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Prof.

ª Celina Gil

EFFOM
2024

AULA 04
Desenvolvimento II

Prof.ª Celina Gil


AULA 04 – DESENVOLVIMENTO II 1
Prof.ª Celina Gil

Sumário
Apresentação 3

1 – Repertório de redação 4

1.1 – Adolescência e juventude 4

1.2 – Trabalho e suas novas configurações 6

1.2 – Saúde Mental 7

2 - Desenvolvimento - Tipos de Argumentação 10

2.1 – Tipos de argumentos I. 11

2.2 – Análise de redação 14

2.3 – Tipos de argumentos II. 15

2.4 – Análise de redação 18

2.5 – Exercícios de argumentação 19

3- Prática de redação 27

Considerações Finais 27

Siga minhas redes sociais!

Professora Celina Gil @professoracelinagil @professoracelinagil

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Apresentação
Olá!

Continuaremos aqui nosso estudo sobre o desenvolvimento. Essa é a parte à qual você deve se dedicar
com maior profundidade na sua redação. O importante é investir ema uma argumentação aprofundada!

Na aula de hoje, veremos então:

- Prática e estudo de desenvolvimento dos argumentos a partir de diferentes comprovações;


- Exercícios de identificação de temática; desenvolvimento de argumentos e planejamento de redação; e
- Prática de redação

Nossas aulas de redação serão sempre compostas de 3 partes:

1 - Análise social
Apontamentos acerca de assuntos ligados ao contemporâneo.
Esses apontamentos têm o objetivo de fortalecer seu repertório e auxiliar na
elaboração de argumentos.

2 - Estudo de uma parte da dissertação


Estudo aprofundado de uma das partes que compõe o texto dissertativo.
Vamos passar por introdução, desenvolvimento, conclusão e coesão/coerência.

3- Produção textual
Análise de redações/trechos de redações e/ou exemplo de produção textual.
Propostas de redação inéditas para serem executadas pelo aluno.

Vamos lá?

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1 – Repertório de redação
Nosso repertório de redação de hoje fala sobre questões contemporâneas que frequentemente
podem ser tema de provas.

Tópicos da aula

Adolescência e Trabalho e novas


Saúde Mental
juventude configurações

1.1 – Adolescência e juventude


Trabalho e estudo
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23% dos jovens
brasileiros não trabalham e nem estudam (os chamados jovens nem-nem). A maioria é de
mulheres de baixa renda, um dos maiores porcentuais de jovens nessa situação entre nove
países da América Latina e Caribe. Ainda segundo a pesquisa, 49% se dedicam exclusivamente
ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo. As
razões para esse cenário são problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, falta de
políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos, entre outros. Embora o termo
nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, 31% deles estão
procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da metade – cerca de 64% – dedica-se
a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres. Para falar sobre o
assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Ruy Braga, do Departamento de
Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, especialista em
Sociologia do Trabalho.
Para Braga, essa geração nem-nem é um fenômeno que já ocorre há algum tempo no
mercado de trabalho brasileiro e não apresenta aspectos positivos para o País. O problema é
que esse número vem aumentando exponencialmente nos últimos anos. Tal aumento se deu,
segundo o professor, pela recente crise econômica e política, “que acaba se transformando
em uma espécie de crise social generalizada”, atingindo principalmente a juventude, camada
mais suscetível ao desemprego. Um dos motivos para esse fenômeno é a baixa qualificação dos
jovens, que acabaram de entrar no mercado de trabalho e, portanto, são menos experientes.
Outro motivo seria o colapso do sistema educacional, que não é capaz de atrair o jovem para
os estudos.
(Jornal da USP, Número de jovens que nem estudam nem trabalham cresceu com a crise, 18/12/2018. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-nem-estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/>
Acesso em 13/11/2020)

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Novos modos de vida


"Freegans" vivem de lixo para reverter desperdício
Movimento que prega existência frugal e combate consumo ganha força nos EUA
Sob filosofia da reciclagem e reaproveitamento, adeptos evitam compras e coletam alimentos
jogados fora por mercados e restaurantes
Denyse Godoy, de Nova York

Eles podem representar os primórdios ou o futuro da humanidade. Os freegans -"free" (livre


ou grátis) + "vegan" (vegetariano)- valorizam o senso de comunidade e obtêm os meios para sua
subsistência principalmente da coleta. Em um momento de grande preocupação com a
ameaça aos habitantes do planeta que a mudança climática apresenta, e sendo o estilo de vida
dos homens apontado como o grande responsável, a filosofia freegan, que nasceu nos EUA em
meados da década de 1990, tem ganhado mais força e adeptos.
"Eu estava com mais ou menos 17 anos quando decidi me recusar a participar desse sistema
de grandes corporações que exploram o trabalho alheio, do hábito de consumir por consumir,
da extrema competição entre as pessoas. Resolvi não compactuar com o capitalismo", explica
Adam Weissman, 29, um dos líderes dos freegans em Nova York. Ao menos uma vez por
semana eles se encontram nas ruas da rica Manhattan para conseguir alimentos. E, já que a
palavra comprar não faz parte do seu vocabulário, a tática que lhes resta é o chamado
"dumpster diving" -um mergulho exploratório no lixo.
(Folha de São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007 )

