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AFA - 2024

REDAÇÃO

AULA 01
Tema, Recorte temático e Tese

Prof.ª Celina Gil

www.estrategiamilitares.com.br
Prof.ª Celina Gil

Sumário
Apresentação Erro! Indicador não definido.

1 - Repertório de redação Erro! Indicador não definido.


O que é negacionismo Erro! Indicador não definido.

Negação da ciência Erro! Indicador não definido.


Revisionismo Histórico Erro! Indicador não definido.
Descrédito às vozes autorizadas Erro! Indicador não definido.
Fake News Erro! Indicador não definido.

2 - Recorte temático e tese Erro! Indicador não definido.


Recorte temático Erro! Indicador não definido.
Tese Erro! Indicador não definido.

3 - Análise de textos de apoio Erro! Indicador não definido.

4- Prática de redação Erro! Indicador não definido.


4.1 - Identificação de recortes temáticos e criação de teses Erro! Indicador não definido.
4.2 - Propostas de redação Erro! Indicador não definido.

Considerações Finais 3

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Apresentação
Olá!

Na aula de hoje vamos começar a nos aprofundar na introdução de uma dissertação. Hoje você vai
praticar a escrita de contextualizações nos modos:

• Comparação

• Dados científicos

• Definição.

• Referência histórica

Você vai também praticar a identificação da temática das redações, o desenvolvimento dos
argumentos e o planejamento geral da redação, antes de partir para a escrita em si.

Nossas aulas de redação serão sempre compostas de 3 partes:

1 - Análise social
Apontamentos acerca de assuntos ligados ao contemporâneo.
Esses apontamentos têm o objetivo de fortalecer seu repertório e auxiliar na
elaboração de argumentos.

2 - Estudo de uma parte da dissertação


Estudo aprofundado de uma das partes que compõe o texto dissertativo.
Vamos passar por introdução, desenvolvimento, conclusão e coesão/coerência.

3- Produção textual
Análise de redações/trechos de redações e/ou exemplo de produção textual.
Propostas de redação inéditas para serem executadas pelo aluno.

Vamos lá?

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1 - Repertório de redação

Tópicos da aula

Sociedade Conceitos Palavras- Casos Repertório


do consumo importantes chave recentes cultural

Sociedade do consumo

Na sociedade do consumo, tudo deve poder ser consumido. Assim, bens não compráveis – como
sentimentos ou relacionamentos – são considerados como possíveis de serem atingidos a partir do
consumo.

Cria-se uma ideia de que só é possível sermos felizes se consumirmos. A publicidade e o marketing
vendem estilos de vida que só podem ser atingidos a partir do ato da compra de algum produto.

Aquilo que não pode ser comprado ou gerar lucro, é considerado dispensável. Além disso, a
própria constituição da individualidade está ligada ao consumo: devo comprar este produto, pois ele me
tornará mais “eu mesmo”.

Termos essenciais

• Consumismo

• Mercantilismo

• Sociedade capitalista

• Sustentabilidade

Os números eram impressionantes: a produção industrial cresceu 60%, a renda per capita
aumentou em um terço, o desemprego e a inflação caíram. Avanços tecnológicos nos
processos de produção na indústria automobilística (linha de montagem e mecanização),
de comunicações (rádio e telefone), eletrônicos e plásticos (eletrodomésticos e outros
bens de consumo) criaram produtos inovadores a preços cada vez mais acessíveis.
Circulavam entre as massas produtos antes restritos aos ricos – carros, luz elétrica,
gramofone, rádio, cinema, aspirador de pó, geladeira e telefone –, o “jeito americano de
viver” (american way of life) tornou-se o slogan exaltado do período.
Esta “sociedade de consumo” – na qual a capacidade de consumir era vista como o
principal direito da cidadania – não foi plenamente realizada até depois da Segunda Guerra
Mundial. Não há dúvida, porém, de que a promessa de consumo em massa brotava no

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período. A nova indústria de propaganda e marketing – ajudada pelos jornais, revistas de


grande circulação e rádio, que atraía grande audiência – disseminou a ideia da liberdade
associada ao consumo em oposição à ideia da liberdade associada a mudanças nas relações
de trabalho. A busca por autonomia econômica e soberania política foi substituída, nas
mentes de muitas pessoas, pelas possibilidades de consumo como o elemento essencial de
felicidade e cidadania.
KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos : das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007.

