racismo implica, necessariamente, uma relação de opressão de uma classe dominante, detentora de poder, contra outra menos favorecida. Quando observamos as relações étnicas no Brasil, é claro que os negros são maioria nas classes sociais inferiores e minoria nas classes sociais mais elevadas. Isto reduz a representatividade e reforça uma ideia de inferioridade. Sendo assim, numa sociedade com esta estrutura, nascer negro é uma desvantagem do ponto de vista social, embora não o seja em potencialidade intrínseca. O preconceito, e até mesmo a discriminação, podem ocorrer de modo reverso. Porém, os negros ou os indígenas, não são capazes de oprimir a etnia branca, por exemplo, pois não possuem representantes com poder social e econômico que permita tal relação. Se forem avaliados estudos a respeito do tema, será possível perceber até mesmo uma autopercepção destorcida da negritude, como algo negativo. Muitos negros ou pardos não se consideram assim ou não veem beleza no ser negro. Mapa Mental – índios no Brasil Mapa mental – Racismo Estrutural