Você está na página 1de 8

Psicologia Social e do Género

Imagem da mulher e do homem

Ser mulher não é só uma categoria pois varia em vários sentidos, como na idade, etnicidade,
classe social bem como em muitas outras dimensões. Ademais, essa imagem da mulher também
difere culturalmente entre culturas e dentro da própria cultura, ao longo do tempo, pelo que esta
idealização cria âncoras para a identidade psicológica, servindo de base para a auto-percepção e
auto-estima. Posto isto, esta imagem da mulher não é construída de forma igualitária em todas as
sociedades, onde muitas delas tendem a exacerbar as diferenças biológicas para diferenciar os
papéis de género e definir o comportamento apropriado.
Inclusive nos media, a imagem transmitida das mulheres é muito discrepante da dos homens,
pelo que é fortemente julgada a nível psicológico e sexual, onde tudo o que escape à «norma» é
estigmatizado e humilhado.

Imagem da Mulher, numa perspectiva cultural


A imagem da mulher manteve-se de forma surpreendentemente consistente ao longo do
tempo (exemplo de várias deusas gregas)

Imagem Religiosa da Mulher


A imagem da mulher, tal como a do homem é encontrada desde as histórias remotas no
Antigo Testamento e inúmeras religiões têm problematizado a sexualidade feminina (exemplo do
Estado Islâmico).

Semelhanças e Diferenças na imagem da Mulher


A imagem religiosa da mulher é reflectida em várias culturas de hoje em dia. Realizou-se um
estudo em 25 países sobre estereótipos de género, recorrendo a alguns adjectivos associados às
mulheres de onde se realizaram os estudos. Posto isto, as mulheres são vistas como sentimentais,
submissas e supersticiosas, pelo que contrariamente os homens são aventurosos, fortes e
independentes. Relativamente à religião, por exemplo para uma grande percentagem de Católicos,
as mulheres são vistas de forma bastante favorável.
E importante reter que a imagem cultural da mulher pode ser internalizada e usada como fonte
de atitudes e crenças individuais.
Estereótipos (Visão Geral)
A imagem do género é comunicada em vários aspectos do nosso quotidiano mas as pessoas
revelam pouca consciência e atenção a ela.

O que são estereótipos?


Os estereótipos fazem parte da nossa linguagem do dia-a-dia, e possui significados
específicos quando usados por Psicólogos apesar de o termo «estereótipos» não ter sido inventado
por eles mas sim por Lippmann (1922), que definiu como sendo um comportamento culturalmente
determinado por figuras que afectam as nossas faculdades cognitivas e percepções acerca do
mundo, pelo que podem ocorrer sempre que os indivíduos são classificados por outros como tendo
algo em comum com uma certa categoria ou grupo de pessoas.
Posto isto, os estereótipos de género possuem algumas características, tais como: os
grupos que são alvo de estereótipo são facilmente identificados como sendo menos poderosos; as
pessoas acreditam que há características próprias dos grupos estereotipados; os estereótipos
implicam uma comparação entre grupos, apesar de não os representar; esta percepção errada advém
de um processamento de informação e dificilmente é modificada; as pessoas são profundamente
inconscientes relativamente a esta questão dos estereótipos.
Assim, os estereótipos (≠ crenças individuais) são destrutivos pois podem influenciar as
percepções independentemente das características individuais dos membros do grupo estereotipado
e são definidos pela sua falta de variabilidade, no sentido em que a maior parte das pessoas elege
uma qualidade particular e aplica-a a um grupo.