Assim, vivemos em uma sociedade que coloca o consumo não só como uma possibilidade, mas
como um direito fundamental: o que nos garantiria a possibilidade de sermos livres, seria sermos capazes
de consumir. O problema é que uma sociedade que se pauta por esse perspectiva cai facilmente no
excesso de consumo, ou simplesmente, consumismo.

Um dos efeitos da produção elevada e do consumo irrestrito é a exploração desmedida de


recursos naturais, causando efeitos ambientais muitas vezes irreversíveis – já que muitos recursos
naturais não são renováveis.

Outro aspecto que é frequentemente criticado é a obsolescência programada, uma prática de


muitas empresas, principalmente ligadas à tecnologia, em que se cria um produto em tese “durável” com
prazo de uso. Após esse prazo, o produto começa a apresentar falhas. Isso obriga as pessoas a consumirem
mais e rapidamente. A geração de lixo nesse contexto é outro tema relevante quando o assunto é
sociedade do consumo.

Conceitos importantes

Alguns termos têm sido comuns para tratar sobre as relações de meio ambiente e mercado:

Economia Crédito de Aquecimento


Greenwashing
verde Carbono global

Economia Verde
Por muito tempo acreditou-se que a deterioração dos recursos naturais era um subproduto
aceitável do crescimento econômico, entretanto, economistas especializados no tema
demonstram em estudos recentes que é possível conciliar ganhos triplos com uma política
econômica bem direcionada; a preservação do meio ambiente, crescimento econômico
sustentado e geração de empregos decentes.
O Brasil obteria ainda um ganho extra: a redução da desigualdade regional, uma vez que
muitas das atividades com impacto ambiental positivo levariam dinamismo econômico a
regiões historicamente periféricas. Como o desenvolvimento de projetos de energia solar na

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Região Nordeste, área com alta incidência de luminosidade, ou o aperfeiçoamento do


ecoturismo na Região Norte.
Organismos como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) realizam estudos na área de Economia Verde,
aquela parte da Ciência Econômica que incorpora a variável ambiental em suas teorias. E
concluem que uma transição para um padrão de produção e consumo da economia mundial
que considere a preocupação com os recursos naturais, além do óbvio benefício ambiental
poderia trazer outro: o econômico. Há muitos nichos de mercado inexplorados nessa área,
os primeiros empresários a empreenderem, gozariam da vantagem do pioneiro obtendo
retorno elevado.
Fonte: <http://observatoriodaimprensa.com.br/pautas-contemporaneas/crescimento-economico-e-preservacao-
ambiental-na-agenda-do-seculo-xxi/> Acesso em set. 2019.

Greenwashing
Você já ouviu falar em greenwashing? Esse termo inglês pode ser traduzido para o
português como lavagem verde ou pintando de verde. A definição de greenwashing é
relativamente simples. Ele pode ser praticado por empresas e indústrias públicas ou
privadas, organizações não governamentais (ONGs), governos ou políticos. Consiste na
estratégia de promover discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas e campanhas
publicitárias sobre ser ambientalmente/ecologicamente correto, green, sustentável, verde,
eco-friendly etc.
A intenção primordial do greenwashing é relacionar a imagem de quem divulga essas
informações à defesa do ambiente, mas, na verdade, medidas reais que colaborem com a
minimização ou solução dos problemas ambientais não são realmente adotadas e, muitas
vezes, as ações tomadas geram impactos negativos ao meio ambiente. O greenwashing é
como uma propaganda enganosa - uma imagem é passada, porém, a realidade é outra.
Fonte: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/6-atitude/2094-definicao-o-que-como-traducao-
greenwashing-estrategias-marketing-propaganda-consumo-produtos-servicos-atitude-apelo-ambiental-enganosa-
empresas-consciencia-ambiental-casos-exemplos-cuidados.html> Acesso em set.2019.

Crédito de carbono
O crédito de carbono funciona assim: uma entidade paga a outra pelo direito de emitir gases
que provocam o efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2). O recebedor desse
dinheiro, em tese, o investe em fontes de energia renováveis e deixa de desmatar. Cada
crédito é equivalente ao aquecimento global causado por uma tonelada métrica de CO2.
O Brasil, que concentra um terço da área de floresta tropical do mundo, é um dos maiores
receptores de recursos do crédito de carbono.