Maioridade penal
A maioridade penal a partir dos 18 anos está estabelecida na Constituição de 1988, no artigo
228, que afirma que os menores de idade são inimputáveis e estão sujeitos a norma especial.
Mas por que 18 anos, e não qualquer outra idade? Isso tem a ver com a chamada doutrina da
proteção integral, uma diretriz internacional criada a partir da Convenção Internacional dos
Direitos da Criança, adotada pela Organização das Nações Unidas em 1989.
Apesar de que a convenção não determina qual idade deve ser escolhida para a maioridade
penal, ela define como criança todo ser humano com menos de 18 anos de idade. O Brasil e
quase todos os países do mundo são signatários desse tratado e grande parte deles baseia seu
sistema penal para jovens a partir dessa convenção.
A doutrina da proteção integral aparece mais claramente no artigo 227 da Constituição, que
fala sobre a obrigação da família, da sociedade e do Estado de assegurar, com prioridade
absoluta, os direitos fundamentais da criança, do adolescente e do jovem. Por tudo isso, antes
de completar 18 anos de idade, uma pessoa não pode ser responsabilizada como um adulto
no Brasil.
Disponível em <https://www.politize.com.br/maioridade-penal/> Acesso em 26 mar. 2021

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1.2 – Trabalho e suas novas configurações

O profissional do século XXI


10 de dezembro de 2007
E como dever ser o profissional do século XXI? Bem, ele deve possuir muitas características,
entre elas, empreendedorismo, resiliência, proatividade, liderança energizadora, percepção,
comunicação, persuasão, assertividade, criatividade, cultura, humanismo. Todas elas têm
sido muito requisitadas pelas empresas, mas devemos lembrar que não se trata de buscar
profissionais supra-humanos, visto que isso é impossível e têm levado muitos a um nível
elevado de estresse. Trata-se, apenas, de reconhecer seus potenciais e limitações, e a partir
daí, de forma equilibrada e estruturada, buscar o autodesenvolvimento.
Também não podemos esquecer da relevância da tecnologia na vida de um profissional
globalizado. Independentemente da área do conhecimento, ela fornece a base conceitual
necessária a uma evolução do pensamento e da análise. Ainda, a utilização de ferramentas
tecnológicas é um fator de diferenciação no mercado de trabalho. Compreender claramente
o ambiente altamente tecnológico em que vivemos e suas correlações é fundamental para
qualquer profissional, mas nada exacerbado que nos torne consumidores compulsivos
dessas tecnologias. Por outro lado, os profissionais não podem ficar desatualizados com tal
evolução e devem saber usá-la a seu favor para gerar resultados efetivos.
(Acessado em https://administradores.com.br/noticias/o-profissional-do-seculo-xxi, disponível em 28.05.2019)

Trabalho ininterrupto
Embora exista a ideia corrente de que é extremamente importante estarmos sempre fazendo
alguma coisa, produzindo, inventando, inovando, investindo em nosso tempo e em nossa
imagem, "fazendo a diferença", como dizem alguns especialistas, é importante perceber que
os grandes momentos de criação estão intimamente ligados aos períodos em que
supostamente alguém não estava fazendo nada de especial.
(...)
Segundo alguns relatos, o excepcional Einstein, por exemplo, passava horas olhando trens se
deslocando sobre os trilhos de uma estação ferroviária. A partir dessas suas ociosas
observações nasceram novos e revolucionários conceitos e teorias sobre o tempo, o espaço e
a matéria que mudaram totalmente os rumos da ciência. Mas com certeza não foram poucos
os que o achavam um homem esquisito e sem nada de mais interessante e útil para fazer.
(disponível em http://www.plurall.com/forum/cultura-trance/textos-poesias/27120-importancia-nao-fazer-nada/, site
consultado em 04.07.2011)

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1.2 – Saúde Mental


O termo “saúde mental” tem entrado no nosso vocabulário e se tornou popular entre as pessoas
mais jovens devido a uma série de acontecimentos.

Segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-
estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser
produtivo e contribuir com a sua comunidade1.

Para a ONU, a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, como ansiedade
(também chamado de transtorno de ansiedade generalizado), depressão, transtorno bipolar etc. É o bem-
estar físico, mental e social. Não é apenas uma questão clínica: fatores socioeconômicos podem
influenciar numa perda da saúde mental.

