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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA............................................................................................................................. I
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................. II
EPÍGRAFE .................................................................................................................................. III
RESUMO ..................................................................................................................................... IV
ABSTRACT ................................................................................................................................. IV
RESUMÉ ..................................................................................................................................... VI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..............................................................................VIII
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 8
Problematização ......................................................................................................................... 9
Problema da Pesquisa ................................................................................................................. 9
Hipóteses .................................................................................................................................... 9
Objectivos .................................................................................................................................. 9
Objectivo Geral .......................................................................................................................... 9
Objectivo Específico .................................................................................................................. 9
Delimitação da Pesquisa ............................................................................................................ 9
Justificativa do Tema ............................................................................................................... 10
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 11
1.1 Definição de Termos e Conceitos ...................................................................................... 11
1.2- História e Evolução do Secretariado ................................................................................. 13
1.2.1 - Atribuições do Secretário no seu Local de Trabalho .................................................... 14
1.3 - O Surgimento da Ergonomia ........................................................................................... 15
1.3.1 - Os Tipos de Intervenção Ergonômica ........................................................................... 16
1.3.2 - As Áreas de Especialização da Ergonomia ................................................................... 18
1.3.3 - O Sistema Homem-Máquina ........................................................................................ 19
1.3.3.1 - Dados Referentes ao homem ..................................................................................... 20
1.3.3.2 - Dados Referentes à máquina ...................................................................................... 20
1.3.4 - Campo de Estudo da Ergonomia .................................................................................. 21
1.3.4.1 - Posto de trabalho ........................................................................................................ 21
1.3.4.2 - Cadeira ....................................................................................................................... 22
1.3.4.3 - Mesas ......................................................................................................................... 23
1.3.4.4 - Monitor de Vídeo e Teclado ...................................................................................... 24
1.3.5 - Condições Ambientais de Trabalho .............................................................................. 25
1.3.5.1 - Temperatura ............................................................................................................... 25
1.3.5.2 - Iluminação ................................................................................................................. 26
1.3.5.3 - Ruído .......................................................................................................................... 27
1.3.6 - As Principais Doenças no Trabalho Informatizado ..................................................... 27
1.3.6.1 - Dort ou Ler ................................................................................................................. 28
1.3.6.2 - Dores nas Costas e no Pescoço .................................................................................. 30
1.3.6.3 - Estresse ...................................................................................................................... 31
1.3.6.4 - Fadiga......................................................................................................................... 33
1.3.6.5 - A Visão no Trabalho .................................................................................................. 34
1.3.6.6 - A Postura no Trabalho Informatizado ....................................................................... 35
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................ 37
2.1- Modelo De Pesquisa ......................................................................................................... 37
2.2- Tipos De Pesquisa ............................................................................................................. 37
2.3- População E Amostra........................................................................................................ 37
2.4- Amostragem ...................................................................................................................... 38
2.5- Técnicas Ou Instrumentos De Colecta De Dados ............................................................. 38
2.6- Apresentação Da Unidade De Análise .............................................................................. 39
2.7- Limitação Da Pesquisa...................................................................................................... 39
CAPÍTULO III-APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS ........................................................................................................................... 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 41
SUGESTÕES ............................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS .................................................................................... 42
APÊNDICES ............................................................................................................................... 50
ANEXOS ..................................................................................................................................... 46
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho às nossas famílias, pois sempre acreditaram em nós e nas nossas
capacidades. Ao nosso tutor Professor Manuel Simão Indo, pelo acompanhamento do
trabalho; ao Instituto Médio Comercial de Luanda que nos abriu as portas, proporcionando-
nos conteúdos que serviu de suporte na elaboração do nosso trabalho, e pela oportunidade
concedida de defender este mesmo projecto.

I
AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Senhor nosso Deus pelo fôlego e intelecto, dos elementos essenciais para a
elaboração do presente artigo.

Às nossas famílias pelo sustento emocional e financeiro durante o nosso percurso


académico.

Ao IMCL por nos proporcionar momentos de aprendizado através das aulas ministradas
pelos diversos professores que integram o quadro docente, pela interacção com o pessoal
afecto aos vários departamentos internos e pelo convívio com os nossos colegas, no decurso
da formação.

Os nossos agradecimentos são extensivos á todos os nossos amigos e colegas por


partilharem connosco um pouco dessa experiência e a todos que directa ou indirectamente
contribuíram na elaboração e materialização deste trabalho.

II
EPÍGRAFE

“Não desista nas primeiras tentativas, a


persistência é amiga da conquista”.