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O mercado dos créditos é atraente para indústrias altamente poluentes, como companhias
aéreas, e países industrializados que assinaram o acordo climático de Paris, porque as
compensações podem servir como uma alternativa mais barata do que reduzir de fato o uso
de combustíveis fósseis.
Fonte: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-48369790> Acesso em set. 2019.

Aquecimento global
O aquecimento global é o processo de mudança da temperatura média global da atmosfera
e dos oceanos. O acúmulo de altas concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera
bloqueia o calor emitido pelo sol e o prende na superfície terrestre, aumentando a
temperatura média da Terra.
(...)
Assim, o aquecimento global é um processo que decorre da intensificação do efeito estufa -
a radiação que vem da luz do sol atinge a Terra e é absorvida por gases presentes na
atmosfera, os quais passam a emitir de volta para a superfície terrestre radiação
infravermelha (calor), aumentando a temperatura do planeta. Os gases que interagem com
a radiação solar produzindo radiação infravermelha são chamados de Gases de Efeito Estufa
ou GEE.
(...)
Se a ação humana não é a única causa do aquecimento global, seu impacto é considerável.
Apesar de não haver consenso sobre as causas do aquecimento global, a maior parte da
classe científica reconhece a atividade humana como sua principal desencadeadora.
(...)
As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global aumentam a intensidade, a
frequência e o impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor. Esses
eventos, além de impactarem o ambiente, que inclui a fauna, a flora, a atmosfera, o oceano,
o meio geoquímico e geofísico; causam efeitos nocivos à saúde humana, como aumento do
risco de suicídio, problemas respiratórios, problemas cardiovasculares, asma, câncer,
obesidade, insolação, infertilidade, deficiência nutricional, entre outros.
(Fonte: Ecycle. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/1294-aquecimento-global> Acesso em 01/12/2019)

Palavras-chave

Alguns assuntos são bastante clássicos quando o assunto é Meio Ambiente. Ainda que não tenha
nenhum acontecimento de atualidades relevante sobre eles, são assuntos que você deve ser capaz de
escrever uma redação independentemente do que está ocorrendo.

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Poluição Transgênicos Lixo

Água Agrotóxicos Desmatamento

O desmatamento é a questão ambiental que mais importa para 53% dos brasileiros,
segundo a pesquisa Earth Day 2019 da Ipsos, divulgada por ocasião do Dia Mundial do Meio
Ambiente.
O assunto foi o mais citado quando os entrevistados foram questionados sobre os
três assuntos ambientais que mais os preocupavam. Em seguida vieram poluição da água (44%),
lidar com resíduos (36%), aquecimento global (29%) e esgotamento de recursos naturais (23%).
No mundo, o aquecimento global é considerado o tema mais prioritário,
mencionado por 37% dos entrevistados. A poluição do ar, com 35%, e como lidar com o lixo que
produzimos (34%) aparecem em seguida, e depois a poluição da água (25%). O desmatamento só
aparece em 5º lugar no ranking global, com índice de 24%. Depois do Brasil, a Turquia, a Argentina,
o México e a Colômbia são os países que mais se preocupam com desmatamento.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/06/desmatamento-e-a-questao-ambiental-que-mais-
preocupa-brasileiros.shtml

Poluição
Poluição significa a presença concentrada de determinadas substâncias ou agentes físicos no
ambiente que afetam negativamente os ecossistemas. Essas substâncias ou agentes são chamados de
poluentes. A poluição afeta diretamente o equilíbrio ambiental e impacta na saúde humana.

A poluição do ar se dá pela contaminação do ar por partículas de fumaça e gases nocivos. Os


principais poluentes do ar são o monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), ozônio (O3), dióxido
de nitrogênio (NO2) e alguns hidrocarbonetos. Esses poluentes são liberados na queima de combustíveis
fósseis, no escape dos veículos, nos resíduos de aterros causados pela poluição do lixo, nos acidentes
nucleares, nos derramamentos de radiação, entre outros.

A poluição da água é a contaminação dos corpos d'água por elementos físicos, químicos e
biológicos que podem ser nocivos ou prejudiciais aos organismos, plantas e à atividade humana. Um fator
preocupante dessa poluição é que os lençóis freáticos, os lagos, os rios, os mares e os oceanos são o
destino final de todo e qualquer poluente solúvel em água que tenha sido lançado no ar ou no solo. Desta
forma, além dos poluentes que são lançados diretamente nos corpos d'água, as redes hídricas ainda
recebem a poluição vinda da atmosfera e da litosfera (o solo), provenientes de atividades agrícolas,
industriais e domésticas.

