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Nota de Aula 2 – FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO


Em 1494 Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o território da América do Sul,
estabelecendo as áreas onde se formaram o espaço colonial espanhol, situado a oeste do Meridiano de
Tordesilhas, e o espaço colonial português, situado a leste deste meridiano.
Pela delimitação de Tordesilhas, o território português, ou seja, o Brasil, se definiu territorialmente com 1/3
da área atual, ou aproximadamente 2,8 milhões de Km². Posteriormente, nos séculos seguintes, com a ocupação
do território e a construção do espaço geográfico brasileiro, o território brasileiro veio a se consolidar como um
dos mais extensos do mundo. Como o Brasil ficou assim? Isto é, como ocorreu esse processo de expansão
territorial?

Diversas atividades econômicas se desenvolveram e foram fatores de expansão territorial para oeste,
“vergando” Tordesilhas e garantindo a presença portuguesa no território, através do processo de interiorização
do povoamento. Dentre estas atividades podemos citar:
 entradas, bandeiras, sertanismo de contrato.
 Extrativismo das drogas do sertão.
 expedições e fortificações militares, missões jesuíticas.
 avanço da pecuária para o interior (criação de gado nas fazendas).
 mineração no interior (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso).
 União Ibérica.
 extrativismo da borracha.

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Fortificações militares e missões jesuíticas na foz e em todo o vale do rio Amazonas impediram o avanço de
ingleses e holandeses na Amazônia. Além disso, a descoberta de ouro e prata nas áreas espanholas (Peru e
Bolívia) centralizaram o foco das atenções espanholas nestas áreas, o que também desestimulou um possível
avanço espanhol para o Brasil.
Esses fatores também contribuíram para o avanço português para oeste, além de Tordesilhas, onde não
existia a presença espanhola.
Percebam que em meados do século XVIII a penetração portuguesa para oeste, além de Tordesilhas e já em
território espanhol era um fato consolidado. O desenvolvimento de atividades econômicas, embora esparsas e
pontuais, garantia a presença portuguesa. Faltava legitimar a posse do solo. Isso ocorreu através do Tratado de
Madri de 1750.

Pelo Tratado de Madri, a Espanha reconhece a posse do território ocupado pelos portugueses. Foi utilizado
por Portugal o princípio jurídico do Uti Possidetis
Solis, que significa que a posse do solo se faz
mediante o uso, ou seja, quem ocupou a terra tem o
direito à posse do solo.
O Tratado de Madri anulou a demarcação de
Tordesilhas e garantiu enorme território a oeste
desta linha aos portugueses, de cerca de 7,5 milhões
de Km². Posteriormente, com a Independência, o
Brasil recebeu esta herança territorial. Mas as atuais
fronteiras só foram sendo definidas ao longo do
século XIX (independência da Província Cisplatina,
Guerra do Paraguai) e no início do século XX, na Era
Rio Branco, através de acordos bi-laterais e
arbitramentos internacionais, com a consolidação de
nossas fronteiras.

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Questões de Limites
Após a Proclamação da República Brasileira (1889), os governantes brasileiros defrontaram-se com a
questão dos seus limites territoriais que, embora definidos pela Constituição Brasileira de 1891, não se
encontravam delimitados. Existiam pendências ou litígios fronteiriços. Por essa razão, a chamada República
Velha vê-se envolvida numa série de questões de limites, tendo o seu máximo expoente na figura de José Maria
da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.

A Questão de Palmas (ou das Missões) 1895


A Argentina reivindicava a região oeste
dos atuais estados do Paraná e de Santa
Catarina, argumentando que a fronteira
deveria seguir os limites estabelecidos pelos
rios Chapecó e Chopim, supostamente com
base no Tratado de Madrid (1750). Veja no
mapa ao lado que a pretensão territorial
argentina faria seu território avançar como
uma cunha pelo território brasileiro,
deixando o Rio Grande do Sul ligado ao
restante do Brasil por uma estreita faixa de
terras, que representaria óbvia debilidade
estratégica, realçada pela situação de
rivalidade entre o Brasil e a Argentina.
Os dois países haviam acordado que o
litígio seria solucionado por arbitramento
internacional, submetida ao arbitramento do presidente estadunidense Grover Cleveland (1893-1897), cujo
laudo, expedido em 5 de Fevereiro de 1895, foi inteiramente favorável ao Brasil, definindo-se as fronteiras
pelos rio Peperiguaçu e Santo Antônio.
Nesta questão, estreou como advogado do Brasil, a partir de 1893, o barão do Rio Branco, escolhido pelo
presidente marechal Floriano Peixoto (1891-1894) para substituir o barão Aguiar de Andrade, falecido no
desempenho da Questão. Rio Branco apresentou ao presidente Cleveland uma exposição, acompanhada de
valiosa documentação, reunida em seis volumes: A questão de limites entre o Brasil e a República
Argentina (1894).

