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Sumário

SEXUALIDADE FEMININA..............................................................................................................3
MULHER: QUAL A SUA IDENTIDADE?...........................................................................................4
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA SEXUALIDADE BRASILEIRA.............................................................6
SER MULHER CRISTÃ: UM DESAFIO ATUAL!.................................................................................8
O CORPO DA MULHER: SISTEMA REPRODUTOR FEMININO.......................................................13
OS CICLOS VIVENCIADOS PELA MULHER....................................................................................16
MENARCA...............................................................................................................................16
SINTOMAS DE OVULAÇÃO......................................................................................................17
FLUXO MENSTRUAL................................................................................................................17
FUNCIONAMENTO DO CICLO MENSTRUAL............................................................................18
TPM (TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL): REALIDADE OU CHARME?................................................18
CLIMATÉRIO...........................................................................................................................21
COMO O CORPO FEMININO RESPONDE AO ATO SEXUAL..........................................................23
DESEJO...................................................................................................................................23
EXCITAÇÃO.............................................................................................................................23
ORGASMO..............................................................................................................................24
ORGASMOS MÚLTIPLOS.........................................................................................................25
PRINCIPAIS DISFUNÇÕES SEXUAIS..............................................................................................26
INIBIÇÕES DO DESEJO SEXUAL OU TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL HIPOATIVO..............27
ANORGASMIA OU DISFUNÇÃO ORGÁSMICA..........................................................................28
VAGINISMO............................................................................................................................28
DISPAREUNIA.........................................................................................................................29
O QUE O SEXO SIGNIFICA PARA A MULHER...............................................................................30
CURIOSIDADES...........................................................................................................................35
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................39
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SEXUALIDADE FEMININA

No mundo atual, falar sobre sexualidade feminina torna-se um desafio,


principalmente à luz da palavra de Deus. Tal tema, quando repercutido na vida
cotidiana, tem sido direcionado de forma tão vulgar e banalizada, que conduz a
imagem da mulher a um patamar de “escrava sexual”. Falar sobre a
sexualidade torna-se algo desafiador diante da diversidade de características
da mulher. A sexualidade feminina e o ato sexual em si são algumas das mais
grandiosas e perfeitas criações de Deus para o ser humano. Satanás, com sua
astúcia, tem buscado distorcer esse propósito e direciona as pessoas a
violarem seus corpos, trazendo consequências para áreas fundamentais de
suas vidas: biológica, psicológica, social e espiritual. Na aula acerca desse
tema busca-se refletir sobre a cultura que está sendo introjetada por e para
nossa sociedade quanto à função sexual da mulher, a fim de ampliar nossa
visão espiritual para uma compreensão real da imagem e do objetivo dessa
criação de Deus, que é o ato sexual, bem como o propósito de Deus para a
sexualidade feminina, além de permitir que você conclua o curso tendo
condições de direcionar esse tema para edificar e abençoar vidas.

Que Deus abençoe você!

Daiana de Souza Franco Milani


Psicóloga
daianafranco@hotmail.com
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MULHER: QUAL A SUA IDENTIDADE?

A busca por uma definição e explicação sobre a identidade feminina ocorre


desde séculos passados. Vários teóricos buscaram encontrar uma definição
sobre esse ser chamado mulher. Como ela se constitui? Qual a sua
identidade? E entre vários teóricos, o Psicanalista Freud buscou essa
compreensão; entretanto, fez sua analise a partir da referência ao masculino,
trazendo a ideia da mulher como um ser masculino incompleto, desprovido do
pênis e, por isso, inferior. Ao fim de seus estudos, chegou a reconhecer que
existe uma diferença entre o feminino e o masculino, porém concluiu que a
mulher seria um “continente negro”, algo a ser desvendado.

Quando tentamos encontrar um significado, percebe-se que a mulher passa a


ser entendida como um ser complexo e de definição inalcançável. Todavia,
devemos considerar que todo o conceito e a identificação de algo também
perpassam por uma identificação social. A constituição da identidade feminina
não foge a essa regra e também tem influência cultural, sendo definida por
vários sistemas sociais.

A tradição judaico-cristã introduziu uma maneira de ver a mulher de forma


inferiorizada e agregada de pecado e vergonha. Ela seria impura e repleta de
perigos para o homem. Nessa sociedade, o único que deveria ser valorizado
seria o ser masculino. Na Idade Média, o modelo de mulher deveria ser aquele
que apenas utilizasse sua sexualidade para a procriação e sua feminilidade era
motivo de vergonha, muitas vezes.

Entre o século XV e XVIII, a igreja católica dirige uma “caça às bruxas”. A


mulher sofre, nesse período, uma intensa degradação e a função da procriação
continua a ser único papel legítimo da mulher, caracterizando-se bem a
dissociação entre a mulher capaz de seduzir, que representa ameaça e perigo,
e a dócil, sensível, frágil e passiva.

Dessa forma, foi sendo construída uma identidade feminina. Ao falar em


identidade, neste estudo, focaremos na expressão da relação do indivíduo com
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seu grupo e com ele mesmo. Esse sujeito, em seus primeiros anos de vida,
passa a criar sua identidade através da identificação com o grupo que o cerca,
comumente, sua família. No início essa identificação ocorre com os pais, e em
seguida com a interação em outros ambientes, e nessa interação, associam-se
as representações sociais.
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REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA SEXUALIDADE BRASILEIRA

A visão e a concepção da mulher e de sua sexualidade que atualmente


conhecemos foi-nos transmitida pela sociedade em que vivemos. Na
convivência com várias pessoas, faz-se necessário buscar identificações para
caracterizar um determinado grupo. Assim, cria-se a Representação Social,
uma forma de identificação.

As identificações são socialmente elaboradas e compartilhadas, contribuindo


com a construção de uma realidade comum, que possibilita a comunicação
entre as pessoas. Desse modo, “as representações são, essencialmente,
fenômenos sociais que, mesmo acessados a partir do seu conteúdo cognitivo,
têm de ser entendidos a partir do seu contexto de produção” (SPINK, 1993), ou
seja, a partir das funções simbólicas e ideológicas a que servem e das formas
de comunicação em que circulam.

Pensando nessa construção social, como se dá a representação, isto é, as


identificações da sexualidade da brasileira? Como é ser mulher nessa
sociedade?

Ao analisarmos, podemos propor que em nosso país a identidade do feminino


corresponde ao equilíbrio entre a tríade beleza-saúde-juventude. As mulheres
estão sendo cada vez mais levadas a experimentarem seus corpos como
inadequados diante das imagens veiculadas, esculpidas em salas de ginástica
e de cirurgias, ou retocadas em estúdios fotográficos.

A autora Silvia Alexim Nunes destaca esse fenômeno de tirania estético de


nossa atualidade confirmando essa convicção de corpo ideal:

A publicidade e as inúmeras reportagens que pretendem ensinar às


mulheres a cuidarem de seu corpo, mantendo-o jovem e saudável,
apontam o binômio saúde-beleza como um caminho seguro para a
felicidade individual e o sucesso profissional. Um corpo que não
corresponda a essas prescrições torna-se um corpo persecutório,
atestado de fracasso e impotência, que, além de não corresponder a
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uma imagem idealizada, reflete a impossibilidade do sujeito em


controlar seus apetites, suas pulsões, instalando um sofrimento
narcísico sem precedentes em consequência de uma exigência real
que incide sobre corpos concretos (NUNES, 2003).

Diante disso, a mulher percebe-se em uma verdadeira cruzada contra os


aspectos do seu corpo feminino que não correspondam às imagens instituídas
como ideais.

