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Pode-se demonstrar facilmente que
Kh = Kb(K/w/Ka)
ou pKh = pKw – pKa – pKb
Esta expressão permite o cálculo do grau de hidrólise a partir das constantes de ionização do ácido e da base.
A concentração de íons hidrogênio da solução hidrolisada é calculada como se segue:
Se as constantes de ionização do ácido e da base são iguais, isto é, se Ka = Kb, então, pH = pKw = 7,0 e a solução é
neutra, ainda que a hidrólise seja considerável. Se Ka > Kb, então, pH < 7,0 e a solução é ácida. Se Kb > Ka, então, pH > 7,0 e
a solução é básica.
O pH de uma solução de acetato de amônio é dado por
pH = 7,0 + 2,38 – 2,37 = 7,1
Isto é, a solução é aproximadamente neutra. Por outro lado, no caso de uma solução diluída de formato de amônio
pH = 7,0 + 1,88 – 2,37 = 6,51
–4 –1
porque Ka = 1,77 × 10 mol·l , (pKa = 3,75) para o ácido fórmico. A solução tem caráter ligeiramente ácido.
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Em uma solução saturada, 1 mol de AgCl dará 1 mol de Ag+ e 1 mol de Cl–. Assim, [Ag+] = 1,05 × 10–5 mol·l–1 e [Cl–] = 1,05
× 10–5 mol·l–1.
Ks(AgCl) = [Ag+][Cl–] = (1,05 × 10–5) × (1,05 × 10–5)
= 1,11 × 10–10 mol2 · 1–2
Exemplo 2.6
Calcule o produto de solubilidade do cromato de prata, considerando que sua solubilidade é 2,5 × 10–2 g·1–1 e que
Exemplo 2.7
O produto de solubilidade do hidróxido de magnésio é 3,4 × 10–11 mol3·1–3. Calcule sua solubilidade em gramas por litro.
Temos
Mg(OH)2 Mg2+ + 20H–
[Mg2+][OH–]2 = 3,4 × 10–11
A massa molecular relativa do hidróxido de magnésio é 58,3. Cada mol do composto, dissolvido, libera 1 mol de íons
magnésio e 2 moles de íons hidróxido. Se o produto de solubilidade é s mol·l–1, então, [Mg2+] = s e [OH–] = 2s. Substituindo
estes valores na expressão do produto de solubilidade:
s × (2s)2 = 3,4 × 10–11
s = 2,0 × 10–4 mol·l–1
= 2,0 × 10–4 × 58,3
= 1,2 × 10–2g · 1–1
A grande importância do conceito de produto de solubilidade está em seu significado para a precipitação de substâncias
em solução, uma das operações importantes da análise quantitativa. O produto de solubilidade é o valor limite do produto das
concentrações dos íons quando se estabelece o equilíbrio entre a fase sólida de um sal pouco solúvel e a solução. Se as
condições experimentais são tais que o produto da concentração dos íons é diferente do produto de solubilidade, o sistema se
altera para que o equilíbrio se restabeleça. Assim, para um dado eletrólito, se o produto das concentrações dos íons em
solução é arbitrariamente aumentado de modo a exceder o produto de solubilidade, digamos, com a adição de um sal com um
íon comum, o sistema se ajusta de modo que ocorre, no equilíbrio, a precipitação do sal sólido, desde que não ocorra o
fenômeno da supersaturação. Se o produto das concentrações de íons é menor do que o produto de solubilidade ou se
arbitrariamente o sistema é colocado nestas condições, digamos, pela formação de um sal complexo ou pela formação de
eletrólitos fracos, então, uma certa quantidade de soluto passa para a solução até que o produto de solubilidade seja
alcançado ou, se isso não for possível, até que todo o soluto se dissolva.
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Assim, mudando a acidez de 1,0 × 10–4 M (em água saturada de H2S) para 0,25 M, a concentração de íons sulfeto é
reduzida de 1 × 10–14 para 1,6 × 10–21 mol·l–1.
Exemplo 2.9
Que efeito sobre o grau de dissociação tem a adição de 0,1 mol de acetato de sódio anidro a 1 litro de ácido acético?
A constante de dissociação do ácido acético, em 25°C, é igual a 1,75 × 10–5 mol·l–1 e o grau de dissociação pode ser
obtido pela equação quadrática
A adição de 0,1 mol de acetato de sódio a uma solução 0,1 M de ácido acético reduz o grau de ionização de 1,32% para
0,018% e a concentração de íons hidrogênio de 0,00132 para 0,000018 mol·l–1.
