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SECRETARIA DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


DO RIO GRANDE DO SUL – SEMA/RS

PROGRAMA PROREDES – BIRD – RS

SERVIÇOS DE CONSULTORIA:
ELABORAÇÃO DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO RIO GRANDE
DO SUL (ZEE-RS), INTEGRANDO AO SISTEMA DE PLANEJAMENTO DO ESTADO
AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS À GESTÃO DO TERRITÓRIO.

PRODUTO 6 - RELATÓRIO SÍNTESE COM A INFORMAÇÃO EXISTENTE,


BEM COMO A IDENTIFICAÇÃO DAS LACUNAS A SEREM
PREENCHIDAS

Outubro de 2016.
2

REVISÕES

DATA AUTOR VERSÃO


07/10/2016 Consórcio CODEX / ACQUAPLAN / GITEC 1.0
Brasil / GITEC GmbH
3

APRESENTAÇÃO

O presente documento consiste no Produto 6 - Relatório Síntese com a Informação


Existente, bem como a Identificação das Lacunas a Serem Preenchidas, integrante da
Atividade 3 – Inventário Ambiental, Socioeconômico e Legal que compõe o Zoneamento
Ecológico-Econômico do Rio Grande do Sul (ZEE-RS). Fazem parte deste produto os seguintes
capítulos:

 O Sumário Executivo apresenta uma síntese do documento, permitindo uma


avaliação rápida da situação dos indicadores utilizados em termos de
disponibilidade e qualidade.
 A Introdução define os objetivos deste documento, bem como descreve
sucintamente os capítulos que o compõe.
 A Metodologia descreve os procedimentos adotados para a avaliação da qualidade
dos dados disponíveis e a identificação das lacunas de informação.
 A Síntese da Informação Existente e Identificação das Lacunas apresenta fatores
condicionantes e indicadores determinantes das fragilidades e potencialidades do
meio natural e humano, além de analisar, com base em critérios de qualidade, os
dados essenciais para a construção destes indicadores. O capítulo também
identifica as lacunas de informação existentes em cada um dos grupos de
indicadores. Além dos componentes originais da proposta – Meio Físico, Biótico,
Socioeconômico e Jurídico-Institucional – o capítulo avalia a qualidade das
informações e identifica as lacunas referentes às bases cartográficas.
 As Considerações Finais comentam os aspectos mais relevantes do que é
apresentado ao longo do documento, com foco central na questão da
disponibilidade e qualidade de dados.
4

 O Anexo I apresenta indicadores de qualidade de todos os dados essenciais com


base em cinco parâmetros e aponta as lacunas existentes por tipologia.
5

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................................. 6

ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................................................... 10

ÍNDICE DE TABELAS................................................................................................................... 11

SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................... 12

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 21

2. METODOLOGIA.................................................................................................................. 22
2.1. ANÁLISE DA QUALIDADE ............................................................................................ 23
2.2. IDENTIFICAÇÃO DAS LACUNAS .................................................................................. 26

3. SÍNTESE DA INFORMAÇÃO EXISTENTE E IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS ........................... 28


3.1. BASES CARTOGRÁFICAS ............................................................................................. 28
3.2. MEIO FÍSICO ............................................................................................................... 29
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS .................................................................................... 29
VULNERABILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................... 30
VULNERABILIDADE À EROSÃO DOS SOLOS ........................................................ 32
POTENCIAL AGRÍCOLA DOS SOLOS ..................................................................... 32
3.3. MEIO BIÓTICO ............................................................................................................ 32
INTEGRIDADE DOS ECOSSISTEMAS .................................................................... 34
ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO................................................................. 35
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A BIODIVERSIDADE ................................................ 35
ÁREAS DE INTERESSE ESPECIAL PARA A CONSERVAÇÃO ................................... 36
PERDA DA BIODIVERSIDADE ............................................................................... 37
ÁREAS PROTEGIDAS ............................................................................................ 38
ÁREAS DE INTERESSE PARA RESTAURAÇÃO .......................................................... 39
6

3.4. MEIO SOCIOECONÔMICO .......................................................................................... 40


COMPONENTE NATURAL ........................................................................................ 40
3.4.1.1. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO ........................................................................... 41
3.4.1.2. UTILIZAÇÃO DAS TERRAS .............................................................................. 41
3.4.1.1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA ................................................................................ 42
3.4.1.1. RECURSOS MINERAIS .................................................................................... 42
COMPONENTE PRODUTIVO................................................................................ 43
3.4.2.1. INFRAESTRUTURA ENERGÉTICA ................................................................... 44
3.4.2.1. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES ........................................................... 45
3.4.2.2. INFRAESTRUTURA DE TELECOMUNICAÇÕES ................................................ 46
3.4.2.3. ATIVIDADES ECONÔMICAS ........................................................................... 46
COMPONENTE HUMANO ................................................................................... 47
3.4.3.1. DEMOGRAFIA................................................................................................ 49
3.4.3.2. CONDIÇÕES SOCIAIS ..................................................................................... 50
3.4.3.3. PATRIMÔNIO ................................................................................................ 53
3.4.3.4. COMUNIDADES TRADICIONAIS .................................................................... 55
3.5. MEIO INSTITUCIONAL ................................................................................................ 56
CAPACIDADE INSTITUCIONAL .............................................................................. 58
CAPACIDADE DE GESTÃO MUNICIPAL ................................................................. 59
CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL ........................................ 61

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 62

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 63

6. ANEXOS ............................................................................................................................. 66
6.1. ANEXO I ...................................................................................................................... 66

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


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ANA - Agência Nacional de Águas


APP - Área de Preservação Permanente
ASCAR - Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural
CAR - Cadastro Ambiental Rural
CNA - Centro Nacional de Arqueologia
CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas
COREDEs - Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul
CORSAN - Companhia Rio-Grandense de Saneamento
CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CRE - Coordenadorias Regionais de Educação
CREPDEC - Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil
CRQs - Comunidades Remanescentes de Quilombos
CRS - Coordenadorias Regionais de Saúde
DBO - Demanda Biológica de Oxigênio
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
DRH - Departamento de Recursos Hídricos
DSG - Diretoria de Serviço Geográfico do Exército
EMATER - Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão
Rural
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EOL - Centrais Geradoras Eolioelétricas
FEE - Fundação de Economia e Estatística
FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
FURG - Universidade Federal do Rio Grande
FZB - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDESE - Índice de desenvolvimento Socioeconômico
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
8

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria


INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MPA - Ministério da Pesca
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
OD - Oxigênio Dissolvido
PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas
PIB - Produto Interno Bruto
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
RGP - Registro Geral da Pesca
RIMAS - Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas
RPPN - Reservas Particulares do Patrimônio Natural
SDR - Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo
SEAPI - Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação
SEDR - Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável
SEMA - Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEUC - Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SIAGAS - Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SICG - Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão
SIG - Sistema de Informação Geográfica
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SSP - Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul
TI - Terras Indígenas
UC - Unidade de Conservação
UFV - Usinas Fotovoltaicas
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
9

USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos


UTE - Usinas Termelétricas
VAB - Valor Adicionado Bruto
ZEE-RS - Zoneamento Ecológico Econômico do Rio Grande do Sul
10

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Etapas metodológicas para a identificação de lacunas. ............................................ 23


11

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio
Físico. ........................................................................................................................................ 14

Tabela 2. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio
Biótico. ...................................................................................................................................... 16

Tabela 3. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio
Socioeconômico........................................................................................................................ 19

Tabela 4. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Meio Físico do ZEE-RS. ....... 29

Tabela 5. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Meio Biótico do ZEE-RS. ..... 33

Tabela 6. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Natural do ZEE-


RS. ............................................................................................................................................. 40

Tabela 7. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Produtivo do


ZEE-RS. ...................................................................................................................................... 44

Tabela 8. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Humano do


ZEE-RS. ...................................................................................................................................... 48

Tabela 9. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Institucional do


ZEE-RS. ...................................................................................................................................... 57
12

SUMÁRIO EXECUTIVO

ESCOPO
O Produto 6 (Relatório Síntese com a Informação Existente e Identificação de Lacunas)
é um dos componentes da Atividade 3 (Inventário Ambiental, Socioeconômico e Legal) e tem
por objetivo apontar as informações essenciais para a elaboração do Zoneamento Ecológico-
Econômico do Rio Grande do Sul (ZEE-RS), bem como as lacunas de dados que
necessariamente precisarão ser preenchidas para o mesmo fim. A síntese do inventário de
dados, dessa forma, permite uma melhor alocação de recursos e esforços de preenchimento
de lacunas, uma vez que somente serão analisados os parâmetros que se caracterizam como
fatores condicionantes ou indicadores dessas fragilidades e potencialidades. Esta lógica se
torna aplicável a partir dos procedimentos de classificação apresentados no produto anterior
(Produto 5 - Sistematização de dados ambientais, socioeconômicos e da organização jurídico
institucional) e está em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo MMA, que orienta
que os níveis de restrição de uso dos recursos (limitações) sejam estabelecidos de acordo com
a fragilidade natural potencial dos sistemas.

METODOLOGIA
A estrutura de organização de dados com base em fatores condicionantes e
indicadores foi aplicada, como uma forma de evidenciar todo o rol de dados necessários, não
somente os anteriormente inventariados, para a análise de cada um dos meios (físico, biótico,
socioeconômico e institucional) de forma a possibilitar a detecção de lacunas de
conhecimento por indisponibilidade da informação. Além disso, a avaliação da qualidade dos
dados, com base em cinco critérios (escala cartográfica, acurácia, exatidão temporal,
completude do valor de atributo e completude espacial), também foi necessária, a fim de
detectar os casos em que a informação está disponível, mas não apresenta aderência aos
13

requisitos técnicos do projeto. O conceito de qualidade no processo de análise dos dados não
pode ser visto como um crivo baseado na suficiência técnica da informação, mas como uma
mensuração da relação da necessidade versus a qualificação do dado. Como exemplo, um
dado com uma nota baixa no quesito escala cartográfica não infere que o produto cartográfico
é ruim ou de baixa qualidade, mas que a escala não é a mais adequada ao trabalho do ZEE,
especificamente. Estas situações constituem as lacunas de conhecimento por qualidade da
informação. Para cada parâmetro, foram definidas três classes de qualidade. A Classe 3 é a de
maior qualidade, estando compatível com as exigências do Projeto; a Classe 2 apresenta uma
medida intermediária de aderência, mas não inviabiliza as análises e a elaboração dos
produtos previstos. Por último, a Classe 1 é a com qualidade inferior à requerida,
constituindo-se em lacuna.

MEIO FÍSICO
São fatores condicionantes do meio físico e seus respectivos indicadores:

 Condições climáticas: balanço hídrico climático


 Vulnerabilidade dos recursos hídricos: qualidade da água subterrânea, qualidade
da água superficial, disponibilidade hídrica superficial, e disponibilidade hídrica
subterrânea.
 Vulnerabilidade à erosão dos solos: grau de coesão/resistência das rochas, grau de
maturidade dos solos, índices morfométricos do relevo, intensidade de
precipitação, densidade da cobertura vegetal e intensidade dos usos da terra.
 Potencial agrícola dos solos: percentual de área apta para uso agrícola.

