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Rua Norma Stefani, 108 – Bairro Ibiapaba – Tel.

: (32) 3339-6850
CEP: 36.200-022 – Barbacena (MG) – www.aprendiz.edu.br

MENINO MALUQUINHO
Autor: Ziraldo
Adaptação dramatúrgica e direção: Fábio Sena

2º ANO A

AVÓ MALUQUINHA: Luciana (mãe da Maria Clara)


AVÔ MALUQUINHO: Lucas Couto
BABÁ MALUQUINHA: Beatriz, Isabela
MÃE MALUQUINHA: Lara
MENINO MALUQUINHO: Davi, João, Lucas Kiffer, Pedro, Rafael, Wagner
NAMORADA MALUQUINHA: Isadora, Letícia, Maria Luiza, Mariana
PROFESSORA MALUQUINHA: Maria Clara, Prof. Priscila

Palco com nove cadeiras em diagonal, compondo uma sala de aula.


Dois balões e duas agulhas, para a música “ABZ do Ziraldo”.
Ao fundo, boletim em tamanho ampliado, cheio de nota 10 e, apenas, uma nota 0.
Á frente do palco, lupa, para coreografia com a música “Festa do Menino
Maluquinho”.
Elástico fino, preso ao teto do palco, sobre a coxia, para a cena do Menino
Maluquinho brincando de pipa.
Duas poltronas, na coxia, para os avós.
Uma folha de papel com os versinhos do Menino Maluquinho (PEDRO), na coxia.
Esparadrapos (fitas crepe), em formato de curativos, no fundo do palco, para as
Namoradas pegarem e colocarem no Menino Maluquinho.
Balões cheios e amarrados, para entrarem com as Namorados, para um jogo de
futebol.
Bigode, na coxia, para representar o crescimento do Menino Maluquinho.

NARRADOR: Era uma vez, um menino maluquinho.

Entra o Menino Maluquinho (DAVI, JOÃO, LUCAS KIFFER, PEDRO, WAGNER e


RAFAEL), com mochila escolar na costa, e se posiciona, na marcação.

MM DAVI: Dizem que eu tenho o olho maior que a barriga.


MM JOÃO: E dizem que eu tenho fogo no rabo.
MM LUCAS KIFFER: E eu tenho vento nos pés.
MM PEDRO: E eu tenho, mesmo, umas pernas enormes (que dão para abraçar o mundo).
MM RAFAEL: Dizem que eu tenho macaquinhos no sótão (e eu nem sei o que significava
macaquinhos no sótão).

NARRADOR: Ele era um menino impossível!

MM WAGNER: Na verdade, eu sou um menino incrível!

Trecho da música “Festa do Menino Maluquinho” (Antônio Pinto).


Menino Maluquinho coreografa, pegando a luta, à frente do palco.

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MÚSICA: Para quem vem, / É só seguir, / Devagarinho, / Um menino maluquinho. / (Isso é uma
panela!) // Pra quem vem é só seguir devagarinho, maluquinho. / O menino é quem sabe
"cochichou" bem baixinho. / Que num pote de ouro, feito por um alquimista, / Cabe tudo,
tudo cabe, mas só vê quem tem a pista. / Quem será que sabe? / Quem será o artista? //
Me disseram que quem sabe é o maluco pequenino; / O moleque de verdade; / É o
Menino Maluquinho...

O sino da escola toca.


Menino Maluquinho senta-se ao chão e entram as Namoradas (ISADORA, LETÍCIA
e MARIANA), compondo o ambiente escolar. Sentam-se em diagonal.
Entram as Professoras Maluquinhas (MARIA CLARA e Prof. PRISCILA).

PROF. MARIA CLARA: Boa tarde, 2º ano A!


TODOS: Boa tarde, Professora Maria Clara!!!
PROF. PRISCILA: Boa tarde, 2º ano A!
TODOS: Boa tarde, Professora Priscila!!!
PROF. MARIA CLARA: Vamos à “chamada maluca”! Davi...

E o Davi responde de uma forma não comum, usando expressão corporal, facial
e/ou vocal. Os demais respondem de forma diferente, conforme chamada.

PROF. PRISCILA: Isadora...


PROF. MARIA CLARA: João...
PROF. PRISCIPLA: Letícia...
PROF. MARIA CLARA: Lucas Kiffer...
PROF. PRISCILA: Maria Luiza...
PROF. MARIA CLARA: Mariana...
PROF. PRISCILA: Pedro...
PROF. MARIA CLARA: Rafael...
PROF. PRISCILA: Wagner...
PROFESSORA MALUQUINHA: Vocês são mesmo maluquinhos!!