Bill Gates

III
RESUMO

O presente trabalho tem como tema, “O Impacto das Condições Ergonómicas na


Profissão de Secretariado” cujo objectivo geral é analisar o impacto das condições
ergonómicas no profissional do IMCL. As hipóteses levantadas são: as condições
ergonómicas no profissional do IMCL têm um impacto negativo, as condições ergonómicas
no profissional do IMCL têm um impacto positivo. As fontes de pesquisa foram descritiva,
bibliográfica e pesquisa de campo. Para a pesquisa de campo utilizou-se como técnica de
colecta de dados a entrevista e a observação sendo a nossa população de 126 funcionários e
uma amostra constituída por um profissional de secretariado e dois técnicos da areia
administrativa do Instituto Médio Comercial de Luanda, a amostragem utilizada é a
amostragem não aleatória por escolha racional. Contudo constatamos que as condições
ergonómicas garantem um desempenho das actividades laborais do secretário no IMCL é um
elemento de grande relevância, uma boa gestão do espaço também garante o bom
desempenho laboral do secretário no IMCL. Foi notável que muitos profissionais por falta de
condições ergonómicas no seu local de trabalho têm sentido estresse e até dores de coluna.
Barreiras ou interferências como ruído também foram tidos em conta. Quanto a iluminação os
nossos entrevistados disseram serem a mais adequada. Pois para o secretário dentro de uma
empresa é indispensável uma integração perfeita entre as condições ergonómicas e seu
desempenho.

Palavra-chave: Condições; Desempenho; Ergonómicas; Secretário.

IV
ABSTRACT

The present work has as its theme, "The Impact of Ergonomic Conditions in the Secretarial
Profession" whose general objective is to analyze the impact of ergonomic conditions on the
IMCL professional. The hypotheses raised are: the ergonomic conditions in the IMCL
professional have a negative impact, the ergonomic conditions in the IMCL professional have
a positive impact. The research sources were descriptive, bibliographic and field research. For
the field research, interview and observation were used as a data collection technique, with
our population of 126 employees and a sample made up of a secretarial professional and two
technicians from the administrative sand of the Instituto Médio Comercial de Luanda,
sampling. used is non-random sampling by rational choice. However, we found that the
ergonomic conditions guarantee a performance of the secretary's work activities at IMCL is
an element of great relevance, a good management of the space also guarantees the good work
performance of the secretary at IMCL. It was notable that many professionals due to lack of
ergonomic conditions in their workplace have experienced stress and even back pain. Barriers
or interference such as noise were also taken into account. As for lighting, our interviewees
said they were the most suitable. For a secretary within a company, perfect integration
between ergonomic conditions and performance is essential.

Keyword: Conditions; Performance; Ergonomic; Secretary.

V
RESUMÉ

Le présent travail a pour thème «L'impact des conditions ergonomiques dans la profession de
secrétariat» dont l'objectif général est d'analyser l'impact des conditions ergonomiques sur le
professionnel IMCL. Les hypothèses émises sont: les conditions ergonomiques chez le
professionnel IMCL ont un impact négatif, les conditions ergonomiques chez le professionnel
IMCL ont un impact positif. Les sources de recherche étaient des recherches descriptives,
bibliographiques et de terrain. Pour la recherche sur le terrain, l'entretien et l'observation ont
été utilisés comme technique de collecte de données, avec notre population de 126 employés
et un échantillon composé d'un professionnel du secrétariat et de deux techniciens du sable
administratif de l'Instituto Médio Comercial de Luanda, l'échantillonnage est utilisé.
échantillonnage non aléatoire par choix rationnel. Cependant, nous avons constaté que les
conditions ergonomiques garantissent une exécution des activités de travail du secrétaire à
l'IMCL est un élément d'une grande pertinence, une bonne gestion de l'espace garantit
également la bonne exécution du travail de la secrétaire à l'IMCL. Il est à noter que de
nombreux professionnels en raison du manque de conditions ergonomiques sur leur lieu de
travail ont connu du stress et même des maux de dos. Les barrières ou les interférences telles
que le bruit ont également été prises en compte. Quant à l'éclairage, nos interviewés ont dit
qu'ils étaient les plus adaptés. Pour le secrétaire au sein d'une entreprise, une parfaite
intégration entre les conditions ergonomiques et la performance est essentielle.

Mots-clés: Conditions; Performance; Ergonomique; Secrétaire.

VI
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

 AET: Análise Ergonómica do Trabalho


 DORT: Distúrbios Oestes musculares Relacionado ao Trabalho
 IEA: Associação Internacional da Ergonomia
 IMCL: Instituto Médio Comercial de Luanda
 LER: Lesões por esforço repetitivo relacionado ao trabalho
 PAP: Prova de Aptidão Profissional
 PT: Projecto Tecnológico

VII
INTRODUÇÃO

A nossa abordagem em volta do assunto sobre o impacto das condições ergonómicas


na profissão de secretariado, embora os conhecimentos técnicos sejam suficientes para vir
a ser um mecanismo de se ter um êxito no local de trabalho, assim é necessário conhecer
determinadas condições ocupacionais, além do ritmo, turno, carga, e intensidade de
trabalho.