A constituição histórica das mulheres passa pela história de seus corpos. Sexo
belo ou sexo frágil; tais denominações vinculam-se às imagens que nossa
sociedade fez dele, de sua beleza, de sua saúde. Se pensarmos que as formas
de subjetivação são tributárias a essa história, precisaremos reconhecer a força
que os ideais femininos instituídos por nossa cultura contemporânea podem
ganhar na construção da subjetividade feminina.

A modernidade, ao procurar fixar a mulher à família e à vida doméstica, instituiu


a mãe dedicada e voltada para a satisfação das necessidades do marido e dos
filhos como modelo ideal de feminilidade, inaugurando um processo intenso de
disciplinarização de seu corpo. Em nossos dias, quando a maternidade não é
mais pensada como “a única promessa de felicidade para a vida feminina, a
busca por um corpo esbelto, jovem e ‘saudável’ tornou-se uma imposição que
abre caminho para novas formas de controle e adestramento do corpo
feminino” (NUNES, 2003).

Diante do exposto, percebemos um contexto sendo delineado por um modelo


de identidade da mulher condicionado não por suas conquistas no mundo
privado ou público, mas por mecanismos de ajuste obrigatório à tríade beleza-
juventude-saúde, que pressupõe um apagamento de seus “excessos” e de sua
singularidade.
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SER MULHER CRISTÃ: UM DESAFIO ATUAL!

A mulher não esteve ausente durante todos os milênios em que atuou quase
exclusivamente dentro do lar, pois influenciava indiretamente todo o andamento
da sociedade com iniciativas, mesmo que nos bastidores, que influenciaram no
moldar das vidas que compoem a estrutura dessa mesma sociedade
(ASSUMPÇÃO, 2010). Entretanto, sempre surgem mudanças ou aberturas para
uma atuação mais efetiva da mulher. E como devemos encarar esse desafio?

Antes de qualquer coisa, precisamos reconhecer que o nosso Deus é o Senhor


da história. Pode parecer que foram as mudanças sociais trazidas pela luta
feminista e pelo reconhecimento masculino do valor da mulher que compraram
a liberdade que hoje é desfrutada. E, em parte, foram. Mas nenhum desses
fatores teria sido bem sucedido sem a permissão do Senhor do tempo. Assim,
é diante dele que temos de examinar o papel da mulher. A presença da mulher
é essencial para um domínio equilibrado e sensato do mundo que Deus criou
(Gênesis 2: 18 a 24).

Deus, em sua plenitude e amor, viu que não seria bom para o homem que
ficasse só e fez-lhe uma ajudadora. Pela Bíblia, vemos que Deus providenciou
as condições necessárias para a mulher desfrutar de sua sexualidade com
prazer. Com uma boa mente, atuação equilibrada de hormônios e estímulo
sexual adequado, a intimidade sexual no casamento é prazerosa e tende a
melhorar com o tempo.

Devemos considerar também que estão ocorrendo continuamente mudanças e


com elas, arraigados, surgem os desafios cotidianos, nos quais a mulher não
pode ser ignorada, pois está inserida neles. Assumpção (2010), em seu artigo
Novo século, antigo desafio, destaca três áreas que se configuram como
desafiantes e que podem ser instrumento de contribuição para a mulher cristã
refletir Deus e desfrutar o Seu propósito para com ela.

A primeira delas diz respeito ao corpo físico. Essa é uma das primeiras áreas
em que a libertação das mulheres tem trazido diversos malefícios, em vez de
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beneficiar. Por exemplo, atualmente, praticamente todos têm acesso às


informações dos males causados pelo cigarro, e o número de mulheres que
fumam já é maior que o de homens. No outro extremo, a preocupação
exagerada com a forma e a beleza físicas, cujo padrão de perfeição nem
sempre condiz com as formas femininas normais, tem levado as mulheres a
verdadeiras maratonas dentro das academias de ginástica, a regimes malucos
que muitas vezes acabam matando e ou conduzindo a doenças quase
exclusivamente femininas, como a anorexia e a bulimia.

Essa ênfase na aparência tem desvalorizado a mulher como pessoa mais do


que qualquer forma de restrição que ela tenha sofrido no passado.
Infelizmente, como já vimos no início deste estudo, as mulheres estão sendo
bombardeadas com mensagens como essas pelos meios de comunicação. Por
isso, o primeiro desafio a enfrentar é o de ter e procurar difundir a perspectiva
correta do valor total como pessoas, nem abusando do corpo, para de alguma
forma fazer com que se encaixe nos modelos que estão sendo impingidos, nem
negligenciando os cuidados a que hoje temos acesso para que ele seja um
templo digno para o Espírito Santo.

O segundo desafio diz respeito à sexualidade. As mulheres foram liberadas,


dizem, do falso moralismo sexual que defendia um padrão de comportamento
para os homens e outro para as mulheres. Assim liberadas, as mulheres são
estimuladas hoje a viverem plenamente sua sexualidade, começando a
desenvolver seu lado sexual desde pequeninas, e partindo para uma vida
sexual ativa já na adolescência.

Muitas vozes sensatas têm-se erguido contra os males que esse


comportamento traz: gravidez precoce, com crianças gerando crianças em
corpos imaturos, avanço de doenças sexualmente transmitidas, inclusive a
AIDS, e relacionamentos instáveis na vida adulta, pois o sexo está sendo
cultuado como algo à parte do relacionamento, como se um “convívio” sexual
fosse mais importante do que valores como compromisso, afeto e intimidade
emocional.
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Cabe às mulheres atuais resgatar o sentido e o valor dos relacionamentos,


vivendo sua sexualidade da única forma como ela pode trazer toda a satisfação
para a qual foi projetada: dentro de um relacionamento permanente, firme,
amoroso e compromissado - o casamento. Essa foi sempre a ideia de Deus no
que se refere à prática sexual. Não podemos permitir que outras vozes
deturpem esse presente bom de Deus para nós.

Vamos encontrar o terceiro desafio na área das finanças. Mudanças


irreversíveis estão ocorrendo também no campo do trabalho. Empregos estão
sendo extintos sem possibilidade de voltarem a existir devido aos progressos
tecnológicos de nossos dias. O grande número de desempregados em nosso
país é uma prova dessa nova realidade.

Assim, as mulheres estão sendo convocadas em peso a contribuírem com o


sustento das famílias. Já não é mais uma questão de opção ter um trabalho
remunerado, mas, em muitos casos, uma necessidade absoluta. E as mulheres
têm ido à luta. Nos Estados Unidos, a renda dos pequenos negócios abertos e
geridos por mulheres já supera a das 500 maiores empresas do país.

O desafio nessa área é duplo. A mulher se ocupa fora de casa sem


negligenciar o lar, e aprende a gastar bem o dinheiro que recebe. Muitas vezes,
o senso de culpa que sente por se ausentar tanto de casa quando trabalha fora
a leva a tentar compensar materialmente essa falta. Assim, acaba mimando
seus filhos com coisas materiais, trocando a penúria financeira pela falta de
disciplina e de equilíbrio emocional dos filhos, especialmente.

Quando a mulher decide, por motivos financeiros ou por sua própria


necessidade pessoal, gastar tempo fora de casa, precisa envolver toda a
família em seu projeto de vida. Por ser o eixo em torno do qual gira toda a
estrutura familiar, a mulher tem que administrar bem sua ausência para não
prejudicar emocionalmente sua família enquanto a beneficia materialmente.