A Questão do Amapá 1900


Embora o 1º Tratado de Utrecht (1713) houvesse estabelecido os
limites entre o Brasil e a Guiana Francesa pelo rio Oiapoque, esse limite
havia sido contestado após a Revolução Francesa, sendo questionada a
identidade daquele rio. Os franceses argumentavam que o território da
Guiana Francesa deveria se estender até o rio Araguari, e deste,
seguindo um paralelo até o rio Branco, no atual estado de Roraima,
ganhando a Guiana Francesa enorme território brasileiro situado na
fronteira sul com as Guianas Holandesa e Inglesa (quase 80% do atual
Amapá e mais trechos do Pará). Veja o mapa ao lado.
O Barão do Rio Branco considerou infundadas e exageradas as
pretensões da França sobre o vasto território da bacia amazônica de
que o Brasil estava de posse há mais de dois séculos e meio, território
que ela não descobrira, não povoara, e no qual nunca tivera
estabelecimento algum, nem mesmo passageiro.
A solução foi o arbitramento, sendo definido árbitro da Questão o
presidente do Conselho Federal Suíço, Walter Hauser. Os argumentos
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brasileiros foram expostos pelo barão do Rio Branco, encarregado da Questão. A mesma já vinha sendo
estudada informalmente pelo barão desde 1895 que, ao chegar a Berna, na Suíça, apresentou uma memória de
sete volumes: A questão de limites entre o Brasil e a Guiana Francesa (1899-1900).
A sentença arbitral, datada de 1 de Dezembro de 1900, foi favorável ao Brasil, mantendo-se a fronteira pelo
rio Oiapoque. A popularidade de Rio Branco atingiu uma dimensão nacional, e ele assumiu o Ministério das
Relações Exteriores (1902-1912).

A Questão do Acre 1903


O território do atual estado do Acre pertencia à Bolívia, mas não era povoado por bolivianos, que
concentravam todas as suas atividades econômicas principais
no altiplano da Cordilheira dos Andes. O povoamento da
região do Acre, no contexto do Ciclo da Borracha, foi feito por
seringueiros brasileiros com o apoio de seringalistas
do Amazonas.
Quando o governo boliviano tomou conhecimento da
presença de brasileiros no Acre, resolveu ocupar a região, o
que levou a uma reação da população brasileira que ali se
dedicava à extração do látex, seiva vegetal extraída da
seringueira, que serve para fabricar borracha. A reação dos
brasileiros foi proclamar o Estado Independente do Acre, em
1899, também com o apoio de seringalistas amazonenses. O
processo foi liderado pelo jornalista espanhol Luis Gálvez, e o
regime instaurado foi uma república, com capital em Puerto
Alonso, atual Porto Acre.
A questão agravou-se em 1901, quando a Bolívia arrendou o Acre a uma empresa estadunidense: o "Bolivian
Syndicate", com amplos poderes. O brasileiro José Plácido de Castro liderou uma nova reação, registrando-se
choques armados que culminaram com a derrota das forças bolivianas em 1902. Neste contexto, tropas
do Exército brasileiro concentraram-se em Corumbá.
Na iminência de um conflito armado internacional, envolvendo não apenas a Bolívia, mas interesses norte-
americanos, o Chanceler brasileiro, Barão do Rio Branco, iniciou negociações. Primeiramente, tratou de afastar
a empresa americana indenizando-a em 114 mil libras esterlinas pelo abandono de suas pretensões. Isso foi
muito importante, pois nessa época o governo dos Estados Unidos vinha operando a política do Big Stick, do
presidente Theodore Roosevelt. Essa política definia uma diplomacia agressiva em proteger os interesses
econômicos dos Estados Unidos na América Latina. Se
esta empresa americana se firmasse no território do
Acre, poderia evoluir para um enclave territorial norte-
americano em plena selva amazônica, bem na nossa
fronteira.
Uma vez afastados os interesses norte-americanos,
tratou-se de negociar com a Bolívia, evitando-se a
guerra. O Tratado de Petrópolis (17 de
Novembro de 1903) definiu o seguinte: mediante a
retificação de pequenos trechos da linha de fronteira, o
Brasil ficava com a região (Acre) mediante o pagamento
de dois milhões de libras esterlinas e da construção
da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, para que a Bolívia
pudesse escoar seus produtos de exportação por trem,
que seguiria margeando os trechos encachoeirados dos rios Mamoré e Madeira até Porto Velho. Daí em diante,
as mercadorias bolivianas seguiriam por navegação fluvial pela bacia amazônica.

