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Centro Universitário Mário Palmério

UNIFUCAMP
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA PSICOLOGIA AMBIENTAL

Ana Paula Pereira de Almeida


Eulalia Evelyne Vargas De Lima
Rachel Alves Langoni
Renata Pereira Caetano e Silva

Professora: Katia de Medeiros Penna

PROMOÇÃO DE ATITUDES AMBIENTAIS FAVORÁVEIS ATRAVÉS


DE DEBATES DE DILEMAS ECOLÓGICOS.
Segundo o artigo analisado programa foi construído com base na teoria de
Julgamento Moral de Kohlberg (1963, 1984) e na técnica criada por Blatt e Kohlberg (1975),
que consiste no debate de dilemas morais em grupo. relação a Piaget, parece que Kohlberg
apresenta uma conceituação mais precisa e discriminada dos estágios de moralidade, sob os
quais também perpassa a dimensão da heteronomia-autonomia.
Os seis estágios de desenvolvimento moral propostos por Kohlberg estão incluídos
em três níveis, o pré-convencional (estágios 1 e 2), o convencional (estágios 3 e 4) e o pós-
convencional (estágios 5 e 6). Para compreender os estágios convém primeiro entender-se o
significado dos níveis.
O nível pré-convencional é característico da maioria das crianças com menos de
nove anos, de alguns adolescentes e de muitos criminosos adolescentes e adultos. O nível
convencional é o da maioria dos adolescentes e adultos da sociedade americana (Colby &
Kohlberg, 1984). Diríamos também que isso provavelmente ocorre em outras sociedades
ocidentais, inclusive na brasileira (Biaggio, 1975, 1976), e talvez mesmo nas sociedades não-
ocidentais (Snarey, 1985). O nível pós-convencional é alcançado por uma minoria de adultos
(em torno de 5%), geralmente depois dos 20 a 25 anos. Convém notar que o termo
convencional não significa que indivíduos nesse nível são incapazes de distinguir entre a
moralidade e a convenção social, mas que a moralidade consiste de sistemas de regras
morais, papéis e normas socialmente compartilhados. No nível pré- convencional os
indivíduos ainda não chegaram a entender e respeitar normas morais e expectativas
compartilhadas. As pessoas do nível pós-convencional geralmente entendem e aceitam as
regras da sociedade, mas essa aceitação se baseia na formulação e aceitação dos princípios
morais gerais que sustentam essas regras. Esses princípios às vezes conflituam com as regras
da sociedade e, nesse caso, os pós-convencionais julgam de acordo com seus princípios de
consciência, e não pela convenção.
Kohlberg e seus colaboradores identificaram o conflito cognitivo como o processo
através do qual procede a maturação em direção a estágios mais elevados (Turiel, 1977).
Blatt e Kohlberg (1975) descreveram técnicas de dinâmica de grupo através das quais a
maturidade de julgamento moral pode ser estimulada. A técnica consiste, basicamente, em
formar grupos de dez a doze pessoas de diferentes estágios de desenvolvimento moral para
discutir dilemas hipotéticos, geralmente sob a coordenação de um psicólogo, professor ou
orientador educacional, que conduz a discussão, chamando a atenção para argumentos
típicos de estágios superiores propostos por elementos do grupo ou pelo próprio
coordenador. Essa técnica, constando de várias sessões semanais durante o semestre ou ano
letivo, tem tido sucesso em obter a progressão para estágios mais elevados. Programas de
educação moral em vários ambientes escolares têm utilizado essa técnica (Gibbs et al., 1984;
Berkowitz, 1985), inclusive no Brasil (Biaggio, 1985; Rodrigues, 1977).
Os debates com os dilemas criam supostamente um conflito cognitivo, que leva ao
amadurecimento do raciocínio moral. O conflito cognitivo é conceito semelhante ao de
desequilíbrio em Piaget (Inhelder & Piaget, 1958). Refere-se ao fato de que as pessoas
experimentam desconforto quando defrontadas com opiniões mais amadurecidas do que a
sua própria. Esse conflito gera amadurecimento e modificação das opiniões em direção a
estágios mais avançados de desenvolvimento cognitivo ou moral.
Foi realizado um estudo para promover atitudes ambientais favoráveis em
adolescentes através de debates de dilemas com conteúdo ecológico. Os dilemas foram
