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1° DIA

VERGONHA, IDENTIDADE E TRANSFORMAÇÃO


(David R. Dunham)

"Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas


antigas já passaram, eis que surgiram coisas novas!" (2Corintios
5.17)

O QUE MAIS DEFINE VOCÊ? É o seu emprego, os seus temores, a


opinião dos outros, ou pior de tudo, o seu vício? O seu vício molda a sua
identidade mais do que qualquer outra coisa. Quanto mais nos
afundamos em nossos vícios, mais sentimos que nos transformamos
nele.

Paulo Tripp explica: "Quanto mais tempo lutamos com um


problema, mais próximos estamos de nos definirmos pelo problema
(divorciado, viciado, deprimido, co-dependente, transtorno de déficit de
atenção). Passamos a crer que somos o nosso problema. Mas, conquanto
estes rótulos possam descrever os modos específicos como lutamos com
os pecados em um mundo caído, eles não são a nossa identidade! Se
permitirmos que eles nos definam, viveremos presos em seus limites."
Os hábitos dizem: "Isto é o que você é, e você nunca mudará."

Os vícios impactam a nossa identidade de duas maneiras.


Primeira: um vício exige que desistamos de partes importantes de nossa
vida. Abandonamos sonhos, laços familiares, convicções morais e mais.
Quanto mais o vício se aprofunda, maiores se tornam os sacrifícios.
Como resultado, partes significativas de nós mesmos se perdem na busca
dos hábitos escravizadores. Segundo: quanto mais nos aprofundamos
no vício, menos desejamos ser vulneráveis e nos abrirmos para os
outros. Nós tememos a exposição. A identidade é formulada no
relacionamento com outras pessoas, mas o viciado perde este elemento
chave.

O seu vício define você. Quem você é se torna sinônimo do que


você faz. Uma evidência disso é que a vergonha que você começou a
sentir, sinaliza que você formou a sua identidade em torno do seu vício.
Você sente vergonha porque você se odeia. Quanto mais profunda é a sua
experiência com a vergonha, menos esperança tende a sentir sobre a
possibilidade de mudança. O resultado disso é que você tem menos
vontade de lutar contra o vício.

Porém, há esperança em Cristo. Sim, você é um pecador; mas no


evangelho você é perdoado. Em Cristo, a sua identidade foi reformada, e
assim, você agora não é um pecador, nem um viciado, nem um
alcoólatra. Antes de qualquer coisa, você é um cristão. A vergonha é
desmantelada em Cristo, porque Ele lhe dá uma nova identidade.
"Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação.” Você não é mais
quem era.” As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas
novas."

A vergonha diz: "Eu sou um viciado." As suas emoções o tentam a crer


nessa mentira. Cristo toma esta identidade e lhe dá uma nova. Sua
identidade está fundamentada na obra poderosa de Cristo, e não em seus
fracassos. Ela está alicerçada no seu triunfo contra o pecado, e não em
sua luta porque você não é definido por suas batalhas. Você é definido
por seu relacionamento com Ele!

Reflexão:
1. Como o seu vício influenciou o seu senso de identidade?
(Observação: Se preferir, pode mencionar partes do texto em que
você se identificou e talvez acrescentar detalhes).

2. Como o evangelho desafia esta visão de si?


VOCÊ PODE MUDAR PORQUE DEUS É DEUS
QUEM O ESTÁ TRANSFORMANDO
(David R. Dunham)

"Há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. O destino deles
é a perdição, o seu deus é o estômago e eles têm orgulho do que é
vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas. A nossa cidadania, porém,
está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o senhor
Jesus Cristo Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo
do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados,
tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso" (Filipenses 3.18-21)

MUDANÇAS REQUEREM TANTO TRABALHO como rendição. Paulo


diz: "ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor" - os
filipenses eram responsáveis por lutarem por sua fé (Fp 2.12). Então ele
complementa: "pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto
o realizar, de acordo com a boa vontade dele" (v. 13). Na Escritura,
somos chamados a trabalhar porque Deus trabalha em nós. Em sua
batalha contra os hábitos escravizadores, você deve tanto trabalhar
quanto se render.

Esta dualidade é importante. Se você não lutar contra o pecado, nunca


mudará. Você fracassará em seguir a Jesus. Mas, se você pensa que toda
a sua luta é o que produz a mudança, estará desviando em direção à
autossuficiência e a justiça própria.

Paulo alerta em Filipenses 3 que não devemos negligenciar a primeira


parte desta equação: a nossa responsabilidade. Os versos 18 e 19
apresentam o alerta. Existem pessoas a quem Paulo diz "que vivem como
inimigos da cruz de Cristo. O estilo de vida deles nega ou distorce o
evangelho de Jesus. "O seu deus é o estômago"- eles são comandados
pelos seus desejos. "Eles têm orgulho do que é vergonhoso"- eles se
deliciam com a imoralidade. Suas mentes estão programadas com "as
coisas terrenas" - são consumidos por pensamentos mundanos. O fim
deles é a destruição. Este é um aviso para todos: se você não fizer do
seguir a Jesus o seu objetivo, você será um inimigo da cruz. Paulo nos
alerta a lutarmos ferrenhamente pela piedade.
Mas Paulo nos reassegura também. Se toda a nossa esperança
dependesse da nossa fidelidade, teríamos poucos motivos para
esperarmos. Somos fracos e inconstantes. Paulo nos dá um
encorajamento nos versos 20-21: Jesus Cristo os transformará.
Enquanto estes "inimigos" têm as suas mentes programadas pelas coisas
terrenas, os cristãos possuem uma "cidadania, porém, está nos céus, de
onde esperamos ansiosamente o Salvador." Temos todas as razões para
ter esperança, porque o Salvador está voltando. Ele transformará todas
as nossas fraquezas, fragilidades, inconstâncias e inconsistências. O
mesmo "poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu
domínio" é o poder que opera em nós. Podemos confiar no Salvador
porque ele "[opera] em nós aquilo que lhe é agradável" (ver Hb 13.21).
Temos a promessa de que "aquele que começou a boa obra em vós há de
completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6). Esta é a garantia com a
solidez de uma rocha. Nós trabalhamos contra o nosso vício porque, ao
final de tudo, Deus nos transformará.

Deus o está chamando à ação - não existe passividade na vida cristã.


Você pode ter esta certeza: o Senhor Jesus Cristo o transformará! A obra
Dele é a garantia certa da sua esperança; a sua obra é uma resposta de
confiança.

Reflexão: Lívia, tenho te acompanhado há alguns dias e sinceramente


compreendo sua dor e suas batalhas. Contudo, mesmo sentindo dores na
alma, creio que está na hora de fazer um esforço maior para erguer-se.
Com essas palavras não quero cobrá-la, mas encorajá-la. Continuo tendo
esperança de te ver bem e congregando. Deus te abençoe.

Responda: De que maneiras você precisa trabalhar mais duro?

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