O conhecimento de técnicas ergonómicas e sua filosofia para adaptar o trabalho ao


homem, tem gerado grandes benefícios a profissionais e às empresas. Em âmbito geral
busca-se envolver as empresas e gestores num processo contínuo de aprendizado e
aperfeiçoamento, abastecendo-os de ferramentas que auxiliam a atingir seus objectivos e
metas, beneficiando o clima empresarial, seus resultados financeiros a imagem da empresa
no mercado e sua equipe mais saudável e satisfeita.

No presente trabalho vamos abordar também um conjunto de conhecimentos


indispensáveis à utilização e a importância da Ergonomia para o desempenho da profissão
de secretariado no seu local de trabalho.

Para o desempenho correto de suas actividades no local de trabalho, o profissional


deve conhecer determinadas condições ocupacionais tais como: Factores ambientais,
factores posturais, operacionais e factores organizacionais.

Durante a evolução industrial ocorreram grandes avanços e desenvolvimento do


trabalho, forçando os trabalhadores a realizarem as suas tarefas, com uma máquina
transformando-o em um fantoche, destinado a desempenhar actividades cotidianas,
cansativas e monótonas, exigindo o seu máximo, tornando mais susceptível e lesões
ocupacionais.

Sendo assim, o nosso trabalho está organizado em três (3) capítulos:

. No primeiro capítulo abordaremos sobre: A origem do secretário;

. No segundo abordaremos sobre: As condições ergonómicas na profissão de


secretariado e a sua importância;

. E no terceiro capítulo fizemos um estudo de caso no Instituto Médio Comercial de


Luanda.

8
Problematização

Como futuros técnicos na profissão de secretariado, na abordagem desse tema referente ao


impacto das condições ergonómicas na profissão de secretariado, a ergonomia muitas das
vezes não é vista de uma forma positiva, logo tem as suas desvantagem. As condições
ergonómicas quando não tidas de forma coerente causam sérios problemas físico e
psicológico ao profissional; a falta de um ambiente favorável e materiais danificados são
na sua maioria os principais causadores de distúrbios no profissional.

Com base o tema abordado formulamos a seguinte problemática:

Problema da Pesquisa

Que impacto têm as condições ergonómicas no profissional do IMCL?

Hipóteses

H1: As condições ergonómicas no profissional do IMCL têm um impacto negativo.

H2: As condições ergonómicas no profissional do IMCL têm um impacto positivo.

Objectivos

Objectivo Geral

Analisar o impacto das condições ergonómicas no profissional do IMCL.

Objectivos Específicos
a) Identificar o impacto das condições ergonómicas no profissional do IMCL.
b) Descrever o impacto das condições ergonómicas no profissional do IMCL.
c) Avaliar o impacto das condições ergonómicas no profissional do IMCL.

Delimitação da Pesquisa
Delimitou-se a pesquisa no Instituto Médio Comercial de Luanda, que aborda sobre
o impacto das condições ergonómicas na profissão de secretariado entre os anos 2019 à
2021 na Província de Luanda, município de Luanda. O tema teve uma análise da pesquisa
na área de secretariado.

9
Justificativa do Tema

Tivemos a honra de escolher este tema para mostrarmos as pessoas, seja um aluno,
um professor, ou até mesmo um profissional, o verdadeiro sentido desta palavra
“Ergonomia” dizer como ela atua no sector administrativo na área do secretariado, com o
objectivo de facilitar as interacções entre os seres humanos e máquinas. Dizer também que
falar da ergonomia não é apenas saber a sua definição, visto que ela está presente no sector
administrativo, sector bancário, pois para o desempenho correto de suas actividades o
profissional deve conhecer determinadas condições ocupacionais tais como: factores
posturais, operacionais e factores organizacionais.

Para adaptar o homem no seu local de trabalho o conhecimento de técnicas


ergonómicas e sua filosofia têm gerado grandes benefícios aos profissionais e as suas
empresas. Em âmbito geral busca-se envolver as empresas e os gestores num processo
contínuo de aprendizado e aperfeiçoamento, beneficiando assim o clima empresarial nos
seus resultados financeiros, a imagem da empresa no mercado de trabalho, e sua equipe
mais saudável e satisfeita.