elaborados com base na teoria de julgamento moral de Kohlberg e na técnica de discussão
de dilemas morais em grupo, criada por Blatt e Kohlberg. Dezesseis estudantes do primeiro
ano do segundo grau de uma escola pública de Porto Alegre participaram do estudo, tendo
sido aplicado nesses estudantes, como pré-teste e pós-teste, um questionário de dez itens
sobre atitudes em relação à ecologia. As respostas dos participantes foram avaliadas numa
escala de zero a dois pontos, indicando o grau de maturidade de atitudes em relação ao
ambiente. O grau de participação nas discussões de dilemas também foi analisado. A análise
dos dados indica que a técnica foi eficaz somente para os alunos considerados participativos
nas discussões.
Conclui-se que o programa teve algum efeito, embora modesto, com os alunos que
participaram efetivamente das discussões. Portanto, a motivação para este tipo de trabalho é
um fator imprescindível.
Alguns estudos na literatura internacional revelam ausência de ganhos em
programas de promoção de atitudes ambientais (Armstrong & Impara, 1991; Keen, 1991).
Essa dificuldade é acentuada no trabalhar com adolescentes. A adolescência é um período
frequentemente conturbado por uma série de modificações corporais, emocionais e
interpessoais. Tais mudanças podem dificultar o pensar sobre outros assuntos (Inhelder &
Piaget, 1958). Isso é plausível, uma vez que só ao atingir a fase de operações formais o jovem
passa a ser capaz de se preocupar com questões mais abstratas, ideológicas, políticas e
religiosas. Antes disso, na fase de operações concretas, ainda fica muito preso a própria
natureza, seu corpo, suas emoções.
Parece que os estudantes têm uma visão de que psicólogos deveriam lidar com
problemas emocionais, e não ecológicos, conforme verbalizado pelos próprios alunos. A
situação dos professores no Brasil (com baixos salários, o que os leva a trabalhar em diversas
escolas, com sobrecarga de horário) dificulta essa participação, conforme discutido em
Biaggio (1997). Sugere-se que este tipo de programa seja introduzido através de professores
de Ciências Naturais, integrando-o ao currículo escolar. Caberia então aos psicólogos
motivarem os professores de Ciências e treiná-los em workshops sobre a técnica a ser
utilizada, como já aludido por Lane et al. (1994) e Colvin (1993), autores mencionados na
introdução deste artigo. Pelo visto, é imprescindível que qualquer programa de promoção de
atitudes garanta inicialmente a motivação dos alunos porque, do contrário, não haverá
participação e, portanto, ganhos.
Em relação aos dilemas ambientais podemos dizer que: “A crescente incidência de
alagamentos, congestionamento de veículos e demais impactos ambientais negativos nas
cidades, especialmente em áreas metropolitanas, constitui dilema que não tem sido
adequadamente enfrentado pelas políticas governamentais.” (Mendes e Grehs (2006)
No artigo seis dilemas de conteúdo ecológico, que foram adaptados de dilemas
utilizados por Iozzi (1987), outros baseados em Blatt, Colby e Speicher (1974) e ainda outros
criados pela equipe (dois exemplos constam do Apêndice B). Os temas dos dilemas
utilizados foram: uso de agrotóxicos na agricultura, maus-tratos a animais criados para abate
(galinhas), caça como lazer, poluição industrial (chuva ácida; produção de PVC); substâncias
tóxicas em cereais. A coleção inclui ainda dilemas sobre o uso de animais (no caso, o coelho
e o sapo), como cobaias na produção de cosméticos e em outras situações de laboratório;
energia nuclear; e outros, que não foram usados nessa intervenção.
Podemos dizer que os 5 impactos ambientais principais são:
Poluição do ar, desmatamento, extinção de espécies, degradação do solo e
superpopulação representam grandes ameaças, que devem ser resolvidas para que o planeta
continue sendo um lar para todas as espécies.
O que pode ser feito conjunto de medidas que contribuem para a melhoria das
condições ambientais no mundo necessita da participação de todos os países, isso é
imprescindível, apesar disso, medidas individuais podem contribuir para a melhoria do