Exemplo 2.10
Que efeito tem a adição de 0,5 mol de cloreto de amônio a um litro de uma solução 0,1 M de amônia em água sobre o grau
de dissociação da base?
(Constante de dissociação de NH3 em água = 1,8 × 10–5 mol·l–1)
Em amônia 0,1 M, Logo, [OH–] = 0,00135, = 0,00135 e [NH3] = 0,0986 mol·l–1.
Seja α′ o grau de ionização na presença do cloreto de amônio. Então, [OH–] = α′c = 0,1α′ e [NH3] (1 – α′)c = 0,1, porque α′ é
muito pequeno. A adição do cloreto de amônio completamente ionizado diminui necessariamente o derivado da base e
aumenta [NH3]. Em primeira aproximação, = 0,5.
Substituindo os valores na equação:
A adição de 0,5 mol de cloreto de amônio a um litro de amônia 0,1 M em água diminui o grau de ionização de 1,35% para
0,0036% e a concentração de íons hidróxido de 0,00135 para 0,0000036 mol·l–1.
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= 1,1 × 10–8 mol·l–1
Assim, a solubilidade diminui 100 vezes em cloreto de sódio 0,001 M e 1000 vezes em cloreto de sódio 0,01 M.
Resultados semelhantes seriam obtidos para nitrato de prata 0,001 M e 0,01 M.
Exemplo 2.12
Calcule as solubilidades de cromato de prata em soluções 0,001 M e 0,01 M de nitrato de prata e em soluções 0,001 M e
0,01 M de cromato de potássio (Ag2CrO4 tem Ks = 1,7 × 10–12 mol3·1–3 e solubilidade em água igual a 5,5 × 10–5 mol·l–1).
A diminuição da solubilidade pelo efeito de íon comum é de importância fundamental na análise gravimétrica. Pela
adição de uma quantidade apropriada de um agente de precipitação, a solubilidade do sal de interesse diminui tanto que a
perda devida à solubilidade residual pode ser negligenciada. Vamos considerar a determinação de prata como cloreto de
prata. Para isso, é necessário adicionar uma solução de um determinado cloreto à solução do sal de prata. Se usarmos uma
quantidade exatamente equivalente, a solução resultante estará saturada de cloreto de prata e conterá 0,0015 g·1–1 de íons
prata (Exemplo 2.1). Se fossem produzidos 0,2 g de cloreto de prata e o volume total da solução e das águas de lavagem
fosse igual a 500 ml, a perda devida à solubilidade seria igual a 0,00075 g, ou seja, 0,38% do peso do sal. O resultado da
análise seria 0,38% menor do que deveria. Usando um excesso de precipitante, digamos até uma concentração igual a 0,01 M,
a solubilidade do cloreto de prata seria reduzida a 1,5 × 10–5 g·1–1 (Exemplo 2.4) e a perda seria de 1,5 × 10–5 × 0,5 ×
100/0,2 = 0,0038%. Cloreto de prata é, então, muito apropriado para a determinação de prata com alta acurácia.
Observe, porém, que, quando a concentração do precipitante que está em excesso cresce, também cresce a força iônica do
meio. Isso leva à diminuição dos coeficientes de atividade e, para manter o valor de Ks, o precipitado tem de se dissolver
parcialmente. Em outras palavras, há um limite para a quantidade de precipitante que podemos adicionar em excesso. A
adição de precipitante em excesso pode, também, levar à formação de complexos solúveis, o que fará com que o precipitado
se dissolva parcialmente.
O iodeto de prata é menos solúvel, logo, seu produto de solubilidade será alcançado antes e, por isso, ele precipitará
primeiro. O cloreto de prata começa a precipitar quando a concentração de Ag+ for maior do que
e a partir daí ambos os sais precipitam ao mesmo tempo. Quando o cloreto de prata começar a precipitar, os íons prata
estarão em equilíbrio com ambos os sais, e as Eqs. (2.26) e (2.27) serão simultaneamente satisfeitas, ou
Assim, quando a concentração de iodeto for cerca de um milionésimo da concentração de cloreto, o cloreto de prata
começará a precipitar. Se a concentração inicial de íons I– e Cl– for igual a 0,1 M, o cloreto de prata começará a precipitar
quando
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