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Todos nós, como indivíduos e consumidores que somos, nos deparamos com inúmeras

informações e ofertas a cada minuto do dia. Sequer é possível conhecer de tudo. Mas,
bombardeados pelo consumo desenfreado, colocamos nossos dados pessoais em cheque
quando sequer nos preocupamos com o destino deles quando estamos apenas atrás de
determinadas vantagens econômicas. Afinal, não é de hoje que o consumidor enfrenta
incidentes de vazamento dos seus dados pessoais e os crimes cibernéticos, como, por
exemplo, a venda e suas informações e perfis em sites obscuros na internet, os quais não
possuem qualquer tipo de regulação e que, evidentemente, geram inúmeras dores de cabeça
em muitas pessoas pela demora nas resoluções e possíveis prejuízos. A atual regulamentação
sobre a inteligência artificial deverá estar em perfeita consonância com a Lei Geral de Proteção
de Dados (LGPD). E talvez seja por isso que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados –
ANPD acredite ser ela a responsável por encampar diretrizes a serem cumpridas na utilização
desenfreada desta tecnologia algorítmica, visto que normatiza esta nova Lei, que protege
tanto dados físicos e digitais acompanhando, de maneira segura e legal, o seu ciclo de vida.
Hoje, o consumidor pode realizar uma compra online. E se tiver o cuidado de ler a política de
privacidade exposta, perceberá que algumas de suas informações poderão ser rastreadas para
seu próprio benefício e melhor navegação no site. Significa dizer que podemos ser
direcionados para uma melhor experiência online e de compras, com produtos selecionados
de acordo com nosso próprio interesse. Tudo isso garantido o mais absoluto respeito. E esse
interesse é legítimo, visto que as ferramentas, como a inteligência artificial, fazem o trabalho
de busca de itens preferidos e similares, conforme nossas procuras e através dos perfis de
consumo. Em contrapartida, concedemos esta confiança na esperança de navegar em um
ambiente digital protegido, aderente aos requisitos técnicos, comprovada a segurança digital
mais adequada. Esse interesse legítimo deverá nos dar a possibilidade de solicitar a imediata
retirada das nossas informações dos bancos de dados e a paralisação dos envios de notícias e
de novas ofertas em todos os meios de acesso e de comunicação. Além desses, o indivíduo
deve entender que todos os seus direitos estão sendo respeitados. A proteção da privacidade
e da individualidade são de extrema importância, e a utilização dos dados pessoais deve
priorizar o dono dos dados, sempre dando transparência e conscientização contínua a todos.
Treinar e regular a inteligência artificial é fundamental para amparar a nossa LGPD e para
garantir a segurança jurídica e a dignidade do indivíduo. *Juliana Costa é advogada, mestre em
Direito, Justiça e Desenvolvimento pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e
Pesquisa (IDP). Especialista em Proteção de Dados Pessoais e Compliance, autora de artigos na
área e desenvolvedora de políticas e adequação a LGP

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