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O Tratado do Rio de janeiro de 1909, estabelecido com o Perú, complementa o Trado de Petrópolis, pois
existia também interesse do Perú no território acreano, que está numa área de divisa tríplice entre Brasil, Bolívia
e Perú. Inclusive existia um acordo anterior entre Bolívia e Perú de resolver a posse do território submetendo a
decisão à arbitragem da Argentina. Diante da anexação brasileira do Acre, o Perú reivindicou a posse da bacia
do rio Javari. O Barão do Rio Branco apresentou extensa documentação com mapas e detalhes de todos os
tratados coloniais e imperiais, demonstrando que não procedia a pretensão peruana. Pelo Tratado de 1909 o
Brasil manteve seus limites com o Peru no rio Javari, mantendo a posse de 152 mil Km 2.

A Questão do Pirara (1904)


No século XIX acentuou-se a presença inglesa na fronteira com Roraima, a pretexto da indefinição de
fronteiras, e de proteção aos missionários britânicos na catequese de populações indígenas.
O termo Pirara denomina um rio da Guyana localizado próximo da atual fronteira entre Roraima e Guiana.
Do ponto de vista geopolítico a disputa e as tentativas de entendimento de direito apontavam para duas
questões: a linha fronteiriça reivindicada pelo governo inglês visava garantir presença segura na bacia
Amazônica através de seus afluentes; a linha pretendida pelo governo do Brasil abriria ao nosso país o acesso
ao vale do Essequibo, que corre para o mar Caribe.
Um dos episódios vinculados a esta disputa ocorreu entre 1835 a 1842 quando Robert Schomburgk, alemão
que trabalhou para a Royal Geographic Society (Grã-Bretanha), fez um levantamento de campo visitando parte
do território da Guyana, do Brasil e da Venezuela, com especial atenção para as regiões do Essequibo, do
Rupununi, do Branco, do Uraricoera, do Orinoco e do Negro.
A diversificada informação contida nos documentos da expedição Schomburgk, descrevendo com detalhes
cartografia, demografia, relações culturais, fauna e flora, deu significativas contribuições científicas para o
conhecimento da área, mas a sua maior contribuição com a exposição dessas informações foi a de despertar
nos britânicos o desejo da ocupação efetiva na região do Pirara.
A discussão jurídica e diplomática sobre os limites da fronteira entre Brasil e ex-Guiana Britânica estendeu-
se até 1901, quando o Governo britânico propôs ao
Governo brasileiro uma solução na definição de
direito das terras em questão.
Ficou acertado entre os dois governos que a
proposta da região em litígio seria entregue para
arbitragem de direitos ao rei da Itália, Vittorio
Emanuel III.
O Governo brasileiro confiou ao jurista e
diplomata pernambucano Joaquim Nabuco a defesa
de nossos direitos sobre a região disputada. Para
isso, Joaquim Nabuco reuniu uma documentação
abundante em favor do Brasil sobre a Questão do
Pirara, incluindo o artigo escrito em 1897 pelo Barão
do Rio Branco, intitulado “Memória sobre a Questão
de Limites entre os Estados Unidos do Brasil e a
Guyana Britânica”, onde defendia que os limites do
Brasil com a Guiana Inglesa deveriam ser traçados
pelos divisores das águas, isto é, a Inglaterra deveria
aceitar a linha natural do princípio divortium
aquarum. Deste modo, a Inglaterra ficaria afastada
da bacia Amazônica.
Os argumentos britânicos tinham como base o
conjunto de documentos apresentados pela
expedição Schomburgk.