Estereótipos e subtipos – Os vários significados de Ser Mulher


Há muitas características além dos traços de personalidade – como comportamentos,
aparência física – são relatados como sendo percepções sobre o género na nossa sociedade e tal
reflecte-se em estudos com estudantes, a quem lhes fora pedido que listassem todas as
características que achavam pertinentes para homens e mulheres e estes recorreram a características
físicas, comportamentos e ocupações, além dos traços de personalidade. Assim, os estereótipos
sobre homens e mulheres parecem advir de uma forte rede de associações, estendendo-se assim, a
praticamente todas as pessoas.
Mulheres: associado a atributos como calorosas, mães, graciosas, contudo, não há nenhuma
categoria (género, papéis sociais) que seja mais importante que outras  Estudos mostram que os
indivíduos do sexo masculino dificilmente se envolvem em papéis/ocupações tipicamente
femininas.
As características físicas são tão ou mais importantes que os papéis de traço ou
comportamentos, pois é a primeira informação que as pessoas têm ao conhecer alguém novo
(importância das primeiras impressões).
«Gendering race» e classe social
A imagem das mulheres é muito diferenciada tanto pela raça, como pela classe social e qualidades
individuais  Estudo com mulheres brancas, classe média; mulheres negras, classe baixa, em que
lhes era pedido que atribuíssem adjectivos a cada grupo que melhor descrevesse a sociedade em
relação aos estereótipos de grupo e concluiu-se que as mulheres de raça negra avaliaram menos
positivamente que as mulheres brancas  Mas, o mundo não se baseia apenas em raça ou classe
média, razão pela qual os psicólogos não podem assumir que os processos cognitivos são os
mesmos independentemente dos estímulos das pessoas usadas em vários estudos.

Estereótipos de género e os media


Estereótipos em todo o lado!
Há existência de estereótipos em inúmeras comunicação dos media, inclusive nos livros de
histórias para crianças, filmes, televisão e revistas de ficção  É notável que há muitas mais
personagens masculinas que femininas.

Comics
Há muito estereótipo de sexo, o que poderá ser altamente insidioso na medida em que os
leitores, na sua maioria crianças, podem não estar cientes das mensagens sexistas que estão por
detrás.
A imagem profissional das mulheres nestes comics não é favorável.

Mulheres nas notícias


As mulheres são muito menos caracterizadas nas notícias que os homens, em apenas 25% das
vezes, isto é, os homens dominam muito mais as notícias e as páginas de negocia e além disso, 67%
das páginas principais é que são escritas por homens. Nos artigos de notícias, o tratamento prestado
a homens é completamente diferente do às mulheres, pois a estas é muito mais mencionado a sua
aparência física e roupas.

Mulheres nas páginas de desportos


Os/as atletas homens e mulheres são nomeados de forma diferenciada quando são contadas
histórias sobre eles. As mulheres atletas são frequentemente chamadas pelo seu nome principal,
seguido de «black women athletes», apenas os atletas homens de raça branca é que são tratados pelo
apelido.
Homens: caracterizados pela força, poder, violência; Mulheres: feminismo, beleza,
graciosidade.
Imagens Pictóricas de homens e mulheres
Sexismo na televisão
As personagens femininas usualmente são mais jovens que as personagens masculinas, numa
diferença de 10 anos (é dramaticamente ilustrada essa diferença nos cabelos grisalhos dos homens).
Especialmente nos programas televisivos é onde é mais notável o sexismo, na medida em que as
mulheres invariavelmente vão muito mais provocadoras na forma de vestir ao contrário dos homens
e são apresentadas quase como objectos sexuais nos anúncios televisivos.

Sexismo em anúncios de revista


Vários anúncios recentes demonstram que, apesar de passados 30 anos de feminismo
moderno, deram-se pequenas mudanças neste meio. Como as mulheres entraram cheias de força no
mercado de trabalho, os anúncios representavam-nas em ambientes de trabalho fora de casa.
Invariavelmente as mulheres nestes anúncios estão a tocar-se ou acarinhar-se, isto é, têm
comportamentos associados à representação das mulheres como objectos sexuais, quando
muitas vezes a parte do corpo apresentado em nada tem a ver com o conteúdo do artigo.