Lacunas: foram identificados 58 dados com lacunas, sendo 21 por indisponibilidade e


37 por qualidade (Tabela 1). O maior número ocorreu no fator condicionante vulnerabilidade
dos recursos hídricos. No indicador de qualidade da água superficial foram identificadas 16
lacunas de dados por indisponibilidade e 28 por qualidade. Já nos indicadores de
disponibilidade hídrica superficial e subterrânea, identificaram-se 4 e 2 dados,
14

respectivamente, com lacunas por qualidade. O indicador de disponibilidade hídrica


subterrânea possui, ainda, uma lacuna por indisponibilidade. Ainda, o dado de capacidade de
uso agrícola, que não compõe indicadores, consiste em uma lacuna por indisponibilidade.

Tabela 1. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio Físico.

FATORES LACUNA POR LACUNA POR


INDICADORES
CONDICIONANTES INDISPONIBILIDADE QUALIDADE

Qualidade da água superficial 16 28

Vulnerabilidade dos Disponibilidade hídrica superficial 0 4


MEIO FÍSICO

recursos hídricos
Disponibilidade hídrica
1 2
subterrânea
Grau de coesão/resistência das
0 2
Vulnerabilidade à erosão rochas
dos solos Densidade da cobertura vegetal 1 0
Intensidade dos usos da terra 1 0
Percentual de área apta para uso
Potencial agrícola dos solos 1 1
agrícola

MEIO BIÓTICO
São fatores condicionantes do meio biótico e seus respectivos indicadores:

 Integridade dos ecossistemas: áreas (km²) campestres, áreas (km²) florestais, e


áreas (km²) de ecossistemas de distribuição restrita.
 Perda da biodiversidade: porcentagem (%) de perda histórica de vegetação nativa,
porcentagem (%) de perda recente de vegetação nativa, e grau de fragmentação
da paisagem natural.
 Área prioritárias: áreas (km2) prioritárias para fauna e flora, áreas (km2)
prioritárias para espécies de plantas, áreas (km2) de bacias hidrográficas
prioritárias para espécies de peixes, áreas (km2) de bacias hidrográficas prioritárias
para peixes migratórios, áreas (km2) prioritárias para espécies de aves migratórias,
e áreas (km2) prioritárias para espécies de aves.
15

 Espécies ameaçadas de extinção: número potencial de espécies ameaçadas da


flora, número potencial de espécies ameaçadas de aves, número potencial de
espécies ameaçadas de répteis, número potencial de espécies ameaçadas de
anfíbios, número potencial de espécies ameaçadas de mamíferos, e número
potencial de espécies ameaçadas de peixes.
 Áreas de interesse especial para conservação: áreas (km2) florestais, áreas (km2)
campestres, e áreas (km2) de ecossistemas associados a unidades de conservação
 Áreas de interesse para restauração: área (km2) prioritárias para restauração
florestal.
 Áreas protegidas: área (km2) de unidades de conservação, área (km2) de
comunidades remanescentes quilombolas, número de ocorrência comunidades
remanescentes quilombolas, área (km2) de terras indígenas, número de ocorrência
terras indígenas, área (km2) de áreas de preservação permanente, e área (km2) de
reserva legal.

Lacunas: foram identificados 57 dados com lacunas, a maior parte por qualidade,
precisamente 51, logo, apenas 6 por indisponibilidade (Tabela 2). Conforme exposto na Tabela
2, as lacunas ocorreram de forma homogênea nos indicadores dos fatores condicionantes,
havendo uma concentração maior apenas no fator condicionante áreas de interesse especial
para conservação, em que no indicador áreas (Km²) de ecossistemas associados a unidades de
conservação, identificou-se 14 dados com qualidade não adequada ao trabalho. Dentre os
dados indisponíveis, destacam-se aqueles relacionados aos indicadores de áreas de
preservação permanente, nesse caso apenas para parte delas, e reserva legal. Ainda, os dados
de APPs de margem e de topo de morro, que não compõem indicadores, consistem em
lacunas por qualidade.
16

Tabela 2. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio Biótico.

FATORES LACUNA POR LACUNA POR


INDICADORES
CONDICIONANTES INDISPONIBILIDADE QUALIDADE
Integridade dos Áreas (km²) campestres 1 0
ecossistemas Áreas (km²) florestais 1 0
Porcentagem (%) de perda
0 1
Perda da histórica de vegetação nativa
biodiversidade Porcentagem (%) de perda
0 1
recente de vegetação nativa
Áreas (km2) prioritária para
0 2
fauna e flora
Áreas (km2) prioritárias para
0 1
espécies de plantas
Áreas (km2) de bacias
hidrográficas prioritárias para 0 1
Áreas prioritárias
espécies de peixes
Áreas (km2) de bacias
MEIO BIÓTICO

hidrográficas prioritárias para 1 0


peixes migratórios
Áreas (km2) prioritárias para
0 5
espécies de aves migratórias
Áreas (km2) florestais 1 4
Áreas de interesse Áreas (km2) campestres 0 1
especial para 2
Áreas (km ) de ecossistemas
conservação associados a unidades de 0 14
conservação
Área (km2) de comunidades
0 4
remanescentes quilombolas
Número de ocorrência
comunidades remanescentes 0 1
quilombolas
Áreas protegidas Área (km2) de terras indígenas 0 5
Número de ocorrência terras
0 1
indígenas
Área (km2) de áreas de
1 7
preservação permanente
Área (km2) de reserva legal 1 0
17

MEIO SOCIOECONÔMICO
São fatores condicionantes do meio socioeconômico e seus respectivos indicadores:

Componente natural

 Histórico de ocupação: não se aplica.


 Utilização das terras: densidade de ocupação econômica das terras.
 Estrutura fundiária: concentração fundiária, e produção familiar.
 Recursos minerais: arrecadação da CFEM, e número de processos minerários

Componente produtivo

 Infraestrutura energética: gargalos na transmissão e subtransmissão de energia, e


gargalos no suprimento de energia.
 Infraestrutura de transportes: gargalos na malha rodoviária, gargalos na malha
ferroviária, e gargalos no transporte aéreo.
 Infraestrutura de telecomunicação: acesso à telefonia fixa, acesso à telefonia
móvel, e acesso à internet.
 Atividades econômicas produtivas: faturamento por setor do CNAE, produto
interno bruto, agropecuária, indústria, serviços, e potencial turístico.

Componente humano

 Demografia: taxa média geométrica de crescimento anual da população, taxa de


urbanização, taxa de fecundidade, razão de dependência, e percentual da
população migrante.
 Condições sociais:saúde, acesso ao saneamento, educação, renda, pobreza,
emprego, mercado de trabalho, segurança pública, e índice de desenvolvimento.
 Patrimônio: densidade de concentração do patrimônio paisagístico, densidade de
concentração do patrimônio cultural, densidade de concentração do patrimônio
paleontológico, e densidade de concentração do patrimônio arqueológico.
 Comunidades tradicionais: não se aplica.
18

Lacunas: no componente natural, os únicos dois dados indisponíveis foram do fator


condicionante utilização das terras, um deles relacionado ao uso e cobertura do solo, ainda
em processo de aquisição com o Departamento de Ecologia da UFRGS, e outro às áreas de
expansão urbana. As áreas edificadas do mapeamento sistemático se constituem como lacuna
por qualidade. No componente produtivo, foram 19 as lacunas identificadas, sendo 8 por
indisponibilidade e 11 por qualidade. As lacunas se concentram nos fatores condicionantes
associados à infraestrutura, conforme Tabela 3. Ganha destaque a qualidade da base viária,
proveniente do mapeamento sistemático em escala 1:25.000, o qual não dispõe de atributos,
assim como a ausência de dados relacionados aos gargalos energéticos, de transportes e aos
dados relacionados à telefonia móvel em nível municipal. No componente humano,
identificaram-se 21 lacunas, apenas 5 por indisponibilidade e 16 por qualidade. Dentre as
lacunas por indisponibilidade, a relacionada ao indicador de saúde, refere-se às ocorrências
com animais peçonhentos, que já está em tratativas para ser adquirida junto à Secretaria
Estadual de Saúde. As demais referem-se ao fator condicionante patrimônio. Ganha destaque
nesse aspecto a ausência de informações disponíveis relacionadas ao patrimônio
arqueológico. Quanto às lacunas por qualidade, num geral, trata-se de dados que não
possuem completude espacial para todo Espaço.
19

Tabela 3. Lacunas identificadas nos dados dos indicadores e fatores condicionantes do Meio
Socioeconômico.
LACUNA
FATORES LACUNA POR
INDICADORES POR
CONDICIONANTES INDISPONIBILIDADE
QUALIDADE
Não se aplica 0 2
Gargalos na transmissão e
1 0
Infraestrutura energética subtransmissão de energia
Gargalos no suprimento de
1 0
COMPONENTE PRODUTIVO

energia
Não se aplica 2 7

Infraestrutura de Gargalos na malha rodoviária 1 0


transportes Gargalos na malha ferroviária 1 0
MEIO SOCIOECONOMICO

Gargalos no transporte aéreo 1 0


Infraestrutura de
Acesso a telefonia móvel 1 0
telecomunicação
Faturamento por setor do
Atividades econômicas 1 0
CNAE
produtivas
Potencial turístico 0 2
Saúde 1 0
Condições sociais Acesso ao saneamento 0 4
Educação 0 4
COMPONENTE HUMANO

Densidade de concentração do
2 0
patrimônio paisagístico
Densidade de concentração do
0 2
patrimônio cultural
Patrimônio
Densidade de concentração do
0 5
patrimônio paleontológico

Densidade de concentração do
1 0
patrimônio arqueológico

Comunidades tradicionais Não se aplica 1 5


20

MEIO INSTITUCIONAL
São fatores condicionantes do meio institucional e seus respectivos indicadores:

 Capacidade institucional: número de organizações de ensino superior,


tecnológico e pesquisa, número de instituições do sistema “s”, número de
organizações jurídicas, número de organizações financeiras, número de
organizações de fiscalização e controle, número de organizações de segurança
pública, número de entidades representativas da sociedade civil organizada, e
número de sedes de instituições públicas estaduais (coordenadorias regionais).

 Capacidade de gestão municipal: número de instrumentos legais de


planejamento municipal, número de conselhos municipais, e número de
instrumentos de gestão ambiental.

 Capacidade de articulação interinstitucional: número de consórcios


intermunicipais.