Questões recentes sobre o assunto:

Relação com as drogas:


Tiroteio na escola em
Abuso de medicação a discussão da
Suzano: debate sobre a
como ansiolíticos e internação
saúde mental entre os
antidepressivos compulsória a
jovens.
dependentes químicos

Saúde mental na
Busca pelos padrões pandemia e em O preconceito contra
de beleza e sociais tempos de isolamento pessoas neuroatípicas
social

Sociedade do cansaço
Um termo que tem aparecido frequentemente em discussões acerca do contemporâneo é
Sociedade do cansaço. Vamos investigar um pouco esse termo para que você possa ser capaz de utilizar
essas ideias em sua redação.
Byung-Chul Han (1959 - ), professor e filósofo sul-coreano, abre seu livro homônimo com a frase
“Cada época possuiu suas enfermidades fundamentais”. É a partir dessa ideia de que ele desenvolve o
conceito. Vivemos em uma sociedade que enfrenta um aumento considerável de doenças como
depressão e transtornos de personalidade, além de síndromes como hiperatividade e Burnout – distúrbio
psíquico que advém de um grande esgotamento físico e mental. Para ele, vivemos num momento de
violência neuronal.
Um elemento identificado pelo filósofo como possível causa para isso está em nossa cobrança
constante por sucesso. Nossa sociedade é focada no desempenho: nos cobramos cada vez mais para
apresentar resultados. Isso se torna agravado por uma ideologia da positividade: sentimos que devemos
ser felizes, positivos, animados e bem-sucedidos o tempo todo. Basta ver como o mercado de discursos
motivacionais cresce sem parar desde o início do século XXI. O problema é que esse reforço motivacional
constante já mostra seus efeitos colaterais.

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SOCIEDADE DO DESEMPENHO
Outro termo utilizado pelo filósofo no livro “A sociedade do cansaço” é sociedade do
desempenho. Para ele, a necessidade de obter sempre excelência em tudo o que fazemos
é um modo de manter os sujeitos controlados e disciplinados.
Dito de outra forma, não buscamos mudar as estruturas – mesmo aquelas que são
prejudiciais a nós mesmos – porque sentimos forte necessidade de sempre obtermos o
máximo de desempenho em tudo o que fazemos.
Numa sociedade guiada pelo desempenho, é preciso ter sempre novos projetos, alta
produtividade, iniciativas e metas a serem batidas. Por vezes essas imposições vêm de
figuras hierarquicamente acima de nós – chefes, por exemplo – por outras, são impostas
por nós mesmos.

É possível pensar em diversos temas a partir dessas ideias:


- A saúde mental no contemporâneo.
- O reforço às ideias de empreendedorismo, ou seja, a valorização da iniciativa pessoal no
mercado de trabalho.
- A necessidade de se encaixar nos padrões da sociedade – de comportamento e
pensamento.
- O crescimento da indústria da motivação e dos produtos motivacionais no
contemporâneo.

A sociedade do cansaço é um repertório que pode ser utilizado em diferentes assuntos, por
exemplo:

Empreendedorismo Necessidade de se
Saúde mental no e iniciativa pessoal encaixar em padrões
contemporâneo no mercado de de comportamento e
trabalho pensamento

Indústria da
motivação e
produtos
motivacionais

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ZONA DE SPOILER!!
Bicho de sete cabeças (2000) Dir.: Um dia de fúria (1993) Dir.: Joel Foi apenas um sonho (2008) Dir.: Sam
Laís Bodanzky Schumacher Mendes

Neto é um jovem de classe Bill Foster é um homem ordinário de Em 1955, o casal Frank e April está
média que vive uma vida vida comum. Um dia, tentando vivendo uma crise no seu casamento.
comum. Um dia, seu pai chegar em casa para o aniversário Ele trabalha 10 horas por dia e ela
descobre drogas em seu bolso e da filha, ele perde a paciência, tem cuida da casa em um convencional
decide mandá-lo para uma um surto de raiva e começa a subúrbio. Eles começam a planejar
instituição psiquiátrica. Lá, ele resolver seus problemas – mesmo modos de se rebelar contra o tédio
descobre uma realidade os insignificantes – com violência. de suas vidas.
absurda e desumana.
Relatos Selvagens (2014) Dir.: As vantagens de ser invisível (2012) Cisne Negro (2010) Dir.: Darren
Damián Szifron Dir.: Stephen Chbosky Aronofsky

O filme se divide em seis Charlie é um adolescente de 15 anos Nina é uma bailarina cuja vida é
episódios. Em cada uma das lidando com muitas questões: seu completamente consumida pela
pequenas histórias, explora-se o melhor amigo se suicidou, seu dança. Haverá uma nova montagem
modo como reagimos a primeiro amor, suas tentativas de se do Lago dos Cisnes na companhia e
situações extremas e como encaixar na sociedade e encontrar Nina é a primeira escolha para o
lidamos com stress. Atente- se pessoas com as quais se identifique papel principal do espetáculo. Ela
principalmente aos episódios e sua própria saúde mental. Ele está enfrenta, porém, a competição com
Bombita e Hasta que la muerte buscando seu lugar no mundo. outra bailarina, Lily, para o papel.
nos separe.