Sexismo, racismo, imagens da classe social


O nível de agressão sexual às mulheres na música rap é de tal ordem enorme, que as mulheres
são chamadas frequentemente de «cabras» ou «prostitutas».
Respectivamente às mulheres de cor, estas são extremamente mal tratadas na pornografia,
como animais quase, pior que às mulheres brancas.
A principal mensagem que passa nas revistas é que as relações sexuais são centrais e
importantes na vida das mulheres, mais do que a família, filhos, carreira (a nível individual),
política, economia, paz ou guerra (a nível da sociedade).

Face-ism e body-ism
Os preconceitos de género estão constantemente presentes no nosso dia-a-dia e as
representações diferenciadas de homens e mulheres existem a nível cultural e persiste no tempo.
Face-ism é determinado medindo o tamanho relativo da cabeça/corpo em ilustrações de homens e
mulheres, de forma a produzir um índice de proeminência facial relativo.
Os investigadores concluíram que homens e mulheres com uma proeminência facial alta
revelam níveis mais altos de inteligência, ambição, e aparência física em comparação com as
pessoas com proeminência fácil baixa  Estas diferenças nas representações faciais contribuem
para a concepção de homem e mulher em relação a inteligência, personalidade, e carácter associado
às suas caras, o que perpetua os estereótipos.
Impacto do sexismo media

Imagem de género e papéis de género


Num estudo de Geis et al. as mulheres que viram os anúncios tradicionais enfatizaram-se mais
a favor do lar (preconceito de género), mais do que os homens e mulheres que viram os anúncios
cujos papéis estavam invertidos.
A consistência e estabilidade das imagens de mulheres e homens pode fazer com que as
pessoas acreditem que há um consenso quanto aos papéis de género na sociedade.

Body Image e auto-estima


Geralmente as mulheres sofrem mais com a sua auto-estima que os homens. As mulheres que
aceitam tradicionalmente a imagem sexualizada que está associada a eles demonstram mais
investimento na sua aparência e internalização dos standars que a sociedade impõe acerca do
conceito de beleza  Objectificação do corpo da mulher.

Procura das mulheres pela beleza

A importância social da aparência


A ligação entre a auto-estima no corpo e a visão tradicional sobre género é marcada em quase
todas as culturas. A maior importância da atractividade da mulher, ao invés dos homens, é ilustrada
nos anúncios pessoais que as pessoas usam quando conhecem novos indivíduos.
A beleza pode representar uma forma de ter poder por parte das mulheres, pois «as mulheres
podem ser capazes de negociar os seus olhares para a segurança financeira ou outros recursos
materiais».

Aprender a cuidar da nossa aparência


As meninas e mulheres não escapam à pressão cultural e aos julgamentos que se fazem à sua
aparência e a aprendizagem sobre como cuidar da mesma é um processo bastante demoroso. A
imagem das mulheres nas revistas populares também contribui a que as meninas comecem a ficar
obcecadas com a sua aparência.

Standards sobre o peso


As mulheres recebem constantemente mensagens do que é que estas deverão comer e que,
façam o que fizerem, nunca irão conseguir atingir o «peso perfeito». Por este motivo, muitas
adolescentes desenvolvem percepções distorcidas sobre os seus corpos, pois muitas vezes acham-se
demasiado gordas ou grandes – quando na realidade não o são – e exageram nas suas descrições.
Mulheres em minorias e standards de beleza de mulheres brancas
Desde os contos de fadas e das estrelas de cinema, que a imagem de beleza feminina está
presente…

Linguagem e o lugar das mulheres

Imagens verbais dos homens e mulheres


A língua inglesa contém uma vasta variedade de palavras sexistas, bem como palavras
racistas e várias análises mostram que continua a haver muitos preconceitos negativos para com as
mulheres  Conotação negativa e sexual (boneca, querida, pussycat, bebé).
Há uma clara distinção entre as palavras rapaz e homem mas tal não acontece com rapariga e
mulher, pois acaba por prolongar o máximo possível a que estas sejam «eternamente umas
raparigas».
As relações de poder entre homens e mulheres são reflectidas no vocabulário/gíria sobre
género, apesar de a gíria sexual ser usada para descrever mais as mulheres que os homens