O último e importante desafio que quero destacar está na área espiritual. A


Bíblia registra o retrato de uma mulher que viveu há muitos milênios e que
enfrentou os mesmos desafios e dilemas que enfrentamos hoje. Ela foi casada,
cuidou do marido, de seu lar, de suas empregadas, teve seu próprio negócio,
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fez investimentos financeiros, não se esquecendo da ação social e do


ministério do ensino.

Talvez você já a conheça, e até ache impossível alguém ser tão prendada e
bem-sucedida. Essa mulher é a citada em Provérbios 31. Essa passagem não
fala de um momento que aquela senhora viveu, mas de toda a vida, com suas
diversas e sucessivas fases. Entretanto, mais do que as coisas que aquela
mulher fez, a passagem descreve quem ela era, como e por que ela fez tudo o
que fez.

Assumpção (2010) destaca dois pontos que lhe chamam a atenção nesse
quadro. Primeiro, ele mostra uma mulher bem segura quanto às suas
prioridades, que age sempre em benefício de sua família primeiro. Ela tem uma
convicção profunda e inabalável de que o sucesso fora do lar jamais
compensará o fracasso naquilo que lhe é mais caro: os relacionamentos
familiares. Essa convicção rege todas as suas atividades.

O segundo ponto é a chave para a sabedoria daquela mulher da antiguidade e


que ainda é essencial para nós, hoje: vivermos honrando e obedecendo ao
nosso Deus. "A mulher que teme ao Senhor, essa será louvada" (v. 30).
Através do exercício da obediência aos princípios divinos, essa mulher adquiriu
o discernimento necessário para alinhar suas prioridades com o bom propósito
de Deus para sua vida.

Pestana, (2008) destaca que, entre os desígnios de Deus para mulher, estão
dois princípios que geralmente causam polêmicas: submissão e respeito.

 SUBMISSÃO

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido como ao Senhor” (Ef.
5.22)

Desde a criação, submissão na Bíblia é algo bonito e sinônimo de apoio,


aceitação, cooperação para com o marido nas tarefas que Deus deu a ele (Gn.
1-2). Seu alvo é fazer bem ao marido, favorecer os interesses dele, cooperar
com seus projetos e dar a ele o melhor de si, sem exigir nada em troca (Fp.
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2.3-4). Isso só é possível para a mulher cristã, cujo alvo principal é agradar e
obedecer a Deus. Assim, ela se submete ao marido, acima de tudo, para
obedecer e agradar a Deus.

Na realidade, submissão é estar sob a direção de alguém em determinada


situação. Submissão não significa humilhação ou motivo de desqualificação de
uma pessoa. A família é um grupo social e precisa ter um líder.

 RESPEITO

“Mas também está falando a respeito de vocês: cada marido deve amar a sua
esposa como ama a si mesmo, e cada esposa deve respeitar ao seu marido.”
(Ef. 5.33)

Após várias pesquisas, sexólogos comprovaram que o que as mulheres mais


desejam é sentirem-se amadas e protegidas, enquanto o homem é cativado
pelo respeito e admiração da mulher por ele. Deus já sabia disso! Praticando a
vontade de Deus, essas tendências se resolvem, pois a mulher satisfeita
emocionalmente se abre para o sexo. Submissão e respeito: o verdadeiro
segredo da feminilidade da mulher cristã.

Estamos sendo desafiadas pelas mudanças dos tempos que vivemos e pelas
dificuldades que enfrentamos em nossas vidas particulares, tanto na área do
trabalho, quanto da saúde, dos relacionamentos ou na área espiritual. Mas a
resposta continua sendo a mesma que a sábia mulher da Bíblia encontrou:
viver no temor do Senhor. Ele é o Senhor dos tempos, da história e de tudo que
acontece na vida de seus filhos, a quem ama com amor eterno e cujo bem
promove mesmo nas maiores dificuldades.
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O CORPO DA MULHER: SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas


uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina e uma vulva. Ele está
localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo
forte que realiza uma função protetora (VILELA, 2010).

A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que


liga o colo do útero aos genitais externos. Contém, de cada lado de sua
abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de
Bartholin, que secretam um muco lubrificante.

A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que


fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no
centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe
nas primeiras relações sexuais. A vagina é o local onde o pênis deposita os
espermatozóides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis,
possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.

De acordo com Vilela (2010), a genitália externa ou vulva é delimitada e


protegida por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e
inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os
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grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais internamente, outra
prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios -
que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o
clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.

Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona,


hormônios sexuais femininos. No final do desenvolvimento embrionário de uma
menina, ela já tem todas as células que se transformarão em gametas nos
seus dois ovários. Essas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro
de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos.

A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a


crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o
hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o
desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário
(gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação.

Após seu rompimento, a massa celular


resultante transforma-se em corpo lúteo ou
amarelo, que passa a secretar os hormônios
progesterona e estrógeno. O gameta feminino
liberado na superfície de um dos ovários é
recolhido por finas terminações das tubas
uterinas - as fímbrias.
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Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo


ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. O
gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas
terminações das tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem
o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas.
Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das
tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e


posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com
formato de pêra invertida. É revestido internamente por um tecido
vascularizado rico em glândulas - o endométrio.
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OS CICLOS VIVENCIADOS PELA MULHER

MENARCA

A menarca, ou seja, a primeira menstruação da mulher, é o limite entre a


infância e a vida adulta, o momento em que a menina começa a exercer seu
ciclo reprodutivo, a fase em que precisa passar a enfrentar responsabilidades
com seu corpo e sua família. Do ponto de vista biológico, é quando passa a
poder ter filhos e formar uma família. Já sob o aspecto cultural, é o
cumprimento de uma etapa, quando passa a ser vista como menina, e não
mais como criança (BOA SAÚDE, 2010).

A primeira menstruação acontece durante a adolescência, que engloba a faixa


etária aproximada entre os 10 e os 12 anos. É um período de transição, com
várias modificações importantes que perpassam por 3 áreas: a biológica, a
psicológica e a social. Todo esse processo acontece de forma lenta e gradual,
podendo ocasionar conflitos interiores, considerados normais, pois é uma
adaptação a um novo corpo, a uma nova maneira de pensar e a uma nova
postura dentro da família.

A puberdade é um período em que o organismo amadurece, começando a


produzir hormônios, ou intensificando a produção de outros. Esses hormônios
começam a criar mudanças no corpo de uma menina, alterando a sua
aparência. A aceleração rápida no crescimento, o aparecimento gradual dos
seios, pelos pubianos e axilares, acne e aumento do peso. Essas formações
são chamadas características sexuais secundárias.

Grande parte dessas características poderá ser percebida antes que a menina
tenha tido seu primeiro período menstrual. A idade em que essas mudanças se
iniciam varia bastante de uma pessoa à outra. Fatores como o ambiente e a
dieta são importantes tanto na antecipação como no atraso do
desenvolvimento do ciclo menstrual. Observa-se, nos últimos anos, uma
antecipação dessa idade, a cada geração.
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SINTOMAS DE OVULAÇÃO

A ovulação é um processo natural, pertencente ao ciclo menstrual de qualquer


mulher. É nele que o folículo ovariano é rompido, liberando o óvulo (célula
reprodutiva feminina) para que encontre o espermatozoide (célula reprodutiva
masculina) e ocorra a fecundação. Esse processo é controlado pela ação de
dois hormônios: o FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (hormônio
luteinizante), secretados pela glândula hipófise. Quando o óvulo é "liberado",
ele passa pelas trompas em direção ao útero.