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Há ainda outros tipos de poluição. Ainda que frequentemente não as associemos ao meio
ambiente, é interessante pensar como elas poderiam impactar de alguma maneira nesse assunto.

Sonora Visual Luminosa

Transgênicos
São alimentos geneticamente modificados, ou seja, nos quais foi introduzido material
genético de outros organismos, que pode ser da mesma espécie ou de uma espécie
diferente, com a finalidade de expressar características desejadas do organismo doador.
O procedimento é feito em laboratório. O material introduzido pode ser um vírus ou uma
bactéria. A grande vantagem é a precisão da técnica, que consegue inserir genes específicos,
só com as características desejadas, o que não aconteceria através de cruzamentos sexuais
ou outras técnicas convencionais.
As sementes transgênicas surgiram prometendo favorecer a agricultura, aumentar a
produtividade e ainda trazer benefícios ao consumidor com a otimização da composição
nutricional. Porém, após pesquisas e experimentos, vem sendo observado que este tipo de
alimento alterado apresenta uma série de riscos para a saúde, ao meio ambiente e suas
desvantagens se converteram também em um problema social.
(Fonte: G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/blog/nutricao-
pratica/post/alimentos-transgenicos.html> Acesso em 01/12/2019)

Lixo
A poluição por lixo iniciou-se a partir da Revolução Industrial, quando houve a concentração da
população nas cidades, e hoje, com um padrão de consumo mais agressivo estabelecido pelo
barateamento dos produtos, o crescimento do lixo ocorre em progressão geométrica. O maior problema
é a sua destinação.

Os aterros sanitários são grandes buracos impermeabilizados onde o lixo inorgânico é depositado,
alternando com camadas de terra, impedindo, assim, a contaminação do solo, do ar e o aparecimento de
animais na região. Esse processo tem um alto custo e exige planejamento, sendo preterido pelo método
mais fácil e barato de depositar todos os detritos produzidos nas cidades em lixões a céu aberto.

Ainda, a putrefação do lixo orgânico depositado a céu aberto produz uma série de gases tóxicos,
incluindo o metano e a amônia, que podem causar lesões no aparelho respiratório humano, além disso,
ela torna o local de depósito ambiente propício para a proliferação de vetores de várias doenças. No Brasil,
em torno de 75% do lixo é descartado em lixões a céu aberto.

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Aquecimento Global
Novo relatório da ONU reforça ameaças do aquecimento global
O novo trabalho do órgão da ONU Painel Intergovernamental para a Mudança Climática
(IPCC, na sigla em inglês) diz que os efeitos do aquecimento estão sendo sentidos em todo
lugar, contribuindo para possíveis crises de escassez alimentar, desastres naturais e guerras.
(...)
Os cientistas projetam que o aquecimento poderá reduzir o PIB global em 0,2 a 2 por cento
ao ano, caso as temperaturas medianas subam até 2 graus Celsius — uma estimativa que
muitos países consideram modesta demais.
“Ao longo da próxima década, a mudança climática terá impactos majoritariamente
negativos”, disse Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial
(OMM), citando cidades, ecossistemas e o abastecimento hídrico como áreas de risco.
“Os pobres e vulneráveis serão mais afetados”, acrescentou. Entre os principais riscos estão
a inundação permanente de pequenas ilhas e áreas costeiras.
(Disponível em https://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPEA2U01420140331, acessado em 18.03.2019)

Esgotamento de recursos naturais


O Planeta Terra atinge nesta segunda-feira (29) o ponto máximo de uso de recursos
naturais que poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade
atingiu a data limite três dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série
histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água,
mineração, extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com
esgotamento do solo, entre outros pontos) entrarão em uma espécie de “crédito negativo”
para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.