A Namorada Isadora levanta o dedo.

NAMORADA ISADORA: Professora!


PROF. PRISCILA: Sim, Isadora!
NAMORADA ISADORA: Eu queria saber mais sobre esta arte incrível chamada “teatro”.
PROF. MARIA CLARA: Saber mais?!
PROF. PRISCILA: Saber mais?!

Base instrumental, para a música da Professora Maluquinha com seus alunos.

PROFESSORA MALUQUINHA: Era isso o que eu queria ouvir!


ALUNOS: E tem mais pra gente conhecer?
PROFESSORA MALUQUINHA: Tem um mundo pra se descobrir!
ALUNOS: Era isso o que eu queria ouvir!
PROFESSORA MALUQUINHA: E tem mais! Tem muito mais!
ALUNOS: Tem mais coisas pra gente saber?!
PROFESSORA MALUQUINHA: Iiiiih! Tem os livros que a gente vai ler.
ALUNOS: É assim que eu quero aprender!
PROFESSORA MALUQUINHA: Era tudo o que eu queria ouvir!
ALUNOS: Era tudo o que eu queria ouvir!
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Parte instrumental.

PROFESSORA MALUQUINHA: Era isso o que eu queria ouvir!


ALUNOS: E tem mais pra gente conhecer?
PROFESSORA MALUQUINHA: Tem um mundo pra se descobrir!
ALUNOS: Era isso o que eu queria ouvir!
PROFESSORA MALUQUINHA: E tem mais! Tem muito mais!
ALUNOS: Tem mais coisas pra gente saber?!
PROFESSORA MALUQUINHA: Tem os livros que a gente vai ler.
ALUNOS: É assim que eu quero aprender!
PROFESSORA MALUQUINHA: Era tudo o que eu queria ouvir!
ALUNOS: Era tudo o que eu queria ouvir!

PROF. MARIA CLARA: Mas, antes, vamos treinar mais o ABZ do Ziraldo.
PROF. PRISCILA: Ziraldo Alves Pinto é um cartunista, chargista, pintor, dramaturgo,
caricaturista, escritor, cronista, desenhista, humorista, colunista e jornalista brasileiro.
Nasceu aqui, em Minas Gerais, na cidade de Caratinga. O nome de Ziraldo veio da
combinação criativa dos nomes de sua mãe, Zizinha, com o de seu pai, Geraldo.
PROF. MARIA CLARA: E criou o Menino Maluquinho e outros personagens. Vamos ao ABZ do
Ziraldo?

MÚSICA: “Abertura do ABZ do Ziraldo”.


Estoura-se um balão, na introdução da música.

MÚSICA: A primeira letra que se aprende é o “A” / Uma exclamação de alegria é o “A” / Alegria
de viver / Descobrir e entender // Vamos inventar / o mundo na TV / Chama a turma
toda pra curtir o ABZ // Outras vêm, levando a gente até o “Z” / Onde a vida toda é um
livro cheio de emoção / Bate um papo como o som / ZAP ZEP ZIP ZOP ZUP ZIDUUUU //
Vamos inventar / o mundo na TV / Com seu velho amigo pra curtir o ABZ // ABZ do
Ziraldo //

Estoura-se outro balão, ao final da música.

PROFESSORA MALUQUINHA: Boa tarde, meninos maluquinhos!!


ALUNOS: Boa tarde, professoras maluquinhas!!!

Rafael... Toca o sino da escola.


Enquanto o Narrador continua a história, o Menino Maluquinho vai até o fundo e
permanece de costa, até o fim da narração.

NARRADOR: Quando ele voltava da escola, a pasta e os livros chegavam sempre primeiro,
voando na frente.

Menino Maluquinho se vira e arremessa a mochila, para à frente do palco.

MENINO MALUQUINHO: Mamãe, “tou” aí com uma bomba!!!

Sirene de Corpo de Bombeiro.


Mãe (LARA), Avô (LUCAS COUTO), Avó (LUCIANA – mãe da Maria Clara) e a
Babá (BEATRIZ e ISABELA) entram, correndo pelo palco, até o fim da sirene, se posicionando
nas marcações diagonais do lado direito.
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AVÔ LUCAS COUTO: Meu neto é um subversivo!