Se for fecundado, ele se implanta no útero, em um período que varia de 6 a 12


dias de sua liberação, dando início à gravidez. Caso contrário, o óvulo se
degrada em 24 horas e, ao fim de alguns dias, ocorre a menstruação. Os sinais
da ovulação ocorrem quando os ciclos são regulares, em torno de 26 a 30 dias.
Há perturbações emocionais e físicas as quais podem anteceder a
menstruação, tais como: um leve acréscimo de peso, mudanças
comportamentais, aumento do tamanho dos seios, dores de cabeça, dores nas
costas, cansaço, etc.

Comportamento exagerado dias antes do período menstrual pode indicar a


Síndrome Pré-Menstrual, ou seja, mudanças temperamentais, de
comportamento, irritabilidade, entre outros. A consulta a um ginecologista,
nesses casos, é indicada. O médico pode oferecer medicações que reduzem a
dor, adequadas à idade e ao peso da mulher.

FLUXO MENSTRUAL

O nível crescente de hormônios no sangue vai produzir o desenvolvimento do


óvulo e o desenvolvimento de uma formação vascular e esponjosa dentro do
útero. O derramamento dessa formação, quando o óvulo é for fecundado é o
chamado fluxo menstrual. A menstruação deve ocorrer todos os meses, até o
advento da menopausa (BOA SAÚDE, 2010). Às vezes, os ciclos menstruais
podem ocorrer com frequência mais espaçada, não sendo incomum que
algumas meninas não ovulem com regularidade até dois anos após a menarca.
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FUNCIONAMENTO DO CICLO MENSTRUAL

A partir da puberdade, a hipófise, glândula no cérebro, secreta o hormônio


folículo estimulante. Mensalmente, esse hormônio prepara alguns óvulos para
o amadurecimento. O estrogênio, outro hormônio produzido pelos folículos,
ativa o desenvolvimento de uma camada espessa do útero (endométrio).
Depois de duas semanas, a hipófise secreta o hormônio luteinizante, fazendo
com que o óvulo mais maduro se desprenda do folículo. Este, que continha o
óvulo maduro,
Desenvolve-se em uma massa de tecido
chamada corpo lúteo. Este começa a
produzir progesterona e estrogênio.
Ambos os hormônios garantem o
crescimento da camada espessa no útero
para alimentar o embrião; quando não há
embrião, essa camada é expelida em
forma de menstruação (BOA SAÚDE,
2010).

TPM (TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL): REALIDADE OU CHARME?

A TPM é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na


segunda metade do ciclo menstrual, podendo ser tão severos que interfiram
significativamente na vida da mulher.

Trata-se de uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a


mulher na esfera biológica, psicológica e social. A tendência atual é acreditar
que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da
síndrome, alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de
sistema nervoso central. O tratamento depende da severidade dos sintomas e
incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos
medicamentosos (CORLETA e KALIL, 2010).
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Os sintomas mais comuns incluem, por ordem de frequência: desconforto


abdominal, mastalgia, cefaleia, fadiga, irritabilidade, tensão, humor deprimido,
humor lábil, aumento do apetite, esquecimento e dificuldade de concentração,
acne, hipersensibilidade aos estímulos, raiva, choro fácil, calorões, palpitações
e tonturas.

 Irritabilidade (nervosismo);
 Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva);
 Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de
concentração);
 Cefaleia (dor de cabeça);
 Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas);
 Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas);
 Cansaço;
 Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas
salgadas.

A TPM varia de mulher para mulher. Enquanto umas dizem sentir inchaços,
mau-humor, irritação, dor de cabeça e mal estar generalizado, outras nada
sentem. A produção dos hormônios femininos oscila ao longo do mês. Durante
a menstruação, ela não tem nem estrogênio nem progesterona. O estrogênio é
o hormônio da feminilidade: que deixa a pele mais bonita, mais alegre, faz
desenvolver as mamas, arredonda o quadril e torna a voz mais suave. A partir
da menstruação, o nível de estrogênio começa a crescer e atinge o máximo por
volta do 14º ou 15º dia, fase em que ocorrem a ovulação e o aumento da libido.

A mulher fica com mais apetite sexual e mais alegre. Depois, o nível de
estrogênio vai caindo e a mulher começa a produzir progesterona. Segundo o
próprio nome diz – pró-gestare -, trata-se do hormônio da gestação, que
prepara a mulher para a gravidez. Se, por um lado, deixa a mulher mais
tranquila, por outro, favorece a retenção de líquidos, o aumento de pêlos e
diminui a imunidade (DIEGOLI, 2010).

Em contrapartida, interrompendo a ação do estrogênio, a progesterona impede,


por exemplo, o desenvolvimento de câncer de útero. Ela chega para trazer
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controle e estabilidade. A segunda fase do ciclo é um período caracterizado


por mais inércia e tranquilidade. As mulheres ficam um pouco deprimidas e
mal-humoradas, mais quietas e com menos libido. De repente, os dois
hormônios caem por volta do 26º, 28º dia e desaparece o equilíbrio. A queda
gradativa do estrogênio provoca os sintomas típicos da TPM. Quando ele volta
a crescer, a mulher se sente melhor.

Pesquisas mostram que, durante a TPM, muitas mulheres têm:


 Maior clareza intelectual (facilidade para cálculos, projetos e estudos);
 Maior competitividade (estímulo para esportes, debates e desafios);
 Maior desejo sexual (24 horas antes da menstruação e logo após, é
comum haver uma congestão pélvica e aumento do nível de estrogênio,
o que aumenta o desejo);
 Há diminuição da produção de serotonina pelo cérebro (menos alegria).

A mulher deve se preparar com sabedoria para enfrentar esses dias. Pode
planejar atividades que aproveitam seu potencial, ao mesmo tempo que deve
evitar situações estressantes. A irritabilidade característica pode decorrer da
ausência de ser correspondida em seus desejos e potencial, somado ao fato de
que a mulher pode estar mais exigente nesse período e não aceita facilmente o
que não gosta.

Dentre os alimentos que ajudam, há aqueles que aliviam as dores nas mamas,
amenizam o cansaço e regulam a queda de estrogênio. Melhorando esses
sintomas, muitas mulheres nem se incomodam mais com a menstruação ou
com a TPM.
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Veja algumas sugestões de alimentos que podem auxiliar conforme os


sintomas da TPM na tabela abaixo:
Vitamina B6 Cálcio Magnésio
(Para aliviar as dores (Para amenizar o cansaço) (Para atenuar as emoções)
nas mamas) • soja • manga
• peixes • figo seco • abóbora
• gérmen de trigo • milho • milho
• aveia • couve • cereais
• batata • repolho • espinafre
• granola • acelga • lentilha
• nozes • mostarda • ervilha
• soja • brócolis • agrião
• feijão • sardinha • rúcula
• lentilha • salmão • tofu (contém um hormônio
• grão-de-bico • leite semelhante ao estrogênio e é
• leite muito útil, especialmente no
• gema climatério e pós-menopausa).
• banana

CLIMATÉRIO

É o período em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase não


reprodutiva.

Pré-menopausa: com a queda nos níveis de estrogênio, há irregularidades no


ciclo menstrual, com possibilidade de haver ondas de calor e suores noturnos.
A parada da menstruação geralmente não é abrupta.

Menopausa: é a parada da menstruação.

Pós-menopausa: é o período de 1 ano após a menopausa.


 Há perda acelerada de massa óssea (cuidado com fraturas no fêmur,
punho, quadris e deformidades na coluna);
 Há atrofia urogenital e da pele;
22

 Há maior risco de problemas cardiovasculares (risco de derrame), com


maior incidência de trombose (trombos são placas que aderem ao
interior dos vasos sanguíneos, obstruindo-os) e alto índice de colesterol.