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(...)
O planeta entrou em déficit de recursos naturais em 1970. Desde então, a humanidade
tem consumido mais do que o planeta consegue se regenerar. Nos últimos 20 anos, a data-
limite tem chegado mais cedo.
(Fonte: ABIC. Disponível em: <http://abic.com.br/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-
naturais-mais-cedo-em-toda-serie-historica/> Acesso em: 01/12/2019)

Água
No início desta semana, o instituto americano especializado em questões ambientais, o
World Resources Institute (WRI), alertou sobre os riscos de uma crise hídrica em escala
global, que atingirá um quarto da população, distribuída em 17 países.
O número é alarmante devido à grave situação da Índia, habitada por 1,36 bilhão de
habitantes, o equivalente a 16% da população mundial, e possui apenas 4% das reservas de
água do planeta; os indianos são 77% da população que sofre deste mal. Os outros 16 países
também se encontram em áreas críticas que enfrentam graves índices de escassez, por
déficits de distribuição, ou pela questão geográfica de estarem em regiões áridas. São eles:
Qatar, Israel, Líbano, Iran, Jordânia, Líbia, Kuait, Arábia Saudita, Eritreia, Emirados Árabes,
San Marino, Barein, Índia, Paquistão, Turcomenistão, Omã e Botswana.
A dificuldade de acesso a este recurso vital poderá atingir várias outras regiões do planeta:
27 pontos são considerados de riscos potenciais para sofrer com a escassez de água. A OMS
alerta que países da América Latina, como o México e o Chile, e europeus Chipre, Itália,
Espanha, Grécia, Albânia, estão vulneráveis. O Brasil, mesmo possuindo a maior reserva de
água potável do mundo, também tem regiões críticas apontadas pelo estudo, como as
cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitoria, Recife, Fortaleza e Campinas.
Fonte: UOL. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2019/08/09/crise-hidrica-faz-paises-
correrem-por-solucoes-e-ja-gera-conflitos.htm> Acesso em 01/12/2019

Agrotóxicos
O artigo de Tarcisio Miguel Teixeira, recém-publicado na Revista de Direito Sanitário,
analisa a questão da atual da presença de agrotóxicos nos alimentos, a falta de informação
a respeito dos produtos aplicados para sua produção, além de estabelecer a relação
diretamente proporcional entre saúde e alimentação saudável, ressaltando o direito
essencial da informação a respeito da qualidade do que estamos servindo à mesa.
Segundo o autor, o modelo monocultural de agricultura, hoje, é a produção de alimentos
com agrotóxicos “para controlar plantas que competem com micro-organismos e insetos”,
o que acaba estimulando a ação de plantas invasoras, doenças e pragas e aumentando a
necessidade do uso de pesticidas. Mas o que mata o mal das plantações, adoece e também
pode matar o ser humano, provocando alergias perigosas e intoxicações graves. Teixeira

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mostra que se o Ministério Público alerta o consumidor, o governo aprova projetos de lei
que liberam o uso de substâncias tóxicas nas lavouras brasileiras, abafando as ações da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujo objetivo final é a defesa do
consumidor, no sentido de garantir a qualidade dos produtos que a população consome.
O autor aborda “a baixa preocupação de grupos de consumidores em relação à
contaminação dos alimentos com agrotóxicos”, na referência ao trabalho de pesquisadores
sobre o tema, e comenta os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos
em Alimentos (PARA), de 2012, criado pela Anvisa. De acordo com o estudo, avaliaram-se os
principais alimentos consumidos pelos brasileiros quanto à toxidade, “com resultados do
uso de agrotóxicos não recomendados para a respectiva cultura e uso de produto permitido,
acima do limite máximo: o abacaxi, com 41%, a cenoura (33%), o morango (59%) e o pepino
(42%)”. Observa-se, pelos resultados obtidos nas pesquisas, que há uma contaminação
crônica dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros – o veneno está servido.
(Jornal da USP, Direito à informação sobre agrotóxicos em alimentos é essencial, 22/05/2017. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/direito-a-informacao-sobre-agrotoxicos-em-alimentos-e-essencial/>
Acesso em 20/11/2020)

Casos recentes

Alguns casos recentes podem ser um bom exemplo quando o assunto for discutir impactos
ambientais e as relações com o mercado:

Trafico de
Brumadinho Queimadas na Vazamento de
animais
e Mariana Amazônia óleo
silvestres

Céu laranja Mineração


em Pequim ilegal

Brumadinho
No dia 5 de novembro de 2015 acontecia o maior desastre ambiental do Brasil: o
rompimento da barragem de rejeitos Fundão, localizada na cidade de Mariana, Minas
Gerais. Pouco mais de três anos depois, surge uma nova tragédia tão preocupante quanto:
o rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, no município de Brumadinho, no
mesmo estado.
(...)