AVÓ LUCIANA: Ele vai matar o gato!
BABÁ: Tira esse negócio daí!!
MM DAVI: A bomba já explodiu, gente. Lá no colégio.
MÃE LARA: Esse menino é maluquinho!

E vai conferir o boletim.


Menino Maluquinho mostra boletim para a plateia.

MM WAGNER: Só tem um zerinho aí. Num tal de comportamento!

TODOS: Aaaaaaah!...

Fica, só, a Mãe (LARA) e a BABÁ (BEATRIZ e ISABELA).


O Menino Maluquinho sai de cena e pega o elástico fino preso ao teto do palco,
sobre a coxia, esperando o momento de voltar para o palco, esticando o elástico, como se
estivesse empinando uma pipa no ar.

BABÁ BEATRIZ: Esse menino é mesmo maluquinho!


BABÁ ISABELA: Esse serviço, ainda, é mais do que de babá. É de uma verdadeira
empreguete.
MÃE LARA: Babá Beatriz! Babá Isabela! Eu sei que o serviço está muito, com esses meus
filhos maluquinhos. Já fazem serviço além ao de babá. Mas eu vou dar um aumento e
pagar todos os direitos. Eu, também, levo uma vida de empreguete. E esta casa me deixa
maluquinha.

Formam o trio de empreguetes.

MÚSICA: Todo dia acordo cedo / Moro longe do emprego / Quando volto do serviço quero o
meu sofá / Tá sempre cheia a condução / Eu passo pano, encero chão / A outra vê defeito
até onde não há // Queria ver madame aqui no meu lugar / Eu ia rir de me acabar / Só
vendo a patroinha aqui no meu lugar / Botando a roupa pra quarar // Minha colega quis
botar / Aplique no cabelo dela / Gastou um extra que era da parcela / As filhas da patroa /
A nojenta e a entojada / Só sabem explorar, não valem nada // Queria ver madame aqui
no meu lugar / Eu ia rir de me acabar / Só vendo a cantora aqui no meu lugar / Tirando a
mesa do jantar // Levo vida de empreguete, eu pego às sete / Fim de semana é salto
alto e ver no que vai dar / Um dia compro apartamento e viro socialite / Toda boa,
vou com meu ficante viajar // (REPETE REFRÃO) //

MÃE LARA: Vamos meninas! Ao trabalho, enquanto o meus filhos maluquinhos estão
distraídos, soltando pipa.

Saem.

NARRADOR: A pipa que o menino maluquinho soltava, era a mais maluca de todas. Rabeava lá
no céu, rodopiava adoidado, caía de ponta cabeça, dava tranco e cabeçada e sua linha
cortava mais que o afiado cerol.

Menino Maluquinho entra, esticando o elástico, representando a linha da pipa no ar.

MENINO MALUQUINHO: Mais que o afiado cerol???


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São projetadas, ao fundo do palco, imagens de campanhas contra o uso de cerol.


Menino Maluquinho se fira, de costa para a plateia, olhando para as projeções.

MM DAVI: Além de pipas, cerol corta vidas. Pipa é legal. Cerol é crime.
MM JOÃO: O cerol vira arma, na mão do seu filho. Cerol – tire esta ideia da cabeça.
MM LUCAS KIFFER: Aproveite sua diversão. Pipa com cerol, não! O uso de cerol é crime e está
sujeito a multa. Não estrague a sua brincadeira.
MM PEDRO: SOS Brasil! Linha com cerol. Linha chilena. Não use... É crime.
MM RAFAEL: Sem cerol, a pipa é legal.
MM WAGNER: Cerol mata. O uso do cerol é crime. Divirta-se, sem causar acidentes.

Menino Maluquinho se vira para a plateia.

MM DAVI: E essa pipa fui eu mesmo quem fiz.


MM JOÃO: Aprendi a amarrar linha e taquara a colar papel de seda.
MM LUCAS KIFFER: E fazer, com polvilho, o grude para colar a pipa triangular, como o papai
me ensinou.
MM PEDRO: Do jeito que o vovô Lucas Couto ensinou para o papai.
MM RAFAEL: E do jeito que o vovô Lucas Couto aprendeu com o pai dele.
MM WAGNER: Filho aprendendo com o pai a gerações. Sem usar cerol e linha chilena. E em
lugar seguro.

MÚSICA: “Minha Pipa” (Mundo Bita).


O Menino Maluquinho mexe com o elástico, como que manobrando a sua pipa no
ar.