Lacunas: não foram identificadas lacunas no meio institucional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente documento consiste em uma síntese das informações necessárias
(disponíveis ou não) para o desenvolvimento das etapas de trabalhos seguintes a esta. Dentre
os dados considerados essenciais, até o momento 11% não estão disponíveis, 30% não
possuem a qualidade necessária à utilização no projeto e, portanto, 59% encontram-se aptos,
disponíveis e com qualidade adequada para serem utilizados. Os procedimentos de
organização dos dados, de avaliação da qualidade e da detecção de lacunas executados ao
longo deste relatório, em conjunto, fornecem ao leitor uma visão da situação geral dos dados
requeridos para a avaliação das fragilidades e potencialidades naturais e humanas no RS.
21

1. INTRODUÇÃO

O Produto 6 - Relatório Síntese com a Informação Existente, bem como a Identificação


das Lacunas a serem preenchidas - tem como objetivo sumarizar o rol de dados relevantes na
determinação das fragilidades e potencialidades do meio natural e humano, bem como
identificar as lacunas de informações essenciais à fase de diagnóstico. A síntese do inventário
de dados, dessa forma, permite uma melhor alocação de recursos e esforços de
preenchimento de lacunas, uma vez que somente serão analisados os parâmetros que se
caracterizam como fatores condicionantes ou indicadores dessas fragilidades e
potencialidades. Esta lógica se torna aplicável a partir dos procedimentos de classificação
apresentados no produto anterior (Produto 5 - Sistematização de dados ambientais,
socioeconômicos e da organização jurídico institucional) e está em consonância com as
diretrizes estabelecidas pelo MMA, que orienta que os níveis de restrição de uso dos recursos
(limitações) sejam estabelecidos de acordo com a fragilidade natural potencial dos sistemas.

Este relatório, portanto, trata-se de uma síntese dos dados ambientais sistematizados
no Produto 5; portanto, sugere-se que, para sua melhor compreensão, a sua leitura se dê
sequencialmente a do relatório do produto anterior. Após a síntese, foi possível identificar as
lacunas existentes, entendidas aqui como dados essenciais não existentes ou não disponíveis,
mas também com qualidade não compatível com o uso que se pretende fazer desse dado.
Assim, a análise de lacunas utilizou uma série de indicadores de qualidade, como descrito na
seção a seguir. Na medida em que o Produto 7 se consiste no Relatório com a Identificação
dos Dados Necessários ao Preenchimento das Lacunas, compondo a última etapa do processo
de inventariação dos dados, sugere-se que a sua leitura também se dê em sequência a deste
relatório.
22

2. METODOLOGIA

A sintetização das informações e a identificação das lacunas de conhecimento


estruturam-se subsidiadas pelos resultados obtidos no Produto 5 – Sistematização de dados
ambientais, socioeconômicos e da organização jurídico institucional, como mencionado na
seção anterior. Este produto organiza os dados por meios e os classifica como essenciais desde
que se caracterizem como fatores condicionantes ou indicadores das fragilidades e
potencialidades naturais e humanas. Somente dados com essas características integram o
presente relatório síntese.

A metodologia de trabalho aplicada após a sintetização consiste em duas etapas: a


avaliação da qualidade dos dados essenciais e a identificação das lacunas de conhecimento. A
qualidade dos dados essenciais foi avaliada a partir de cinco parâmetros: escala, acurácia,
exatidão temporal, completude de atributos e completude de abrangência espacial. Lacunas
por qualidade foram detectadas quando o dado avaliado não possuía um ou mais dos
parâmetros de qualidade em concordância com o que foi definido pelo termo de referência
e/ou com o que se necessita em termos de informação obtida a partir do dado. A avaliação da
qualidade e da existência dos dados essenciais serviu, então, de subsídio para a realização da
última etapa: a identificação de lacunas do conhecimento, divididas em lacunas por
indisponibilidade e lacunas por qualidade. A Figura 1 apresenta a síntese das etapas para a
identificação de lacunas.
23

Figura 1. Etapas metodológicas para a identificação de lacunas.

2.1. ANÁLISE DA QUALIDADE

O conceito de qualidade se refere ao conjunto de características/ações que um


produto e/ou serviço apresenta, e que traz a confiança e satisfação do usuário em relação a
ele (ATKINSON e ARIZA, 2002 apud SANTOS, 2010). De acordo com Santos (2010, p. 1), os
principais parâmetros de qualidade analisados no contexto da área cartográfica são acurácia
posicional, acurácia temporal, acurácia temática, completude, linhagem e consistência lógica.

Estendendo o conceito de aderência aos requisitos técnicos do projeto, máxima da


análise da qualidade dos dados, busca-se incorporar métricas efetivas de qualidade, baseadas
em padrões notoriamente reconhecidos. Os padrões definidos para o ZEE seguem as diretrizes
das políticas nacionais e internacionais de qualidade de dados, baseadas nas ISOs (ISO
24

19157:2013) e na INDE, expressas através da norma de especificação técnica para controle de


qualidade de dados geoespaciais (ET-CQDG, 2016).

A fim de aferir a qualidade exigida nas análises do ZEE-RS, os dados essenciais que
formam os fatores condicionantes foram analisados através de cinco parâmetros de
qualidade: escala cartográfica, acurácia, exatidão temporal, completude do valor de atributo
e completude espacial. Esta avaliação classificou os dados como aptos ou não aptos, de
maneira que os dados do segundo grupo foram definidos como lacunas do conhecimento por
qualidade.

Para cada parâmetro, foram definidas três classes de qualidade. A Classe 3 é a de maior
qualidade, estando compatível com as exigências do Projeto e garantindo a qualidade; a
Classe 2 possui qualidade intermediária, mas que não inviabiliza as análises e a elaboração
dos produtos previstos. Por último, a Classe 1 é a com qualidade inferior à requerida,
constituindo-se em lacuna.

O parâmetro escala cartográfica corresponde à proporção entre o mundo real e sua


representação como forma geométrica em carta. Atribuiu-se Classe 3 de qualidade aos dados
com escala entre 1:25.000 e 1:250.000. Aos dados com escala entre 1:250.000 e 1:500.000,
assim como com escala maior que 1:25.000 (por demasia de detalhamento e consequente
geração de ruído) foi atribuída Classe 2 de qualidade. Aos dados com escala entre 1:500.000
e 1:1.000.000 atribuiu-se a Classe 1, uma vez que comprometerão a qualidade das análises e
produtos, não podendo ser utilizados. Dados com escala menores que 1:1.000.000 não foram
considerados na análise, ou seja, foram descartados.

A acurácia espacial se refere à qualidade posicional dos dados espaciais. No Brasil, a


avaliação é feita a partir do Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC), definido no Decreto-lei Nº
89.817/1984, que regulamenta a classificação dos produtos cartográficos quanto à sua
acurácia. Conforme consta no Artigo 8º do mencionado Decreto-lei,
25

§1º Padrão de Exatidão Cartográfica é um indicador estatístico de


dispersão, relativo a 90% de probabilidade, que define a exatidão de
trabalhos cartográficos.
§2º A probabilidade de 90% corresponde a 1,6449 vezes o Erro Padrão
- PEC = 1,6449 EP. (Decreto-lei Nº 89.817/1984)

Atribuiu-se Classe 3 aos dados com acurácia menor que 125m e erro padrão (EP)
menor que 75, correspondentes a Classe A de exatidão do PEC para a escala até 1:250.000.
Atribuiu-se Classe 2 aos dados com acurácia entre 125m e 250m e EP entre 75 e 150,
correspondente às escalas entre 1:250.000 e 1:500.000 Classe A do PEC; e Classe 3 para os
dados com acurácia entre 250m e 500m e EP entre 150 e 300, correspondentes às escalas de
1:500.000 e 1:1000.000. Dados com acurácia menores foram descartados.

A exatidão temporal se refere ao grau de atualidade dos dados. Este é um parâmetro


que varia dependendo do tipo de dado. Para dados monitorados ou levantados
sistematicamente, atribuiu-se Classe 3 de qualidade aqueles gerados após 2010, Classe 2 para
dados gerados entre 2000 e 2009, e Classe 1 para dados anteriores ao ano 2000. Dados cuja
variação ocorre em outras escalas temporais (tempo geológico) e que não sofrem influência
humana, a exemplo dos dados geológicos, geomorfológicos e pedológicos, foram atribuídos a
Classe 3.

A completude do valor de atributo se refere aos dados descritivos relacionados à


informação espacial. Mapas digitais podem estar vinculados a um único atributo ou a atributos
múltiplos. No segundo caso, isso é possível pela ligação do mapa a uma ou mais tabelas de
dados de atributo através de um campo comum (chamado de identificador). Entretanto, a
existência e disponibilidade de um mapa digital acerca de um determinado tema não significa
que todos os atributos possíveis e necessários sobre este tema estejam disponíveis também.
Atribuiu-se Classe 3 de qualidade para aqueles dados que possuem entre 76% e 100% de
atributos completos, Classe 2 entre 51% e 75%, e Classe 3 para menos de 50% dos atributos.
26

A completude espacial se refere à abrangência da informação no território do Rio


Grande do Sul, ou seja, à sua área de cobertura. A atribuição de classes em relação à
completude espacial foi determinada distintamente para cada dado, tendo em vista que
algumas informações estão naturalmente limitadas a uma abrangência local – como no caso
de informações relacionadas a um bioma específico ou informações relacionadas a uma
unidade de gestão territorial também específica.

No caso específico das informações tabulares relacionadas à socioeconomia, atribuiu-


se Classe 3 aos dados que possuem informações sobre os 496 municípios do estado. Atribuiu-
se Classe 2 aos dados que não apresentam descontinuidade de informação superior ou igual
a dois municípios contíguos. Considera-se que, nos casos de ausência de informação para um
município, é possível projetar o dado ao município que não o possui através de uma
aproximação. Atribuiu-se Classe 1 aos dados que não possuem informação para dois ou mais
municípios contíguos.

A classificação final da qualidade dos dados foi realizada através da análise em


conjunto dos cinco parâmetros descritos nos parágrafos anteriores. Atribuiu-se Classe 3 para
os dados que obtiveram classificação 3 em quatro ou cinco parâmetros, Classe 2 quando os
dados obtiveram classificação 3 em três dos parâmetros e Classe 1 para os demais casos.
Dados que obtiveram classificação 1 em qualquer parâmetro também foram definidos como
Classe 1. Entende-se que dados classificados como Classe 1 final podem comprometer a
qualidade das análises e, portanto, foram identificados como lacuna do conhecimento.

2.2. IDENTIFICAÇÃO DAS LACUNAS

A partir dos resultados obtidos pelo Produto 4 (inventário) e Produto 5


(sistematização), foi possível identificar quais os grupos de dados mais representativos das
condições sociais, econômicas e ambientais no Rio Grande do Sul que não se encontram
disponíveis ou nunca foram gerados. Estes consistem em lacunas do conhecimento por
indisponibilidade.
27

As lacunas também foram identificadas por meio dos dados que não atenderam aos
parâmetros de qualidade definidos para este projeto (ver item 2.1.). Ou seja, não basta o dado
estar disponível, é necessário que ele preencha quesitos específicos de qualidade. Caso
contrário, consistirá em uma lacuna por qualidade.

É importante relatar que foram averiguados alguns dados gerados por estudos
disponíveis apenas em formato não editável. Nesse caso, foram citados como referências
bibliográficas, tendo em vista que não foram adquiridos em formato vetorial ou tabular, não
havendo possibilidade, neste momento, de serem inseridos em um banco de dados
geográficos. O processo de aquisição será mantido, principalmente se as informações se
configurarem como essenciais ao trabalho.
28

3. SÍNTESE DA INFORMAÇÃO EXISTENTE E


IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS

A síntese da informação existente e identificação das lacunas apresenta de forma


sucinta cada um dos indicadores que compõem os fatores condicionantes. Os respectivos
dados que compõem cada um dos indicadores foram classificados quanto à sua qualidade,
permitindo a identificação das lacunas a serem preenchidas. O Anexo I apresenta estas
informações de forma tabelada.

