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AGENTE E ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL

MATÉRIA: ADMINISTRATIVO
PROF: ADILSON
DATA: 04/07/09

Poder Normativo
Através desse poder a Administração edita regras gerais e
abstratas para a fiel execução das leis, como portarias, decretos,
resoluções, instruções normativas, etc.
A forma mais expressiva de utilização desse poder é o
regulamento, que é de competência exclusiva dos chefes do
Executivo.
Quando o chefe do Executivo edita decretos
regulamentares ou regulamentos está no exercício do Poder
Regulamentar.
Sendo assim, podemos dizer que o Poder Regulamentar
está dentro do Poder Normativo.
Através deste poder, o chefe do Executivo não pode inovar
no ordenamento jurídico, ou seja, não pode criar algo novo que a
própria lei não estabeleceu e caso o faça, caberá ao congresso
Nacional sustar os atos do Executivo que exorbitem de seu Poder
Regulamentar ou delegação legislativa (art. 49, V1, CF).
É importante lembrar que o Decreto é a forma, podendo ter
vários conteúdos diferentes, como decreto de nomeação ou
exoneração de servidor, decreto de desapropriação, decreto
regulamentar, decreto autônomo, etc.
Alguns autores entendem que o decreto autônomo é
possível em matéria organizativa, já que o art. 84, VI2, CF, passou a
outorgar ao Presidente da República competência para dispor
mediante decreto sobre organização e funcionamento da
Administração Pública Federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

Poder de Polícia
É a faculdade que dispõe a Administração de condicionar
e restringir o uso e o gozo de bens, direitos ou atividades
particulares às necessidades do interesse coletivo.
No Poder de Polícia se presencia a chamada bipolaridade,
ou seja, de um lado o particular que quer exercer plenamente os

1 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
2 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:


a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

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seus direitos e de outro a Administração que tem a função de


condicionar o exercício desses direitos ao bem estar social.

Atributos do Poder de Polícia


I. Discricionariedade – é discricionário nas autorizações
em geral, mas também pode ser vinculado, como ocorre nas
licenças em geral;
II. Auto-executoriedade – em regra, o Poder de Polícia é
auto-executório, pois a administração não se socorre ao Judiciário
para exercê-lo, exemplo, apreensão de mercadorias
contrabandeadas.
É importante lembrar que o Poder de Polícia também pode
ser desprovido de auto-executoriedade, como ocorre, por exemplo,
nas desapropriações.
III. Coercibilidade ou Imperatividade – credencia a
Administração a impor coativamente aos administrados as medidas
adotadas, utilizando-se, inclusive, de força policial, se for o caso.

Polícia Administrativa e Judiciária


A Polícia Administrativa é regida pelo Direito Administrativo
e incide sobre bens, direitos e atividades que se contrapõe ao
interesse público.
Não há ilícito penal e pode ser preventiva (exemplo, uma
fiscalização) ou repressiva (exemplo, interdição de
estabelecimento).
A Polícia Judiciária é regida pelo Direito Penal incidindo
sobre pessoas.
Há ilícito penal e é preponderantemente repressiva, ou
seja, atua posteriormente ao acontecimento delituoso, exemplo, a
reconstituição de um crime que é realizada pela Polícia Científica.

SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço público é todo aquele prestado diretamente pelo
Estado ou por seus delegados para atender necessidades coletivas.

Elementos do Serviço Público


I. Subjetivo – refere-se à presença do Estado, seja
prestando diretamente o serviço, seja fiscalizando a sua prestação.
II. Formal – diz respeito ao regime jurídico de direito
público;

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III. Material – refere-se à atividade exercida de interesse


público.

Princípios/Requisitos
1º) Mutabilidade ou Adaptabilidade
Trata-se da obrigação do Estado, segundo as suas
possibilidades econômicas, de atualizar e modernizar a prestação
dos serviços públicos.

2º) Generalidade
Os serviços públicos devem ser prestados com a maior
amplitude possível, beneficiando o maior número de pessoas.

3º) Cortesia
Os usuários do serviço têm direito a um atendimento
adequado, cortês por parte dos agentes públicos encarregados da
prestação do serviço público.

4º) Modicidade das Tarifas


O custo do serviço deve ser módico, de modo a não onerar
excessivamente o usuário desse serviço.

5º) Continuidade da Prestação do Serviço Público


A prestação do serviço público deve ser contínua, seja ele
prestado diretamente pelo Estado ou por seus delegados.
O art. 39, p. único3, Lei 8.987/95 (Lei das Concessões e
Permissões de Serviços Públicos), estabelece que o contratado,
somente poderá suspender a prestação do serviço público mediante
decisão judicial transitada em julgado.

