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verdade é que durante muitos anos essa gramiltica parecia


segredo, parecia mistério só desvendado por raros iniciados
nos caminhos do audiovisual. Até 1987 havia uma ou outra
publicação que também abria portas para os que chegavam
às faculdades de comunicação e as redações de 1Y. foi entlo
i\l,le Vera fris Paternostro publicou O Texto na ~

Quem tem tido o prazer de testemunhar o tr b Ih


Iris ao longo dos últimos anos sabe o qu n
aliar talento e disciplina, agllldld
o imediatismo das cobertura
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© 1999,2006, Elsevier Editora Ltda.


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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte.
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

P335t Paternostro, Vera íris


2.ed. O texto na TV: manual de telejornalismo / Vera íris Paternostro;
colaboração de Eduardo Marotla. - 2.ed., rev. e atualizada. - Rio
de Janeiro: Elsevier, 2006. - 4" reimpressão.
il.

Apêndice
Inclui bibliografia
ISBN 85-352-2029-1

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ELSEVIER o TEXTO NA TV 163

Algumas dicas para facilitar a edição na sua forma mais simples, que é a
que nos interessa aqui.

Capítulo 14
Primeiro Passo

A edição • Conhecer o material bruto. Decupar o material gravado na rua, detalhada-


mente, percebendo e sentindo as sonoras, as imagens, as passagens, o o./f
do repórter - tudo que foi captado para aquela reportagem.
Não deixe passar nenhum detalhe, vai fazer falta mais tarde.
A decupagem bem feita, atenta e precisa é fundamental para sua edi-
ção. Decupar não é perder tempo.
• A decupagem é o princípio. Cada editor escolhe a sua forma pessoal de
o Coelho Branco colocou os óculos e perguntou:
_ Com licença de Vossa Majestade, devo começar por onde? . decupar, mas todos devem anotar o time code e registrar o que é mais
_ Comece pelo começo - disse o Rei, com ar grave - e vd até o fim. significativo no material bruto.
Vamos precisar dessas marcações.
Então, pare.
LEWIS CARRoi.;L • Ao final de uma boa decupagem, você vai ter noção da matéria. O que
Escritor inglês sobra, o que falta, o que é para ser destacado, o que pode ser ignorado.
Qual é a melhor sonora, qual imagem deve ser valorizada. Como come-
çar e como terminar a edição.
Ensinar as regras da edição não é o objetivo deste livro. Mas não pode~os
deixar de destacar a importância da edição no telejornalismo: é com a edição
que uma reportagem ganha o formato final para ir ao ar. O texto jornalístico Segundo Passo
na televisão está, portanto, ligado à edição. .
• Você precisa fazer um plano de edição. Cada um tem o seu jeito de fazê-lo,
Editar é uma arte. No sentido de lapidar a reportagem usando seus mgre-
mas deve ser por escrito, simples, item a item. Escrever um roteiro ajuda a
dientes básicos _ imagem, informação e emoção - para contar uma história
ordenar o pensamento. É uma forma de raciocinar, descobrir como a repor-
no tempo certo. O tempo certo de cada reportagem ~epende da i~portância
tagem pode render, se tornar clara, objetiva, informativa e interessante.
jornalística do assunto e da força ~as ima~ens: O ~1:mo e o estilo ~e. cada
O enfoque da edição é desenvolvido a partir desse plano. Nesse mo-
telejornal são fatores que també~ mfluenCl~~ a edição de u~a,,~aten.a. .
mento, vale a pena lembrar a lição que o Coelho Branco recebeu de Sua
Editar é dar sentido ao matenal bruto. E montar a matena . selecíonar
Majestade ...
imagens e sons e colocar imagens e sons selecionados em uma forma lógica,
clara, objetiva, concisa, de fácil compreensão para o telespectado.r.
Editar é contar a história que foi apurada, com começo, meio e fim ... rceiro Passo
Editar requer sensibilidade, concentração, crjativi~ad . d dica~ão, h~b.ll- -------
Destacar :111ill(ClI'llI:1 'cs C]U scrâo dndns 11:.l al . ,a, o lead da matéria.
dade e paciência. E, sem dúvida, quand falam fi de e It ':\(\ rm ltl 'J rnaIIS~11().
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164 VERA fRIS PATERNOSTRO