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De todas as questões fronteiriças enfrentadas pelo Brasil, a que tivemos com a Inglaterra foi a de solução
menos agradável ao país. Optou-se por uma arbitragem que acabou por dividir o território contestado em dois
quinhões desiguais. O maior foi entregue à Inglaterra e o menor, ao Brasil. Não obstante, no período de
negociações diretas, a própria Inglaterra havia oferecido ao Brasil uma partilha do território bem mais
equitativa, proposta rechaçada pelo Brasil, que confiava plenamente em seus direitos à integralidade da região.
Pelo resultado do laudo do rei italiano, em 1904, o Brasil foi parcialmente derrotado, pois o território
litigioso foi dividido, ficando a Inglaterra com 2/3 do território, aproximadamente 19.630 km²e o Brasil com 1/3
do território, o que dá aproximadamente 13.570 km².
Apesar de Joaquim Nabuco sentir-se injustiçado pelo veredito do rei da Itália, uma vez que havia
apresentado vasta documentação a seu favor, o Brasil reconheceu a arbitragem na solução da fronteira em
litígio.
Observação: o território concedido ao Brasil nesta Questão do Pirara, foi recentemente alvo de polêmica
nacional, envolvendo a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2009, que entregou a área aos
índios makuxis, que atualmente desenvolvem a rizicultura (plantio de arroz) e a pecuária nas savanas da região.

Outros Limites
Os limites com a Guiana Holandesa foram fixados diretamente entre o Barão do Rio Branco e o
representante dos Países Baixos, Frederico Palm, em 1906.
Os limites com a Colômbia foram fixados através do Tratado de Limites e Navegação Fluvial em 1907.
Por iniciativa do Barão do Rio Branco, foi concedido ao Uruguai o condomínio da lagoa Mirim e do rio
Jaguarão, em 1908.
Os limites com o Peru foram fixados através do Tratado do Rio de Janeiro (1909), baseado no princípio do
"uti possidetis".
Veja o mapa abaixo.

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Barão do Rio Branco
Das memórias fronteiriças escritas por Rio Branco, em geral, podemos afirmar que:
“o que nelas impressiona, à primeira leitura, não são as inúmeras
citações de vetustos papéis desentranhados de bibliotecas e arquivos,
nem as páginas crespadas de erudição, nem mesmo a monumental
documentação cartográfica que as acompanha, mas a escrupulosa
interpretação dos documentos, o bom gosto da exposição, toda uma série
de qualidades de clareza, harmonia, e elegância e ordem que se
acreditariam incompatíveis com a austeridade da redação de arrazoados
concernentes à questão de fronteiras”, conforme declarou Araújo Jorge,
em Introdução às obras do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1945. Pág. 103 e segs.
Em 1912, com a morte do Barão do Rio Branco, chega ao fim a chamada
“Era Rio Branco”, deixando um legado que se convencionou denominar de
Obra de Fronteiras, onde o Brasil não só obteve ganhos territoriais, como
deixou de perder territórios para os países vizinhos, consolidando o
domínio de aproximadamente mais 1 milhão de Km², que veio juntar-se ao seu já enorme território. Deste
modo, em 1912 estavam consolidadas as fronteiras brasileiras, que nunca mais foram questionadas.

Arquipélago Econômico
O mapa abaixo expressa a fragmentação espacial das atividades econômicas, que estavam organizadas

em torno de um pólo ou região isolada, quase autônoma, com seu produto destinado à exportação,
caracterizando o modo de funcionamento econômico do território brasileiro no final do século XIX, denominado
de “arquipélago econômico”. Perceba a localização das “ilhas” econômicas brasileiras, cada uma delas com seu
produto principal destinado ao comércio exterior.
As regiões brasileiras, funcionando como ilhas econômicas desarticuladas entre si, foram sendo, ao longo
do século XX, progressivamente superadas pela integração territorial e econômica do país, levando à formação
de uma economia nacional.
Foram fatores que contribuíram para essa integração:
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 Políticas de industrialização implementadas a partir da década de 1930.
 Desenvolvimento de infraestrutura de transportes, energia e comunicações.
 Expansão dos investimentos estrangeiros que passaram a formar redes de alcance nacional.
 Incremento das trocas comerciais entre as regiões.
 Marcha para o oeste (movimentos migratórios dirigidos para o Centro-Oeste).
 Construção da cidade planejada de Goiânia em 1933 para ser a nova capital de Goiás.
 Fundação das colônias agrícolas federais de Ceres (GO) e Dourados (MS).
 Transferência da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília.