FIM DO SPOILER
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2 - Desenvolvimento - Tipos de Argumentação


Há alguns modos de construir sua argumentação que podem deixar seu texto completo. É sempre
importante relembrar, também, que o seu repertório não é o seu argumento. Ainda que possa se
confundir em determinado ponto, o seu argumento é uma coisa e o seu repertório é outra coisa.

Analogia (ou comparação)


• Partindo do princípio que se deve tratar os iguais como iguais, a
comprovação por analogia faz uso de exemplos de casos semelhantes
para comprovar uma ideia.

Autoridade (ou por citação)


• A comprovação por autoridade faz uso das falas ou preceitos de um
especialista no assunto, reconhecido publicamente ou presente nos
textos de apoio, para corroborar as suas ideias.

Causa e consequência
• Para comprovar a ideia, buscam-se relações de causa e consequência,
ou seja, de motivos e efeitos resultantes.

Dados
• Aqui, a ideia é sustentada a partir dos dados concretos apresentados
(como estatísticas e porcentagens).

Exemplificação
• Aqui, o autor baseia a defesa de seu argumento em exemplos
representativos.

Literatura e demais produtos culturais


• Aqui utilizamos obras cânone, ou seja, aquelas considradas clássicas.

Vamos passar por alguns dos modos de argumentar para que você possa praticar um
pouco a feitura de cada um deles.

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2.1 – Tipos de argumentos I.


Vamos partir de dois pequenos textos de apoio para compreender que argumentos poderiam ser
desenvolvidos. Já partiremos de um tema, recorte temático e tese desenvolvidos.

Texto 1.

Vivemos a era da informática, das informações livres e da acessibilidade fácil e rápida a elas. As
tecnologias se renovam, incessantemente, favorecendo e permitindo o contato das pessoas a todos os
assuntos, a todos os lugares e a hora que quiserem. Esta é a internet, o mundo de possibilidades que se
veio de fato para ficar e hoje o mundo não existiria sem ela. A internet é o sol no centro deste sistema
globalizado que aquece a tudo e todos. Mas acontece que, como tudo nesta vida, a lei criacionista de
“causa e efeito” sintetiza uma máxima: tudo que é demais enjoa. Enjoa, mas também adoece. Muitos
problemas e dificuldades despontaram por conta do surgimento da internet. Problemas que nem ousarei
enumerar, mas quando refletimos quais seriam eles, rapidamente identificamos. Admito que muitos já
existiam e que a internet só acentuou sua gravidade. Me limitarei a um agravante que recebe pompas de
transtorno, reconhecido pela Associação Americana de Psicólogos como uma dependência tão crônica
quanto à de substâncias como álcool e cocaína, a Internet Addiction Disorder (Transtorno do Vício de
Internet).

Disponível em: <https://canaltech.com.br/comportamento/O-Transtorno-do-Vicio-em-Internet/> Acesso em:


ago.2019.

Texto 2.

Jovens da geração da internet constantemente interagem remotamente com pessoas de todo


lugar, literalmente, de tal modo que, mesmo quando estão interagindo com uma pessoa que conhecem,
essa pessoa está atrás de uma tela. Sob condições ancestrais, nossos antepassados só se comunicavam
cara a cara, em contextos em que não havia desindividualização. Em suma, hoje é muito mais fácil os
jovens serem mesquinhos e cruéis uns com os outros do que foi em qualquer momento passado da
história humana, graças à internet. E resultados sociais que geram sofrimento podem, sem dúvida alguma,
exercer consequências graves sobre a saúde mental.

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/08/1907983-com-internet-cada-vez-mais-jovens-


sofrem-de-depressao-e-ansiedade.shtml> Acesso em ago. 2019.

A partir desses textos de apoio, pode-se depreender que um possível tema, recorte temático e a
tese a ser desenvolvida na redação são, respectivamente:

TEMA: Relação do homem com a tecnologia.

RECORTE TEMÁTICO: O vício em internet.

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TESE: A internet deve ser utilizada com responsabilidade, pois o vício nessa tecnologia pode trazer
problemas à saúde mental e, por consequência, prejudicar outras áreas da vida não necessariamente
ligadas ao mundo virtual.