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Uma barragem é uma estrutura, feita em cursos de água, que possui o objetivo de conter ou
acumular grandes quantidades de substâncias líquidas ou misturas de líquidos e sólidos.
Suas principais finalidades são: o abastecimento de água, produção de energia elétrica e
prevenção de enchentes.
(...)
Bem, as barragens de rejeitos são utilizadas na mineração (processo que visa extrair
substâncias minerais a partir de depósitos ou massas). As atividades que transformam rocha
em matéria prima na mineração são chamadas de beneficiamento. Quando o
beneficiamento é feito, sobram alguns resíduos (água + resíduos sólidos), que devem ser
armazenados para evitar danos ambientais à natureza.
Como nesses resíduos existe uma grande quantidade de água, é normal que essas barragens
pareçam estar cheias de lama. Esta, por sua vez, deve descansar até que suas partículas
sólidas decantem (ou seja, se separem do conteúdo líquido) e novos dejetos possam ser
colocados nessa barragem, criando um novo ciclo.

(...)
Por mais que esse rompimento tenha despejado uma quantidade menor de rejeitos em
comparação ao de Mariana, seus impactos sociais e ambientais foram tão grandes quanto.
O volume de dejetos expelido foi de cerca de 12 milhões de m³ (1m³ equivale a 1.000 litros)
e a velocidade da lama atingiu 80 quilômetros por hora.
No momento da tragédia, sirenes de segurança deveriam ter sido tocadas para alertar
trabalhadores da Vale e moradores da região. Isso, porém, não aconteceu.
A lama, que continha ferro, sílica e água, atingiu o rio Paraopeba, o que acabou por afetar,
de maneira negativa, a qualidade da água.
Até o final de agosto de 2019 (cerca de 7 meses depois), foram contabilizadas 241 mortes e
outras 21 pessoas que ainda seguem desaparecidas.

(Fonte: Politize! Disponível em: <https://www.politize.com.br/barragem-de-rejeitos/> Acesso em: 01/12/2019)

Mariana
43,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados e um total de 19 mortes.
A lama percorreu um total de 663 quilômetros até chegar no mar, no estado do Espírito
Santo, e atingiu o Rio Doce, que abrange 230 municípios que têm seu leito como ferramenta
de subsistência.
Segundo ambientalistas, os efeitos dos rejeitos no mar serão sentidos por, no mínimo, 100
anos.

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Um mês depois da tragédia, foram retiradas 11 toneladas de peixes mortos tanto em Minas
Gerais quanto no Espírito Santo.
Vidas foram levadas, distritos foram destruídos e milhares de moradores ficaram sem água,
sem casa e sem trabalho.
(Fonte: Politize! Disponível em: <https://www.politize.com.br/barragem-de-rejeitos/> Acesso em: 01/12/2019)

Brumadinho Mariana

Fonte: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/iotti/noticia/2019/01/iotti-coincidencia-cjrcnaskd00j201ny61qcb1cf.html>
Acesso em set. 2019.

Amazônia
Em agosto de 2019, um fenômeno combinando uma frente fria vinda do litoral, nuvens carregadas
e uma névoa de partículas de detritos em suspensão, cobriu o céu de São Paulo. Isso fez com que a luz do
Sol ficasse bloqueada. Essa névoa teria sido originada por queimadas intensas na região amazônica.

Apesar de não serem práticas recentes – as queimadas na Amazônia são uma realidade há muitos
anos – nunca antes suas consequências haviam sido sentidas tão de perto pelos grandes centros urbanos.

AULA 01 – REDAÇÃO 14
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O Brasil tem investido em um equilíbrio entre meio ambiente e mercado. Um exemplo disso foi a
extinção das queimadas nas plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, promovendo um
impacto social muito positivo nas regiões vizinhas às plantações.

A repercussão mundial desse dia em que a Amazônia ficou “em chamas”, porém, levantou
questionamentos sobre a postura do Brasil diante do meio ambiente.