3.1. BASES CARTOGRÁFICAS

O parâmetro de qualidade de completude de atributos não foi atingido nos dados da


base cartográfica, na escala 1:25.000, contratada pela SEMA-RS e entregues ao Consórcio em
sua versão preliminar, recebendo a Classe 1. Essa condição os torna insuficientes e
classificados como lacunas, devido à falta de qualidade.

Os demais dados referentes aos limites políticos dos países limítrofes na escala
1:500.000, dos limites municipais na escala 1:250.000 e limite dos oceanos ao longo da costa
do litoral gaúcho, na escala 1:50.000, disponibilizados pelo IBGE, bem como limite estadual,
da base cartográfica vetorial contínua do Rio Grande do Sul, na escala 1:50.000, receberam as
Classes 2 e 3 e estão aptos a serem utilizados no ZEE. A Classe 2 foi atribuída aos países
limítrofes, uma vez que a escala e acurácia posicional estão em um nível intermediário de
aceitação, logo receberam Classe 2, resultando em uma categoria final com a mesma
classificação.

O sistema viário e a hidrografia, por ter relação com outros temas, serão tratados de
forma específica ao longo das seções seguintes.
29

3.2. MEIO FÍSICO

O meio físico está estruturado em quatro fatores condicionantes: condições


climáticas, vulnerabilidade dos recursos hídricos, vulnerabilidade à erosão dos solos e
potencial agrícola dos solos, cada um com seus indicadores associados. A Tabela 4 lista os
fatores condicionantes que compõem o meio físico e seus respectivos indicadores.

Tabela 4. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Meio Físico do ZEE-RS.


FATORES CONDICIONANTES INDICADORES
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS Balanço hídrico climático
Qualidade da água subterrânea

VULNERABILIDADE DOS RECURSOS Qualidade da água superficial


HÍDRICOS Disponibilidade hídrica superficial
Disponibilidade hídrica subterrânea
MEIO FÍSICO

Grau de coesão/resistência das rochas


Grau de maturidade dos solos
Índices morfométricos do relevo
VULNERABILIDADE À EROSÃO DOS SOLOS
Intensidade de precipitação
Densidade da cobertura vegetal
Intensidade dos usos da terra
POTENCIAL AGRÍCOLA DOS SOLOS Percentual de área apta para uso agrícola

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

As condições climáticas serão descritas através do indicador balanço hídrico climático,


utilizando Normais Climatológicas (a mais atual disponível, de 1961 a 1990) como base de
dados através de parâmetros como precipitação, temperatura e evapotranspiração. Todos os
dados avaliados obtiveram Classe 3 de qualidade e dessa forma são considerados essenciais e
aptos para compor indicadores. Os dados de todas as estações do INMET serão utilizados, a
fim de cobrir toda a área de abrangência deste zoneamento.
30

VULNERABILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS

O fator condicionante da vulnerabilidade dos recursos hídricos apresenta 4


indicadores: disponibilidade hídrica superficial, disponibilidade hídrica subterrânea, qualidade
da água superficial e qualidade da água subterrânea.

Para compor o indicador de qualidade da água superficial serão utilizados os dados


que compreendem a valores de água bruta da CORSAN, da rede de monitoramento da
qualidade da água e das estações fluviométricas da ANA, bem como os dados dos planos de
bacias. Os dados provenientes dos planos de bacias hidrográficas (Rio Gravataí, Sinos, Caí,
Taquari - Antas, Baixo Jacuí, Tramandaí, Ibicuí, Ijuí, Santa Maria, Turvo - Santa Rosa - Santo
Cristo e Passo Fundo) e das séries históricas de demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
fósforo, oxigênio dissolvido (OD) e turbidez da ANA não atendem aos parâmetros de qualidade
determinados, pois não preenchem o requisito de completude espacial recebendo a Classe 1
e sendo tratados como lacunas por qualidade. Já os demais dados, como a localização das
estações da CORSAN e as séries históricas de qualidade da água da ANA, apresentam Classe 3
de qualidade, juntamente com os limites oficiais das regiões hidrográficas e das bacias
hidrográficas do DRH/SEMA, na escala 1:50.000.

Os dados de qualidade da água provenientes dos Planos de Bacia Hidrográfica do Lago


Guaíba, Vacacaí - Vacacaí Mirim, Camaquã, Piratinim, Apuaê-Inhandava, Alto Jacuí, Rio Pardo,
Litoral Médio, Mirim - São Gonçalo, Mampituba, Quaraí, Butuí – Icamaquã, Rio Negro, Várzea
e os dados da Rede de Monitoramento da Qualidade da Água (FEPAM) não estão disponíveis
e, portanto, são lacunas por indisponibilidade.

O dado atualizado dos limites das bacias hidrográficas na escala 1:25.000 que foi
entregue ao Consórcio está sendo tratado como lacuna de qualidade devido à falta de
atributos (Classe 1). Conforme sugestão da FEPAM assim que a nova versão dos dados for
disponibilizada pela SEMA, ela irá substituir os dados do DRH.
31

Para a avaliação da qualidade e quantidade hídrica subterrânea, conforme sugere o


termo de referência, serão utilizados os dados de vazão e dos parâmetros físicos e químicos
da água dos poços da CPRM, cadastrados no SIAGAS e RIMAS, e que apresentam Classe final
3 de qualidade.

O indicador da qualidade das águas subterrâneas será baseado nos parâmetros físicos
e químicos levantados até o momento, a saber: condição da água subterrânea no aquífero -
livre ou confinado, vazão, surgência, nível dinâmico, nível estático, vazão específica,
coeficiente de armazenamento, vazão livre, permeabilidade, transmissividade, vazão de
estabilização, condutividade, cor, odor, sabor, temperatura, turbidez, sólidos sedimentáveis,
sólidos suspensos e aspecto natural.

A base de informações a ser utilizada para compor o indicador de disponibilidade


hídrica superficial consistirá em dados hidrometeorológicos das estações do Sistema de
Monitoramento e Alerta de Desastres do Estado, que obteve Classe 2 para a completude de
atributos, e dados de vazão das estações fluviométricas da ANA (Classe 3). A partir destas
serão definidas as disponibilidades hídricas quantitativas para as bacias hidrográficas, e para
as áreas que apresentarem insuficiência de informações serão utilizados dados provenientes
de técnicas de regionalização/modelagem hidrológica.

Os dados de hidrografia da base cartográfica, compostos pelos trechos e massas


d’água, foram classificados como Classe 1, devido à insuficiência na completude dos atributos.

Os dados de produtividade dos aquíferos e hidrogeologia que irão compor o indicador


de disponibilidade hídrica subterrânea não atendem aos padrões de qualidade do projeto,
uma vez que ambos possuem escala 1:750.000, se configurando como lacuna de qualidade.
Já o dado das outorgas do DRH, que junto com os dados do SIAGAS, auxiliará o entendimento
da vazão subterrânea, ainda está em fase de aquisição e, por conta disso, permanece
classificado como lacuna por indisponibilidade.
32

VULNERABILIDADE À EROSÃO DOS SOLOS

O fator condicionante de vulnerabilidade à erosão dos solos é avaliado através de seis


indicadores: grau de coesão/resistência das rochas, grau de maturidade dos solos, índices
morfométricos do relevo, intensidade de precipitação, densidade da cobertura vegetal e
intensidade dos usos da terra. Dos dados concebidos para subsidiar a avaliação dos
indicadores, somente os dados de geologia e estruturas geológicas, com escala 1:750.000, não
atendem aos padrões de qualidade estabelecidos para o ZEE (Classe 1), se configurando como
lacuna de informação por qualidade. Os demais dados que irão alimentar os indicadores de
vulnerabilidade à perda de solo possuem Classe 3 de qualidade e estão aptos a serem
utilizados. O dado de cobertura e uso do solo encontra-se em processo de aquisição e, por
esse motivo, neste momento representa uma lacuna.

POTENCIAL AGRÍCOLA DOS SOLOS

A avaliação dos dados para a geração do percentual de áreas aptas para uso agrícola
baseou-se em dados oriundos do balanço hídrico, dados de declividade, solos, geologia e
cobertura e uso do solo. Os dados que darão origem ao balanço hídrico, bem como os dados
de declividade e solos, foram classificados com Classe 3 e estão aptos a alimentar o indicador
do potencial agrícola natural. Já os dados de geologia e estruturas geológicas, com escala
1:750.000, não atendem aos padrões de qualidade de escala e acurácia, obtendo Classe 1 e se
configurando como uma lacuna de informação por qualidade. Já o dado de vegetação
encontra-se em processo de aquisição e por esse motivo, neste momento, representa uma
lacuna por indisponibilidade.

3.3. MEIO BIÓTICO

O componente biótico está estruturado em sete fatores condicionantes, com uma


série de indicadores associados, conforme mostra a Tabela 5.
33

A seguir, estão descritos os fatores condicionantes, os indicadores e o resultado da


análise da qualidade dos dados a serem utilizados no diagnóstico do meio biótico.

Tabela 5. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Meio Biótico do ZEE-RS.


FATORES CONDICIONANTES INDICADORES
Áreas (km²) campestres
INTEGRIDADE DOS
Áreas (km²) florestais
ECOSSISTEMAS
Áreas (km²) de ecossistemas de distribuição restrita
Porcentagem (%) de perda histórica de vegetação nativa
PERDA DA BIODIVERSIDADE Porcentagem (%) de perda recente de vegetação nativa
Grau de fragmentação da paisagem natural
Áreas (km2) prioritária para fauna e flora
Áreas (km2) prioritárias para espécies de plantas
Áreas (km2) de bacias hidrográficas prioritárias para espécies
de peixes
ÁREAS PRIORITÁRIAS
MEIO BIÓTICO

Áreas (km2) de bacias hidrográficas prioritárias para peixes


migratórios
Áreas (km2) prioritárias para espécies de aves migratórias
Áreas (km2) prioritárias para espécies de aves
Número potencial de espécies ameaçadas da flora
Número potencial de espécies ameaçadas de aves

ESPÉCIES AMEAÇADAS DE Número potencial de espécies ameaçadas de répteis


EXTINÇÃO Número potencial de espécies ameaçadas de anfíbios
Número potencial de espécies ameaçadas de mamíferos
Número potencial de espécies ameaçadas de peixes
Áreas (km2) florestais
ÁREAS DE INTERESSE ESPECIAL Áreas (km2) campestres
PARA CONSERVAÇÃO
Áreas (km2) de ecossistemas associados a unidades de
conservação
34

ÁREAS DE INTERESSE PARA


Área (km2) prioritárias para restauração florestal
RESTAURAÇÃO
Área (km2) de unidades de conservação
Área (km2) de comunidades remanescentes quilombolas
Número de ocorrência comunidades remanescentes
quilombolas
ÁREAS PROTEGIDAS
Área (km2) de terras indígenas
Número de ocorrência terras indígenas
Área (km2) de áreas de preservação permanente
Área (km2) de reserva legal

INTEGRIDADE DOS ECOSSISTEMAS

São considerados como ecossistemas com integridade biótica todos aqueles que
mantém uma combinação característica e singular entre os componentes do ambiente físico
e os componentes bióticos que possibilitam a sua diferenciação e delimitação. Assim, serão
utilizados principalmente os indicadores que expressam a área ocupada por remanescentes
de distintos tipos de ecossistemas terrestres em mapas de cobertura vegetal.