Comprovação por analogia


Um analogia é uma relação de semelhança entre coisas ou fatos distintos. Normalmente ele segue
uma relação lógica entre os termos a partir de suas semelhanças.

Ex.: Esse doente apresenta manchas avermelhadas pelo corpo, febre e mal estar intenso. Manchas

avermelhadas pelo corpo, febre e mal estar intenso são sintomas do sarampo. Logo, esse doente tem

sarampo.

Nas orações, é a recorrência de elementos idênticos que permite a analogia: se o doente possui
características que o sarampo causa, então o doente tem sarampo.

Também pode aparecer como uma associação entre pares não semelhantes. Na matemática essa
estrutura é bastante comum: A está para B, assim como C está para D.

Ex.: Amor está para ódio, assim como alegria está para tristeza.

Nas duas orações temos uma associação entre opostos: amor é oposto a ódio e alegria é oposta a
tristeza. Assim, a relação entre amor e ódio é a mesma que a relação entre alegria e tristeza: de oposição.

Mas como isso pode ser acessado na hora de escrever uma argumentação?

Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por analogia:

Ex.:

O uso excessivo da internet já se configura um vício, podendo ser considerado mesmo uma
doença. Isso se comprova a partir do comportamento que algumas pessoas assumem
quando afastadas, por exemplo, do celular. Assim como dependentes químicos que, quando
em abstinência de álcool ou drogas, chegam a sofrer fisicamente pela falta do vício, também
os viciados em celular podem apresentar sintomas na ausência do aparelho. Também em
função disso, a Associação Americana de Psicólogos já reconhece o Transtorno do Vício de
Internet.
Comprovação por autoridade
Na comprovação por autoridade, utiliza-se a opinião de outras pessoas como base para a
argumentação. Claro que numa redação dissertativa o corretor quer ver sua opinião sobre os assuntos e
valoriza sua capacidade argumentativa. Porém, apoiar sua informação em especialistas é um modo de
demonstrar à banca que você possui embasamento, ou seja, que aquilo não é pura e simplesmente sua
opinião pessoal.

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Diversos elementos podem servir como base para um argumento por autoridade:

• Estudiosos e pesquisadores

• Instituições respeitadas, como associações e centros de pesquisa

• Filósofos, sociólogos e demais cientistas, estejam eles citados nos textos de apoio ou não.

ATENÇÃO!
Muitas vezes, os alunos acham que devem decorar citações de filósofos ou pensadores importantes
para a redação. Não se preocupe com isso.
As teorias filosóficas são complexas e dificilmente podem ser resumidas em uma frase.
Se você não conhece o autor e sua teoria, apenas citar uma frase pode produzir o efeito contrário e
fazer com que você perca pontos!
Descontextualizar uma frase pode esvaziar seu significado, ou seja, pode ser que o estudioso
quisesse dizer algo diferente do que você entendeu lendo apenas uma frase.
Se quiser citar algum pensador, tenha certeza que você é capaz de explicar seu pensamento. Não
é preciso citar palavra por palavra o que ele disse. É mais seguro, para não incorrer em erros, falar
sobre o autor e suas teorias, mas sem usar citações.

Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
construção de desenvolvimento por autoridade:
Ex.:

A internet vem sido utilizada de maneira tão exacerbada que a Associação Americana de
Psicólogos já considera o vício em internet uma dependência crônica. Esse transtorno vem
sendo chamado de Transtorno do Vício de Internet. Essa definição parte principalmente da
percepção de que quando nos encontramos distantes da tecnologia ou do acesso à
internet, podemos reagir do mesmo modo que dependentes químicos. Isso demonstra que
o uso da internet se tornou tão fora de controle que chega a nos afetar fisicamente.
Comprovação por causa e consequência
Na comprovação por causa e consequência, buscam-se relações causa e feito para comprovar a
tese. Assim, a argumentação se baseia em motivos para o problema e seus efeitos resultantes.
Ex.:

O uso desmedido da internet tem causado problemas à saúde mental, principalmente entre
os jovens. Essa camada da população tem um contato muito maior com a internet,
principalmente através do uso das redes sociais. Como as redes sociais promovem interação
de maneira remota, há maior facilidade em agir de maneira agressiva ou cruel.
Consequentemente, os usuários ficam mais expostos a situações de conflito, podendo
chegar mesmo a desenvolver uma série de quadros clínicos por conta desse tipo de
interação.

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2.2 – Análise de redação


Veja um exemplo de redação que constrói sua argumentação a partir de vozes autorizadas
(argumento de autoridade). O tema da redação era “O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda
têm lugar no mundo contemporâneo?”, e apareceu na prova da FUVEST (2011).
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão

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2.3 – Tipos de argumentos II.


Texto 1.