De acordo com os dados da Global Forest Watch, o Brasil perdeu 53.8 milhões de hectares de
cobertura arbórea entre 2001 e 2018. Isso significa uma redução de 10% da área florestal
desde 2000.
No período, estima-se que 66% desta perda ocorreu devido a fatores de urbanização e de
agropecuária para fins comerciais.
Mas quais regiões estão sendo consideradas nessa análise? Predominantemente, considera-
se a área da Amazônia Legal – afinal, é a principal área florestal do país! Entretanto, os dados
também consideram a extensão da Mata Atlântica e do Cerrado brasileiro.
Bom, além dos dados apresentados aqui, o governo brasileiro também possui órgãos oficiais
que fazem o trabalho de fiscalizar o desmatamento em território nacional – como o INPE.
Fonte: Politize! Disponível em: <https://www.politize.com.br/desmatamento-no-brasil-qual-a-situacao-2/> Acesso em
01/12/2019

Derramamento de óleo
O derramamento de petróleo é considerado um dos mais graves e problemáticos acidentes
ambientais em águas marinhas, levando dezenas de espécies à morte. Quando ocorre um vazamento, o
petróleo permanece na superfície da água marinha e forma uma densa camada que impossibilita a
penetração dos raios solares, dificultando a fotossíntese de várias espécies de algas. Isso acarreta a morte
de uma variedade enorme de organismos.

Quanto atinge os mangues, o petróleo polui e contamina o ecossistema, provocando a morte de


espécies vegetais e animais. Como os manguezais são áreas de procriação de determinadas espécies
animais, a reprodução delas também é gravemente afetada. Em alguns casos, o petróleo pode atingir as
praias, contaminando extensas faixas de areia, deixando-as impróprias para os banhistas. Nestes casos,
todo o setor turístico de uma região pode ser afetado, trazendo prejuízos econômicos.

Tráfico de animais silvestres


O tráfico de animais silvestres não é apenas uma ameaça destrutiva para as espécies de
animais e para a preservação da biodiversidade brasileira, como é também uma prática
criminosa. De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres
(Renctas), a ação é considerada a terceira maior atividade ilícita do mundo e gera uma

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grande rede de pessoas envolvidas em negociações clandestinas, principalmente pela alta


lucratividade.
Além disso, estima-se que o comércio ilegal movimente entre 10 e 20 bilhões de dólares por
ano no mundo. Desse total, 10% corresponde ao Brasil, o equivalente a 38 milhões de bichos
das nossas florestas e matas. Essas estimativas refletem o crescente risco de extinção de
espécies e o aumento da exploração econômica e ambiental da fauna e flora brasileiras.
Segundo a Renctas, de cada 100 animais capturados ilegalmente no país, 70 são vendidos
em território nacional e 30 são destinados ao exterior. Um dos fatores que explica o Brasil
ser uma das principais rotas do tráfico é a grande biodiversidade, o que o torna um alvo
direto das quadrilhas e organizações criminosas.
(Disponível em <https://www.ufsm.br/midias/arco/trafico-animais-silvestres/> Acesso em 19 mar. 2021)

As principais finalidades do tráfico internacional de animais são:

• Espécies animais para colecionadores particulares, que têm seu valor inflacionado a depender de
quão raros são.

• Animais para pesquisa científica, além de produção de medicamentos, o que esbarra na ideia de
biopirataria.

• Matéria prima para indústria da moda.

• Bichos de estimação.

Em 2020, uma cobra naja apreendida em Brasília se tornou popular na internet. Após ter picado
um estudante de veterinária de Brasília, descobriu-se que ela havia sido colocada cativa em um esquema
de tráfico internacional de animais.

Céu laranja em Pequim


A capital chinesa, Pequim, amanheceu coberta nesta segunda-feira (15/3) por uma espessa
camada de poeira. Algo que o departamento local de meteorologia chamou de "a pior
tempestade de areia em uma década".
A tempestade de areia causou um aumento sem precedentes nas medições de poluição do
ar. Em alguns distritos, foram registrados níveis 160 vezes acima do limite recomendado.
(...)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente define níveis seguros de qualidade do
ar com base na concentração de partículas poluentes chamadas de material particulado
(PM, na sigla em inglês) encontradas no ar. (...)
Pequim era historicamente atingida por tempestades de areia com muito mais frequência,
mas os projetos de redução da poluição, incluindo proibições de novas usinas a carvão,
restrições ao número de carros nas estradas e reflorestamento, melhoraram

AULA 01 – REDAÇÃO 16
Prof.ª Celina Gil

significativamente a qualidade do ar. Mas tempestades de areia como a desta semana,


causadas pelo vento, são mais difíceis de controlar.
Pequim e as regiões vizinhas sofreram altos níveis de poluição nas últimas semanas, com um
ativista do Greenpeace dizendo à AFP que isso era resultado de atividades industriais
"intensas".
Isso, segundo ele, exacerbou as condições para ocorrer uma tempestade de areia, que são
"resultado de condições climáticas extremas e da desertificação".
(Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56406896> Acesso em 19 mar. 2021)