Os ecossistemas terrestres a serem considerados referem-se às tipologias de


ambientes naturais que ocorrem com maior expressão no Rio Grande do Sul e que equivalem
aos campos e às florestas, mas também àquelas que apresentam menor expressão em área
onde se incluem, por exemplo: os afloramentos rochosos, os butiazais, os parques de
inhanduvá e de pau-ferro, os areais etc. Os dados mais atuais sobre a distribuição dos
remanescentes da maior parte dessas tipologias de interesse são do ano base 2002. Ainda que
recentemente tenham sido disponibilizados dados atualizados para o ano base 2009,
abrangendo o bioma Pampa, a parte que abrange o bioma Mata Atlântica ainda está em fase
de aquisição, e, por conta disso, permanece classificada como lacuna por indisponibilidade.
35

ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Este fator condicionante está baseado no reconhecimento legal das listas de espécies
da flora e da fauna nativas ameaçadas de extinção no território estadual. Com base no
processamento da informação dos registros de ocorrência de espécies de plantas e animais,
incluindo a geração de mapas de adequabilidade ambiental que serão combinados com mapas
dos habitats remanescentes, serão gerados indicadores de número potencial de espécies
ameaçadas da flora, aves, répteis, anfíbios, mamíferos e peixes. Todos os dados foram
classificados na Classe 3 de qualidade.

ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A BIODIVERSIDADE

O fator condicionante denominado Áreas Prioritárias para a Biodiversidade visa dar


relevância às áreas reconhecidas por diferentes metodologias como sendo as mais
importantes do Estado para manutenção das espécies da fauna e flora e dos seus habitats.

Um dos indicadores deste fator condicionante seria gerado através do mapeamento


das áreas-chave para biodiversidade das plantas raras no Rio Grande do Sul, Classe 1 de
qualidade em função da escala (1:1.000.000), e por esse motivo consiste em lacuna por
qualidade.

A mesma situação acontece com o dado áreas-chave para biodiversidade de peixes de


distribuição restrita, que também apresenta escala 1:1.000.000, e deveria subsidiar,
juntamente com o dado de delimitação das bacias hidrográficas de maior importância
ecológica para a ictiofauna, os indicadores de área de bacias hidrográficas prioritárias para
espécies de peixes.

O indicador trechos de cursos de água prioritários para espécies de peixes migratórias


depende da informação sobre trechos mínimos livres de barramento para manutenção de
espécies da ictiofauna migratória, dado este indisponível até o momento.

Ainda neste fator condicionante, seria necessário compor indicadores de áreas


prioritárias para as aves e para as aves migratórias. Entretanto os dados disponíveis de áreas
36

importantes para conservação das espécies desse grupo e de áreas de concentração de


populações de espécies de aves migratórias foram classificados como Classe 1 de qualidade,
consistindo em mais uma lacuna por qualidade.

ÁREAS DE INTERESSE ESPECIAL PARA A CONSERVAÇÃO

O fator condicionante áreas de interesse especial para conservação reúne informações


sobre áreas importantes para a biodiversidade baseado em critérios relacionados com áreas
protegidas existentes (zonas de amortecimento de unidades de conservação, zonas de maior
importância em Reserva da Biosfera e corredores ecológicos que conectam unidades de
conservação), com a criação de novas unidades de conservação e com a identificação de áreas
importantes para a conectividade funcional das espécies da flora e da fauna.

O primeiro indicador deste fator condicionante consiste nas áreas de ecossistemas


associados a unidades de conservação. Para este, serão utilizadas as informações disponíveis
dos corredores ecológicos das unidades de conservação estaduais (Parque Estadual da Serra
Geral, do Parque Estadual do Delta do Jacuí, Estação Ecológica Estadual da Aratinga, da região
da Quarta Colônia e Parque Estadual do Espinilho) e as zonas de amortecimento das unidades
de conservação federais, estaduais e municipais. Todos os dados deste indicador apresentam
Classe 1 de qualidade.

Outro indicador corresponde às áreas propostas para novas unidades de conservação


no bioma Mata Atlântica, que integra diferentes fontes de informação. Dentre elas, as
propostas de Refúgio da Vida Silvestre do rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, e do
complexo Lagoa do Morro do Forno, classificados em Classe 1 de qualidade em função da
incompletude da tabela de atributos. Outra fonte de informação trata dos dados de áreas de
importância para a conservação potenciais para compor o Plano do SEUC – Sistema de
Unidades de Conservação, classificados como Classe 3 de qualidade; e as poligonais propostas
para compor novas unidades de conservação do bioma Mata Atlântica, Classe 1 de qualidade
por não possuírem completude espacial.
37

Os dados do Zoneamento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica consistiriam em


um indicador próprio, mas também apresenta, Classe 1 de qualidade por não possuírem
completude espacial.

O indicador áreas propostas para novas unidades de conservação no bioma Pampa


resultaria da combinação de dados das áreas de importância para conservação propostas para
compor o Plano SEUC – Sistema Estadual de Unidades de Conservação e as poligonais
propostas para novas unidades de conservação do bioma pampa. Entretanto, estes dados
também apresentam Classe 1 por não possuírem completude espacial.

O indicador áreas importantes para a conectividade funcional das espécies da flora e


da fauna é uma lacuna de conhecimento em razão a indisponibilidade dos dados. Todos os
demais indicadores apontados neste item como apresentando Classe 1 de qualidade
consistem em lacunas por qualidade.

PERDA DA BIODIVERSIDADE

Considerando a prevalência da supressão da vegetação nativa como principal causa de


perda da diversidade biológica, são considerados indicadores de perda em potencial:

 A porcentagem de perda histórica de vegetação nativa, que será gerado através do


cruzamento dos dados de cobertura vegetal nativa e o mapa da vegetação do IBGE,
que retrata a distribuição das fitofisionomias do Brasil na época do descobrimento.
Este último apresenta-se no presente produto como Classe 1 de qualidade em
função da escala (1:5.000.000) e, portanto, consiste em uma lacuna por qualidade.
 A porcentagem de perda recente de vegetação nativa será calculada com base nos
mapeamentos de cobertura vegetal dos anos base 2002 e 2009. Os dados para o
ano 2002 estão disponíveis, enquanto que os do ano 2009 ainda estão em fase de
aquisição e, por conta disso, o indicador permanece classificado como lacuna.
38

 Indicador de fragmentação da paisagem natural será gerado a partir de métricas


de paisagem quantificadas a partir dos dados gerados pelo mapeamento da
cobertura vegetal dos biomas Pampa e Mata Atlântica, ano 2009.

ÁREAS PROTEGIDAS

Os indicadores selecionados neste fator condicionante estão relacionados às áreas que


foram instituídas legalmente (lei ou decreto) e que possuem objetivo de salvaguardar
determinados ecossistemas e populações específicas de plantas e animais, ou de assegurar
território para povos indígenas e comunidades tradicionais.

Os dados a serem utilizados na elaboração do indicador de área unidade de


conservação são os limites das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, bem
como as RPPNs. Ambas as informações recebem a melhor classe de qualidade, Classe 3.

Foram atribuídos dois indicadores às Comunidades Remanescentes Quilombolas


(CRQs): área e número. Atribuiu-se Classe 1 de qualidade aos parâmetros completude do
atributo e abrangência para os registros geográficos das CRQs, configurando-se em lacunas
por qualidade. Isso decorre de não se dispor da localização geográfica de todas e,
adicionalmente, também não se dispor de todas as suas características que compõem seus
atributos, relacionadas à situação legal das áreas, número do processo no INCRA e Fundação
Palmares, número de famílias, entre outras. Essas características estão sendo compiladas a
partir de uma série de documentos levantados junto aos órgãos responsáveis, com ênfase ao
INCRA, Fundação Palmares e Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR)/Emater.

A mesma situação se verifica em relação aos dados referentes às Terras Indígenas (TIs),
de maneira que suas poligonais não estão estabelecidas, em virtude de que nem todas áreas
foram adquiridas, decretadas, registradas e/ou homologadas. Logo, os indicadores das TIs
contemplarão tanto as áreas já homologadas, quanto os pontos daquelas que não foram.
Assim como nas CRQs, atribuiu-se Classe 1 de qualidade aos parâmetros completude de
atributos e de abrangência, uma vez que não se dispõe da localização geográfica de todas TIs
39

do Estado, mesmo somente um ponto, e tampouco de suas características, relacionadas à


situação legal das áreas, número do processo na FUNAI, número de famílias, entre outras.
Diante disso, configuram-se em lacuna por qualidade.

O indicador área de APPs (áreas preservação permanente) irá considerar as APPs de


margens de cursos d´água, lagos e lagos e o entorno de nascentes, banhados, marismas, dunas
e encostas com declividade superior a 45° graus.

Para as áreas de marismas, os dados disponíveis receberam Classe 1 por serem dados
de 1998. As áreas de banhados serão calculadas a partir do mapa das áreas úmidas do Rio
Grande do Sul, disponível em escala 1:250.000, enquadrado na Classe 3 de qualidade. As áreas
de dunas serão reproduzidas através de mapas digitais de dunas, disponível em escala
1:50.000, também Classe 3 de qualidade.

Já para as encostas com declividade superior a 45° e margens de cursos de água, os


dados disponíveis pertencem ao Projeto de Conservação da Mata Atlântica, em escala
1:50.000, abrangendo o bioma Mata Atlântica. Sendo assim, por não atingirem uma
completude espacial, adquiriram Classe 1 de qualidade.

A APP de nascentes é uma lacuna de conhecimento por ser ainda um dado indisponível
para o Rio Grande do Sul.

O último indicador do fator condicionante de áreas protegidas denomina-se área de


reserva legal. O dado de delimitação das reservas legais localizadas no Estado do Rio Grande
do Sul apresenta-se como lacuna de conhecimento por ser um dado indisponível até o
momento.

ÁREAS DE INTERESSE PARA RESTAURAÇÃO

Para este fator condicionante, foi adotado como indicador a área prioritária para
restauração florestal. Este será gerado a partir de estudo pretérito disponível e com Classe 3
40

de qualidade, denominado áreas estratégicas para recuperação visando incremento da


conectividade na Mata Atlântica.

3.4. MEIO SOCIOECONÔMICO

Integram o meio socioeconômico os componentes natural, produtivo e humano. De


maneira geral, os dados essenciais que integram as análises desses três componentes
possuem como unidade territorial os municípios. Constituem-se, portanto, em dados
tabulares, em formato .xls ou .csv, tendo como código identificador o nome e o geocódigo do
município; logo, com capacidade de estabelecimento de espacialização, a partir da conexão
com o geocódigo dos polígonos do shapefile dos municípios.

COMPONENTE NATURAL

Para que os objetivos das análises do componente natural sejam alcançados, foram
determinados quatro fatores condicionantes: histórico de ocupação, utilização das terras,
estrutura fundiária e recursos minerais, cada um com seus respectivos indicadores, conforme
exposto na Tabela 6.

