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ENFERMAGEM NA SAÚDE

DA MULHER

Técnica de rastreamento de
câncer de colo de útero e
mama e principais agravos
ginecológicos
Prof. MS. Angélica da Mata Rossi
Objetivos
Objetivos
• Realizar a técnica de rastreamento do
câncer de colo de útero e mama.

• Reconhecer os principais agravos clínicos


e ginecológicos na saúde da mulher
relacionados a corrimentos vaginais.
Procedimento

Rastreamento do
câncer de mama
Dados do câncer de mama

É a segunda maior causa de morte entre


mulheres no Brasil e no mundo

10% dos casos são decorrentes de fatores


genéticos

No Brasil a maioria dos diagnósticos


ocorrem em fase avançada
Vamos relembrar: A mama
Tubérculos de
Montgomery

Fonte: https://bit.ly/33y8xAf acesso em 15 ago 2019


Fonte: https://bit.ly/2MkaISv acesso em 15 ago 2019
Entendendo o câncer de
mama

Fonte: https://bit.ly/33EUwRd acesso em 15 ago 2019


Fatores de risco para câncer de mama
Fatores ambientais Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
e comportamentais
Sedentarismo e inatividade física;
Consumo de bebida alcoólica, tabagismo;
Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).

Fonte: https://bit.ly/31Ba3zI acesso em 15 ago 2019


Fatores de risco para câncer de mama
Primeira
menstruação
antes de 12
anos
Uso de Não ter
contraceptivos tido filhos
Fatores da
hormonais história
reprodutiva Primeira
Ter feito e hormonal gravidez
reposição após os
hormonal pós- 30 anos
Menopausa
menopausa após os 55
anos
Fatores de risco para câncer de mama

Fatores
Casos de câncer de genéticos e
História familiar de mama na família, hereditários
câncer de ovário; principalmente
antes dos 50 anos;

Alteração genética,
História familiar de
especialmente nos
câncer de mama
genes BRCA1 e
em homens;
BRCA2.
Sinais e sintomas

Nódulo Pele da mama Mamilos


• Fixo • Avermelhada, • Alterações
• Geralmente retraída • Saída
indolor • Parecida com espontânea
• Pode ocorrer casca de de líquido
nas axilas ou laranja anormal
no pescoço

Fonte: https://bit.ly/2Z63N5C acesso em 15 ago 2019


Rastreamento de exame Detecção precoce do
clínico de mama para câncer de mama
qualquer idade, a partir dos
40 anos, anualmente. Mulheres com lesões
palpáveis com menos de 35
anos devem ser submetidas
à ultrassonografia

Rastreamento por Mamografia e


mamografia para exame clínico para
mulheres entre 50 e 69 pacientes que
anos, com intervalo de estão no grupo de
no máximo dois anos risco para câncer
entre os exames. de mama.
Detecção do
câncer de mama
O autoexame das
mamas é
incentivado, mas
não é um
método de
rastreamento

Fonte: https://bit.ly/31HCbBe acesso em 15 ago 2019


Resultado da
mamografia
Categoria: BI-RADS

Fonte: https://bit.ly/33y8xAf acesso em 22 ago 2019


Consulta de
Entrevista enfermagem
• Dados de • História • Métodos ginecológica
identificação familiar contraceptivos
• Aspectos • Antecedentes • Estado geral
sociais e pessoais e de saúde
emocionais obstétricos
Verificar seu Identificar Consulta de
estado geral, manchas enfermagem
postura e sugestivas de CA ginecológica
mobilidade. de pele.
Exame físico
Exame da Inspeção da
Sentido céfalo - genitália
podálico tireoide.
externa e coleta
Palpação das de material para
mamas e citologia
abdome. oncótica.
Inspeção
Estática