Bibliografia:
 JORGE, Arthur Guimarães de Araújo. Introdução às obras do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Imprensa
Nacional, 1945. pp. 103 e segs.
 Obras do Barão do Rio Branco II : questões de limites Guiana Inglesa. – Brasília: Fundação Alexandre de
Gusmão, 2012.
 MAGNOLI, Demétrio. O corpo da pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil (1808- 1912). SP:
Unesp/Moderna, 1997. (Tese de Doutoramento)
 MENCK, José Theodoro Mascarenhas. A Questão do Rio Pirara (1829-1904). Brasília : Fundação Alexandre
de Gusmão, 2009. (Tese de Doutoramento)
 REGINALDO GOMES DE OLIVEIRA & MARIA DAS GRAÇAS DIAS MAGALHÃES, Questão do Pirara. Roraima:
Revista UFRR, volume 1, nº 14, 2008.
 PEREGALLI, Enrique. Como o Brasil ficou assim? SP: Global, 1982.
 CERVO, Amado Luiz & BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora UNB, 2002.
 MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o Ensino Médio. SP: Atual, 2012.

EXERCÍCIOS

1. (FATEC 2014) Em 1903, foi assinado, por representantes dos governos brasileiro e boliviano, o Tratado de
Petrópolis, no intuito de resolver a questão fronteiriça entre os dois países que perdurava há algum tempo.
Entre outras pautas, ficou acordada a compra do território do Acre pelo Brasil, bem como a construção de uma
ferrovia, posteriormente denominada Madeira-Mamoré.
Essa ferrovia tinha como principal objetivo o escoamento
A. da madeira amazônica reflorestada, largamente utilizada pelos mercados moveleiro e da construção civil
dos Estados Unidos.
B. do gado de corte, amplamente criado nas franjas da floresta amazônica e consumido principalmente por
países do continente americano.
C. da borracha, cujo consumo nas indústrias dos Estados Unidos e da Europa crescia graças ao descobrimento
da técnica de vulcanização.
D. da soja, que a partir do início do século XX começa a ganhar espaço de plantio no sudoeste amazônico para
abastecer o mercado japonês.
E. do minério de ferro, abundantemente encontrado na região fronteiriça entre os dois países e de grande
importância para o setor siderúrgico francês e inglês.

2. (DDR 2021) Estabeleça as correlações corretas entre as Questões de Litígio Fronteiriço e suas características.
( 1 ) Questão do Pirara
( 2 ) Questão de Palmas
( 3 ) Questão do Amapá
( 4 ) Questão do Acre
( 5 ) Acordo Bi-lateral, Colômbia
( ) Disputa contra a França, em 1900, decidida em favor do Brasil pelo presidente da Suíça.
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( ) Disputa contra a Inglaterra, envolvendo Roraima e Guiana, decidida por arbitramento do rei da Itália.
( ) Disputa envolvendo a Cabeça do Cachorro e o alto curso do rio Negro, em 1907.
( ) Disputa contra a Argentina, envolvendo partes do PR e SC, decidida favoravelmente ao Brasil pelo
presidente Grover Cleveland.
( ) Território anexado ao Brasil, mediante compra, formalizado pelo Tratado de Petrópolis.

A sequência correta é
A. 42513
B. 31524
C. 25143
D. 54321
E. 12345

3. (DDR 2021) Entre os fatores que contribuíram para a ocupação portuguesa do território a oeste do Meridiano
de Tordesilhas, podemos citar:
A. Processo de industrialização que intensificou o êxodo rural no interior do país.
B. Fluxos migratórios de nordestinos para trabalhar na construção de Brasília.
C. Chegada dos imigrantes italianos para trabalhar na lavoura cafeeira paulista.
D. Penetração realizada pelos bandeirantes, avanço da pecuária e mineração.
E. Concentração de forças militares para expulsão de franceses e holandeses do litoral brasileiro.

4. (DDR 2014) Associe corretamente a coluna 1 e 2


Coluna 1 Coluna 2
( ) Aquisição do Acre e promessa de construção da Ferrovia Madeira-
Mamoré.
( ) Litígio fronteiriço entre Brasil x Argentina no oeste catarinense e
( Z ) Tratado de Petrópolis sudoeste paranaense.
( K ) Cunha de Palmas ( ) Litígio entre Brasil x Inglaterra na fronteira Roraima x Guiana
( A ) Questão do Pirara (corresponde à área da Terra Indígena Raposa Serra do Sol).
( X ) Questão do Amapá ( ) Arbitramento do presidente dos EUA Groover Cleveland que decidiu
favoravelmente ao Brasil.
( ) Litígio entre Brasil x Guiana Francesa, na definição da fronteira
demarcada pelos rios Oiapoque x Araguari.