Tabela 6. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Natural do ZEE-RS.


FATORES CONDICIONANTES INDICADORES
COMPONENTE NATURAL

HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO Não se aplica


ECONÔMICO
MEIO SOCIO

UTILIZAÇÃO DAS TERRAS Densidade de ocupação econômica das terras


Concentração fundiária
ESTRUTURA FUNDIÁRIA
Produção familiar
RECURSOS MINERAIS Número de processos minerários
41

3.4.1.1. Histórico de Ocupação

Em virtude do caráter meramente descritivo do histórico de ocupação, não serão


gerados indicadores a essa análise. Os dados essenciais, relacionados à evolução da divisão
territorial municipal do Rio Grande do Sul desde 1872 (IBGE, 2011) e os dados do número de
estabelecimentos, área total e utilização das terras dos censos agropecuários de 1950, 1960,
1970, 1975, 1980, 1985, 1995 e 2006, oriundos do IBGE, estão disponíveis para todos os
municípios do Rio Grande do Sul e possuem boa completude de atributos, portanto, foi
atribuída Classe 3 para ambos parâmetros. Em virtude dos últimos dados disponíveis do censo
demográfico serem de 2006, receberam Classe 2 de qualidade para exatidão temporal,
entretanto isso não deve comprometer as análises por não envolver uma mudança brusca na
análise histórica. Logo, foi atribuída Classe 3 de qualidade a todos esses dados.

3.4.1.2. Utilização das Terras

O indicador a ser gerado para avaliar a utilização das terras é a densidade de ocupação
econômica das terras. Os dados relacionados às áreas de irrigação, áreas edificadas e áreas de
expansão urbana se configuram em análises complementares, logo, não alimentam
indicadores. As áreas de irrigação deverão ser analisadas tanto pelas informações do mapa de
uso e cobertura vegetal do Estado do Rio Grande do Sul, atualmente indisponível, relacionadas
aos corpos de água artificiais, quanto pelos pivôs centrais (ANA, 2014), com Classe 3 de
qualidade. Já os dados de expansão urbana se configuram em lacunas de conhecimento, pela
inexistência de dados relacionados para os municípios do Estado.

Densidade de Ocupação Econômica das Terras


Os dados a serem utilizados para elaborar esse indicador serão o mapa de uso e
cobertura vegetal do Estado do Rio Grande do Sul – situação em 2009 (Hasenack et al. 2016),
escala 1:250.000, o qual se configura em uma lacuna do conhecimento por indisponibilidade.
Esse dado será analisado em conjunto com os dados de área plantada de lavoura temporária
e permanente, provenientes do levantamento Produção Agrícola Municipal (IBGE, 2014), área
42

total de silvicultura e quantidade produzida de extração vegetal, do levantamento de


Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (IBGE, 2014), mapeamento das áreas de
silvicultura (FEPAM, 2010), efetivo dos rebanhos e produção da aquicultura, ambos do
levantamento da Produção Pecuária Municipal (IBGE, 2014). Todos esses dados possuem
Classe 3 de qualidade.

3.4.1.1. Estrutura Fundiária

O fator condicionante estrutura fundiária é composto pelos indicadores de


concentração fundiária e de número de produtores familiares.

Concentração Fundiária
Esse indicador será calculado com base nas informações do número e área dos
estabelecimentos agropecuários, disponíveis no último censo agropecuário (IBGE, 2006). Em
função da data fonte do dado ser 2006, foi atribuída Classe 2 de qualidade para exatidão
temporal, mas uma vez que os demais parâmetros obtiveram Classe 3 de qualidade, a classe
final atribuída foi 3.

Número de Produtores Familiares


Para a análise do número de produtores familiares serão utilizadas as informações
disponíveis no censo agropecuário (2006). Atribuiu-se Classe 3 de qualidade aos parâmetros
dos dados provenientes do censo agropecuário (2006), com exceção da exatidão temporal
que recebeu Classe 2.

3.4.1.1. Recursos Minerais

Foi definido um indicador para análise desse fator: número de processos minerários
existentes no município (DNPM, 2016).
43

Número de Processos Minerários


A este dado, proveniente do DNPM (2016), também foi atribuída Classe 3 de qualidade.

COMPONENTE PRODUTIVO

O componente produtivo deve diagnosticar a capacidade produtiva dos municípios do


Rio Grande do Sul. Atribuiram-se dois fatores primordiais como condicionantes do
desenvolvimento produtivo: as condições gerais de infraestrutura e as atividades econômicas.

O fator condicionante relacionado à infraestrutura foi subdividido em energético,


transportes e telecomunicações. Conforme exposto na Tabela 7, são quatro os fatores
condicionantes deste componente.
44

Tabela 7. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Produtivo do ZEE-RS.

FATORES CONDICIONANTES INDICADORES

Gargalos na transmissão e subtransmissão de


INFRAESTRUTURA ENERGÉTICA energia
Gargalos no suprimento de energia

INFRAESTRUTURA DE Gargalos na malha rodoviária


TRANSPORTES Gargalos na malha ferroviária
COMPONENTE PRODUTIVO
MEIO SOCIOECONOMICO

Acesso à telefonia fixa


INFRAESTRUTURA DE
Acesso à telefonia móvel
TELECOMUNICAÇÃO
Acesso à internet
Faturamento por setor do CNAE
Produto Interno Bruto
Agropecuária
ATIVIDADES ECONÔMICAS Indústria
PRODUTIVAS
Serviços
Potencial turístico
Compensação Financeira e pela Exploração
Mineral (CFEM)

3.4.2.1. Infraestrutura Energética

O fator condicionante infraestrutura energética é composto dos dados relacionados à


base cartográfica energética, os quais não se constituem por si só em indicadores. Compõem
esses dados as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), Centrais Geradoras Eolioelétricas
(EOL), Usinas Termelétricas (UTE), Usinas Fotovoltacias (UFV), Usinas Hidrelétricas (UHE),
Subestações de Energia, dutos instalados e Linhas de Transmissão (LTs). Dentre esses dados,
somente as subestações de energia e as linhas de transmissão não atendem aos parâmetros
de qualidade determinados, constituindo-se em lacunas por qualidade, já os demais possuem
Classe 3 de qualidade.
45

O conjunto de dados das subestações de energia não atingiu qualidade satisfatória nos
parâmetros de qualidade relacionados à exatidão temporal e completude espacial, que foram
definidos como Classe 1. Os dados referentes às linhas de transmissão (LTs) foram definidos
como Classe 1 por não atingirem qualidade satisfatória no parâmetro de completude espacial.

Dois indicadores relacionados à infraestrutura energética foram propostos, um de


análise dos gargalos existentes relacionados à transmissão e subtransmissão de energia e
outro relacionado ao suprimento de energia.

Gargalos na Transmissão e Subtransmissão


Ainda não se dispõe de dados que possam levar à estruturação desse indicador,
configura-se, portanto, em lacuna por indisponibilidade.

Gargalos no Suprimento de Energia


Ainda não se dispõe de dados que possam levar à estruturação desse indicador,
configura-se, portanto, em lacuna por indisponibilidade.

3.4.2.1. Infraestrutura de Transportes

Compõem o fator condicionante de infraestrutura de transportes as bases rodoviária,


ferroviária e hidroviária disponíveis nos Dados Provenientes do Mapeamento Sistemático
atualizado da SEMA (Ano base 2011, 2012, 2013 ou 2014, divulgação 2016). Esses não se
configurarão por si só em indicadores, mas são essenciais para integrar a base cartográfica do
Estado. A maior parte desses dados se configura em lacuna por qualidade, uma vez que não
se dispõe de seus atributos, sendo atribuído Classe 1 para esse parâmetro. Além disso, os
dados das linhas das pistas de pouso e das trilhas ainda não foram fornecidos pela SEMA,
portanto se constituem em lacunas por indisponibilidade.

Foram definidos dois indicadores para análise do fator condicionante de infraestrutura


de transportes: gargalos da malha rodoviária e ferroviária.
46

Gargalos na Malha Rodoviária


Ainda não se dispõe de dados que possam levar a estruturação desse indicador,
configura-se, portanto, em lacuna por indisponibilidade.

Gargalos na Malha Ferroviária


Ainda não se dispõe de dados que possam levar a estruturação desse indicador,
configura-se, portanto, em lacuna por indisponibilidade.

3.4.2.2. Infraestrutura de Telecomunicações

Foram determinados três indicadores para esse fator, o índice de acesso à telefonia
fixa, à internet e à telefonia móvel.

Índice de Acesso à Telefonia Fixa


Esse indicador será gerado a partir dos dados disponibilizados pela ANATEL (2015,
2016), com Classe 3 de qualidade final.

Índice de Acesso à Internet


Esse indicador será gerado a partir dos dados disponibilizados pela ANATEL (2015,
2016), com Classe 3 de qualidade final.

Índice de Acesso à Telefonia Móvel


Em relação à telefonia móvel, os dados disponibilizados pela ANATEL são agregados
por região de discagem direta à distância (DDD), portanto, não atendem à necessidade do
Projeto, configurando-se em lacuna do conhecimento por indisponibilidade.

3.4.2.3. Atividades Econômicas

Os indicadores associados à avaliação das atividades econômicas são a


representatividade dos setores agropecuário, industrial e de serviços, o índice de faturamento
por setor do CNAE, o Produto Interno Bruto (PIB) e o potencial turístico.
47

Índice de Faturamento por Setor do CNAE


Ainda não se dispõe do dado no nível de detalhe das classes do CNAE requeridas,
portanto, trata-se de uma lacuna por indisponibilidade.

Produto Interno Bruto


Esse indicador será alimentado pelos dados disponíveis nas duas séries históricas do
IBGE, antes e depois de 2012, ambos com Classe 3 final de qualidade.

Agropecuária, Indústria e Serviços


A metodologia básica compilará os dados divulgados do IBGE ao longo do tempo, todos
com Classe 3 de qualidade.

Potencial Turístico
O indicador relacionado ao potencial turístico será constituído pela compilação de
diferentes dados, entre eles o número de unidades habitacionais e leitos dos municípios
integrantes das 27 regiões turísticas do RS, ambos provenientes da Secretaria de Turismo,
Esporte e Lazer (2016), com Classe 3 de qualidade. Também serão utilizados os dados do IBGE
(2014), referentes ao número de unidades locais de Turismo (transporte, alojamento,
alimentação, operadoras, serviços de reserva, cultura, esporte e recreação). Em virtude de
essas informações estarem disponíveis somente para os municípios com 50.000 habitantes ou
mais, atribuiu-se Classe 1 para o parâmetro de completude espacial e, portanto, os mesmos
se configuram como lacunas por qualidade.

Compensação Financeira e pela Exploração Mineral (CFEM)


Atribuiu-se Classe 3 de qualidade a esse dado.

COMPONENTE HUMANO

Esse componente será analisado por meio de quatro fatores condicionantes:


demografia, condições sociais, patrimônio e comunidades tradicionais, e seus respectivos
48

indicadores, conforme demonstrado na Tabela 8. O fator condicionante comunidades


tradicionais foi analisado no âmbito de áreas protegidas, e está descrito no respectivo item.

