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Resumo / Summary
1
Doutor, Professor.
2
Farmacêutica Bioquímica.
3
Doutora, Professora.
4
Especialista, Médico.
5
Mestre, Farmacêutica Bioquímica.
6
Especialista, Farmacêutica Bioquímica.
7
Farmacêutico, Acadêmico de Análises Clínicas.
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da BJORL em 29 de dezembro de 2007. cod. 5652
Artigo aceito em 23 de junho de 2008.
co foi baseado na sintomatologia e exames laboratoriais, T. asahii e S. apiospermum foram também identifi-
sendo o prurido, otalgia, otorreia e/ou hipoacusia os cadas como agentes destes casos de otomicose. Reiersöl27
sintomas mais relatados pelos pacientes. Estes sintomas relatou o primeiro caso de otomicose por T.cutaneum. O
podem ser atribuídos a fatores como a alta umidade e gênero Scedosporium compreende um grupo de fungos
calor registrados em João Pessoa, bem como a ausência filamentosos isolados de água, solo, água estagnada ou po-
de cerume por lavagem do conduto auditivo externo e/ luída em todo mundo. Duas espécies causam infecção hu-
ou manipulação do mesmo relatada pelos pacientes, sem mana: S. apiospermum (anamorfo assexual de Pseudoalles-
esquecer que a maioria dos pacientes apresentava baixo cheria boydii) e S. prolificans (S. inflatum). Considerados
status socioeconômico. infrequentes, mas importantes como patógenos humano,
A frequência de otomicoses bilateral é muito principalmente em pacientes imunocompromentidos28,29.
baixa4,7,17. Ho et al.10 observaram comprometimento bi- Uma revisão de cinco casos no Norte Britânico in-
lateral em 7% dos pacientes, enquanto que neste estudo cluiu 3 pacientes com otite que tiveram cultura polimicro-
foi de 20%. biana, incluindo P. boydii28. Yao e Messer30 diagnosticaram
As mulheres (60%) deste estudo foram mais aco- otite externa maligna por Scedosporium apiospermum em
metidas por otomicose, dados próximos aos observados paciente com AIDS. Em pacientes imunocompetentes o
por Zaror et al.4 (65%). No entanto, estes dados discordam fungo acomete os tecidos, ossos ou infecção de articula-
com os achados de Kaur et al.,7, Ho et al.10 e Yenia et al.17 ções após traumatismo. Otite média e externa por S. apios-
que observaram respectivamente 60%, 56% e 52,5% em permum foi diagnosticada em menino imunocompetente
pacientes do sexo masculino. A otomicose foi observada (oito anos de idade)31 e em mulher imunocompetente (62
em pacientes com idade entre 2 a 66 anos. Contudo, 50% anos de idade) que apresentou sintomas de otorreia e
dos casos foram diagnosticados nos pacientes na faixa otomastoidite crônica32. Neste estudo, S. apiospermum foi
etária de 2 a 15 anos de idade. Frequências de 70% a isolado do conduto auditivo externo esquerdo de menino
41,1% foram observadas em pacientes na faixa etária de com cinco anos de idade e imunocompetente.
16 a 30 anos de idade4,7,17.
Espécies de Aspergillus e Candida são as mais CONCLUSÃO
comumente identificadas como patógenas de otomicose.
Estudos observaram uma maior frequência de espécies de A otomicose é, efetivamente, uma doença endêmica
Aspergillus (A. niger, A. fumigatus, A. flavus e/ou Asper- em João Pessoa-PB, cidade de clima tropical.O acompa-
gillus spp.) como agentes de otomicose7,17,18,22-25. Jaiswal et nhamento clínico e o diagnóstico micológico são impor-
al.26 e Navarrete et al.21 observaram respectivamente 46% tantes uma vez que a sintomatologia (prurido, otalgia,
e 35% por Candida spp. Em São Paulo, como agentes de otorreia e hipoacusia) não é específica.
otomicose foram 75% espécies de Aspergillus e 20% de
Candida4. Os dados observados neste estudo foram de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55% dos isolados de espécies de Candida (C. albicans, C. 1. Mugliston T, O’Donoghue G. Otomyocsis - a continuing problem. J
parapsilosis e C. tropicalis) e 35% de Aspergillus (A. niger, Laryngol Otol. 1985;99:327-33.
A. flavus e A. fumigatus). 2. Stern C, Lucente FE. Otomycosis. Ear Nose Throat J. 1988;
67:804-10.