Exame
Expressão Inspeção
mamilar
das Dinâmica
Mamas

Palpação
Vídeo
Procedimento

Rastreamento do
câncer do colo de
útero
Viva Mulher (1997)
Dados do câncer do colo uterino
SISCOLO (1998)
Segundo que mais
acomete mulheres
no mundo Política nacional de
atenção oncológica
Comum na faixa (2005)
etária entre 25 e
49 anos
Rastreamento
através do exame
citopatológico
Fonte: https://bit.ly/2YQBIuD acesso em 13 ago 2019
Vamos relembrar: O colo do útero

Endocérvice

JEC – Junção
Escamocolunar

Ectocérvice
Fonte: https://bit.ly/2KMFqAI (adaptado) acesso em 14 ago 2019
Fonte: https://bit.ly/2OVT8qk acesso 14 ago 2019
Entendendo o câncer do colo de útero

Fonte: https://shutr.bz/2lxRYDa acesso em 02 set 2019


Entendendo o câncer do colo de útero
Fatores associados:
• Início precoce da
atividade sexual e
HPV
múltiplos parceiros
• Tabagismo
• Uso prolongado de
Detecção Câncer do
Alterações pílulas
colo de
Precoce útero celulares anticoncepcionais

Evolução
para câncer
Rastreamento do câncer do colo de útero
Exame citopatológico ou Papanicolau
Com 2 exames consecutivos anuais
negativos, próximos realizar a cada 3
anos
Mulheres com faixa etária entre 25 e
64 anos

Fonte: https://bit.ly/2KznTNx acesso em 14 ago 2019


Sinais e sintomas do câncer do colo do útero

Fase Sangramento vaginal intermitente Fase inicial - pode


avançada ou após a relação sexual não apresentar
sintomas
Secreção vaginal anormal

Dor abdominal associada à


queixas urinárias ou intestinais.
• Queixas;
• se leucorréia anotar a coloração, odor, prurido
• data da última menstruação;
• uso de métodos anticoncepcionais;
• Verificar condições de impossibilidade para a realização
do exame;
• data do último exame citopatológico;
• ocorrência de exames citopatológicos anormais,
investigações e/ou tratamentos;
• sangramentos vaginais pós-coito ou anormais;
• história obstétrica.
Exame pélvico e
história clínica

Diagnóstico Exame
Biópsia Papanicolau

Colposcopia

Fonte: https://bit.ly/2N2XqJO acesso em 14 ago 2019


Adequabilidade da amostra
Células presentes na
Amostra amostra:
satisfatória • Células escamosas
para avaliação • Células glandulares
• Células metaplásicas

Amostra
insatisfatória
para avaliação
Resultado de
exame
citopatológico

Fonte: https://bit.ly/2DkK2ws acesso em 14 ago 2019


Coleta de material
cervical e esfregaço
na lâmina

Fonte: https://bit.ly/33y8xAf acesso em 22 ago 2019


https://shutr.bz/2MJX6jB acesso em 22 ago 2019
Teste Limpeza do colo com ácido acético
de 3%
Schiller
Aplicar lugol

Se colo não corar: Positivo para


células atípicas Colposcopia
Vídeo
Procedimento

Principais agravos
ginecológicos
Principais agravos ginecológicos da mulher
Vamos relembrar!
A anatomia do
sistema reprodutor
feminino

Fonte: https://bit.ly/2TgIBEA
Causadas por vírus, bactérias, Infecções sexualmente
fungos e protozoários.
transmissíveis – IST
Transmitidas principalmente por meio
do contato sexual - oral, vaginal ou anal
- sem o uso de camisinha masculina ou
feminina, com uma pessoa que esteja
infectada.

Transmissão de mãe para a


criança durante a gestação, o
parto ou a amamentação
Abordagem sindrômica: características
Classificar os principais
Utilizar fluxograma
agentes etiológicos,
para identificar as Indicar
segundo as síndromes
causas de uma tratamento
clínicas por eles
determinada síndrome
causados

Incluir a atenção dos


parceiros, o Incluir a oferta
aconselhamento e da sorologia
educação sobre redução para sífilis,
de risco, fornecimento de hepatites e HIV
preservativos
Principais
síndromes em
IST