É interessante ter pelo menos uma idéia do texto da cabeça - não • As imagens captadas na rua não são os únicos recursos visuais da matéria.
precisa ser o texto final- antes de começar a editar. Como a Editoria de Arte é parte integrante do Jornalismo você pode
enriquecer a edição com mapas, gráficos, desenhos. A arte não serve para
"tampar buracos de off ", mas ajuda a informar, a valorizar a notícia.
Quarto Passo • Outras vezes, uma imagem de arquivo encaminha o entendimento do
• A edição de uma matéria é trabalho de dois profissionais. O editor de assunto. O Arquivo de Imagens é fundamental na emissora, por isso pro-
texto e o editor de imagem, juntos, discutem e planejam a edição da cure entender como funciona para pedir o que deseja com clareza.
matéria na ilha de edição. • Outro ponto muito importante: a deixa de uma matéria no script é uma
• O processo é simples: sons e imagens são colados da forma que se deseja. A marcação técnica que precisa ser correta, clara e objetiva. Não pode criar
estrutura da matéria em edição vai ter como base o texto off no qual são dúvidas, não pode estar errada. Não pode ser confusa, nem ter mais de
inseridas as sonoras (entrevistas cortadas), a passagem do repórter, os sobe uma interpretação. Tem de ser exata. Mas somente a deixa do texto não é
sons, o som em BG (background), as artes até a finalização da matéria. suficiente. É preciso detalhar quem "dá" aquela deixa (o repórter, o entre-
• A edição de matérias para telejornais segue uma narrativa linear, muitas vistado, o sobe som). E, se for uma deixa de imagem, deve ser bem
vezes cronológica. Mas qualquer narrativa precisa de iscas para prender a explicada.
atenção do telespectador. Por exemplo: um off grande seguido de uma • A edição de uma matéria é totalmente subjetiva. Nunca haverá duas edi-
sonora longa provoca desinteresse. Uma edição corri ritmo e equilíbrio ções iguais do mesmo assunto realizadas por editores diferentes. Não existe
atrai o telespecrador, modelo, formato ou regra a ser obedecida. Usem a criatividade e tenham
• O offnão deve dizer o que o entrevistado vai falar. É melhor encaminhar ousadia, mas o bom senso deve prevalecer.
o texto para a sonora e despertar o interesse do telespectador.
• Não deixe de identificar nos créditos o nome do entrevistado, do repór-
Edição não-linear
ter, da cidade, do estado. São informações complementares que ajudam a
A alta tecnologia muda a concepção de edição no telejornalismo.
entender a reportagem.
• A presença do repórter na matéria pode ser variada. Evite as aberturas a Os computadores com processadores mais rápidos, placas de captura (trans-
não ser em casos excepcionais. O repórter entra na matéria quando tem formam imagens em dados), softwares específicos e com grande capacidade de
uma informação a acrescentar. Nem sempre a participação do repórter armazenamento permitem edições ágeis, diferentes e finalizadas do material
precisa estar no meio do VT, pode estar n~ encerramento ou ao lado de bruto em tempo recorde. Transformam o processo no tempo e no espaço.
um entrevistado no contra plano de uma pergunta. É um modelo que lembra o momento em que as máquinas de escrever
• Muitas vezes, a edição tem uma bela seqüência que é interrompida pela foram substituídas por computadores nas redações.
passagem do repórter. É uma entrada forçada. A passagem do repórter é a Na máquina, você escrevia cada palavra na seqüência da outra e quando
presença do autor da matéria, mas o que é bom para uma edição pode não «LI ria mudar tinha de apagar com corretivo. Mesmo assim, para caber na-
qu I espaço, pr i ava de uma palavra do mesmo tamanho, ou então rebatia
ser bom para outra.
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• Nas reportagens dos telejornais, hard news vo 1\ d 'v' vital' us I·
músicas ou trilhas son ras xt ma Õ mar ~ria, I~~
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166 VERA íRIS PATERNOSTRO