Tabela 8. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Humano do ZEE-RS.

FATORES CONDICIONANTES INDICADORES

Taxa média geométrica de crescimento anual da


população
Taxa de urbanização
DEMOGRAFIA
Taxa de fecundidade
Razão de dependência
Percentual da população migrante
Saúde
Acesso ao saneamento
MEIO SOCIOECONOMICO
COMPONENTE HUMANO

Educação
Renda
CONDIÇÕES SOCIAIS Pobreza
Emprego
Mercado de trabalho
Segurança pública
Índice de desenvolvimento
Densidade de concentração do patrimônio
paisagístico
Densidade de concentração do patrimônio cultural
PATRIMÔNIO Densidade de concentração do patrimônio
paleontológico
Densidade de concentração do patrimônio
arqueológico
COMUNIDADES TRADICIONAIS Não se aplica
49

3.4.3.1. Demografia

Os indicadores selecionados para avaliação da demografia são taxa de crescimento da


população, taxa de fecundidade, razão de dependência, taxa de urbanização e percentual da
população migrante.

Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual


Os dados para essas análises serão o quantitativo populacional dos censos
demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, todos com Classe 3 de qualidade.

Taxa de Fecundidade
Foram analisados os dados do censo demográfico de 2000 e 2010 dos filhos nascidos
vivos nos 12 meses anteriores à data de referência da pesquisa e o total de mulheres dentro
do período fértil (15 a 49 anos), ambos com Classe 3 de qualidade.

Razão de Dependência
A razão de dependência é um indicador que expressa a participação relativa entre a
população economicamente dependente, menores de 15 anos e os de 65 anos ou mais de
idade, e a população potencialmente ativa, representada pelas pessoas entre 15 a 64 anos de
idade. Os dados serão provenientes dos censos demográficos do IBGE de 1970, 1980, 1991,
2000 e 2010, relacionados à população residente por grupos de idade, todos com Classe 3 de
qualidade.

Taxa de Urbanização
Também serão utilizados os dados dos censos demográficos do IBGE de 1970, 1980,
1991, 2000 e 2010, relacionados à população residente por situação, todos com Classe 3 de
qualidade.

Percentual da População Migrante


Serão utilizados os dados dos censos demográficos do IBGE de 1991, 2000 e 2010,
relacionados à população residente por lugar de nascimento, com Classe 3 de qualidade.
50

3.4.3.2. Condições Sociais

O fator condicionante condições sociais avaliará o desenvolvimento social em termos de


mercado de trabalho, emprego, renda, pobreza, saúde, educação, segurança pública,
saneamento e indicadores sintéticos de desenvolvimento.

Saúde
Propõe-se que o indicador geral de saúde seja resultado da média ponderada de outros
quatro indicadores: a taxa bruta de mortalidade por grupos de idade, doenças relacionadas
ao saneamento ambiental inadequado, a oferta de serviços básicos de saúde e o número de
acidentes com animais peçonhentos.

Os dados a serem utilizados para taxa bruta de mortalidade por grupos de idade serão
da série histórica do DATASUS, de 1997 a 2014, com Classe 3 de qualidade.

Os dados para análise do indicador de doenças relacionadas ao saneamento ambiental


inadequado (DRSAI) são provenientes do Sistema de Informações Hospitalares do SUS -
SIH/SUS, desenvolvido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde -
Datasus, do Ministério da Saúde, com série histórica de 2008 a 2016. Esses dados foram
classificados como Classe 3 de qualidade.

Os dados a serem utilizados para análise da oferta de serviços básico de saúde são o
número de estabelecimentos de saúde públicos e privados, postos de trabalho médico e o
número de leitos hospitalares, disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde – CNES, 2014 – todos com Classe 3 de qualidade – e o total da população residente.

O número de acidentes com animais peçonhentos busca apontar os municípios do


Estado mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Ainda não se dispõe desses dados sob
responsabilidade do sistema do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS); portanto,
constituem-se em lacuna por indisponibilidade.

Os indicadores de taxa de mortalidade de menores de cinco anos (TMM5), números


de consultas pré-natais por nascidos vivos, mortes por causas evitáveis e dos óbitos por causas
51

mal definidas serão todos provenientes da FEE Dados, já que se tratam de indicadores dos
sub-blocos analisados. Esses quatro indicadores possuem Classe 3 de qualidade, já que
contemplam uma série histórica satisfatória, de 2007 a 2013, e abrangência completa, para
todos municípios do Estado.

O indicador da situação da saúde no Estado também pode ser analisado de forma


sintetizada por meio do IDESE Saúde (FEE). Esse dado possui Classe 3 de qualidade.

Acesso ao Saneamento
O indicador de acesso ao saneamento é composto por quatro camadas de dados: o
índice de perdas na distribuição da água, o índice de coleta urbana de esgotamento, o índice
de coleta de lixo doméstico e índice de coleta seletiva de lixo doméstico.

Estes dados estão disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento


(SNIS, 2014), entretanto não abrangem todos os municípios do estado, sendo classificados
como Classe 1 para qualidade de abrangência, configurando-se, portanto, em um dado com
lacuna por qualidade.

Educação
A análise da educação será composta por cinco indicadores: taxa de matrícula na pré-
escola, nota da Prova Brasil 5º ano ensino fundamental, nota da Prova Brasil 9º ano ensino
fundamental, taxa de matrícula no ensino médio e percentual da população adulta com pelo
menos o ensino fundamental completo e o indicador sintético relacionado ao IDESE Educação.
Todos esses indicadores têm como fonte a FEE Dados e possuem Classe 3 de qualidade, em
virtude, principalmente, da existência de dados para todos municípios do Estado e a boa
exatidão temporal: série histórica de 2007 a 2013.

Renda
O indicador de renda será analisado a partir da renda per capita, renda domiciliar per
capita média e o Índice de Gini da distribuição do rendimento.
52

Os dados utilizados para análise da renda per capita serão provenientes do IBGE,
relacionados ao PIB e população residente, e da FEE, relacionados à estimativa populacional.
Todos esses dados foram classificados como Classe 3 de qualidade.

Já o indicador renda domiciliar per capita média, ou apropriação da renda, assim como
o IDESE Renda, provém da FEE Dados. Ambos possuem Classe 3 de qualidade. A fonte do
Índice de Gini é a série histórica de 2002 a 2013 produzida pelo IBGE, classificada como Classe
3 de qualidade.

Pobreza
São considerados nessa análise os dados do percentual da população extremamente
pobre e pobre, disponíveis nos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010 do IBGE, e os dados
dos aglomerados subnormais, do censo demográfico de 2010 do IBGE. Para ambos os dados
foi atribuído Classe 2 de qualidade para o parâmetro de exatidão temporal, entretanto foram
classificados como Classe final 3.

Emprego
O indicador a ser analisado em relação ao emprego será o percentual de empregos
formais da população, relacionado àqueles registrados pela Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Atribuiu-se Classe 3 de qualidade
para os dados da RAIS.

Mercado de Trabalho
Os indicadores que compõem a análise do mercado de trabalho são a taxa de ocupação
e desocupação da população. Serão utilizados os dados dos censos demográficos do IBGE de
2000 e 2010, correspondentes à proporção da população de 10 anos ou mais de idade que
não estava trabalhando, mas procurou trabalho no período de referência. Esses dados foram
classificados como Classe 2 de qualidade para o parâmetro de exatidão temporal, em virtude
de não serem recentes, mas os demais parâmetros dispõem de Classe 3, sendo, portanto,
atribuída Classe final 3.
53

Segurança Pública
Dois indicadores subsidiam a análise da segurança pública: a taxa de homicídios
dolosos e taxa de homicídios dolosos no trânsito. Os dados a serem utilizados têm como fonte
as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul (SSP), de
2002 a 2015, classificadas como Classe 3 de qualidade.

Índice de Desenvolvimento
O índice de desenvolvimento da população pode ser analisado tanto pelo Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), indicador criado no início da década de 90 pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); quanto pelo Índice de
Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE), elaborado pelo FEE. Ambas são medidas
socioeconômicas que procuram avaliar o progresso humano e as condições de vida das
pessoas, utilizando-se de três componentes em conjunto: a saúde, educação e renda.

Tanto os dados de IDHM, quanto os dados do IDESE foram classificados como Classe 3
de qualidade.

3.4.3.3. Patrimônio

Neste fator condicionante são analisados o conjunto de bens culturais, materiais e


imateriais, naturais, paleontológicos e arqueológicos existentes no Rio Grande do Sul. São
quatro os indicadores desse fator condicionante: a densidade de concentração do patrimônio
paisagístico e do patrimônio cultural, compreendendo os materiais e imateriais, do patrimônio
paleontológico e do arqueológico. Os indicadores são expressos pela quantidade de bens
inventariados ou reconhecidos pelos órgãos competentes nacionais e estaduais.

Densidade de Concentração Patrimônio Paisagístico


Constituem-se dados essenciais do patrimônio paisagístico aqueles relacionados aos
sítios geológicos, às cavernas, aos geoparques e aos geossítios, todos adquiridos da CPRM,
com Classe 3 final de qualidade. A região da biosfera da Mata Atlântica (RBMA), tombada pela
54

Portaria Nº 003/1993, também se configura em um dado essencial desse indicador,


igualmente com Classe 3 final de qualidade.

Há outros dois dados inventariados que poderiam complementar substancialmente às


análises, mas até o momento consistem em lacunas por indisponibilidade. Tratam-se do
geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, mapeado pela CPRM, e os pontos de grande
valoração da beleza cênica da paisagem do bioma pampa, mapeados pela pesquisadora,
geógrafa, Lucimar de Fátima Vieira (2014). No entanto, não se teve acesso aos dados vetoriais,
configurando-se como lacunas por indisponibilidade.

Densidade de Concentração Patrimônio Cultural


Integram a análise dos bens imateriais aqueles registrados no Rio Grande do Sul nos
Livros de Registro do patrimônio imaterial do Iphan, disponíveis no Sistema Integrado de
Conhecimento e Gestão (SICG1) e categorizados em lugares, saberes, celebrações e formas de
expressão. Atribuiu-se Classe 3 final de qualidade a esses dados.

No âmbito do patrimônio cultural, os bens materiais em análise são os conjuntos


urbanos, edificações e conjuntos históricos tombados. Neste estudo foram considerados o
conjunto de bens materiais e os conjuntos urbanos tombados pelo IPHAN, ambos com Classe
3 final de qualidade. Também foram considerados o conjunto de bens tombados pelo IPHAE
e bens inventariados no Estado por outras instituições, mas de posse deste Instituto.
Entretanto, esses dados não estão dispostos em um sistema único, como no IPHAN; logo, não
possuem a qualidade adequada para o parâmetro atributo, sendo classificados como Classe
1.

Densidade de Concentração Patrimônio Paleontológico


Foram considerados dados de ocorrências paleontológicas registrados não somente
pela Comissão Brasileira dos Sítios Geológicos e Paleobiológicos - SIGEP, a partir da CPRM,
mas também por levantamentos da UFRGS, e pela Fundação Zoobotânica (FZB). Esses dados

1 Disponível em: http://sicg.iphan.gov.br/sicg/pesquisarBem, acesso em 02/06/2016


55

possuem divergências e sobreposição de informações e, portanto, foram classificados como


Classe 1 de qualidade, em função tanto do parâmetro de atributo, quanto de completude
espacial.