Sintomas do climatério:
 Ondas de calor;
 Suores noturnos;
 Náuseas;
 Mal-estar;
 Dores de cabeça;
 Queda da libido (talvez por causa do ressecamento vaginal haja maior
risco de provocar irritações pelo atrito e infecções);
 Queda do cabelo;
 Perda do viço da pele;
 Palpitações;
 Cansaço;
 Irritabilidade (as emoções e os sentidos ficam mais aguçados);
 Depressão;
 Nervosismo.

OBS.: Algumas mulheres sofrem mais com os sintomas, outras menos. A vida
sexual após a menopausa pode ser agradável e durar a vida toda, pois,
embora haja menor irrigação sanguínea local, por falta de estrogênio, a mulher
ainda sente prazer e libera outros hormônios (testosterona, oxitocina,
endorfina, serotonina, etc) no contato sexual, no carinho, na atenção, no
respeito, no diálogo e na segurança que são transmitidos nesse ato. A sua
mente ainda é seu órgão sexual principal. Em muitos casos, a testosterona,
hormônio masculino também presente na mulher, mesmo na menopausa,
mantém a libido, a lubrificação vaginal, o viço da pele e do cabelo, conferindo
bem-estar à mulher.
23

COMO O CORPO FEMININO RESPONDE AO ATO SEXUAL

CLICO DE RESPOSTA SEXUAL FEMININO

DESEJO

Essa é a Primeira Fase Sexual, em que os instintos são estimulados e os


apetites crescem. O desejo, ou a sensualidade, é uma experiência subjetiva
que incita a pessoa a buscar atividade sexual. Em termos cerebrais, há
mensagens neurofisiológicas que motivam a busca por sexo. Esses sinais
neurológicos ainda não foram bem explicados, mas já se fala em uma espécie
de Centro de Desejo Sexual no Cérebro, que seria constituído principalmente
por uma pequena região cerebral denominada Claustro. Nas mulheres, o olfato
e principalmente o tato são bastante responsáveis pelo aumento do desejo
sexual (PARISOTTO, 2010).

EXCITAÇÃO

A Segunda Fase do Ciclo Sexual ocorre quando o corpo passa a responder


fisiologicamente frente aos estímulos que dispararam o desejo sexual, ou seja,
a excitação é a resposta do corpo ao desejo. Na mulher, a excitação é
demarcada pela produção de uma secreção responsável pela lubrificação
vaginal. Duas alterações fisiológicas são as principais protagonistas nessa
fase: a congestão vascular, que é o aumento da quantidade de sangue
superficial e/ou profunda acumulada em alguns órgãos do aparelho genital e
24

extragenital feminino; e a miotonia, que é a crescente e involuntária contração


de fibras musculares.

Mas a resposta sexual feminina não aparece apenas nos genitais. Ela é um
continuum de todo o corpo frente a estímulos. Aparece nos seios (mamas),
com um pequeno aumento de seu tamanho e com a ereção dos mamilos. Há
também o rubor sexual, quando a pele fica mais avermelhada, e tanto a
pressão sanguínea quanto a frequência cardíaca e respiratória tendem a
aumentar. Ocorrem contrações musculares nos órgãos próximos aos genitais,
como o reto (região anal), a uretra e a bexiga.

O aparelho genital feminino propriamente dito é constituído por órgãos externos


e internos, sendo eles: o clitóris, os grandes e pequenos lábios, a vagina e o
útero. Todos esses órgãos sofrem as mesmas alterações fisiológicas de
vasocongestão e miotonia. Tanto o clitóris quanto os pequenos e grandes
lábios aumentam de tamanho, ficando edemaciados e avermelhados. Os
grandes lábios se retraem, deixando a entrada da vagina livre. O clitóris fica
protegido sob um prepúcio (pele) e a vagina passa a produzir uma secreção
parecida com a saliva por um fenômeno semelhante à transudação (uma
espécie de suor da parede vaginal. Muitos, erroneamente, acreditam ser a
ejaculação feminina). Há sensação de contração muscular irregular desses
órgãos internos.

ORGASMO

Esta é a última Fase do Ciclo da Resposta Sexual. O orgasmo, o êxtase, o


gozo ou ápice de prazer ocorre quando há liberação de toda a tensão sexual
acumulada. É a profunda vasocongestão do clitóris, dos pequenos e grandes
lábios e do terço inferior da vagina, denominamos Plataforma Orgásmica. Pode
ocorrer uma contração muscular prolongada e espástica de 4 a 5 segundos
nessa região antes de ocorrer a descarga orgásmica. O orgasmo acontece: há
uma explosão de contrações rítmicas e involuntárias na Plataforma Orgásmica
a uma frequência de aproximadamente 12 vezes, a cada 0,8 segundos. O
interessante é que a mulher, logo em seguida, pode ser estimulada novamente
e ter mais de um orgasmo. A autora Luciana Parisotto (2010) pontua que essa
capacidade multiorgásmica da mulher não é encontrada nos homens, que
25

precisam de um tempo após a ejaculação para iniciar outro ciclo de resposta


sexual (tempo denominado Período Refratário).

ORGASMOS MÚLTIPLOS

Definem-se Orgasmos Múltiplos aqueles picos de orgasmos (de prazer) que


ocorrem em sequência, um imediatamente após o outro, sem interrupção
alguma. Logo, os orgasmos múltiplos não ocorrem nos homens, pois estes
apresentam o período refratário, que é um impedimento fisiológico. Mas não é
um fenômeno muito frequente mesmo nas mulheres.

O orgasmo feminino é muito complexo e não apresenta somente um padrão.


Pode ocorrer um único e intenso orgasmo, vários orgasmos de menor
intensidade ou uma união dessas duas variações. É também comum a mulher
confundir a sensação prazerosa após o coito como se estivesse
experimentando novos orgasmos. Para o homem, é difícil detectar se sua
parceira teve vários orgasmos, principalmente se estes não forem tão intensos.
Por vezes percebem o orgasmo feminino pelo súbito aumento de contrações
da vagina pressionando o próprio pênis. Em outras ocasiões, podem ser
vítimas de um comportamento não recomendável por parte das mulheres que é
a simulação do prazer. Parceiras que simulam o orgasmo tendem apenas a
trazer complicações ao ajuste sexual do casal.

Os Múltiplos Orgasmos não são a regra geral e não definem por si só se a


mulher tem mais, menos ou nenhum prazer quando comparada a outras com
um único orgasmo. Também não se sabe se há alguma predisposição biológica
ou emocional para se apresentar tal tipo de resposta sexual. O mito diz que a
mulher multiorgásmica é mais fogosa e pode dar maior prazer ao homem, mas

não há nenhuma evidência que comprove tal teoria, até porque muitas simulam
o prazer sem a percepção do parceiro. O maior prazer do homem frente às
supostas mulheres multiorgásmicas está, em grande parte, associado a
fantasias de ele próprio ser um "super macho" capaz de levar a mulher às
alturas no domínio do prazer (PARISOTTO, 2010).
26

PRINCIPAIS DISFUNÇÕES SEXUAIS

Ao falarmos sobre a sexualidade feminina não podemos desconsiderar que há


o seu desenvolvimento normal e o patológico. Para o termo ‘patológico’
utilizaremos a nomenclatura ‘disfunção sexual’. Já verificamos como ocorre
naturalmente o ciclo sexual feminino e percebemos que a resposta sexual
saudável ocorre como um conjunto de quatro etapas sucessivas: desejo,
excitação, orgasmo (ou orgasmos múltiplos) e resolução ou período refratário.