Sem o uso da ergonomia no local de trabalho as possibilidades de ocorrer grandes


avanços as organizações principalmente na área administrativa são poucas, pois o
secretário ao exercer as suas actividades monótonas no local de trabalho deve estar
confortável possível a fim de ajudar no desenvolvimento das organizações.

Foi escolhido este tema, porque é do nosso agrado querer saber também mais um
pouco a respeito desta profissão (secretariado), na qual é exercida por uma pessoa cujo
denomina-se (secretário) saber sobre como a ergonomia pode se tornar um factor essencial
para o desempenho da mesma, que impacto tem nesta mesma profissão e como pode se
tornar uma factor indispensável nas organizações.

Também procurou-se saber as ideias de diferentes autores sobre a ergonomia e o


profissional de secretariado deste século, seu perfil, desempenho, as habilidades, as
inovações na área administrativa na visão de diversos autores para que o leitor possa
compreender o secretário(a) em uma organização, especificamente no Instituto Médio
Comercial de Luanda.

10
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Buscou-se na fundamentação teórica a leitura de diversos autores que discutem a


importância do profissional de secretariado deste século, seu perfil, desempenho, suas
habilidades, as inovações na área administrativa, abordam-se de uma forma global para a
profissão de secretariado na visão de diversos autores, para que o leitor possa compreender
a secretária (o) em uma organização pública ou privada.

1. Definição de Termos e Conceitos

Os estudiosos em etimologia e linguística acreditam que a palavra secretário surgiu


da palavra em latim “secretarium”, a qual significa “lugar retirado” ou “conselho privado”.
Porém, afirma que outros especialistas nos dão conta da existência da palavra “secretum”
cujo a tradução do latim seria “retiro”, “audiência secreta” e “mistério” (Marcelo 2003,
p.12).

Sabino e Rocha (2004, p.94) defendem que o Secretário actualmente é definido pelas
associações internacionais como “um profissional administrativo que possui um domínio
de habilidades de escritório, demonstra a habilidade para assumir responsabilidade sem
supervisão directa, iniciativa de exercícios e julgamento, e toma decisões dentro do âmbito
de autoridade.

Tais características exigem uma postura flexível, competente e comprometida com o


desenvolvimento e aperfeiçoamento das suas actividades. “O Secretariado do terceiro
milénio deve ter capacidade empreendedora, deve ser capaz de trabalhar em grupo, ter uma
postura ética, ser determinado para alcançar objectivos, ousado para apresentar ideias e
objectivo nas suas acções. ”Para estes autores, a evolução fez do Secretário, ao mesmo
tempo, assessor, gestor, empreendedor e consultor. E por causa deste leque de
competências que lhe é exigido, que ele tem o privilegio de “poder actuar em qualquer
segmento do mercado. Mas como é este novo mercado? É competitivo e volátil, fazendo
com que as empresas busquem oportunidades além de suas fronteiras físicas, envolvendo-a
com seus parceiros de negócios através do universo digital” (SABINO; ROCHA, 2004: 99).

Bianchi e Alvarenga (2003: p.9). resumem estas expectativas do mercado ao dizerem


que “em suma, o futuro profissional deverá ter uma formação que envolva saberes, nos
quais se incluem: aspectos éticos, conhecimentos técnicos e científicos, sociais, políticos e
administrativos.”

Segundo Toffler (1980, p.197) alguns autores vislumbram o futuro da profissão


como cada vez mais promissor, como que alertava para as mudanças que a automação iria

11
gerar nas organizações e consequentemente no exercício profissional do secretariado: “as
secretárias, longe de serem reduzidas a broncas e repetitivas processadoras, se tornarão
igualmente chefes, compartilhando algo do trabalho profissional e as tomadas de decisão,
de onde têm sido, em grande parte, até agora excluídas”. Francisco Gaudêncio Torquato
também acredita no crescimento e valorização da profissão e define o seu futuro da
seguinte forma:

Minha previsão é a de que a secretária tende a assumir maiores responsabilidades


na administração dos seus respectivos departamento, passando a gerenciar as
questões rotineiras e a assessorar os chefes, recebendo, para isso, maior soma de
poderes decisórios. Em termos de novas funções, imagino, por exemplo, que a
secretária será responsável pela colecta de dados, organização e planeamento do
budget e planilhas de custos de alguns serviços, controle de despesas, organização
e operacionalização do sistema de informações e bancos de dados
computadorizados, assessoria especial aos chefes para tomada de decisões sobre
clima ambiental e reordenamento de estruturas, supervisão de serviços de terceiros
prestados ao departamento etc. (TORQUATO, 1991: 155).