Serviços Públicos
Classificação
I. Quanto aos destinatários:
a) Uti singuli – são aqueles em que é possível identificar o
usuário do serviço e a quantidade de serviço utilizada, exemplo,
serviço de energia elétrica;

3 Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada
para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão
ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.

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b) Uti universi – são aqueles em que não é possível


identificar o usuário do serviço, tão pouco a quantidade de serviço
utilizada, exemplo, serviços de iluminação pública.
II. Quanto à essencialidade:
a) Propriamente ditos – são aqueles prestados diretamente
pelo Estado e que não admitem delegação a terceiros, tendo o
caráter de essenciais, exemplo, serviços de Polícia, os relacionados
à segurança nacional, etc.;
b) De utilidade pública – são aqueles prestados pelo
Estado ou por terceiros, vez que admitem a delegação, exemplo,
serviço de transporte coletivo de passageiro.
III. Quanto à titularidade:
a) Federais – são aqueles de interesse nacional, de
competência da União Federal, como a emissão de moeda, serviço
postal, polícia aérea ou marítima, etc. (art. 214, CF);

4 Art. 21. Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação
com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;

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b) Estaduais – são aqueles de interesse regional de


competência dos Estados-membros. Exemplo, serviço de gás
canalizado, transporte intermunicipal de passageiro, etc.;
Obs.: Os Estados tem competência residual para prestar
serviços públicos, ou seja, o serviço que não for atribuído à União,
nem aos Municípios, será de competência dos Estados, art. 25, §
1º5, CF.
c) Municipais – são aqueles de interesse local dos
Municípios, exemplo, serviços de coleta de lixo, transporte coletivo
de passageiros, etc..
Obs. 1: ao Distrito Federal compete os serviços atribuídos
aos Estados-membros e aos Municípios
Obs. 2: existem serviços de competência comum, que
devem ser prestados por todas as pessoas políticas, como
preservação do meio ambiente, serviços de saúde, de educação,
etc., art. 236, CF.

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e
usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
vida igual ou inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
5 § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
6 Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;

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Concessões e Permissões de Serviços Públicos – Lei


8.987/95
A concessão ou permissão de serviço público é serviço
público prestado por particular e não se confunde com a concessão
e permissão de uso, pelo qual o particular utiliza bem público com
exclusividade. Exemplo, o espaço ocupado por bancas de jornal,
pontos de táxi, etc..

Conceito de concessão de serviço público


É espécie de contrato administrativo pelo qual o poder
público delega a outrem a prestação de um serviço público, para
que este o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco,
mas sob controle do poder concedente (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).

Características da Concessão
I. É contrato administrativo;
II. Prévia licitação, na modalidade concorrência;
III. Firmada com Pessoa Jurídica ou Consórcio de
Empresas;
IV. Pressupõe um contrato de grande vulto com altos
investimentos e por longo período;
V. A rescisão deste contrato recebe nomes específicos:
a) Encampação ou resgate – ocorre por motivos de
conveniência e oportunidade da Administração como o retorno da
prestação do serviço ao poder concedente;
A encampação depende de lei específica e gera direito a
indenização.
b) Decadência ou caducidade – ocorre por motivos de
inadimplemento do contratado, não necessita de lei e não gera
direito a indenização.

Permissão de Serviço Público

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

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É o contrato de adesão precário pelo qual o Poder Público


delega a outrem a prestação de um serviço público para que este o
execute em seu próprio nome e risco, mas sob controle do Estado.

Características da Permissão
I. É contrato de adesão, conforme art. 407, Lei 8.987/95,
entretanto, por conta da sua precariedade, alguns autores
entendem que a permissão tem natureza de ato administrativo e
não contrato.
Obs.: é precário o que não tem prazo determinado e pode
ser extinto sem indenização.

II. Prévia licitação, em qualquer modalidade;


III. Firmada com Pessoa Jurídica ou Pessoa Física;
IV. Pressupõe um contrato de pequeno ou médio vulto, com
baixos investimentos e que, normalmente, tem curto período de
duração;
V. A rescisão deste contrato não recebe nomes
específicos, embora a Lei tenha utilizado a expressão “revogação”,
que, na verdade, deve ser utilizada para atos administrativos e não
contratos.

Características Comuns da Concessão e Permissão

7 Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos

desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.

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