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PERFEITO1
18
Certo homem de destaque perguntou a Jesus:
— Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
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Jesus respondeu:
— Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
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Você conhece os mandamentos: “Não cometa adultério”, “não mate”, “não furte”,
“não dê falso testemunho”, “honre o seu pai e a sua mãe”.
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Então o homem disse:
— Tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
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Ouvindo isso, Jesus lhe disse:
— Uma coisa ainda falta a você: venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e
você terá um tesouro nos céus; depois, venha e siga-me.
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Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
Lucas 18:18-23
INTRODUÇÃO
A. 18:18–19 Essa seção ilustra o caso de um homem que não queria receber o reino
de Deus como uma criança. Um dia certo homem de posição veio ao Senhor
Jesus, dirigindo-se a ele como Bom Mestre, e perguntando o que ele deveria fazer
para herdar a vida eterna. Primeiramente o Salvador lhe perguntou sobre o uso do
título Bom Mestre. Jesus o lembrou que somente Deus é bom. O Senhor não
estava negando que ele era Deus, mas estava tentando guiar o homem a confessar
esse fato. Se ele era bom, então ele devia ser Deus, visto que somente Deus é
essencialmente bom.
B. 18:20 Assim Jesus tratou da pergunta: “Que farei para herdar a vida eterna?”.
Sabemos que a vida eterna não é herdada, e não é ganha por boas obras. A vida
eterna é o dom de Deus por Jesus Cristo. Ao levar o jovem de volta aos dez
mandamentos, o Senhor Jesus não sugeria que ele poderia ser salvo por guardar
a lei. Antes, ele usava a lei numa tentativa de convencer o jovem do pecado. O
Senhor Jesus repetiu os cinco mandamentos que tratam do nosso dever para com
o próximo, a segunda tábua da lei.
C. 18:21–23 É evidente que a lei não tinha ação condenatória na vida do homem,
porque ele afirmou arrogantemente ter guardado esses mandamentos desde a
mocidade. Jesus falou-lhe que faltava uma coisa: amor ao próximo. Se realmente
ele tivesse guardado esses mandamentos, então ele teria vendido todas as suas
possessões e distribuído aos pobres. Mas a verdade era que ele não amava o
próximo como a si mesmo. Ele vivia uma vida egoísta, sem ter amor verdadeiro
pelos outros. Isso é provado pelo fato de que, ouvindo ele essas palavras, ficou
muito triste, porque era riquíssimo.
1O paradoxo apresenta, além de palavras com sentidos opostos, ideias contrárias também. É uma afirmação
que parece ser verdadeira, mas que em seguida leva a uma contradição. O Rico pobre.
Observando o texto, podemos levantar seis pontos na vida do jovem rico, uns
corretos e outros reprováveis, e, a partir deles, fazer algumas reflexões e extrair
algumas lições.
A. Ele acertou em sua motivação - “— Bom Mestre, que farei para herdar a vida
eterna?”
O motivo que temos para fazer alguma coisa é algo muito importante. Fala-se de
motivação certa e errada. No caso do jovem da presente história, ele se aproximou de
Cristo corretamente motivado. Ele reconhecia que não tinha a vida eterna e queria
alcançá-la. Essa era a necessidade que o impulsionava. Tinha tudo, menos a vida
eterna.
1. Qual tem sido a sua motivação ao se aproximar e seguir a Cristo?
B. Ele acertou em sua atitude - “— Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”
O jovem não foi arrogante ou presunçoso. Ele reconheceu as carências que tinha
e procurou alguém que pudesse ajudá-lo. O texto paralelo de Marcos 10.17 diz que
ele correu ao encontro de Jesus e se ajoelhou diante dele. Sentia uma necessidade
profunda e perturbadora e não tinha vergonha de demonstrá-la.
2. Você reconhece que é um necessitado de Cristo e age nesse sentido?
C. Ele errou em seu conhecimento sobre jesus - — Bom Mestre, que farei para
herdar a vida eterna?
Ele chama Jesus de Bom Mestre, mas não está pronto para lhe obedecer. Ele
pensa que Jesus é apenas um rabi, e não o Deus encarnado. Jesus queria que o jovem
se visse como um pecador antes de se ajoelhar diante do Deus santo. Não podemos
ser salvos pela observância da lei, pois a lei exige perfeição, e nós somos rendidos ao
pecado. A lei é como um espelho; ela mostra a nossa sujeira, mas não remove as
manchas. O propósito da lei é levar o pecador a Cristo (Gl 3.24). A lei pode levar o
pecador a Cristo, mas não pode fazer o pecador semelhante a Cristo. Somente a
graça pode fazer isso. "Bom Mestre". Os rabinos diziam que "não há bom fora da lei".
Essa forma de dirigir-se a Jesus tinha sabor de adulação insincera. De modo que Jesus
começou dirigindo seus pensamentos a Deus. Jesus estava sempre seguro de que
seu poder e sua mensagem vinham de Deus. Ele era só isso para ele. Bom mestre.
Quem é Jesus para você?
CONCLUSÃO
Aqui encontramos o segredo e a tragédia deste importante homem rico. Vivia
egoisticamente. Era rico, mas não dava nada a ninguém. Seu verdadeiro Deus era a
comodidade, e o que realmente adorava eram suas posses e sua riqueza. Por essa
razão Jesus pediu que ele desse tudo. Há muitas pessoas que utilizam suas riquezas
para dar comodidades, alegria e o bem de seus semelhantes; mas este homem as
usava só para si mesmo. Se o "deus de um homem é aquilo ao qual ele entrega todo
o seu tempo, pensamento, energia e devoção, então a riqueza era seu deus. Se queria
encontrar a felicidade devia terminar com tudo isso e viver para outros com a mesma
intensidade com que tinha vivido para si mesmo.
Uma coisa te falta? Para ele era tudo: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o
teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento;
e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.( Lc 10:27). Ele tinha outro Deus.
O que falta a você? O que está impedindo você de vir a Cristo?
2
Lopes, H. D. (2017). Lucas: Jesus, o Homem Perfeito. (J. C. Martinez, Org.) (1a edição, p. 528–530). São
Paulo: Hagnos.