De acordo com a Lei 8.213, de 1991, empresas com cem ou mais colaboradores são obrigadas a
preencher de 2% a 5% de seus cargos com pessoas com deficiência (PCDs) ou beneficiários reabilitados. A
Lei, que completou 25 anos em 2016, trouxe grandes conquistas para essa parcela da população: de
acordo com o Ministério do Trabalho, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 20% na participação
desses profissionais no mercado. Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
de 2010, há cerca de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência – quase 24% da população.
Entretanto, na última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), realizada em 2014 pelo Ministério do
Trabalho, apenas 381 mil vínculos empregatícios são declarados como PCDs – o que representa 0,77% do
total de empregos formais no Brasil.

(...)

Diversas organizações já oferecem serviços de adequação do ambiente de trabalho às PCDs. Essa


atitude, inclusive, deve ser tratada como um investimento, uma vez que a produtividade do funcionário
só poderá ser garantida se ele tiver as condições necessárias para desenvolver as suas funções com
autonomia. Alberto Pereira, assessor de inclusão da Laramara, Associação Brasileira de Assistência ao
Deficiente Visual, diz que uma das maiores dificuldades dos empregadores hoje ainda é reconhecer a
capacidade e o potencial das PCDs. “Têm muitas pessoas com ótima formação acadêmica, potencial de
desenvolvimento e lideranças. No entanto, elas ainda são contratadas pelas cotas e em cargos aquém da
sua capacidade”, ressalta.

Disponível em: <https://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/cotas-ajudam-mas-falta-inclusao-o-que-pessoas-


com-deficiencia-enfrentam-no-mercado-de-trabalho/> Acesso em: set.2019.

Texto 2.

A frase mais repetida por todos os que trabalham com a inclusão de pessoas com deficiência é: a
inclusão é um processo. É o que falamos para nós mesmos e para nossos companheiros de estrada; em
momentos de comemoração e também para nos animar frente a um aparente retrocesso. Essa sentença
tem complementos, dos quais o mais frequente é o que compara nosso árduo trabalho ao das
“formiguinhas”. Nesse caso, lembro sempre de uma observação de Rosangela Berman Bieler, jornalista e
ativista do movimento das pessoas com deficiência no Brasil: “Torço para que, um dia, esse formigueiro
tão grande, que construímos com tanto afinco, mas sem que a sociedade o visse, exploda como um vulcão,
se espalhe por uma área enorme e seja visto por todos!”.

Falar que a inclusão é um processo significa dizer que ela muda à medida que avança, encontra
dificuldades e pode dar passos para trás até descobrir outros caminhos – a partir da interação com as
pessoas, com os fatos e com as circunstâncias de cada tempo e momento. Significa também dizer que ela
nasce dentro de cada um de nós, mesmo naqueles que já se consideram “inclusivos”. Sempre temos algo
a aprender. Há sempre mais uma fronteira para transpor. Se a inclusão da pessoa com deficiência é
dinâmica, como ela está em 2017? Ainda é a mesma de quando surgiu, mais ou menos em meados da
década de 1990?

Disponível em: <https://diversa.org.br/artigos/desafios-na-formacao-docente-para-a-educacao-inclusiva/> Acesso


em set. 2019.

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A partir desses textos de apoio, pode-se depreender que um possível tema, recorte temático e a
tese a ser desenvolvida na redação são, respectivamente:

TEMA: Inclusão social.

RECORTE TEMÁTICO: A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

TESE: Ainda que tenha havido uma maior inclusão das pessoas com deficiência no ambiente escolar,
proporcionando uma formação de qualidade para essas pessoas, ainda há obstáculos no mercado de
trabalho, causadas principalmente pela ideia de que deve-se contratar alguém apenas para cumprir uma
cota, sem atentar-se para a formação acadêmica e profissional desse indivíduo.

Comprovação por dados


Uma comprovação por dados é aquele que utiliza dados concretos, ou seja, busca no texto
elementos quantificáveis, como estatísticas, pesquisas e porcentagens, que possam embasar a
argumentação.

Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por comprovação:

Ex.:

Ainda que tenha havido uma melhora no número de pessoas com deficiência contratadas – um
aumento de 20% de participação nos últimos cinco anos – muito motivada pela Lei 8.213, que
determina cotas para PCDs, ainda há uma resistência das empresas em contratar pessoas com
alguma deficiência. Ao se preocupar apenas em preencher um número exigido por lei, os
empregadores estão correndo o risco de obterem prejuízo financeiro, pois um trabalhador
obrigado a exercer uma função aquém de sua capacidade, fica desestimulado e se torna
menos produtivo.