Mineração ilegal
Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Mato Grosso: a mineração ilegal
de ouro está presente em praticamente todos os estados da Amazônia Legal, normalmente
camuflada sob o título de “garimpo”. O garimpeiro do século XXI, contudo, não é mais o
profissional com picareta e bateia, que percorre cursos d’água da região atrás de pepitas nos
sedimentos de leitos de rios.
A extração de ouro na Amazônia faz-se, hoje, com maquinário pesado, de alto custo
financeiro e vultoso impacto ambiental e socioambiental. Balsas, dragas, pás-carregadeiras,
escavadeiras hidráulicas e outros equipamentos que custam milhões de reais deixam atrás
de si um rastro de destruição. Os índices de ilegalidade na atividade são alarmantes: o ouro,
ativo financeiro de enorme importância estratégica para as finanças nacionais, esvai-se pelas
fronteiras com pouco ou nenhum controle das agências públicas, ao mesmo tempo que
recursos hídricos são contaminados por mercúrio e parcelas da floresta são postas abaixo
na busca por novos veios, e o tão prometido desenvolvimento econômico não chega.
Esse cenário é agravado pela complexidade da legislação nacional. O tratamento legislativo
dado ao ouro e, em especial, ao garimpo, ainda é refém da imagem idealizada do garimpeiro
– aquela imagem acompanhada da picareta e da bateia –, erigindo-se, assim, proteções que
não fazem sentido diante das efetivas características empresariais dos empreendimentos
auríferos modernos. Além disso, a frouxidão dos controles sobre extração e circulação de
ouro e sobre as pessoas físicas e jurídicas que atuam nesse mercado permite a evasão de
divisas, a lavagem de minério proveniente de atividades criminosas e a circulação, nacional
e internacionalmente, de mercadorias – notadamente joias – vinculadas a ilícitos
financeiros, ambientais e socioambientais
(Disponível em < http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr4/dados-da-atuacao/publicacoes/roteiros-da-4a-
ccr/ManualMineraoIlegaldoOuronaAmazniaVF.pdf> Acesso em 19 mar. 2021)

ZONA DE
SPOILER!!
AULA 01 – REDAÇÃO 17
Prof.ª Celina Gil

Capitão Fantástico (2016) Dir.: Matt Ross


Um homem que vivia isolado na floresta com seus seis filhos é forçado a deixar
sua realidade e voltar a conviver com o mundo, desafiando sua criação rigorosa
e distante das imposições sociais.
Temas:
Consumismo
Fuga da sociedade capitalista
Diferentes possibilidades de viver

Ilha das Flores (1989) Dir.: Jorge Furtado

Curta documentário que expõe questões ligadas a consumo, sustentabilidade


e geração de lixo a partir da saga de um tomate, desde sua plantação até sua
chegada ao lixão, quando se torna comida para pessoas pobres.
Temas:
Excesso de lixo
Desigualdade social
Políticas públicas

Surplus: Terrorized Into Being Consumers (2003) Dir.: Erik Gandini

Documentário que se volta para as vantagens dos sistemas capitalistas e


tecnológicos – como eficiência de produção e menor necessidade de trabalho –
ao mesmo tempo que questiona se isso está sendo atingido.
Temas:
Sociedade Capitalista
Relações de consumo
Postura das empresas em relação ao meio ambiente

Terra (2016) Dir.: Yann Arthus-Bertrand e Michael Pitiot


Documentário que mostra nossa relação com outras criaturas num momento
em que o homem se afasta cada vez mais da natureza.
Temas:
Relação homem-natureza
Crescimento urbano X Preservação da natureza
Preocupação superficial com o planeta

AULA 01 – REDAÇÃO 18
Prof.ª Celina Gil

Considerações Finais
Não deixe de produzir as redações e enviá-las para correção. É muito importante que você não
acumule redações para a última hora, pois não teremos tempo para corrigir.

Na próxima aula, vamos nos aprofundar no estudo da introdução, pensando principalmente


contextualizações.
Qualquer dúvida estamos à disposição no fórum ou nas redes sociais.

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AULA 01 – REDAÇÃO 19

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