A sequência correta é:
A. K X Z Z A B.X Z K A A C. Z K A K X D. A K X Z X E. X A Z K A

5. (DDR 2013) Observe o mapa abaixo, analise as afirmativas a seguir assinalando V ou F.


( ) O mapa representa o Tratado de Tordesilhas, pelo qual Portugal incorporou toda
a porção ocidental da América espanhola obtendo enorme expansão territorial.
( ) Representa o Tratado de Madri, pelo qual a Espanha reconheceu a soberania
portuguesa sobre o vasto território a oeste, definindo as atuais fronteiras brasileiras.
( ) Representa o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o território da América
Espanhola, situado a oeste desta linha, e o território da América Portuguesa, situado a
leste desta linha.
( ) O mapa mostra a divisão feita pelo Tratado de Madri, pelo qual o Brasil incorporou
o oeste catarinense, que pertencia à Argentina.
( ) Trata-se da divisão feita pelo Tratado de Tordesilhas, pelo qual o Brasil já surge no cenário geopolítico
com uma área de aproximadamente 2,8 milhões Km², ou seja 1/3 do território atual.
Assinale a alternativa que dá a sequência correta.
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A. VFFVV
B. FFVFV
C. FVFVF
D. VFVFV
E. FFFVF

6. (EsAEx 2004 adaptada) Considere as afirmativas abaixo sobre as questões de limites e fronteiras brasileiras
e, em seguida, marque a alternativa correta.
I. O território brasileiro, desde sua gênese decorrente do Tratado de Tordesilhas no remoto ano de 1494,
quando possuía uma área em torno de 2.800.000 km2, sofreu sucessivos acréscimos. Estes foram fruto
de arbitramento internacional e acordos bilaterais até atingir a sua dimensão espacial de hoje, com
8.510.345,5 km2 de área.
II. O Tratado de Madri, acordo firmado entre Portugal e Espanha que concluiu a Questão Cisplatina, definiu,
delimitou e demarcou os limites físicos do que constitui o atual território brasileiro.
III. A derrota paraguaia na Guerra da Tríplice Aliança manteve as fronteiras brasileiras com o Paraguai nos
rios Estrela, Apa e Paraguai.
Estão corretas:
A. I e II B. I e III C. II e III D. I, II e III E. I apenas

7. (EsAEx 2007) Analise as afirmativas abaixo acerca da formação do território brasileiro, especificamente no
tocante à incorporação das terras do atual estado do Acre e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. As terras do atual estado do Acre foram adquiridas, nos termos finais, a partir de acordos com a Bolívia
e o Peru.
II. Antes da incorporação ao território nacional, esse espaço extremo ocidental do Brasil de hoje foi
povoado por seringueiros nordestinos, o que pressionou a negociação entre os países envolvidos.
III. As negociações, especialmente através do Tratado de Petrópolis, a fim de acordar acerca da
incorporação de terras da Amazônia Oriental boliviana, aconteceram no início do século XX.
IV. O Tratado de Madri foi instrumento decisivo na aquisição das terras do estado do Acre pelo poder
português frente à colonização espanhola.
A. Somente I, II e III estão corretas.
B. Somente I, III e IV estão corretas.
C. Somente I e IV estão corretas.
D. Somente I está correta.
E. Todas as afirmativas estão corretas.

8. (EsPCEx 2020) Em meados da década de 1930, o então Capitão do Exército Brasileiro Mário Travassos
publicou a obra “Projeção Continental do Brasil”, que até hoje inspira o pensamento geopolítico nacional.
Dentre os postulados geopolíticos do autor, podemos destacar:
I. A América do Sul como um espaço caracterizado por dois “antagonismos geográficos”: a oposição entre
a vertente do Atlântico e a do Pacífico e entre as bacias hidrográficas do Amazonas e do Prata.
II. A influência polarizadora de Buenos Aires, que limitava o poder brasileiro sobre a extensa vertente
atlântica.
III. A necessidade de atração do Paraguai e da Bolívia para a esfera de influência política e comercial do
Brasil.
IV. O projeto do Brasil como grande potência sul-americana, empreendendo a “marcha para o Oeste” com
o objetivo de erguer um polo de poder econômico e demográfico na porção central do subcontinente.

Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas, dentre as listadas acima.
A. I e II.
B. I e III.
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C. II e III.
D. III e IV.
E. Todas as alternativas estão corretas.

9. (EMATER-MG 2018) Leia, com atenção, o texto a seguir.


A configuração atual do território brasileiro é resultado de um intrínseco processo de formação territorial, social
e político.
Várias etapas e processos se sucedem: colônia, subjugada, explorada. Fornecedora de madeira, ouro, entre
outros produtos. Cada período da história deixou marcas no território, na organização do espaço e na formação
da população.[...]
De pequeno, a princípio, o país hoje conta com um território de dimensões continentais, tanto em latitude
como em longitude. Abriga um extraordinário mosaico de ecossitemas, produzido por uma ampla diversidade
climática e topográfica. (FIGUEIREDO, 2015, p.1).

Sobre a formação do território brasileiro, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.

( ) Atributo fundamental de caracterização da sociedade e do Estado Brasileiro, a localização nas


Américas representou, ao longo de sua história, um dos fundamentos e símbolos de sua identidade
nacional.
( ) Os diferentes momentos históricos de várias atividades exportadoras explica, assim, não somente as
formas diferenciadas de ocupação como, simultaneamente, está na base da construção de sua
diferença.
( ) As alterações verificadas na dimensão espacial do desenvolvimento brasileiro não deixam dúvidas
quanto à crescente heterogeneidade ocorrida no interior das regiões brasileiras, espaços descontínuos
de alta produção convivendo com áreas tradicionais de forte estagnação econômica.
( ) No litoral, a presença de numerosas cidades e portos, que serviam de conexão com o exterior,
geravam, contudo, frágeis articulações no plano interno, contrastando o espaço costeiro, mais denso,
de caráter mercantil agroexportador, com o espaço interiorano, de ocupação rarefeita e
acentuadamente dispersa.

De acordo com as afirmações, a sequência correta é


A. (F); (V); (F); (V).
B. (V); (F); (V); (F).
C. (F); (V); (V); (V).
D. (V); (F); (F); (F).
E. (V); (V); (F); (F);

10. (FUNDEP 2019) A respeito da formação territorial do Brasil, é incorreto afirmar:


A. No início do século XX, o território do atual estado do Acre foi comprado do Equador, passando a compor
oficialmente o território brasileiro.
B. Algumas áreas fronteiriças foram anexadas entre o fim do século XIX e o início do século XX, sendo os litígios
com países vizinhos (Argentina, Guiana e Guiana Francesa) resolvidos com arbitragem internacional.
C. Em 1822, quando se tornou independente, o país já possuía dimensão territorial relativamente semelhante
à atual.
D. A invasão de colonos portugueses de terras que, pelo Tratado de Tordesilhas (século XV), pertenciam aos
espanhóis, forçou o Tratado de Madri, no século XVIII, garantindo grande expansão do território oficial.
E. Pelo Tratado de Madri, Portugal cedia a Colônia do Sacramento (no Uruguai) para a Espanha. Esta, por sua
vez, dava o território ocupado pelos Sete Povos das Missões (no RS) para Portugal.

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Nota de Aula 2 – FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
11. (FUNCEB-ES 2019) A formação territorial brasileira é fruto de uma série de ações baseadas na ocupação de
um espaço, resultante de um acordo entre as nações ibéricas. Como uma grande parcela desse território
pertencia aos espanhóis, portugueses e brasileiros ocuparam a região paulatinamente. Tais ações geraram a
necessidade de tratados que evitassem um conflito de maiores proporções entre os dois países. O mapa ilustra
a incursão de brasileiros e portugueses em territórios que pertenciam aos espanhóis, além dos Tratados que
regulamentavam as disputas entre as duas nações.

A delimitação das fronteiras brasileiras no mapa acima representado seguiram o princípio assinalado de forma
correta em:
A. acordos bilaterais.
B. posse útil da terra.
C. limites naturais.
D. supremacia militar.
E. direito divino.

GABARITO
1. C
2. B
3. D
4. C
5. B
6. B
7. A
8. E
9. C
10. A
11. B

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