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CONTABILIDADE DE GESTÃO

Capítulo 2 – Sistemas de Custeio

O apuramento do custo de produção é bastante complexo. Até agora foram vistos como
custos dos produtos todos os custos industriais ou de produção – custeio total. No entanto,
vão agora ser introduzidos métodos de custeio de produção em que não se consideram como
custos dos produtos a totalidade ou parte dos custos fixos industriais.

Custos Fixos – é o conjunto de custos que não varia, ou varia de forma pouco sensível,
quando varia o volume de atividade. Estes custos são também designados por custos de
estrutura ou custos de capacidade ou custos dos meios e são originados pela existência de
capacidades instaladas para produzir e vender.
Custos Variáveis – são aqueles que reagem às variações do volume de atividade
acompanhando-as no mesmo sentido, e de forma mais ou menos proporcional.
Estes custos são originados pela utilização das capacidades instaladas para a produção e
venda dos produtos.
Custos Semi-Fixos ou Semi-Variáveis – são constituídos por uma parte fixa e outra
variável.
Custos Totais – soma dos custos fixos e dos custos variáveis.

Existem várias alternativas de custeio consoante o tratamento que é dado aos custos fixos
industriais, nomeadamente:
— Sistemas de Custeio Total, full costing ou absorption costing – tanto os custos
variáveis industriais como os custos fixos industriais são incluídos no custo de
produção.
— Sistemas de Custeio Variável ou direct costing – apenas os custos variáveis
industriais são considerados como custos do produto ou serviço.

SISTEMA DE CUSTEIO TOTAL COMPLETO


Este sistema de custeio caracteriza-se pela incorporação no custo dos produtos/serviços dos
custos variáveis industriais e da totalidade dos custos fixos industriais, ocorridos em
determinado período.
A determinação do CIPA é feita da seguinte forma:

CIPA = (CV Ind.) + CFInd.

SISTEMA DE CUSTEIO RACIONAL


Quando se considera, em determinadas circunstâncias, que o sistema de custeio completo
não satisfaz as exigências de uma contabilidade moderna, o sistema de custeio da
imputação racional visa “reajustar” os custos completos de forma a que eles sejam
representativos das condições de exploração.
O sistema de imputação racional suprime a incidência da variação do volume de atividade
sobre os custos.
— Objetivo: tornar a evolução dos custos independente da variação do nível de atividade.
— Finalidade: estabilizar os custos completos em condições de exploração iguais.
— Princípio: imputar os custos de estrutura (custos fixos) ao custo de produção, na
medida em que os meios disponíveis são realmente utilizados.

Neste sistema de custeio, o custo dos produtos/serviços inclui, para além dos custos variáveis
industriais, apenas uma parte dos custos fixos industriais.
Aplica-se quando a produção real difere de uma forma substancial da produção considerada
normal, ou seja, quando se labora a níveis substancialmente inferiores aos da capacidade
instalada.
Os CF industriais a imputar ao custo dos produtos/serviços tem em linha de conta a relação
existente, em determinado período, entre a quantidade real produzida (Pr) e a produção
normal (Pn) e apenas a parte proporcional dos custos fixos industriais que obedece àquela
relação é incorporada no apuramento do CIPA. Ou seja:

CF Industriais a incorporar no custo do produto:

Pr
CF ' Ind  CFInd *
Pn

A determinação do CIPA é feita da seguinte forma:

CIP = CVIn + CFIn Pr


*
A d d P
em que: n
Pr – Produção real
Pn – Produção normal
CFInd. – totalidade de custos fixos afetos à produção
A diferença entre a totalidade dos CF industriais ocorridos num dado período e os CF
industriais incorporados no custo dos produtos (CF Ind. – CF’ Ind.) é considerada como um
custo do período e, portanto, incluída na DR na rubrica de Custos Industriais não
Incorporados (CINI).

SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL


— Trata-se mais de um método de gestão do que um método contabilístico,
propriamente dito.
— Pretende dar resposta às múltiplas necessidades de gestão.
Conceito base:
O volume de vendas do período deve:
- cobrir os custos do período
— Custos de atividade da produção e venda dos produtos vendidos.
— Custos de estrutura do período.
- libertar um lucro em relação aos produtos vendidos.

Consequências do princípio:
- qualquer análise de gestão em “direct costing” baseia-se nas vendas, ou seja, o volume de
atividade é medido em termos de vendas.
- todos os custos de estrutura do período devem ser suportados pelos produtos vendidos.
- os stocks de “pa” e “pvf” são valorizados a custos variáveis de produção.

A determinação do CIPA é feita da seguinte forma:

CIPA = CV Ind. unit. X Pr

Os CF industriais não dependem do nível de produção, estando antes relacionados com o


período de tempo e, portanto, não são incorporados no custo dos produtos, sendo
considerados na sua totalidade como custos do período em que ocorrem, incluídos na DR,
rubrica do CINI.

Quadro Comparação:

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