• Os softwares t am b em
' permItem
. . efeitos para a passagem de u
cnar
Na ilha de edição convencional, temos duas máquinas de videotape: a
cena para outra, além do corte seco. O mais comum é afusão ou disso:e~
fita com material bruto "roda" na player e os trechos selecionados são grava-
acele cena some enquanto a outra aparece. Há também oIas, motion p .
dos na recorder. Um sistema de controle remoto comanda a seleção das cenas a7 e:ar, o sloui motion, em câmera lenta, ou ofreeze, para congelar ~.:::
naplayer, marcando os pontos de entrada (in) e de saída (out), e a gravação no se ecionar o trecho e aplicar o efeito, com o mouse. .
recorder. • ~ uso de efeit~s em uma edição jornalística deve ser criterioso. O excesso
Como as cenas são gravadas em seqüência (ou seja, a edição é linear), para C ~~ a datençao do telespectador para a edição e não para a informação.
se trocar uma imagem, depois de pronta a edição, é necessário fazer uma oefeito
~ eve ser usado
, q uan d o necessano para acrescentar
r • alguma infor-
cópia da matéria. maçao ao que esta sendo mostrado.
Na edição não-linear, as imagens podem ser mudadas de lugar, a qual- • Ahmatéria editada de forma não-linear precisa passar por um processo
quer momento, sem ser preciso fazer cópia. Basta arrastar a imagem de lá pra c, amado renderizaçã~ :ue vai transformar as diversas trilhas de áudio e
cá com o rnouse: um clic e pronto: temos uma nova edição! v.Ide~ mo.ntadas na edição em um único arquivo de saída. Como a rnaté-
Vamos "decupar" esse processo. A seguir, as etapas básicas de um progra- na fo: editada em ~aixa resolução, é necessário passar para alta resolução
ma de edição de imagem no computador. para Ir ao ~r. Depois de renderada, a matéria será gravada em uma rnídi
como o diSCO óptico ou vai para o ar por um play-out. Ia,
• O material bruto é transferido para o computador em uma operação cha-
mada captura (ou ingest), que transforma as imagens em dados. Os arqui- Com
d a edição
' . não-linear,
. . acaba de vez o trabalho mecâni
ecamco d e monta-
vos digitais das imagens são armazenados nos discos rígidos e o acesso a ge~ e ~a:en~s, que existia na edição linear. O computador reduz ainda
mais a distância entre a técnica e o jornalismo, e as facilidades da edição
eles é em velocidade muito rápida.
• Nos arquivos de imagens no disco rígido, é necessário selecionar os tre- garantem um melhor entendimento da informação.
chos que serão usados na matéria que será editada. É o que se chama . ialísti novos recursos de nada adiantam se não preservarmos o rigor
jorn isuco.
importar arquivos.
• No workspace, ou estação de trabalho, o monitor exibe as telas player e
recorder nos quais as imagens podem ser editadas. Se você arrastar o arqui- -- Não se esqueça:
vo para a telaplayer, terá ali todo o material "bruto" com as imagens que
serão editadas. Há um comando para marcar o início e o fim do rrech
J Nã~ imp~rta de que forma você vai editar: a decupagem é fundamental
ovens !O~nalIstas chegam às redações sem saber decupar. .
escolhido. Depois das marcações, basta arrastar co~ o mouse para a tela
Insistimos: a boa decupagem evita desperdício de tempo.Veja o modelo.
recorder. E a matéria vai sendo montada.
• Enquanto a matéria é montada na recorder, a janela da timeline (a linha do
00:03:20 geral: rua / porta teatro / gente
tempo), logo abaixo, mostra os clips lado a lado e o que você vê é uma
00:10:40 ~ atro / frente / PAN BOA / baixo pra cima
espécie de rascunho da matéria. Os clips podem s r ub rituídos ou ale ra
00: :. O IIU "'I~uditóri / vário takes
dos, com o mouse, tanto na janela da timeline orno 110 m nit r.
01: 10:' O IIl'1pll'l':tra l/rlkf'sclirerl'I1I"S / g .r al / abcrro
• Assim como pod!TI xi rir v:irins \ nn Ias de víd. 0, \,lIl1h 111 . possívcl
()I; 0:10 tltll' instrtnnmta,
01 ar várias hnndas de i uclio n;I/;lIIl'li"r. 11 I I '111 I 111 OS qllt" 1 cl'llIi
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ELSEVIER
168 VERA íRIS PATERNOSTRO

03:12:12 entrevista maestro I


05:00:10 pergunta: projeto I inspiração I futuro
05:40:22 emoção maestro III MUITO BOM- Capítulo 15

08:00:20
10:00:00
maestro regendo I variadas
passagem repórter I VALE A TERCEIRA
o script
13:25:00 música - direto sem corte
18:30:00 final música I
vÁRIOS ...
20:00:10 repete música I detalhes MÚSICOS I INSTRUMENTOS
29:40:00 Contraplanos I
A lauda do telejornalismo já está na tela dos terminais de computadores nos
quais também temos todas as funções da produção de um telejornal, desde a
elaboração da pauta até a exibição. As redações estão no mundo da informática.
E isso é sensacional!
A tecnologia da informação invadiu as redações na década de 1990 ba-
sicamente na forma de dois sistemas (sofrwares) o NewsMaker e o AvidNet-
Station.
A redação informatizada permite total comunicação entre os vários ter-
minais colocados nas bancadas nos mesmos locais onde anteriormente exis-
tiam as antigas máquinas de escrever.
Cada jornalista precisa de uma senha para se conectar ao sistema e pode
otimizar a tela de seu terminal de acordo com as funções que pretende utili-
zar. Cada um tem na sua tela, aquilo de que necessita.
Normalmente, há um controle hierárquico, cada pessoa tem um nível de
acesso e só pode visualizar ou editar aquilo que lhe é permitido. Esses níveis
de acesso variam conforme o trabalho de cada um na elaboração do telejornal.
Na Rede Globo, por exemplo, só tem acesso aos scripts do Jornal Nacio-
nal os editores e as chefias diretamente envolvidos no jornal, o que não impede
qll os scripts possam ser lidos (apenas lidos) por outros jornalistas que não
Irabalharn na quip que pertençam aos outros setores da redação.
Um:1 Ias gr-:llld ~1::l ns da h ada da inh rmática às redações é o
.11 esso r: pidn; ~IPIlII'o'd(' illl(lrIn:t~';ln, tais 'orno :'gt:ncias d . nOI'( ias na i -
1I.1i.~(' illl('11I1I IClII.11 • ( hll 1.1 V;IIII.lg(·11l « ,I ,ll\ili I.lIk I 0111 (!I 11' v; ri,ls I 'SSO;IS tI:l

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