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1
Engenheiro Metalúrgico, MSc., Doutorando, REDEMAT, UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
2
Engenheiro Metalúrgico, Dr., Professor, DEMET, UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
3
Físico, Dr., Professor, DEMET, UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
4
Engenheiro Metalúrgico, MSc., Doutorando, PPGCEM, UFSCar, São Carlos, São Paulo, Brasil.
* Contribuição técnica ao 73º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week, realizada de 02 a 04 de outubro de 2018, São Paulo, SP, Brasil.
1 INTRODUÇÃO
* Contribuição técnica ao 73º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week, realizada de 02 a 04 de outubro de 2018, São Paulo, SP, Brasil.
finitos foi aplicado para a simulação do problema no software Ansys® Workbench®
versão 14.5 [23]. As duas conexões foram submetidas a esforço trativo e pressão
interna; avaliou-se a tendência ao jump-out (modo de falha no qual ocorre a
separação tubo-luva), além da concentração de tensão e a deformação plástica
localizada.
Realizou-se também um estudo parametrizado pelo MEF, a partir da revisão de
patentes, no qual foi possível determinar como algumas características geométricas
das conexões influenciam na concentração de tensão e em alguns modos de falha
estrutural. Os resultados obtidos a partir de modificações na geometria da luva,
como redução da espessura na região do último filete encaixado, ainda não foram
reportados na literatura para conexões de grande diâmetro.
2 DESENVOLVIMENTO
Amostras de aço API 5CT grau P110 foram obtidas de tubos sem costura com
diâmetro externo de 13 3/8’’ e 12,19mm de espessura de parede e caracterizadas
por ensaios mecânicos de tração e impacto Charpy, segundo a Norma API 5CT.
Seis corpos de prova foram ensaiados em tração, com orientação no sentido
longitudinal à laminação do tubo e nove corpos de prova Charpy foram ensaiados
em impacto a 0°C (corpos de prova ¾-size, 10x7x55mm no sentido transversal à
laminação). As propriedades mecânicas exigidas para o aço grau P110 são
apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Requisitos de ensaio de tração e impacto Charpy, aço API 5CT grau P110. Adaptado de
[22]
Tração Impacto Charpy
Mínimo Limite de b
Limite de Escoamento Alongamento Mínimo energia
Grau API Resistência a
(MPa) Mínimo (%) absorvida a 0°C (J)
(MPa)
Mínimo Máximo
862 15 16
P110 758 965
a - Alongamento mínimo para corpos de prova do tipo “fita”, (38,1mm x 12,19mm) e comprimento útil igual a 50,8mm
b - Charpy transversal para tubo 13 3/8″, corpo de prova ¾ - size (10x7,5x55mm) e parede 12,19mm
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a) Perfil API Buttress b) Perfil API Short Round
Figura 1. Perfis de roscas padronizadas para tubos de revestimento (casing), dimensões em
milímetros. Adaptado de [5].
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Figura 3. Detalhe da geometria do tubo API Short Round e detalhes do estudo de refino da malha.
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a) Modelo para interferência inicial, adaptado b) Representação de interferência em
de [26]. modelo 2D API Buttress
Figura 4. Condições de interferência inicial para a simulação do torque de montagem.
Os valores das tensões de tração aplicados nos dois modelos de conexão são
apresentados na Tabela 4.
Tabela 4. Valores de tensão trativa aplicados nas conexões API e respostas avaliadas
Tipo de Conexão Tensão de Tração (MPa) Respostas Comparativas
Short Round Distribuição de Tensão
100 150 200 400 500
Buttress Resistência ao jump-out
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A metodologia de simulação numérica foi validada a partir de comparação de
resultados com modelo previamente validado por extensometria, maiores detalhes
são apresentados em [27].
Modificações Buttress Casos Simulados
3 5 7
Figura 6. Modificações geométricas propostas na conexão API Buttress para o estudo parametrizado.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,600
Abertura Flanco de Carga 1 [mm]
0,500
Short Round - Torque Máximo
0,400
Short Round - Sem Torque
0,300 Buttress - Sem Torque
0,100
0,000
0 100 200 300 400 500
Tração [MPa]
Figura 7. Resultados dos modelos numéricos: separação tubo-luva (jump-out) em função do torque
de montagem e tensão trativa em conexões do tipo API casing.
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observar que há uma distribuição de tensões mais elevadas no tubo, principalmente
na região de menor espessura que apresenta menor rigidez.
0,400
0,400
0,350 0,350
0,300 0,300
0,250 0,250
0,200 0,200
0,150 0,150
0,100 0,100
0,050 0,050
0,000 0,000
0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500
Tração [MPa] Tração [MPa]
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13,00
12,00 Short Round - 500MPa
carga (%)
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Número do flanco
Figura 10. Distribuição de força de contato entre os flancos de carga das conexões API quando
submetidas a torque máximo, pressão interna de 40MPa e tração igual a 500MPa.
0,220
Buttress Padrão
0,200 Bisel na Luva 3°
Força de reação no flanco de carga
8,00
0,100
7,00
0,080
6,00
0,060
5,00 0,040
4,00 0,020
3,00 0,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Número do Flanco 0 100 200 300 400 500
Tração [MPa]
(a) Torque máximo e tração de 200MPa (b) Torque máximo e tração crescente
Figura 11. Resultados de distribuição de carga entre os filetes e separação tubo-luva da conexão API
Buttress padrão e modificada.
4 CONCLUSÃO
* Contribuição técnica ao 73º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
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A pressão interna reduziu a tendência à separação tubo-luva em ambas conexões.
No entanto, no caso da conexão do tipo Short Round, a pressão interna não
eliminou a possibilidade de falha no requisito selabilidade para tensões trativas mais
elevadas.
A alteração da geometria da conexão API Buttress a partir da usinagem de chanfro
externo mostrou-se eficiente para a redução da concentração de esforços no último
filete encaixado, no entanto, tal artifício reduziu a resistência da conexão à falha por
jump-out.
Os resultados mostram como aspectos relativos à utilização das conexões (torque
de montagem e pressão interna) devem ser levados em consideração na previsão
de desempenho.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
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