A palavra Ergonomia vem do grego, onde ERGUS significa trabalho e NOMOS


significa leis. Portanto, segundo, Ergonomia pode ser definida como o conjunto de leis que
regem o trabalho. (Barros 1996, p. 6)

A primeira definição de Ergonomia foi feita em 1857 por um Cientista polonês,


Wojciech Jastrzebowski, onde estabelecia que a Ergonomia como uma ciência do trabalho
requer que entendamos a actividade humana em termos de esforço, pensamento,
relacionamento e dedicação. (VIDAL, 2002, p. 29)

A Ergonomia surge como produto da colaboração de muitas ciências


especialidades, visando humanizar o trabalho e, como consequência natural, tornar mais
fecundos seus resultados. (VERDUSSEN, 1978, p. 2)

Já para a inglesa Ergonomics Research Society, Ergonomia é o estudo do


relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, particularmente,
a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, na solução dos
problemas surgidos desses relacionamentos. (BARROS, 1996, p. 7)

A Ergonomia faz um estudo bastante amplo, abrangendo não apenas as máquinas e


equipamentos utilizados, mas também toda a situação em que ocorre relacionamento entre
o homem e o seu posto de trabalho.

Os aspectos do comportamento humano do trabalho estudado pela Ergonomia,


segundo Lida (1990) apud Barros (1996, p. 7) são:

12
 O homem - características físicas, fisiológicas e sociais do trabalhador;
influência do sexo, idade, treinamento e motivação.
 Máquina - entende-se por máquina todas as ajudas materiais que o homem
utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliários e
instalações.
 Ambiente - estuda as características do ambiente físico que envolve o homem
durante o trabalho, como a temperatura, ruídos e vibrações, luz, cores, gases e
outros.
 Informação - refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um
sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões.
 Organização - é a conjunção dos elementos acima citados no sistema produtivo,
estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipes.
 Consequências do trabalho - aqui entram mais as questões de controles como
tarefas de inspecções, estudos dos erros e acidentes, além dos estudos sobre
gastos energéticos, fadiga e stress.

Por tanto, os objectivos práticos da ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem,


envolvendo a segurança, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores com as
características do ambiente. Em outras palavras, o conceito adoptado foi o da inglesa
Ergonomics Research Society.

1.2 - História e Evolução do Secretariado

Segundo Carlos (2011 p.45) não dá para precisar uma data específica para o
surgimento da profissão de secretariado, embora alguns estudiosos estimem que deva ter
sido no Egipto por volta do ano 500 a.C. Porém, sabe-se que os “escribas” foram os
primeiros secretários da história da humanidade, pois eles dominavam a escrita- oque era
raro para a época-faziam contas, classificavam os arquivos e redigiam as ordens em
manadas dos seus superiores.

Após a segunda guerra mundial o cargo do secretário tomou outra dimensão, pois o
mercado de trabalho abriu suas portas à mão de obra feminina principalmente na Europa e
nos EUA. Isso ocorreu em função da escassez de funcionários masculinos, os quais foram
direccionados para os campos de batalhas. No brasil os fenómenos ocorreram na chegada

13
da empresa multinacionais, onde se exigia que as secretárias conhecessem as técnicas de
dactilografia, taquigrafia, organização de arquivos, anotações de recados e atendimento
telefónico. (SOUSA, 2011).

Os primeiros registros da profissão do secretariado surgem dos tempos de


Faraó, quando era exercida pelo sexo masculino, na figura dos escribas. O
secretariado teve como origem a profissão de escriba, que tinha competências,
tais como administrar, escrever, ler e gerir processos. No Egipto o escriba era um
trabalho qualificado, era preciso frequentar escolas importantes. Se buscarmos na
idade antiga a origem da profissão do secretariado, poderemos afirmar que o “
escriba” foi o seu antepassado. Este cargo era ocupado por homens que
dominavam a escrita, faziam contas, classificavam os arquivos e redigiam as
ordens. Era homens capazes de receber por escrito as ordens e depois executá-
las, o que tem muita semelhança com o papel das secretárias, levando em
considerações as características de cada época. Durante a Idade Média a função
do secretário praticamente desaparece, em face das condições políticas,
económicas e socias. A função será exercida apenas, em parte, pelos monges nos
mosteiros que, na realidade, não são exactamente secretários, mas sim copistas.
Na Idade Moderna como ressurgir do comércio, a necessidade da função do
secretariado reaparece. Integra-se, mais tarde, à estrutura organizacional das
empresas permanece em evolução até os nossos dias. PEREIRA (2005, p.23).

Segundo MOTTA (1973) A mulher passa a actuar como secretária, de forma


expressiva, na Europa e nos Estados Unidos após as duas Guerras mundiais. Com a
escassez de mão- de- obra masculina, desviada para os campos de batalha e, com uma a
estrutura industrial/empresarial desenvolvida, as empresas não tiveram outra alternativa,
para manterem-se em funcionamento senão a de utilizar a mão- de- obra feminina em todas
as áreas. A mulher surge como secretária na década de 50. Nesta mesma época, houve a
implantação de cursos básicos voltados para a área como, por exemplo, dactilografia e
técnico em secretariado.