MÚSICA: Pi, pê-i, pi, piriri, parará, minha pipa / Voa mais alto que as nuvens mais altas
que estão no céu / Sobe ligeiro e para no ar feito disco voador / Dança no vento
macio da brisa que vem do mar // Pa, pe, pi, pa, pipa, sobrevoa meu chapéu / Linha
fina, rabiola, desenrola o carretel / Minha nova amiga pipa vamos juntos flutuar / Enfeitar o
céu em cores e brincar até cansar // Pi, pê-i, pi, piriri, parará, minha pipa / Voa mais
alto que as nuvens mais altas que estão no céu / Sobe ligeiro e para no ar feito
disco voador / Dança no vento macio da brisa que vem do mar //

Na parte instrumental final da música, o Menino Maluquinho vai saindo de cena,


voltando com o elástico para a coxia.
Entra a Vovó e o Vovô.

NARRADOR: Era preciso ver o menino maluquinho na casa da vovó!

VOVÓ LUCIANA: Menino Maluquinho!!! Quem é que deixa fazer tudo que a mamãe nunca
deixou?

Menino Maluquinho entra, animado.

MENINO MALUQUINHO: É a vovó e o vovô!!!

MÚSICA: “Os Avós” (Xuxa).


Dramatização da música. O refrão com roda em volta dos avós.

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MÚSICA: Ya ya ya ô! / Quem é que deixa fazer tudo que a mamãe nunca deixou / Ya ya ya
ô! / É a vovó e o vovô! // (REFRÃO) // O vovô não fica sério / faz o tipo brincalhão / É a
vovó quem manda o tédio / Passear, lamber sabão // (REFRÃO) // A criançada pinta o
sete / Faz o avô de cavalinho / A vovó brinca de pique / De boneca e de carrinho //
(REFRÃO) // Hamburguer no almoço / E sorvete no jantar / Dormir sem tomar banho / Só
os avós que vão deixar / Quem te livra do castigo / E deixa ver televisão / E não briga com
a roupa / Espelhada pelo chão // (REFRÃO) // A mamãe fica zangada / Com tamanha
confusão / Se os avós liberam tudo / A bomba estoura em sua mão // Mas no fundo ela
entende / Que é uma prova de amor / Pois eles sabem tudo / A vida já lhes ensinou //
(INTRUMENTAL) // (REFRÃO) // Assim na brincadeira / Aprendemos a lição / Que os
avós são outros pais / Que a gente tem no coração // (REFRÃO).

O Menino Maluquinho boceja e espreguiça.


Os avós puxam duas poltronas da coxia.
O Menino Maluquinho se acomoda ao pé da poltrona.

NARRADOR: E dormia cansado, no colo da vovó, suspirando de alegria

VOVÓ LUCIANA: Esse meu neto é tão maluquinho.


VOVÔ LUCAS COUTO: Dorme, meu netinho! Dorme com o som da chuva!

Som de chuva.
MÚSICA: “Chove Chuva” (Jorge Bem / Coral Maluquinho).
Entra todo o elenco, na marcação, para cantarem.

MÚSICA: Chove Chuva / Chove sem parar... // Pois eu vou fazer uma prece / Prá Deus, nosso
Senhor / Prá chuva parar / De molhar o meu divino amor... / Que é muito lindo / É mais
que o infinito / É puro e belo / Inocente como a flôr... / Por favor, chuva ruim / Não molhe
mais / O meu amor assim... // Chove Chuva / Chove sem parar... // Sacundim,
sacundém / Imboró, conga / Dombim, dombém / Agouê, obá / Sacundim, sacundém /
Imboró, conga / Dombim, dombém / Agouê / Agouê, oh! oh! oh! Obá / Agouê, oh! oh! oh!
Obá / Agouê, oh! oh! oh! obá... //

Só ficam, em cena, as Namoradas (ISADORA, LETÍCIA e MARIANA).

NARRADOR: O menino maluquinho tinha dez namoradas! Ele era um namorado formidável que
desenhava corações nos troncos das árvores e fazia versinhos:

Entra o Menino Maluquinho (PEDRO) e se ajoelha, aos pés das Namoradas,


segurando e lendo em uma folha de papel:

NARRADOR: E fazia canções.

Menino Maluquinho e Namoradas Maluquinhas cantam.