As disfunções sexuais, em contrapartida, caracterizam-se por falta, excesso,


desconforto e/ou dor na expressão e no desenvolvimento desse ciclo, o que
afeta uma ou mais de suas fases. Quanto mais precocemente incidir o
comprometimento desse ciclo, mais prejuízo acarretará à resposta sexual e
mais complexos serão o quadro clínico e os respectivos prognóstico e
tratamento. A disfunção sexual, portanto, implica em alguma alteração em uma
ou mais fases do ciclo de resposta sexual, ou dor associada ao ato, o que se
manifesta de forma persistente ou recorrente (ABDO e FLEURY).

À medida que o conhecimento da sexualidade humana avança, melhor se


identificam as diferenças entre as características especificamente femininas e
as masculinas da resposta aos estímulos sexuais. Essas diferenças são
atribuídas a fatores de ordem biopsicossocial, em especial: hormônios sexuais
(estrógenos versus andrógenos), educação sexual (repressora versus
permissiva) e ambiente (controlador versus estimulante).

Em decorrência desse contexto, a mulher tende à sensualidade e à sedução,


enquanto o homem busca a conquista e a posse no exercício da sexualidade.
Esse quadro é dinâmico e pode se modificar conforme se associam os fatores
envolvidos, próprios da vida de cada um. Tais fatores são também os
responsáveis pelo desenvolvimento e pela manutenção das disfunções
sexuais, sejam elas masculinas, sejam femininas. Também se associam e se
superpõem em um mesmo caso de disfunção.
27

Assim, um quadro disfuncional pode eclodir por causa orgânica, mas será
agravado, em boa parte das vezes, por repercussão emocional. Caso a origem
seja psíquica, as doenças próprias da idade acentuarão os sintomas da
dificuldade sexual, respondendo por sua cronificação. Na mulher, as disfunções
sexuais mais comuns são as inibições do desejo sexual, a anorgasmia, o
vaginismo e a dispareunia.

INIBIÇÕES DO DESEJO SEXUAL OU TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL


HIPOATIVO

Constituem a falta ou diminuição da motivação para a busca de sexo, isto é, a


pessoa não tem vontade de manter relações sexuais (GALVÃO e ABUCHAIM,
2010). Isso ocorre mais comumente devido à/a:

 Problemas no casamento (brigas, desentendimentos quanto ao que


cada um espera do relacionamento);
 Falta de intimidade;
 Dificuldades de comunicação entre o casal, ou, ainda, devido a tabus
sobre a própria sexualidade, como associações de sexo com pecado,
com desobediência ou com punições;
 Inibições decorrentes de traumas sexuais (abuso sexual, estupro);
 Doenças, problemas hormonais e ao uso de certas drogas e remédios.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

O diagnóstico pode ser feito por médico clínico, ginecologista, psiquiatra ou


psicólogo, através das queixas apresentadas pela paciente; dependendo das
queixas, pode ser necessária a realização de exames para se descobrir a
origem da falta de desejo.

O tratamento se faz de acordo com a causa. Quando houver problemas


clínicos (doenças), a paciente deve ser encaminhada para um especialista,
quando necessário (por exemplo, um endocrinologista, quando houver
problemas hormonais), sendo que cada tipo de diagnóstico vai requerer um tipo
específico de tratamento. Entretanto, a maioria dos casos deve-se a problemas
28

psicológicos ou no relacionamento do casal, e esses devem ser tratados por


psicólogo e/ou psiquiatra, na tentativa de descobrir as causas, compreendê-las
e resolvê-las.

ANORGASMIA OU DISFUNÇÃO ORGÁSMICA

É a falta de sensação de orgasmo na relação sexual. Pode ser primária,


quando a mulher nunca teve orgasmo na vida, ou secundária, quando tinha
orgasmos e passou a não tê-los. Ainda pode ser classificada em absoluta,
quando a anorgasmia ocorre sempre, e situacional, quando ocorre só em
certas situações (por exemplo, em certos locais em que a pessoa não se sente
confortável, ou com parceiro com o qual tenha algum tipo de conflito). A mulher
com anorgasmia pode aproveitar plenamente as outras fases do ato sexual,
isto é, tem desejo, aproveita as carícias e se excita, porém algo a bloqueia no
momento do orgasmo.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

As causas da anorgasmia são principalmente psicológicas, envolvendo


problemas nos relacionamentos interpessoais, conflitos a respeito da
sexualidade, falta de conhecimento do próprio corpo e das sensações, e
dificuldade na intimidade e na comunicação do casal em assuntos sobre sexo
(GALVÃO e ABUCHAIM, 2010). Problemas clínicos também podem causar
anorgasmia, como acidentes que atingem a medula espinhal, alterações
hormonais, corrimentos vaginais frequentes ou, ainda, anormalidades na forma
da vagina, do útero ou dos músculos que formam a região pélvica (região na
qual se situam os órgãos genitais).

VAGINISMO

É uma contração inconsciente, não desejada, da musculatura da vagina, o que


ocorre quando a pessoa imagina que possa vir a ter um ato sexual. Essa
contração atrapalha ou impede a introdução do pênis, a qual, se for tentada,
causará muita dor, sendo que, na maioria das vezes, o casal não consegue ter
ato sexual com penetração.
29

Pode ser consequência de uma educação rígida que provocou muitos tabus
sexuais, gerando conflitos psicológicos; consequência de traumas sexuais
(estupro ou abuso sexual); ou de experiências sexuais anteriores que tenham
causado sofrimento físico.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

O diagnóstico é feito, em geral, pelo ginecologista, por meio do relato da


paciente e também pelo exame ginecológico. O tratamento consiste em
identificar e tentar modificar a causa do vaginismo (GALVÃO e ABUCHAIM,
2010).

Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e


consiste:

 no entendimento das causas psicológicas;


 na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o
relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no
momento do ato sexual, e no entendimento das causas psicológicas
associadas.

DISPAREUNIA

É a dor genital que ocorre repetidamente antes, durante ou após o ato sexual.
As causas mais comuns são doenças ginecológicas (corrimento vaginal ou
alterações no formato da vagina, por exemplo) ou contração da musculatura
vaginal durante o ato sexual, devido a conflitos psicológicos relativos à
sexualidade.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

O diagnóstico é feito, normalmente, pelo ginecologista, e também acontece


pela análise das queixas da paciente e do exame ginecológico, e o tratamento
é de acordo com a causa, isto é, tratamento para a doença diagnosticada, feito
em geral pelo próprio ginecologista ou com psicólogos ou psiquiatras, quando o
problema for decorrente de conflitos psicológicos (GALVÃO e ABUCHAIM,
2010).
30

O QUE O SEXO SIGNIFICA PARA A MULHER

O livro “Ato Conjugal” proporciona uma reflexão sobre como (felizmente, para
as mulheres) os homens e as culturas estão mudando. Como vimos, em uma
geração anterior, tudo na sociedade contribuía com a exaltação da imagem
masculina, que fazia com que parecessem animais no quarto e os únicos com
o direito de sentir prazer com o sexo. O prazer sexual que obtinham com a
"pobre esposa" era supostamente um direito divino deles, e suas relações
sexuais geralmente eram experiências unilaterais, que deixavam a mulher
insatisfeita e com a sensação de que não fora amada, apenas usada.

O marido cristão moderno já está sendo instruído pela Palavra de Deus e pelo
seu pastor nos seguintes termos: "Maridos, amai vossas mulheres como
também Cristo amou a igreja... Assim também os maridos devem amar as suas
mulheres (Ef. 5.25,28). Portanto, o cristão, hoje, entra para o casamento mais
conscientizado das carências emocionais da esposa, e mais preocupado com a
satisfação dela (LAHAYE, 1989).