1.2.1 - Atribuições do Secretário no seu Local de Trabalho

Segundo SANTOS (2010), técnico de secretário tem várias atribuições e, dentre elas
podemos destacar:

 Organizar o seu local de trabalho, mantendo-o limpo e funcional.


 Estabelecer uma rotina diária de trabalho.
 Organizar e manter actualizada a sua agenda e do seu chefe executivo.
 Despachar todas as tarefas do seu chefe.
 Distribuir tarefas a seus auxiliares (se tiver).
 Recepcionar visitantes e manter contactos de interesse da empresa.
 Atender os telefonemas, transferindo as ligações para seu chefe.

14
 Digitar e reproduzir correspondências e outros documentos.
 Tomar providências relativas às viagens dos executivos da organização etc.

1.3 - O Surgimento da Ergonomia

Cada vez mais percebe o Administrador a importância da adaptação do homem, às


suas características e restrições, valores e limitações, buscando tornar as tarefas menos
mecanicistas e ao mesmo tempo, mais produtivas.

Segundo Verdussen (1978, p.1), "o aceleramento do processo de industrialização,


com suas implicações técnicas, económicas e sociais, modificou, a partir do início deste
século, a mentalidade empresarial, até em tão marcada por um completo alheamento ao
problema homem”. Foi justamente na Revolução Industrial que houve a substituição do
trabalho humano pelo trabalho das máquinas.

Com isso a mão-de-obra foi dividida e cada pessoa se especializava em alguma


tarefa. Era preciso administradores para organizar o que era produzido, para liderar e
coordenar os esforços humanos e para garantir que o trabalho estava sendo feito da forma
correta. (FIALHO, 1997, p.38)

FIALHO (1997, p.35). Em função disso surge a Administração Científica fundada


por Taylor que pretendia mostrar a the-one-best-way. Os princípios básicos da organização
taylorista eram: estudo dos tempos e movimentos; pessoas certas para as tarefas;
supervisão recompensa e punição, divisão do trabalho e especialização do operário Esta
expressão em inglês, quer dizer na essência da organização, para determinar a melhor
maneira de executar o trabalho, e essa maneira é baseada no estudo dos tempos e
movimentos.

Conforme Chiavenato (1993, p.68), Taylor achava que o operário só trabalha


pelo salário e que este só servia para executar as tarefas, foi assim que surgiu o
estudo de Tempos e Movimentos no qual procurava-se a melhor maneira de
executar uma tarefa em menos tempo. Cada operário se especializava em uma
determinada tarefa, com isso os movimentos eram repetitivos e monótonos.
Dessa maneira era o homem que tinha que se adaptar ao trabalho, não havia a
preocupação com a qualidade de vida do empregado no posto de trabalho.

15
Segundo Fialho (1997, p.39), "somente da segunda metade deste século, com o
advento da Teoria dos Sistemas, elaborado pelo biólogo alemão, Ludwig Von Bertalanffy, é
que os princípios da organização taylorista começaram a ser questionado cientificamente.
De fato a teoria dos sistemas permitiu o surgimento de novas disciplinas como a pesquisa
operacional, a cibernética e a ergonomia, que permitiram evidenciar o carácter não
científico da organização taylorista do trabalho”.

Segundo Fialho (1997, p.39), Com a quebra do paradigma taylorista, abrem-se


novas perspectivas de desenvolvimento organizacional, permitindo a racionalização
tecnocêntrica do trabalho proposta por Taylor, ceder lugar à outra forma mais holística do
funcionamento actual das organizações. A partir dessas novas perspectivas, que surge a
Ergonomia, como uma das ferramentas da qualidade de vida utilizadas para cuidar da
saúde no ambiente de trabalho.

A Ergonomia surge como uma disciplina que foca a actividade de trabalho das
pessoas e busca melhorar as suas condições de execução no uso do manuseio dos produtos
dentro de uma organização. (Verdussen, 1978, p. 2)

A Ergonomia situa-se no ambiente interno das organizações e sua implantação é


feita nos postos de trabalho da empresa. O estudo da Ergonomia busca oferecer aos
trabalhadores. Uma vida harmónica em seu ambiente de trabalho, onde haja conforto,
segurança e eficiência, de modo que possam gerar qualidade e produtividade. A Ergonomia
adapta as condições de trabalho (mobiliário, equipamentos, condições ambientais) às
características psicofisiológicas de cada indivíduo. (Verdussen, 1978, p. 2)

1.3.1 - Os Tipos de Intervenção Ergonómica

Segundo Vidal (2002, p. 67), a acção ergonómica:

Deve ser entendida como um conjunto de princípios e conceitos eficazes para viabilizar as
mudanças necessárias para a adequação do trabalho às características, habilidades e
limitações dos agentes no processo de produção de bens e serviços, bem como nos produtos
e sistemas, a luz dos critérios apresentados: Efectividade (eficiência, qualidade e custo-
benefício), conforto (saúde, bem-estar e usabilidade) e segurança (confiabilidade,
usabilidade e prevenção).