mundo em aspectos sociais e ambientais, ou seja, cada indivíduo faz a sua parte.
Outro fator que pode ser extremamente eficiente no processo de conservação está
inserido no contexto da educação. Essa forma ocorre na construção de um ensino ligado à
qualidade, e não à quantidade. Formar pessoas conscientes ambientalmente a partir de aulas
específicas de educação ambiental possibilita a produção de resultados positivos de médio a
longo prazo, o lado positivo desse item é que a mudança ocorre na base da sociedade
(jovens), originando pessoas preocupadas com os problemas relacionados ao ambiente.
Os mais relevantes problemas que afetam o nosso planeta são de natureza global e
suas causas não podem restringir-se apenas aos fatores estritamente físicos ou biológicos,
pois ensejam dimensões políticas, econômicas, institucionais, sociais e culturais. O desafio
da interdisciplinaridade precisa ser visto como um processo de conhecimento que busca
estabelecer cortes transversais na compreensão e na forma de se produzir explicações,
concretizando severas mudanças em processos de aprendizagem social e, por sua vez, de
intervenção.
Essas atitudes são fundamentais para promover a sustentabilidade e proteger o
planeta para as gerações futuras.
1. Reciclagem de materiais como papel, plástico, vidro e metal;
2. Redução do consumo de água através de práticas conscientes, como consertar
vazamentos e usar dispositivos economizadores;
3. Utilização de transporte público carona ou bicicleta em vez de dirigir sozinho,
reduzindo as emissões de gases de efeito estufa;
4. Uso de produtos reutilizáveis, como garrafas de água e sacolas de compras, em
vez de descartáveis;
5. Apoio a iniciativas de reflorestamento e preservação de habitats naturais;
6. Economia de energia em casa, desligando aparelhos eletrônicos quando não
estiverem em uso e optando por fontes de energia renovável;
7.Compra de produtos orgânicos e locais para reduzir a pegada de carbono
associada ao transporte e à produção de alimentos;
8. Participação em campanhas de conscientização e ações comunitárias para
promover a proteção ambiental;
9. Educação e engajamento político em questões ambientais, como votar em
candidatos que apoiam políticas de conservação;
10. Prática de atividades ao ar livre de forma responsável, respeitando a natureza e
deixando os ambientes naturais limpos e intactos.
Os sistemas socioambientais, sejam eles representados por cidades, países, bacias
hidrográficas, biomas, cadeias produtivas, sejam por mercados de commodities, não são
sistemas fechados, pelo contrário, possuem dinâmicas de intensificação de suas interações
temporais e espaciais, implicando crescentes graus de interdependência, que, por sua vez,
exacerbam as fragilidades dos sistemas de suporte à vida, ao passo que se caracterizam em
ameaças crescentes dados os contextos de vulnerabilidade e injustiças ambientais. A
perspectiva de contingenciamentos e de gestão com foco em produção de alimentos,
consumo exacerbado, disponibilidade, uso e conservação de recursos hídricos e produção e
uso de energia implica nexos de compensações e desequilíbrios que colocam respectivos
campos de intervenção e gestão como elementos indissociáveis na busca pela
sustentabilidade. Nunca foi tão evidente o grau em que os distintos tipos de escassez se
colocam em condição definitivamente intrínseca.
Os mais relevantes problemas que afetam o nosso planeta são de natureza global e
suas causas não podem restringir-se apenas aos fatores estritamente físicos ou biológicos,
pois ensejam dimensões políticas, econômicas, institucionais, sociais e culturais. O desafio
da interdisciplinaridade precisa ser visto como um processo de conhecimento que busca
estabelecer cortes transversais na compreensão e na forma de se produzir explicações,
concretizando severas mudanças em processos de aprendizagem social e, por sua vez, de
intervenção na realidade.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

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Editora: Plume - Ano de publicação: 2008 - ISBN: 978-0452289184

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