Fonte: https://bit.ly/2dAXdhA acesso em 20 ago 2019


Comporta-
mentos e
práticas
sexuais
Uso de outros Data da
potenciais última
agentes menstruação
irritantes Investigação
locais. da história
clínica

uso de
medicamentos Práticas de
tópicos ou higiene
sistêmicos vaginal
Exame ginecológico

Observar e anotar
as características
do corrimento

Existência de
ulcerações, edema
e/ou eritema
Examinar a genitália externa e
região anal Exame ginecológico e IST

Separar os lábios vaginais para


visualizar o introito vaginal

Introduzir o espéculo para


examinar a vagina, suas paredes,
o fundo do saco e o colo uterino
Fazer teste de pH vaginal e colher
material para o teste de Whiff -
teste das aminas ou do “cheiro”
Coletar material endocervical
para cultura de N. Gonorrhoeae
por biologia molecular
Testes de apoio diagnóstico
Teste de Whiff - teste das
pH vaginal aminas ou “do cheiro”
Fisiológico menor que 4,5 KOH 10%: Se “odor de
peixe” - teste positivo

Coleta de material para


microscopia
Presença de clues cells,
hifas, Trichomonas sp
Fontes: https://bit.ly/2LpT1yj acesso em 27 ago 2019
https://bit.ly/2PfTFDr acesso em 27 ago 2019
https://bit.ly/30B3LQy acesso em 27 ago 2019
Alteração no Corrimento
volume, na
cor e odor
vaginal

Desequilíbrio
da flora vaginal

Observar períodos:
ovulação, pré-
menstrual, lactação,
menopausa
Sinais e sintomas:
• intenso prurido,
Vulvovaginites • edema de vulva e/ou de vagina,
• secreção de coloração branca e grumosa,
Infecção por
patógenos na região • dispareunia e
vaginal e vulvar: • disúria
• Candidíase (vaginite
fúngica) – Candida
glabata e
principalmente
Candida albicans
Não é
considerada IST
Fonte: https://shutr.bz/2LbnP5y acesso em 25 ago 2019
Estresse, higiene
Gravidez
precária Fatores
predisponentes
para candidíase
uso de antibióticos
ou Diabetes
imunossupressores descompensado
ou corticoides
uso de roupas que Alta dosagem de
permitem pouca anticoncepcional
ventilação dos oral
genitais
• Histórico da paciente,
• Realização do exame físico,
• Exame ginecológico
Diagnóstico da candidíase
• Coleta de amostras do
corrimento vaginal
• pH menor que 4,5
Tratamento da candidíase
• Miconazol creme a 2%, via
vaginal, um aplicador cheio, à
noite ao deitar-se, por 7 dias
OU
• Nistatina 100.000 UI, uma
aplicação, via vaginal, à noite
ao deitar-se, por 14 dias

Fonte: https://bit.ly/2zbZLtR acesso em 21 ago 2019


Vaginose bacteriana Sinais e sintomas:
• assintomática ou
Alteração do pH • corrimento de
vaginal, com aumento cor cinza,
das bactérias homogêneo e
anaeróbicas e cremoso,
diminuição de • odor fétido
lactobacilos: (peixe em
putrefação),
Gardnerella vaginallis principalmente,
e Mycoplasma hominis após a relação
sexual.
Fonte: https://shutr.bz/2L9Sq3s acesso em 23 ago 2019
Não é considerada IST
Vaginose bacteriana
Tratamento:
Diagnóstico: metronidazol 500 mg
• Por meio da coleta do Papanicolau. via oral (VO) por 7 dias,
ou 2 g VO dose única.
• Corrimento vaginal homogêneo;
• Não tratar parceiro.
• pH >4,5;
• Presença de clue cells no exame de
lâmina a fresco;
• Teste de Whiff positivo (odor fétido das
aminas com adição de hidróxido de
potássio a 10%).
Tricomoníase
• Protozoário –
Trichomonas vaginalis