16
Por ser efectivamente ampla, a ergonomia pode ser classificada de acordo com o
momento em que é utilizada.
Conforme Barros (1996, p.16), "na busca de tornar o binómio homem-máquina em
um sistema produtivo eficiente, os estudos ergonómicos podem ser divididos em dois
campos distintos. A partir desta afirmação, podem-se identificar como os campos de
actuação da ergonomia, a ergonomia de produto ou concepção e a ergonomia de processo
ou de produção”.

A seguir serão apresentados os campos de actuação da ergonomia de acordo com


Barros (1996, p. 16):

 A ergonomia de produto ou de concepção é aquela que intervém na fase


preliminar de concepção do produto, participando, juntamente com outras
especialidades, dos estudos e pesquisas que definirão as propriedades e
características do mesmo.
 A ergonomia de processo ou de produção é aquela que intervém
directamente no ambiente e nas condições de trabalho. Devido à
preocupação crescente com a produtividade e consequentemente, com a
saúde do trabalhador, é um campo de actuação imenso, actuando
directamente sobre a melhoria das condições de trabalho.

Já para Volpi (2005), "a ergonomia de concepção preventiva atua no projecto de


posto de trabalho, enquanto a ergonomia de concepção correctiva acontece quando a
intervenção em um posto de trabalho já existente neste caso é analisado conforme a tarefa
que já é executada”.

De acordo com a intervenção, a ergonomia preventiva intervém na fase de


projectos, consequentemente com o máximo de eficiência e com o mínimo de custos,
sendo, portanto, a melhor opção. E, a ergonomia correctiva busca-se resolver situações-
problema existentes devido à incompatibilidade de uso do instrumento. (Volpi, 2005).

Dessa forma, surge um novo momento para a intervenção do ergonomista, a


ergonomia de conscientização, que será utilizada quando os problemas ergonómicos não
forem solucionados nem na concepção e nem em fase de correcção. Além disso, novos
17
problemas vão surgindo devido ao desgaste natural das máquinas e equipamentos. (Volpi,
2005).

A ergonomia de conscientização é aquela em que a empresa já implantou um


ambiente ergonómico, com mobiliário adequado, iluminação apropriada, porém seus
funcionários não a utilizam correctamente e dessa maneira não se aproveita o potencial de
conforto que o ambiente ergonómico pode propiciar. (Volpi, 2005).

1.3.2 - As Áreas de Especialização da Ergonomia

A Ergonomia tende a promover uma abordagem holística do trabalho considerando


os aspectos físicos, cognitivos e organizacionais dentro das empresas. Conforme Vidal
(2002, p. 43), "a Ergonomia se define como uma disciplina e através dela, os domínios de
especialização representam profundas competências em atributos romanos específicos e
características das interacções humanas entre si e destes com os sistemas, quais sejam”.

A seguir serão apresentados os tipos áreas de especialização da ergonomia segundo


Vidal (2002, p. 43):

 Ergonomia física - no que concerne as características da anatomia


humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a
actividade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho,
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbio músculo-
esqueléticos relacionados ao trabalho, projectos de postos de trabalho,
segurança em saúde.
 Ergonomia cognitiva - no que concerne aos processos mentais, tais
como percepção, memória, raciocínio, e resposta motora, conforme afectam
interacções entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem carga mental de trabalho, tomada de decisão
performance especializada, interacção homem-computador, stress e
treinamento conforme estes se relacionam aos projectos envolvendo seres
humanos e sistemas.
 Ergonomia organizacional - no que concerne à optimização dos
sistemas sócios técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas
18
e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de
recursos de tripulações, projecto de trabalho, organização temporal do
trabalho, trabalho em grupo, projecto participativo, cultura organizacional e
gestão da qualidade.

1.3.3 - O Sistema Homem-máquina

Segundo Verdussem (1978, p. 4) "qualquer processo industrial dependera para seu


accionamento, de um sistema integrado homem-máquina, que deverá funcionar
harmoniosamente. Este sistema é uma sucessão de informações que estimulam os sentidos,
levando a decisões que resultam em acções que, por sua vez, determinam novos estímulos,
numa contínua alimentação”.