Tim e Beverly Lahaye (1989) destacam alguns pontos importantes que revelam
o que o sexo significa para uma mulher. O ato sexual:

1. Satisfaz seu senso de feminilidade. A psicologia da imagem própria é a


tônica do momento. Toda banca de livros atualmente apresenta várias
publicações a respeito do autoaperfeiçoamento, e muitas delas são best-
sellers. Nós, cristãos, não concordamos com todas as conclusões humanísticas
que elas oferecem, mas nunca poderíamos negar a importante verdade de que
a felicidade duradoura é impossível sem que o indivíduo aceite a si mesmo.
Isso se aplica também à sexualidade da mulher. Se ela se considera um
fracasso na cama, terá dificuldades em aceitar sua total feminilidade.

2. Assegura-lhe quanto ao amor do parceiro. O único ponto em que os


psicólogos concordam entre si é que todas as pessoas possuem a necessidade
básica de serem amadas. Em geral, isso se aplica mais às mulheres do que
aos homens. Elas possuem uma imensa capacidade para o amor, tanto no dar
31

quanto no receber. Poderíamos apresentar centenas de exemplos de amor


materno, de esposa, de irmã, etc. Contudo, ao se tratar de sua sexualidade,
para que a mulher se sinta realizada de forma plena, ela precisa se sentir
amada. Essa forma de amor se descreve através de:

 Amor/sexo = companheirismo. Poucas mulheres apreciam a solidão


por um longo período de tempo. Já notou como são poucos os casos de
heremitas ou reclusos do sexo feminino? Para a mulher, o sexo se
reflete na relação estabelecida com o companheiro. Sentir-se plena no
ato sexual significa ter um bom relacionamento com seu parceiro.

 Amor romântico. As mulheres são românticas. Escondido no coração


de cada menina (mesmo depois que ela cresce), existe aquela imagem
do "príncipe encantado" vindo ao seu encontro em um cavalo branco,
para despertar a princesa com seu primeiro beijo de amor. Por essa
razão, ela precisa de gestos românticos, flores, músicas, iluminação
difusa, jantar fora e muitas outras coisas. Algumas mulheres buscam
obter uma imagem de pessoa prática, diferentes das outras mulheres,
mas de maneira alguma conseguem se desvencilhar do romantismo. Na
realidade, o que pode ocorrer é que essas mulheres tenham superado
aquele "sonho", tornando-se práticas, porque lhes parece melhor
reprimir esse anseio do que se sentirem frustradas pela falta de
romantismo. Essa diferença entre homens e mulheres pode contribuir
com o surgimento de sentimentos de incompatibilidade após o
casamento. A mulher nunca perde a necessidade de romantismo, ao
passo que o homem nem mesmo a possui. As mulheres têm
necessidade de um amor romântico.

 Demonstração de carinho. A maioria das mulheres tem sede de beijos,


de agradecimento e apreciação. Alguns homens desatenciosos não se
satisfazem com isso, mas a maioria das mulheres, sim: para elas, um
toque carinhoso, um cálido abraço e a proximidade daquele que elas
amam é quase tão agradável quanto o contato mais íntimo. Na verdade,
muitas mulheres reagem mais positivamente a um olhar de admiração
32

ou a palavras de elogio do que a qualquer outra coisa. A mulher é


despertada pelas pequenas expressões de carinho as quais muitas
vezes parecem sem sentido para os homens em geral.

 Amor passional. Esse tipo de amor é algo natural ao homem por causa
de seu forte impulso sexual. A maioria das mulheres precisa cultivar
esse desejo, mas podemos estar certos de que elas possuem a
capacidade de aprender a senti-lo. A paixão feminina é mais sujeita a
fases do que a do homem. Em certas ocasiões, em condições
adequadas de lugar, intimidade e afeição, ela pode desfrutar plenamente
do amor passional. Contudo, uma coisa deve ser lembrada: a mulher
terá mais facilidade de expressar amor passional depois que as outras
fases citadas acima tiverem sido satisfeitas.

3. Satisfaz seu instinto sexual. Não obstante a mulher não possuir um


impulso sexual tão forte e contínuo quanto o do homem, ela o possui.
Pesquisas revelam que quase todas as mulheres são mais passionais antes,
durante e logo após o período menstrual, e também, naturalmente, na metade
do ciclo, quando se encontram no auge da fertilidade. Além disso, seu prazer
sexual cresce com o passar dos anos. À medida que ela aprende a responder
desinibidamente às iniciativas do marido e a experimentar orgasmos, crescem
sua apreciação e seu desejo em relação ao ato sexual.

A mulher não parece ser tão facilmente tentada a fantasias, como acontece
com o marido. Entretanto, ela possui a capacidade de relembrar
romanticamente as melhores experiências do passado. Consequentemente,
cada vez que ela realiza uma boa experiência, seu impulso sexual se
intensifica, do mesmo modo que cada experiência fracassada a inibe um
pouco. Esse crescente impulso sexual precisa de uma válvula de escape, e o
amor conjugal é o meio pelo qual Deus determinou que ele fosse expresso.

4. Proporciona relaxamento para o sistema nervoso. Já perceberam, muitas


vezes, que as mulheres frígidas são nervosas? É importante que a mulher
aprenda a ter uma expressão sexual sadia. Os órgãos reprodutores da mulher
33

estão intimamente relacionados com o sistema nervoso. Deus determinou que


as mulheres de todas as camadas da vida desfrutem de uma experiência
saudavelmente relaxante no leito nupcial. O ato sexual existe para a
propagação da espécie e a satisfação pessoal, é verdade, e ele realmente
proporciona felicidade e um senso de realização; mas também resulta em um
relaxamento necessário do sistema nervoso.
34

CURIOSIDADES

05/06/2015 12h10 - Atualizado em 05/06/2015 12h11

'Viagra feminino' recebe sinal verde


de especialistas
Agência reguladora dos EUA já havia rejeitado o medicamento 2
vezes. Recomendação acontece após meses de pressão do
fabricante.
Da France Presse

Flibanserin, a primeira droga para estimular a libido feminina (Foto: Allen G. Breed/AP)
Um painel de especialistas recomendou aos reguladores americanos a aprovação do
flibanserin, a primeira droga para estimular a libido feminina, desde que medidas
adicionais sejam tomadas para garantir a segurança da medicação.
A FDA (em inglês), agência que regula o setor de remédios e alimentos nos Estados
Unidos, já havia rejeitado esse medicamento duas vezes, alegando que sua eficácia foi
muito modesta em comparação ao placebo. Embora a agência não seja obrigada a
seguir os conselhos do painel, costuma fazê-lo com frequência.
Agora, a comissão de especialistas votou, por 18 a 6, a favor da entrada do "viagra
feminino", do laboratório americano Sprout Pharmaceuticals, no mercado. Entre as
preocupações dos que votaram contra, estão as interações negativas com o álcool, os
riscos de desmaio, sonolência, pressão baixa, enjoos e a ausência de dados sobre os
efeitos do uso do medicamento em longo prazo. A maioria afirmou, porém, que a
aprovação do flibanserin dará pela primeira vez uma alternativa às mulheres com baixo
interesse sexual. Eles ressaltam que, além de se especificar as contraindicações na
bula, é necessário orientar os médicos e continuar os estudos, mesmo após a
comercialização.
A recomendação favorável ao flibanserin acontece após meses de pressão do
fabricante desse tratamento, destinado a mulheres que não chegaram à menopausa,
mas apresentam baixo desejo sexual. O caso provocou polêmica, e grupos feministas
lançaram abaixo-assinados pela aprovação do medicamento. Em um deles, o grupo
Even The Score acusou a FDA de sexismo por ter rejeitado o flibanserin duas vezes,
enquanto o Viagra já era vendido desde 1998 para tratar a disfunção sexual masculina.
A agência negou categoricamente essa acusação.
Em 2010, a FDA rejeitou uma primeira solicitação. Logo depois, o flibanserin foi
vendido por seu desenvolvedor inicial, o laboratório alemão Boehringer Ingelheim, para
o Sprout Pharmaceuticals. Após levar em consideração várias deficiências apontadas
pela FDA, o Sprout apresentou uma nova fórmula em 2013, novamente rejeitada. Na
época, a agência americana alegou que a reduzida diferença de eficácia do flibanserin
com o placebo não justificava os riscos implícitos no consumo do medicamento. Nessa
35