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MÚSICA: Se essa rua / Se essa rua fosse minha / Eu mandava / Eu mandava ladrilhar /
Com pedrinhas / Com pedrinhas de brilhante / Para o meu / Para o meu amor passar
// Nessa rua / Nessa rua tem um bosque / Que se chama / Que se chama solidão / Dentro
dele / Dentro dele mora um anjo / Que roubou / Que roubou meu coração // Se eu roubei /
Se eu roubei teu coração / Tu roubaste / Tu roubaste o meu também / Se eu roubei / Se
eu roubei teu coração / É porque / É porque te quero bem // Se essa rua / Se essa rua
fosse minha / Eu mandava / Eu mandava ladrilhar / Com pedrinhas / Com pedrinhas
de brilhante / Para o meu / Para o meu amor passar //

Som de quebradeira.
Menino Maluquinho cai, rolando pelo chão.
As Namoradas corem, para pegar esparadrapo (fita crepe), já em formato de
curativo, para por no Menino Maluquinho, enquanto o Narrador fala.

NARRADOR: E se escalavrava nos paralelepípedos. E rasgava os fundilhos no arame da cerca.


E tinha tanto esparadrapo nas canelas e nos cotovelos e tanta bandagem na volta das
férias que todo ano ganhava, dos colegas no colégio, o apelido de Múmia.

Namoradas saem.

VOZES: Parece uma múmia! (gargalhada)

Menino Maluquinho vai ao proscênio.

NARRADOR: E chorava escondido, se tinha tristezas.

Olha para um lado e para o outro.


Som de choro.
Quando param de chorar, um cochicha no ouvido do outro.

NARRADOR: O menino maluquinho tinha lá os seus segredos e nunca ninguém sabia os


segredos que ele tinha (pois segredo é justo assim). Tinha uns mais segredáveis E outros
que eram menos. O menino maluquinho jogava futebol.

Menino Maluquinho se levanta e entra a Mãe, a Babá, a Avó, o Avô e as


Namoradas (trazendo bolões cheios e amarrados), como torcida, ao fundo do palco.

NARRADOR: E toda a turma ficava esperando ele chegar pra começar o jogo. É que o time era
cheio de craques e ninguém queria ficar no gol. Só o menino maluquinho que dizia
sempre:

MM RAFAEL: Deixa comigo!

O Menino Maluquinho (RAFAEL) vai para o gol, próximo às pernas do lado


esquerdo.

NARRADOR: E ia rindo pro gol, para o jogo começar.

Uma Namorada joga um balão, para o jogo começar.

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NARRADOR: E o menino maluquinho voava na bola, e caía de lado, e caía de frente, e caía de
pernas pro ar, e caía de bunda no chão. E a torcida ria e gostava de ver a alegria daquele
goleiro. E todos diziam:

TODOS: Que goleiro maluquinho!

Todos cantam.

MÚSICA: Umbabarauma, homem gol / (+3X) // Joga bola, joga bola, corocondô / Joga bola,
joga bola, jogador // Pula pula, cai, levanta, sobe desce, corre, chuta / abre espaço,vibra e
agradece. / Olha que a cidade toda ficou / Vazia nessa tarde bonita, só pra te ver jogar. //
Umbabarauma, homem gol / (+3X) // Joga bola, jogador, joga bola, corocondô / Joga
bola, jogador, joga bola, corocondô // Rererererere, jogador / Rererererere, corocondô /
Rererererere, jogador / Rererererere, corocondô // Tererê, tererê, tererê, tererê, tererê,
homem gol / Tererê, tererê, tererê, tererê, tererê, homem gol // Umbabarauma, homem
gol / (+4X) // Joga bola, jogador, joga bola corocondô / Joga bola, jogador, joga bola
corocondô // Rererererere, jogador / Rererererere, corocondô / Rererererere, jogador /
Rererererere, corocondô // Tererê, tererê, tererê, tererê, tererê, homem gol / Tererê,
tererê, tererê, tererê, tererê, homem gol // Umbabarauma, homem gol / (+6X) //

Festa de comemoração de todos, pelo jogo.


Todos saem.
Menino Maluquinho coloca bigode, para representar seu crescimento.

NARRADOR: E aí, o tempo passou. E, como todo mundo, o menino maluquinho


cresceu. Cresceu e virou um cara legal! Aliás, virou o cara mais legal do mundo! Mas, um
cara legal, mesmo!

Entra o Menino Maluquinho com bigode, representando seu crescimento.

NARRADOR: E foi aí que todo mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho.
Ele tinha sido era um menino feliz!

Música para mesura.

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