Comprovação por exemplificação


Na comprovação por exemplificação, utiliza-se a experiência empírica de outras pessoas como
base para a argumentação. Além disso, pode-se utilizar eventos do dia a dia ou notícias como exemplo de
um argumento que se pretenda comprovar. Apoiar sua informação em exemplos a partir do próprio texto
é um modo de demonstrar à banca que você é capaz de compreender as informações disponibilizadas e
conjugá-las de maneira coerente.

Diversos elementos extratextuais podem servir como base para um argumento por
exemplificação:

• Passagens históricas

• Notícias e eventos que ficaram populares e amplamente conhecidos

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• Experiências pessoais ou de pessoas a seu redor, desde que reconhecíveis por todos e citadas de
maneira impessoal.

ATENÇÃO!
Muitas vezes, os alunos acham que o corretor é obrigado a conhecer todas as referências
ou acontecimentos da atualidade. Você NÃO DEVE cair nesse erro!
Ainda que alguns eventos pareçam conhecidos por todos, não presuma que o corretor vai
completar informações.
Mesmo que você utilize exemplos conhecidos, não deixe de explicá-los minimamente para garantir
que você não perca pontos.

Partindo da estrutura que propusemos e dos textos de apoio apresentados, veja um exemplo de
argumentação por exemplificação:

Ex.:

A preocupação em preencher a cota para trabalhadores PCDs nem sempre está alinhada com
uma responsabilidade pelo bem-estar do contratado. Há casos, por exemplo, em que ocorre a
contratação de uma pessoa com deficiência, porém não para uma área em que ela possua
experiência ou habilidade. Isso acaba desmotivando o empregado e, consequentemente,
gerando prejuízos à empresa.

Comprovação por literatura


A comprovação por literatura são baseados em obras literárias do cânone, ou seja, aquelas obras
consideradas clássicas (aquelas que estudamos na escola). Há necessidade de prestarmos muita atenção
com relação àquilo que entendemos da obra, dado que seu corretor tem conhecimento pleno desse
repertório (inclusive, por isso é tão recomendado)..

Ex.:

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2.4 – Análise de redação


Veja um exemplo de redação que constrói sua argumentação a partir de exemplos que não
estejam necessariamente no texto (argumento por exemplificação). O tema da redação era “O altruísmo e
o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?”, e apareceu na prova da
FUVEST (2011). Aqui, o aluno utiliza, no terceiro parágrafo, o exemplo do paisagista Roberto Burle Marx.
Perceba que ele explica quem é a pessoa citada sem presumir que o corretor sabe quem é – mesmo que
Burle Marx seja uma personalidade bastante conhecida.
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão

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2.5 – Exercícios de argumentação


Vamos fazer alguns exercícios para treinar a argumentação. Em todos eles, há espaço para a
redação de um argumento principal e um secundário. Como escrevê-los (por comprovação,
exemplificação ou princípio) fica a seu critério. Pratique e compreenda qual você tem mais facilidade.

Vamos lá?

I. Tema 1.

TEMA: A questão indígena no século XXI

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Argumento 1:

Argumento 2:

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Antes de ler o comentário, lembre-se:

Não há uma resposta completamente certa quando o assunto é o texto dissertativo.

Defender um ponto de vista tem mais a ver com a capacidade de conseguir embasar sua opinião
com argumentos consistentes do que com estar “certo”.

Aqui, apontamos caminhos possíveis.

Nos dedicamos sempre a um tema específico nos comentários, o que não significa que seja o único
tema possível.

Comentário:

A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:

• Por que motivo temos uma visão estereotipada ou deturpada dos povos indígenas?

• Como a visão que temos dos indígenas pode influenciar nos processos práticos, com ao demarcação
de terras?

• Qual a importância – ou não – da demarcação das terras indígenas hoje?

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:

• Apesar de brasileiros, temos pouco conhecimento de passagens da nossa história. Essas escolhas do
que deve ou não ser ensinado nunca são gratuitas. Elas são parte de um projeto de ensino e
construção de pensamento na sociedade, que se beneficia dessas escolhas.

• Por entendermos os grupos étnicos indígenas como parte de um todo sem particularidades não
entendemos que eles podem possuir necessidades específicas. Assim, temos dificuldade em
compreender por que motivo seria necessário preservar essas culturas e identidades.

• Se as terras indígenas demarcadas têm outras funções que não apenas a preservação da cultura
daqueles povos – como preservação ambiental, por exemplo – então a importância em preservar essas
terras é de interesse de todos, não apenas de um grupo.

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II. Tema 2.

TEMA: A persistência do racismo no Brasil

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Argumento 1:

Argumento 2:

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Comentário:

A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:

• A persistência do racismo, mesmo diante da ideia de que haveria uma suposta harmonia racial no
Brasil.

• O papel da mídia e das comunicações na perpetuação do racismo.

