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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

PROGRAMA ENSINAR
POLO ITAPECURU-MIRIM
CURSO DE HISTÓRIA LICENCIATURA

MIRIELEM BARBOSA DE SOUSA

1 ª ATIVIDADE DA DISCIPLINA “TÓPICOS EMERGENTES EM ESCRITA


ACADÊMICA DO TCC”

Itapecuru-Mirim/ MA
2021
1- Definição e recorte do tema de pesquisa

Cangaço Brasileiro: religiosidade e superstições durante o reinado de Lampião

O tema será pesquizado no Nordeste brasileiro, entre os anos de 1922 (quando Lampião
torna-se líder dos cangaceiros) e 1938 (ano de sua morte).

2 - Levantamento da bibliografia Básica

ALMEIDA, Isnaia Firmina. Lampião: a medicina e o cangaço. Caos – Revista Eletrônica de


Ciências Sociais, João Pessoa, n.11, p.112-130. 2006. Disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/caos/n11/09.pdf. Acesso em: 2 ago. 2011.

ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de; FERNANDES, Leandro Cardoso de. Lampião, a medicina
e o cangaço. São Paulo: Traço. 2005.

Askevis-leherpeux, F. (1990). A superstição. São Paulo: Ática

BAUERMANN, Débora. A estética e a indumentária do cangaço nordestino. 2016. 69 f. Trabalho


de Conclusão de Curso. Universidade Feevale. Novo Hamburgo, 2016.

Buhrmann, H. G., & Zaugg, M. K. (1981). Superstitions Among Basketball Players An


Investigation of Various Forms of Superstitious Belief and Behavior Among Competitive
Basketballers at the Junior High School to University Level. Journal of Sport Behavior, 4(4), 163.

Fornazari, S. A., & Ferreira, R. E. R. (2010). Religiosidade/espiritualidade em pacientes


oncológicos: qualidade de vida e saúde. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(2), 2010, 265-272

GOMES, Nilvete; FARINA, Marianne; FORNO, Cristiano. Espiritualidade, Religiosidade e


Religião: Reflexão de Conceitos em Artigos Psicológicos. Revista de Psicologia da IMED. 6(2),
2014, 107-112.

HOBSBAWM, Eric J. Bandidos. São Paulo: Editora Paz e Terra, 4° Edição, 2010.

MELLO, Frederico Pernambucano. Estrelas de Couro: a estética do cangaço. 3. ed. São Paulo:
Escrituras Editora, 2015.

OLIVEIRA, Aglaê. Lampião, cangaço e Nordeste. Recife: O Cruzeiro. 1982.

OLIVEIRA, Iranilson. Artes de curar e modos de viver na geografia do cangaço. História, Ciências,
Saúde – Manguinhos, v.18, n.3, 2011, 745-755.

PERICÁS, Luiz Bernardo. Os Cangaceiros: ensaio e interpretação histórica. 1°edição. São Paulo:
Boitempo, 2010.

TAVARES, Eraldo. Cangaceiros e devotos: religiosidade no movimento do cangaço. 2013. 180


f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
PERNAMBUCO, Recife, 2013.
TONETTO, Alcindo. Os sentidos do conceito de bandido social na compreensão de movimentos
sociais. Fadisma entrementes, 11, 2014, p. 1-14.

Souza, Ricardo Luiz de. Festas, procissões, romarias, milagres : aspectos do catolicismo popular /
Ricardo Luiz de Souza. – Natal : IFRN, 2013.

Silva, R. R., & Siqueira, D. (2009). Espiritualidade, religião e trabalho no contexto organizacional.
Psicologia em Estudo, Maringá, 14(3), 557-564.