O genérico «ele»
Na língua inglesa usam-se muitos pronomes de humanidade masculina como «ele» para
ambos os sexos, o que perpetua os preconceitos de género  Faz com que pensemos de imediato
no masculino em primeiro lugar, mesmo quando o contexto implica ambos os sexos. As mulheres
são excluídas mais facilmente nas formas gramaticais do que os homens.
Os preconceitos de género na linguagem influenciam a compreensão, a memória e a auto-
estima.

Linguagem sexista e distorções conceptuais


A linguagem ambígua pode influenciar bastante a compreensão em áreas cruciais. Realizou-se
um estudo que fez a ligação entre o uso da linguagem nos media e a das pessoas para compreender
a falta de compreensão sobre doenças graves e, o uso de palavras genéricas, como homossexuais
para os homens também reforça a associação generalizada entre ser homem e ser humano.

Estereótipos e procura social

Estereótipos de género e atribuições sociais


Os estereótipos servem de agentes nas mensagens sociais sobre os papéis apropriados e
comportamentos devidos nos homens e mulheres e podem influenciar as suposições de como é que
estes se devem comportar em vários contextos.
Os estereótipos reflectem as diferentes percepções que as pessoas têm sobre os homens e
mulheres  Tem a função prescritiva (os estereótipos são transmitidos pelas diferentes atribuições
que as pessoas fazem com base no seu género; atribuições – suposições sobre como se devem
comportam) e descritiva e informam as pessoas sobre como se devem comportar.

Valores Sociais e atracção física


É através da aparência física que se transmite mais informação que as pessoas usam para
realizar estereótipos sobre outrem  Qualquer minoria que se desvie das expectativas sociais, serão
alvo de julgamentos sociais negativos.

Peso e estigma social


As mulheres são muito mais estigmatizadas quanto à obesidade do que homens 
Atribuições negativas sobre o peso são mais frequentes nas populações brancas (quando se
pergunta a mulheres americanas africanas acerca das qualidades de modelos profissionais, elas
referem as roupas usadas, e não o peso das mulheres).

Estereótipos sobre o desvio social


As variantes na atracção física é também são influenciadas por percepções sobre o desvio
social nos homens e mulheres. Há uma forte relação entre a percepção de atracção e género
percebido  Isto é, quanto mais atractiva uma mulher for, mais será vista como feminina (e o
mesmo se passa nos homens).
Definição de Andrógeno.

Estereótipos e sexismo

Sexismos ambivalente
Os estereótipos sobre as mulheres são bastante complexos pois contém julgamentos positivos
e negativos  Sexismo hostil.

Sexismo e discriminação
Há atitudes ambivalentes sobre as mulheres e sobre quem se desvia aos papéis tradicionais,
pelo que serão «penalizadas» como tendo comportamentos desviantes.

A persistência dos estereótipos: Factores cognitivos


Psicólogos sociais realizaram esforços para perceber porque é que certas imagens culturais
das mulheres são internalizadas e usadas  Influencia o seu estatuto na sociedade, nomeada na
competição com os homens no mercado de trabalho.
Subtipo de mulheres: mulheres de carreira, feministas, lésbicas, atletas  A existência de
subtipos explica o porquê dos estereótipos persistirem.

Criar significado
Os estereótipos não são opiniões individuais, mas sim argumentos colectivos sobre o que é a
realidade social. A mesma palavra pode ter vários significados quando aplicada a membros de
diferentes grupos estereotipados  Agressivo pode ser indicado como violência física quando
aplicado a um trabalhador e abuso verbal quando aplicado a um advogado.

Formas de Sexismo
Novas medidas de sexismo
Neosexismo.

Um futuro de mudança

Resumo

Você também pode gostar