terceira tentativa, o Sprout Pharmaceuticals apresentou novos dados, incluindo um


estudo que mostra que esse remédio não afeta a capacidade das mulheres para dirigir
um automóvel, por exemplo.
Grande risco de decepção Segundo documentos disponíveis na página da FDA na
Internet sobre um teste clínico, as mulheres que tomaram flibanserin relataram ter tido,
em média, 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês, contra 3,7 no grupo que
consumiu o placebo. Antes do início do estudo, essa média era de 2,7.
Segundo vários estudos médicos, pelo menos 40% das mulheres apresentariam
diferentes graus de hipoatividade sexual. As propriedades afrodisíacas da molécula de
flibanserin foram descobertas acidentalmente ao ser testada como antidepressivo. O
mesmo aconteceu com o Viagra (masculino), que estava destinado a ser um
medicamento para combater a hipertensão.
A psicóloga Leonore Tiefer, da Universidade de Nova York e membro do Comitê de
Consultas da FDA em 2010, explicou, naquele momento, que uma pílula desse tipo
corria o risco de decepcionar um grande número de mulheres.
Para ela, a complexidade emocional da sexualidade feminina e os problemas
derivados dessa condição não têm, com frequência, causas médicas. Vários grandes
laboratórios então interessados em desenvolver o "viagra feminino" abandonaram suas
pesquisas, como o americano Pfizer, que desistiu dos testes clínicos em 2004.
Nesse ano, um comitê de consulta da FDA recomendou a rejeição de um adesivo de
pele com testosterona para mulheres, da Procter and Gamble. Em 2011, um gel de
testosterona para mulheres de BioSante também fracassou nos testes.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/06/viagra-feminino-recebe-
sinal-verde-de-especialistas-20150604201003195034.html
36

Afinal, por que muitas mulheres fingem o


orgasmo?
12/04/2016 - 10h59 - Atualizado em 18/04/2016 - 20h17
Autor: Gazeta Online | online@redegazeta.com.br
De acordo com uma pesquisa encomendada pela revista
Cosmopolitan, 67% das mulheres entrevistadas já fingiram orgasmo
Um dos maiores prazeres na hora da cama é saber que a parceira
"chegou lá", que ela atingiu o orgasmo durante o ato sexual. Mas, há algo
bem comum: frequentemente, as mulheres fingem que atingiram o clímax,
de acordo com uma pesquisa encomendada pela revista Cosmopolitan
que revelou que 67% das entrevistadas já fingiram orgasmo. Ainda de
acordo com o estudo, a razão de 28% das mulheres foi para poupar os
sentimentos negativos do parceiro ou para que ele se sentisse bem. É o
caso da estudante Juliana Moreira, que afirma que, quando não sentia
nada, fingia que estava satisfeita. ''Fiz isso para não decepcioná-lo, pois
ele poderia ficar frustrado por não conseguir proporcionar prazer.
Muitos homens não se preocupam com a mulher e, quando está ficando
bom, ejaculam. Eles precisam entender que, com a gente, não é tão fácil.
Precisam se preocupar mais. Orgasmo, de verdade, eu senti algumas
vezes na vida'', declara. Às vezes, isso não passa despercebido pelos
parceiros. Um produtor, que tem a vida sexual ativa há 15 anos, conta que
conseguiu perceber por sinais fisiológicos e psicológicos. ''Percebi,
principalmente, pelo tremor. A mulher, quando tem um orgasmo, treme de
um jeito que não tem como ela repetir. Na expressão há como perceber''.
Ele aponta como outro sinal, também, não ter sido procurado pela mulher
em outras ocasiões.
Segundo a ginecologista e sexóloga Denise Galvêas Terra, os três
principais motivos para a mulher fingir orgasmo é para causar uma boa
impressão, fazer o parceiro feliz ou para acelerar o processo para que
acabe logo. Mas, o primeiro é o que se sobressai. "Ela quer parecer que é
uma mulher quente, pois há toda uma história que homem não gosta de
mulher fria. Ela finge, principalmente, para impressioná-lo e para passar
uma boa imagem’’, declara a especialista. As que não gostam muito de
sexo, mas o parceiro insiste, optam por fingir para que o processo
termine logo.
Porém, saber se foi fingimento ou não, não é o mais importante. Mas, sim,
como evitar que a mulher precise fingir? Denise explica que o orgasmo
feminino depende do estímulo do clitóris. "Ela pode ter orgasmo na
penetração, mas é preciso ter contato com o clitóris. Os estímulos podem
vir de várias formas, inclusive, com o contato púbis do homem".
A especialista pontua, também, outras causas para o orgasmo não vir,
como ejaculação precoce do homem, a falta de desejo anterior – se não
queria nem ter começado – e não conhecer o próprio corpo. "Às vezes,
pela mulher nunca ter se masturbado antes, não sabe como agir quando o
momento é a dois. Sendo o estímulo do clitóris fundamental".
As dicas para estimular o clitóris são diversas. Entre elas, está que o
homem procure uma posição que coloque o pênis em contato com o
clitóris da parceira, como a clássica "papai e mamãe" ou uma posição em
37

que ela fique por cima. Denise destaca, também, que até a coxa do
próprio homem, em contato com a da parceira, pode ajudá-la. "Durante a
própria penetração é possível chegar ao orgasmo, mas, de alguma forma,
precisa haver fricção. O orgasmo precisa ser estimulado por ele ou por
ela própria".
Em relação aos sinais que as mulheres podem demonstrar na cama,
Denise diz que não há nenhum parâmetro para saber se é ou não
fingimento. Ela afirma que há variação, por isso nem toda mulher tem
tremor e tampouco há um padrão. "Nenhum sinal é incontestável. Existem
intensidades diferentes de orgasmo, da mesma forma que a manifestação
será diferente. Em um convívio mais prolongado, em que o homem
conhece melhor a mulher, é possível desconfiar", finaliza Denise.

Fonte:
http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/04/entretenimento/vida/39381
45-afinal-por-que-muitas-mulheres-fingem-o-orgasmo.html
38

REFERÊNCIAS

ABDO, C.H.N, FLEURY,H.J. Aspectos diagnósticos e A2 terapêuticos das


disfunções sexuais femininas. Revpsiq: Orgão Oficial do Departamento e
Instituto de Psiquiatria Faculdade de Medicina - Universidade de São Paulo.

ASSUMPÇÃO, W. Novo século, Antigo desafio. Disponível em:


http://www.wandadeassumpcao.com.br/artigos/novoseculo.htm . Acesso em
18/09/2010.

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