2- Apresentação do Trabalho

Desde muito criança, ouvi várias relatos sobre Lampião e seu bando. Histórias que
sempre me despertaram interesse e curiosidade. O ingresso no curso de História me fez ter
um olhar ainda mais aprofundado sobre as narrativas de Lampião e seu bando que minha
avó, habitante do sertão da Paraíba costumava contar. Ao estudar mais profundamente sobre
o tema, a religiosidade e as supertições praticadas pelo bando me chamaram muita atenção,
pois diversas dessas atividades religiosas presentes no cangaço, também eram praticadas por
minha avó. Logo, pude perceber que religião e superstições são elementos que desde muito
cedo fizeram parte da vida do nordestino. Sempre foram características de um povo
sofredor, que quando se via desolado com a fome e a pobreza, buscava na religião um
refúgio para a dor, um impulso para não desistir de viver. Um povo que procurava nas
superstições uma forma mágica de ler interpretar o mundo, uma maneira de cura para as
enfermidades e até mesmo formas de se livrar das coisas ruins e “manter o corpo fechado”.
Explorar o campo da religiosidade e supertições nesse movimento é importante para
compreender as formas alternativas que os cangaceiros se apropriaram para desenvolver
estratégias de sobrevivência em meio caatinga, que na maior parte do ano possui uma
paisagem árida e seca.
Apesar de já existirem diversas pesquisas sobre o fenômeno do Cangaço, os aspectos
da religiosidade e das superstições são pouco explorados. Logo, o estudo desse tema é
necessário, pois busca fazer uma abordagem de aspectos ainda pouco estudados. Ademais,
contribui para a compreensão das práticas supersticiosas e da manifestação religiosa que se
fizeram presentes em toda a existência do bando de Lampião.

3- Esboço de um sumário
Introdução
Capítulo 1: Da indumentária a religiosidade: expressões do catolicismo popular no Cangaço
Capítulo 2: A religiosidade e a superstição como auxiliadoras nos momentos de batalhas e
de cura de ferimentos.
Conclusão
4- Aportes conceituais da pesquisa
Catolicismo popular: De acordo com Ricardo Luiz de Souza, “O catolicismo popular é
uma expressão cultural, além de religiosa, e muda de forma e de posição a partir das transformações
ocorridas no contexto cultural mais amplo do qual faz parte” (SOUZA, 2013, p. 6). Além disso,
seus praticantes são fiéis que “exercem seus cultos à margem da Igreja ou com uma margem de
autonomia maior ou menor em relação à instituição. Seus costumes e práticas são de caráter
tradicional, sendo transmitidos de uma geração.[...] Seus praticantes se situam, majoritariamente,
entre os setores mais pobres e menos escolarizados da população, possuindo, ainda, profunda
ressonância no meio rural. Contrastam, assim, com os setores intelectuais da Igreja, que tenderam,
historicamente, a ver suas manifestações com um misto de desprezo e desconfiança,
reconhecendoas, contudo, como estratégias válidas e eficazes para a manutenção da fé católica no
seio da população” (SOUZA, 2016, p. 5).
Cangaço: Para Luiz Bernardo Pericás, o “cangaço independente (principalmente no período
lampiônico), está associado aos bandoleiros “autônomos”, sem vínculos diretos com os coronéis,
que carregavam uma boa quantidade de equipamento, armamento e munição, e que atuavam no
Sertão e nos limites do Agreste Nordestino, cruzando a fronteira de vários estados, agindo em geral,
no início, com o argumento de vingança, de preferência interfamiliar (ou ingressando nos bandos
como “refúgio”, para proteger-se da perseguição da polícia ou de outros inimigos)” (PERICÁS,
2010, p. 16-17).
Religião e religiosidade: Para Silva Siqueira (2009), a religião é uma ordem institucional,
enquanto que a religiosidade é compreendida na dimensão pessoal. Desse modo, a religiosidade se
manifesta de forma particular em cada indivíduo. Segundo Gomes, Farina e Forno (2014, p. 110),
“a religiosidade é a expressão ou prática do crente que pode estar relacionada com uma instituição
religiosa”. Fornazari e Ferreira (2010) afirmam que a religiosidade aumenta a certeza de que existe
uma dimensão maior, responsável pelo controle sobre as contingências presentes na vida, ajudando
o indivíduo a lidar com os acontecimentos de forma mais tranquila e confiante.
Superstiçãos: A superstição é uma prática simbólica, cuja finalidade é depositar em um ato
mágico a responsabilidade pela solução de um problema concreto (Buhrmann & Zaugg, 1981;
Womack, 1992; Schippers & Van Lange, 2006). Desse modo, o povo sertanejo desenvolveu
práticas ao longo do tempo com características mágicas para tentar solucionar diversos problemas
que por eles eram enfrentados.
Para Askevis-Leherpex (1990, p.92), há duas formas de superstição: a qual ocorre através de
objetos, divindades, espíritos e outra que se encontra no acontecimento de imprevisibilidades,
focando no surgimento de sorte ou na evitação de azar.

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