Densidade de Concentração Patrimônio Arqueológico


Os dados relacionados aos sítios arqueológicos se configuram em lacuna do
conhecimento, tendo em vista que não se teve acesso aos registros do Centro Nacional de
Arqueologia (CNA), órgão responsável pela proteção e registro do patrimônio arqueológico no
país.

3.4.3.4. Comunidades Tradicionais

No ZEE-RS a análise das comunidades tradicionais contempla as Terras Indígenas (TIs),


Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQs) e Pescadores Artesanais.

Na medida em que as CRQs e TIs são áreas legalmente protegidas, elas foram avaliadas
no fator condicionante áreas protegidas, componentes do meio biótico. As áreas em que os
pescadores tradicionais exercem suas atividades não se configuram em áreas protegidas e,
portanto, serão analisadas no âmbito do relatório de comunidades tradicionais.

As comunidades de pescadores foram identificadas através do número de pescadores


com registro geral da pesca (RGP), informação disponível no Ministério da Pesca (MPA), com
Classe 3 de qualidade.

Os dados disponibilizados na pesquisa realizada pela FURG/MPA/EMATER/SDR (2015)


sobre a pesca artesanal no Rio Grande do Sul também foram classificados como essenciais.
No entanto, a maior parte destes dados não possui completude de valor de atributo e
completude espacial satisfatória. Com exceção do número de pescadores artesanais em que
se atribuiu Classe 3 final de qualidade, o número de embarcações, tipo de beneficiamento
realizado, existência de programa de pesca e políticas públicas, assim como entidades
56

representativas foram classificados como Classe 1 final, configurando-se, portanto, em


lacunas de conhecimento por qualidade.

Outro dado também considerado essencial, no âmbito das entidades representativas,


relaciona-se à localização das colônias de pescadores do Rio Grande do Sul. Ainda não se teve
acesso a essa informação; portanto, trata-se de uma lacuna por indisponibilidade.

3.5. MEIO INSTITUCIONAL

O componente institucional contempla o mapeamento das áreas institucionais do


Estado responsáveis pela implementação das principais políticas públicas no âmbito social,
ecológico, econômico, político ou cultural. São três os fatores condicionantes do componente
jurídico-institucional: a capacidade institucional, a capacidade de gestão pública e a
capacidade de articulação interinstitucional. Cada fator dispõe de um conjunto de indicadores,
conforme exposto na Tabela 9, e respectivos dados.
57

Tabela 9. Fatores condicionantes e indicadores que integram o Componente Institucional do ZEE-RS.

FATORES CONDICIONANTES INDICADORES

Número de organizações de ensino superior,


tecnológico e pesquisa
Número de instituições do sistema “s”
Número de organizações jurídicas
Número de organizações financeiras
CAPACIDADE INSTITUCIONAL
MEIO INSTITUCIONAL

Número de organizações de fiscalização e controle


Número de organizações de segurança pública
Número de entidades representativas da sociedade
civil organizada
Número de sedes de instituições públicas estaduais
(coordenadorias regionais)
Número de instrumentos legais de planejamento
municipal
CAPACIDADE DE GESTÃO
MUNICIPAL Número de conselhos municipais
Número de instrumentos de gestão ambiental
CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO
Número de consórcios intermunicipais
INTERINSTITUCIONAL

Neste componente, assim como no componente humano, produtivo e natural, todos


os dados são tabulares e possuem os municípios como unidade territorial; de maneira que a
acurácia posicional e a escala se referem à informação espacial dos limites municipais. Estes
dados tabulares indicam a presença ou ausência de instituições e instrumentos de gestão e,
diante da simplicidade dos mesmos em comparação aos demais em análise no projeto, todos
foram classificados como Classe 3 de qualidade final.
58

CAPACIDADE INSTITUCIONAL

Propõe-se que a capacidade institucional seja avaliada a partir de oito indicadores: o


número de organizações de ensino superior, tecnológico e pesquisa, o número de instituições
do sistema “S”, o número de organizações jurídicas, financeiras, de fiscalização e controle, de
segurança pública, o número de entidades representativas da sociedade civil organizada e
sedes de instituições públicas estaduais.

Número de Organizações de Ensino Superior, Tecnológico e Pesquisa


Será composto por dados do número de unidades de centros de educação tecnológica,
centros universitários, faculdades e programas de pós-graduação.

Número de Instituições do Sistema “S”


Será composto pelo número de unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI); Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC); Serviço Social de
Transporte (SEST); Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR); e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresa (SEBRAE).

Número de Organizações Jurídicas


Será composto pelas representações da justiça do trabalho, justiça eleitoral e justiça
federal Comum nos municípios.

Número de Organizações Financeiras


Será composto pela fonte da presença de bancos comerciais, Caixa Econômica Federal
e cooperativas de crédito nos municípios.

Número de Organizações de Fiscalização e Controle


Será composto pela existência de cartório eleitoral, INSS e receita federal nos
municípios. Além das juntas comerciais.

Número de Organizações de Segurança Pública


59

Será composto pelas unidades representativas da defesa civil, delegacias de polícia


civil, guarda municipal, batalhão do corpo de bombeiros e batalhão da polícia militar nos
municípios.

Número de Entidades Representativas da Sociedade Civil Organizada


Será composto pelo número de cooperativas nos municípios, número de associações
comerciais e número de sindicatos nos municípios.

Número de Sedes de Instituições Públicas Estaduais (Coordenadorias Regionais)


Será comporto pelas regionais nos municípios do Estado das secretarias que
apresentam uma relação direta com o escopo do trabalho. São elas: Sedes Conselhos
Regionais de Desenvolvimento (COREDEs); Sedes Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS);
Sedes Coordenadorias Regionais de Educação (CRE); Sedes Coordenadorias Regionais de
Proteção e Defesa Civil (CREPDEC); Agências Sedes Regionais SEMA; Sedes das
Coordenadorias Regionais de Obras Públicas (CROP); Coordenadorias Regionais Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI); Escritórios Regionais da Secretaria de
Desenvolvimento Rural e Cooperativismo; Sedes das Superintendências Regionais do DAER;
Delegacias Regionais do Trabalho.

CAPACIDADE DE GESTÃO MUNICIPAL

A capacidade de gestão municipal será analisada a partir da existência de instrumentos


legais de planejamento municipal, da existência de conselhos municipais e, uma vez que o
foco deste projeto é o desenvolvimento sustentável, também da existência de instrumentos
de gestão ambiental.

Número de Instrumentos Legais de Planejamento Municipal


Será composto pelos instrumentos legais listados a seguir no âmbito municipal:

 O Código de Obras;
 Legislação sobre a legitimação de posse;
60

 Legislação sobre área e/ou zona especial de interesse social;


 Legislação sobre concessão de uso especial para fins de moradia;
 Legislação sobre contribuição de melhoria;
 Legislação sobre direito de superfície;
 Legislação sobre estudo de impacto de vizinhança;
 Legislação sobre estudo prévio de impacto ambiental;
 Legislação sobre operação urbana consorciada;
 Legislação sobre parcelamento do solo;
 Legislação sobre regularização fundiária
 Legislação sobre servidão administrativa;
 Legislação sobre solo criado ou outorga onerosa do direito de construir;
 Legislação sobre tombamento;
 Legislação sobre unidade de conservação;
 Legislação sobre usucapião especial de imóvel urbano;
 Legislação sobre zona e/ou área de especial interesse;
 Legislação sobre zoneamento ambiental ou zoneamento ecológico-econômico;
 Legislação sobre zoneamento ou uso e ocupação do solo;
 Lei de perímetro urbano;
 Plano diretor.

Número de Conselhos Municipais


Será composto pelos seguintes Conselhos, em âmbito municipal: Conselho de
Assistência e Desenvolvimento Social; Conselho de Cultura; Conselho de Desenvolvimento
Urbano; Conselho de Educação; Conselho de Habitação; Conselho de Meio Ambiente;
Conselho de Saúde; Conselho de Transporte.

Número de Instrumentos de Gestão Ambiental


Será composto pelos instrumentos de gestão ambiental associados ao licenciamento
ambiental, Fundo de Meio Ambiente, Secretaria ou Departamento de Meio Ambiente,
61

Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aqueles de assistência técnica e extensão rural, dos anos de
2012, 2013, 2014 e 2015.

CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL

Número de Consórcios Intermunicipais


Será composto pelos consórcios públicos pactuados entre os entes federativos –
União, estados, Distrito Federal e municípios, realizados pelos administradores municipais do
RS nas áreas: de Educação, Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Turismo, Cultura,
Habitação, Meio ambiente, Transporte, Desenvolvimento Urbano, Saneamento Básico,
Gestão das Águas e Manejo de Resíduos Sólidos.
62

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente documento consiste em uma síntese das informações necessárias


(disponíveis ou não) para o desenvolvimento das etapas de trabalhos seguintes a esta. Todo
o rol de dados necessários, organizados por fatores condicionantes/indicadores, para a análise
de cada um dos meios (físico, biótico, socioeconômico e institucional) possibilitou a detecção
de lacunas de conhecimento por indisponibilidade da informação. Além disso, a avaliação da
qualidade dos dados, com base em cinco critérios, também foi necessária, a fim de detectar
os casos em que a informação está disponível, mas não apresenta qualidade compatível com
o uso que se pretende fazer dela. Estas situações constituem lacunas de conhecimento por
qualidade inadequada da informação.

Foram identificadas 158 lacunas de um universo de aproximadamente 390 tipos de


dado, sendo 42 delas por indisponibilidade e 116 por qualidade inadequada. As lacunas
detectadas variam de meio para meio, mas em linhas gerais prevalecem as lacunas por
qualidade em todos os meios, mas de forma mais acentuada no meio físico (em números
absolutos, concentradas nos dados de qualidade da água) e biótico (por questões relacionadas
à escala do dado original). Embora no meio socioeconômico os números absolutos das lacunas
por qualidade inadequada sejam maiores que aqueles relacionados às lacunas por
indisponibilidade, esta diferença não é tão acentuada quando comparado aos demais meios.
Cabe ressaltar que algumas lacunas por indisponibilidade poderão ser sanadas em breve,
quando o dado está em processo de aquisição, como indicado ao longo do texto.

Assim, a síntese dos dados essenciais acompanhados da avaliação de sua qualidade e


do apontamento de lacunas, em conjunto, traz uma visão da situação geral dos dados
requeridos para a avaliação das fragilidades e potencialidades naturais e humanas no RS.
63

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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consórcios públicos [et al.]. – 1. Ed. – Brasília, DF: Caixa Econômica Federal, 2011. (Guia de
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65

ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. -- Lavras: Editora


UFLA, 2008.
66

6. ANEXOS

6.1. ANEXO I

O Anexo I apresenta indicadores de qualidade de todos os dados essenciais e aponta


as lacunas existentes por tipologia. Em função do volume de informações, optou-se por
apresentá-lo estruturado em formato de planilha eletrônica, de forma a facilitar a leitura e o
manuseio, permitindo a utilização de filtros para análises específicas.

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