Sinais e sintomas:
• corrimento esverdeado, de
grande quantidade, bolhoso,
• prurido vulvar,
• hiperemia e edema de vulva e
vagina.
Tricomoníase
Diagnóstico: Tratamento:
• Avaliação dos sintomas, Metronidazol 2g VO em
dose única, ou Secnidazol
• Na análise e no aspecto da secreção
2g VO em dose única.
vaginal
• Tratar parceiro.
• O pH quase sempre é maior que 5,0
• Na maioria dos casos, o teste das
aminas é positivo.
Gonorreia e Clamídia - Cervicite
Risco para doença Incubação média
Respectivamente:
inflamatória pélvica (DIP), de 4 a
Neisseria gonorrhoeae 7 dias, quase sempre
gravidez ectópica,
Chlamydia trachomatis assintomática
infertilidade e dor pélvica.

Propicia Sintomas: secreção purulenta de cor


contaminação amarelo esverdeada, dispaurenia,
por outros disúria, polaciúria, edema de vulva
vírus, e irregularidades menstruais,
principalmente friabilidade do colo, e dor à
o HIV. mobilização do colo
Gonorreia e Clamídia
Tratamento
Diagnóstico
Gonorreia: Ciprofloxacina 500
• Laboratorial, por biologia mg VO ou Ceftriaxona 250 mg
molecular (sintomáticos e IM, ambos em dose única.
assintomáticos)
Clamídia: Azitromicina 1 g VO
• Sintomáticos por cultura em meio em dose única ou a Doxicilina
seletivo (Thayer-Martin modificado), 100 mg VO por 7 dias, de 12 em
a partir de amostras endocervicais. 12 horas.
Resolução comentada

• Simule o exame clínico das mamas e a coleta do câncer do


colo do útero.

• Quais as orientações o enfermeiro deve realizar ao atender


uma cliente com agravos ginecológicos? Ele deve estar atento
à quais aspectos?
Resolução comentada
• Informação/Educação em saúde;
• Oferta de testes para HIV e demais IST (sífilis, hepatite B, gonorreia e clamídia),
quando disponíveis;
• Oferta de profilaxia pós-exposição para o HIV, quando indicado;
• Oferta de profilaxia pós-exposição às IST em violência sexual;
• Comunicação, diagnóstico e tratamento das parcerias sexuais (mesmo que
assintomáticas);
• Ênfase na adesão ao tratamento;
• Vacinação para HBV e HPV, conforme estabelecido;
• Notificação do caso, conforme estabelecido;
• Manter o tratamento se a mulher menstruar;
Resolução comentada
• Verificar habilidade no manuseio do preservativo e estimular o seu uso em
todas as relações sexuais, mesmo com parceiro único, disponibilizando-o;
• Informar sobre preservativo feminino, viabilizando o seu uso;
• Esclarecer os riscos de se ter vários parceiros sem o uso de preservativos;
• Orientar o uso de roupas mais folgadas e de algodão que facilitem a ventilação
e a diminuição da umidade local;
• Enfatizar a importância de convocar e tratar o parceiro
para tratamento;
• Evitar a relação sexual no período de tratamento caso
não seja possível, fazer uso do preservativo;
• Importância do retorno após 15 dias de término do
tratamento;
Resolução comentada
• Orientar higiene pessoal mais frequente durante o fluxo menstrual;
• Orientar a não ingerir bebida alcoólica durante o tratamento e até 3 dias
após a sua conclusão;
• Orientar a ingestão de medicamentos às refeições;
• Orientar o modo correto da higiene dos genitais;
• Evitar uso de talco e outros produtos perfumados;
• Evitar o uso do papel higiênico perfumado, áspero e
colorido.
Orientações ao Tutor
Orientações ao tutor
• Checar a lavagem das mãos.
• Checar se o aluno reuniu todo o material que será utilizado no
procedimento.
• Verificar se o aluno está realizando o passo a passo de maneira correta.
• Verificar se o aluno agiu de forma humanizada, preservando a
privacidade da mulher.
• Observar se o aluno explicou sobre o procedimento para a mulher.
• Verificar se a unidade ficou em ordem, ao término do
procedimento.
• Checar a lavagem das mãos após o procedimento.

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