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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001119-89.2015.8.26.0248 e código 70354F5.
SENTENÇA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLAUDIA MARINA MAIMONE SPAGNUOLO, liberado nos autos em 06/07/2020 às 00:26 .
Justiça Gratuita
Vistos.
1001119-89.2015.8.26.0248 - lauda 1
fls. 378
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Rui Lima Cabral, em resposta, sustentou preliminar de inépcia da inicial e no
mérito afirmou que se retirou da sociedade MC em 01/10/2005, não tendo mais contato com os
demais corréus, não sabendo acerca da aquisição das cotas sociais da empresa pelo autor.
Requereu a improcedência da ação.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLAUDIA MARINA MAIMONE SPAGNUOLO, liberado nos autos em 06/07/2020 às 00:26 .
Saneador prolatado às fls. 221/223 com afastamento das preliminares arguidas
pelos réus.
É o breve relatório.
Decido.
Pretende o autor deseja seja declarado nulo o seu ingresso no quadro social da
empresa MC Transporte Intermodais ocorrido em 08/03/2007, tendo em vista que tal inserção
apenas ocorreu em razão da celebração de negócio simulado.
No caso, o autor logrou demonstrar que embora constasse como sócio na empresa
nunca exerceu função de administração. Os documentos acostados aos autos apontam que na
época do ingresso do autor como sócio na empresa MC ele trabalhava na Master Company na
função de assistente operacional ate 31/005/2008 quando foi demitido sem justa causa. Já as duas
testemunhas ouvidas em juízo e que trabalharam na empresa na função de motorista disseram que
o autor exercia o cargo de encarregado e Rui e Marcos se apresentavam como sócios da empresa.
As provas revelam, pois, que o autor, mesmo figurando como sócio da empresa MC permaneceu
como mero empregado dos réus, sem poder de tomada de quaisquer decisões em prol da
sociedade. Ou seja, o autor figurou meramente como “laranja” ou “testa de ferro”, sendo, pois,
aceita a alegação de vício de consentimento.
Sobre a questão:
1001119-89.2015.8.26.0248 - lauda 2
fls. 379
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“APELAÇÃO – Anulação de ato jurídico c/c indenização por danos materiais e
morais – Sentença que julgou parcialmente procedente o pedido mantida – 1. Inclusão indevida do
autor no quadro societário de empresa – Recebimento de cobranças bancárias, concessão de cartão
de crédito, negativação do nome, bloqueio de ativos financeiros e de veículo – Autor que alega
desconhecimento em relação à empresa por ser funcionário público municipal – Laudo pericial
grafotécnico que apurou falsidade das assinaturas do autor no Protocolo da JUCESP e na
Alteração de Contrato Social e Consolidação da empresa – Réus que não se desincumbiram de seu
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLAUDIA MARINA MAIMONE SPAGNUOLO, liberado nos autos em 06/07/2020 às 00:26 .
ônus probatório, tendo em vista que os documentos caracterizadores dos débitos e o contrato de
concessão de cartão de crédito não foram localizados - art. 373, II, do CPC – 2. Danos morais
configurados – Evidência do abalo moral sofrido pelo autor – Majoração da indenização por danos
morais fixados na sentença em R$ 7.000,00 para R$ 10.000,00 – Incidência de correção monetária
a partir do julgamento do recurso, nos termos da Súmula nº 362 do STJ e de juros de mora de 1%
ao mês, desde a citação – Recuso do autor parcialmente provido – Recurso do réu não provido”
(TJSP; Apelação Cível 0212404-18.2008.8.26.0100; Relator (a): Egidio Giacoia; Órgão Julgador:
3ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 32ª Vara Cível; Data do Julgamento:
31/01/2018; Data de Registro: 31/01/2018).
Diante do exposto, com fulcro no art. 487, I, do CPC, julgo a ação PROCEDENTE
e o faço para declarar a nulidade do ato consistente na inclusão do autor no quadro societário da
empresa MC TRANSPORTES INTERMODAIS, devendo ser excluído o seu nome
do contrato social perante a JUCESP e dos órgãos de proteção ao crédito, mantendo-se os sócios
anteriores e condenar os réus ao pagamento de indenização por danos morais na quantia de R$
20.000,00, devendo ser atualizada, a partir da data desta sentença até o efetivo pagamento,
acrescida de juros de mora de 1% ao mês a contar da citação.
P.R.I.
1001119-89.2015.8.26.0248 - lauda 3