• A dificuldade em reconhecer-se preconceituoso e as razões para isso.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:

• Há uma aparente estabilidade nas relações e nas tensões raciais. Porém, diante de qualquer
instabilidade nessas relações, o racismo emerge. Alguém pode agir de maneira que não concordamos
ou podemos nos incomodar com alguém a todo momento. Como reagimos a essas situações? Somos
capazes de responder de maneira preconceituosa?

• Quais são as imagens da mídia de pessoas negras? Que personagens ou conflitos estamos habituados
a ver pessoas negras nas produções artísticas, principalmente no audiovisual e na publicidade? De que
maneira nos habituamos a pensar pessoas negras sempre do mesmo modo ou no mesmo lugar?

• A ideia de que se possa ser preconceituoso é difícil para a maioria das pessoas. Costumamos querer nos
enxergar como pessoas que não têm preconceito ou que tratam a todos da mesma maneira. Não
parece possível, porém, que tantos casos de racismo sejam sempre cometidos pelas mesmas pessoas.

• Criados numa sociedade racista por tanto tempo, somos ensinados ideias e práticas racistas ainda que
não as percebamos como tal.

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III. Tema 3.

TEMA: Saúde mental na atualidade RECORTE

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Argumento 1:

Argumento 2:

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Comentário:
Tema 3.
O termo “saúde mental” tem entrado no nosso vocabulário e se tornou popular
entre as pessoas mais jovens devido a uma série de acontecimentos. Segundo definição da
Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o
indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser
produtivo e contribuir com a sua comunidade.
Para a ONU, a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais, como
ansiedade (também chamado de transtorno de ansiedade generalizado), depressão,
transtorno bipolar etc. É o bem-estar físico, mental e social. Não é apenas uma questão
clínica: fatores socioeconômicos podem influenciar numa perda da saúde mental.
A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:
➢ O abuso de medicamentos psicotrópicos no contemporâneo.
➢ A saúde mental no contemporâneo: razões para o abalo e possíveis estratégias
para melhorá-la.
➢ A pressões da sociedade e sua responsabilidade nos abalos psíquicos.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:
➢ Quais métodos a sociedade vem buscando para coibir o aumento do uso de
medicamentos e o aumento das doenças mentais? Há algo de fato sendo feito ou a
sociedade em geral prefere medicar do que atacar a raiz do problema?
➢ Como está a saúde mental em cada idade? O que influi na vida das crianças, jovens,
adultos e idosos para que haja abalos em sua saúde mental?
➢ Qual a imagem das pessoas que sofrem com algum distúrbio ou fazem uso de algum
medicamento na sociedade? Há uma visão pejorativa dessas pessoas? Há ainda uma
romantização em torno da ideia da loucura?

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IV. Tema 4.

TEMA: Como enfrentar o preconceito linguístico?

RECORTE TEMÁTICO:

TESE:

Argumentação:

Argumento 1:

Argumento 2:

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Comentário:

A partir desse tema, a argumentação pode se desenvolver em diversas direções:

• Os efeitos do preconceito linguístico na sociedade

• Preconceitos que não percebemos no dia a dia.

• Modos de combater o preconceito linguístico na sociedade.

Alguns pontos a levar em consideração e que podem ser argumentos a se desenvolver são:

• A ideia de que a norma culta do português deve ser soberana não é nova. Há um hábito frequente de
corrigir pessoas que não falem do modo que acreditamos ser “correto”.

• Há uma noção de que a fala deveria ser próxima da escrita para que fosse “certa”, porém nem
sempre o modo como escrevemos pode ser reproduzido.

• A oralidade conta com diversos elementos, como gírias, sotaques, abreviações etc. que não
podem ser reproduzidas na escrita.

• O que é mais importante na fala? Entende-se que o principal do processo comunicacional é


“passar a mensagem”, ou seja, ser compreendido pelo interlocutor. Assim, será realmente
necessário que se fale da maneira mais alinhada com a norma culta?

• Associamos o falar “errado” às classes mais pobres. O preconceito linguístico pode, portanto,
esconder na verdade um preconceito de classe.

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3- Prática de redação
(EFOMM – 2018)
Educação com o pragmatismo da tecnologia

(Estratégia Militares - 2021)


"O autocuidado e o cuidado com o outro como pilares para o estabelecimento de
relações"

(Estratégia Militares - 2020)

Ética e responsabilidade social no conhecimento científico

(Estratégia Militares - Inédita)


O fascínio do homem pelo espaço revela uma ambição desmedida ou uma vontade
de conhecimento?

Considerações Finais
Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você não
acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir.

Na próxima aula, vamos nos aprofundar ainda mais no estudo do desenvolvimento, pensando
principalmente nos tipos de repertório possíveis para sua argumentação.
Qualquer dúvida estamos à disposição no fórum ou nas redes sociais.

Prof.ª Celina Gil

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