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Carroll, 1979, p. 500.
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Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável
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CAPÍTULO 2 Responsabilidade social e sustentabilidade empresaria l
Esse modelo surge com as críticas feitas ao modelo das quatro responsabilidades,
representado pela pirâmide mostrada na Figura 2.1. Schwartz e Carroll percebe-
ram que o uso da pirâmide pode gerar confusões ou formas inadequadas de uso.
A primeira deficiência é a de sugerir que existe uma hierarquia entre as quatro
responsabilidades e, o que é pior, de que a responsabilidade filantrópica é a mais
importante de todas por estar localizada no topo da pirâmide. A segunda limita-
ção é mais séria, e Carroll já a reconhecia em seu trabalho pioneiro: o modelo da
pirâmide não captura integralmente as interações entre as quatro responsabilida-
des. Para contornar esse problema, Carroll usou linhas pontilhadas para separar
2
Id., p. 500.
3
Id., 1991, p. 44.
4
Id., p. 45.
5
Schwartz e Carroll, 2003, p. 503-530.
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(ii i)
Exclusivamente
Ético
(iv) (vi)
Econômico/ Lega 1/ Ético
Ético (vii)
Econômico/
Legal/Ético
(i) (v) (i i)
Exclusiva mente Econômico/ Exclusivamente
Econômico Legal Legal
6
Id., p. 505.
7
Id., p. 506.
CAPÍTULO 2 Responsabilidade social e sustent abi lidade empresaria l
Figura 2.3 Modelos dos três domínios da responsabilidade social: domínio legal
8
Id., p. 512.
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Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável
A B
Econômico Legal
e D
Ético
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CAPÍTULO 2 Responsabilidade social e sustentabilidade empresaria l
9
Id., p. 520-521.
10
Comissão da Comunidade Europeia, 2002, p. 5.
11
ISO, 2004.
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ABNT, 2010 (grifo nosso).
13
Veja por exemplo a condenação à acumulação de riqueza na Terra em Mateus 6.19 e os conselhos ao jovem rico
para vender seus bens e dar aos pobres a fim de ganhar um tesouro no céu em Mateus 19.17 e Marcos 10.17, en-
tre tantas outras passagens semelhantes no Novo Testamento.
14
Mollat, 1989, p. 290.
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15
Hayek, 1984, p. 76.
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A ideia de um mundo melhor para todas as gerações sem prejudicar o meio am-
biente é um objetivo social desejado, o que faz com que ela seja popular no mundo
16
McCormick, 1992, p. 30-32.
17
Diegues, 1996, p. 29.
18
Comissão Mu ndial sobre Meio Ambiente e Desenvolvim en to, 1991, p. 46.
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Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável
19
Sachs, 2004, p. 15-16, e 1993, p. 24-27.
20
IBGE, 2012.
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CAPÍTULO 2 Responsabilidade social e sustentabilidade empresaria l
representa essas três dimensões por meio de círculos que se interceptam, repre-
sentação que já se tornou bastante conhecida. A redução a essas três dimensões
não implica perda ou abandono das outras dimensões citadas, mas uma concen-
tração no que é específico da atuação das organizações. Assim, uma organização
ou uma empresa sustentável seria, portanto, aquela que orienta as suas atividades
para alcançar resultados positivos nessas três dimensões da sustentabilidade que
lhe são específicas.
Dimensão econômica
Desenvolvimento
sustentável
Dimensão Dimensão
social ambienta l
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Marrewijk, 2003, p. 95-105.
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Sustentabilidade
Responsabilidade Organizacional
Organizacional
Responsabil idade
econômica
hoje
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Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável
Mas não é somente devido à pressão externa que essa área caminhou. Muitas
empresas e entidades empresariais se engajaram espontânea e ativamente na for-
mulação de propostas de gestão ambiental coerentes com os objetivos do de-
senvolvimento sustentável, criando para isso modelos de gestão que procuram
economizar materiais e energia, substituir insumos obtidos de recursos naturais
não renováveis por insumos provenientes de recursos renováveis, eliminar subs-
tâncias tóxicas, entre outras providências. Também com relação à gestão ambien-
tal vale o que foi dito para a qualidade. A implantação e operação de sistemas de
gestão ambiental de acordo com os requisitos da norma internacional ISO 14001
têm como patamar mínimo aceitável o atendimento da legislação aplicável e dos
programas, acordos e códigos de conduta que assumiram voluntariamente.
Diversos modelos de gestão empresarial foram criados para incorporar as di-
mensões da sustentabilidade, conforme a perspectiva do desenvolvimento sus-
tentável. O modelo que será mostrado em seguida está afinado com esses dois
movimentos em convergência, o da responsabilidade social e o do desenvolvi-
mento sustentável, e tem como pressuposto básico que a responsabilidade social
das empresas é contribuir para a superação das crises sociais e ambientais que
comprometem os pactos geracionais mencionados anteriormente.
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22
Barbieri, 2011.
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23
Elkington, 2001, p. 83.
2
• Id., p. 90.
25
Id. , ibidem.
26
Miles e Covin, 2000 e Orlitzky, Schmidt e Rynes, 2003.
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O modelo tripie bottom line ganhou popularidade, é citado com muita frequên-
cia e inspirou diversas variações. Uma dessas variações é o modelo dos 3Ps, de pro-
fit, peopie e pianet (lucro, pessoas e planeta), que representam as três dimensões da
sustentabilidade: econômica, social e ambiental, respectivamente. Como mostra
a Figura 2.8, a responsabilidade social, que se apoia no desempenho dessas três
dimensões, é a viga que suporta a sustentabilidade empresarial27 •
Sustentabilidade
empresarial
p p p
R E L
o o A
F p N
1 L E
T E T
Na realidade, o modelo dos 3Ps não avança com relação ao modelo dos três
resultados líquidos. Pelo contrário, enquanto este é um modelo de aplicação
geral usado para empresas, entidades públicas, cooperativas e outras organiza-
ções da sociedade civil sem fins lucrativos, o modelo dos 3Ps tem sua aplicação
restrita apenas às empresas, na medida em que associa a dimensão econômica
ao lucro. Já o modelo tripie bottom line tem sido aplicado a organizações não
empresariais, como órgãos públicos e governos locais, e recomendado por orga-
nizações sérias, como o International Council for Local Environmental Initiatives
(ICLEl) 28• A ideia é que as organizações de qualquer natureza, inclusive as do
setor público, também necessitam explicitar suas contribuições nessas três di-
mensões da sustentabilidade.
27
Marrewijk, 2003, p. 101. Fonte do autor: Wemple e Kaptein, da Erasmus University, de Roterdã.
28
ICLEI, 2003.
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29
Norman e MacDonald, 2004, p. 245-247.
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REFERÊNCIAS