Conforme Fialho (1997, p. 97), "o termo sistemas homens-máquina diz respeito
tanto a um sistema” um homem - uma máquina "(por exemplo, um posto de trabalho
constituído por um digitador e um terminal de computador) como também a um sistema”
vários homens - várias máquinas "(por exemplo, um conjunto de operadores encarregados
de toda uma linha de produção de uma usina siderúrgica)”.

Segundo Kennedy (1962) apud Fialho (1997, p. 97), "um sistema homens-
máquinas é uma organização cujos componentes são homens e máquinas, trabalhando
junto para atingir objectivos comuns, ligados através de uma rede de comunicações”.

Todavia, o modelo sistemas homens-máquina, apesar dos avanços introduzidos na


ergonomia, se caracterizam por uma abordagem muito restrita, do tipo Behaviorista
(estimula-resposta), da realidade do trabalho. Além disto este modelo trata das
comunicações essencialmente do ponto de vista individual, sem levar em conta os aspectos
sócio-afetivos do trabalho. (FIALHO, 1997, p. 98)

O homem é superior à máquina, porque tem a capacidade de decidir, julgando e


resolvendo situações imprevistas; poder de resolver situações não codificadas não se
restringe ao previsível e não requer programação, desenvolvendo seus próprios programas,
à medida que se fazem necessários. (FIALHO, 1997, p. 98)

19
Já a máquina é superior ao homem, pelo fato de não estar sujeita á fadiga nem a
factores emocionais; as decisões de rotina são mais confiáveis, pois são programadas;
selecciona muito mais rapidamente as informações e os dados necessários e pode
memorizar, com exactidão, o maior números de dados. (FIALHO, 1997, p. 98)

1.3.3.1 - Dados Referentes ao Homem

O trabalhador que ocupa um determinado posto de trabalho deve, então, estar


situado dentro do conjunto da população de trabalhadores à qual ele pertence. A população
de trabalhadores é formada tanto de jovens como de idosos, de homens como de mulheres,
de fisicamente perfeitos como de paraplégicos. (FIALHO, 1997, p. 105)

A inadaptação dos postos de trabalho ao conjunto de trabalhadores constitui um


problema social, cada vez mais importante. Sendo assim, é preciso projectar postos de
trabalho que satisfaçam ao conjunto da população economicamente activa existente.
(FIALHO, 1997, p. 105)

1.3.3.2 - Dados Referentes à Máquina

Para a ergonomia a máquina existe somente em função dos trabalhadores que se


comunicam com ela. O estudo da máquina só é possível em relação aos comportamentos
do homem e em relação com os métodos de trabalho que estruturam estes comportamentos.
(FIALHO, 1997, p. 110)

A máquina representa ao homem vários níveis de comportamento e essas condições


físicas do trabalho, em particular as condições temporais, não podem ser ignoradas, na
medida em que toda actividade, física ou mental, pode ser submetida a graves
consequências. (FIALHO, 1997, p. 110)

20
1.3.4 - Campo de Estudo da Ergonomia

A análise da actividade do homem no trabalho não pode ser realizada


independentemente do contexto no qual ela exerce. O campo de actuação da
ergonomia é a situação de trabalho. Analisa-se o trabalhador com suas
características: dados pessoais, qualificação profissional, peso, altura, a empresa
com seus objectivos e meios de trabalho, as tarefas executadas dentro da empresa
e a influência que cada um destes elementos exerce e sofre dentro da
organização. O campo de estudo da Ergonomia apresenta as variáveis da análise
ergonómica, assim como, o estudo da análise do posto de trabalho informatizado,
estudando algumas das principais ferramentas de trabalho como, a cadeira, a
mesa, o monitor de vídeo e o teclado, buscando o conforto postural e visual para
quem lida com microcomputadores. (FIALHO, 1997, p.42)

1.3.4.1 - Posto de Trabalho

O posto de trabalho é composto por todos os instrumentos que o trabalho utiliza no


seu dia-a-dia: mesas, cadeiras, computadores e máquinas. É o local onde o funcionário
executa suas tarefas diárias, sendo necessário que seus instrumentos de trabalho estejam
em perfeita harmonia e adequados à realização das tarefas, proporcionando ao funcionário
o máximo de conforto durante a jornada de trabalho. (VIEIRA, 1996, p. 282)

A análise do posto de trabalho não se limita apenas a análise física do trabalho. Na


Ergonomia existe uma preocupação com a saúde mental do trabalhador, com as tarefas, e a
necessidade de se projectar tarefas amplas, interessantes, com desafios, que estimulem o
empregado a pensar, a ser criativo. (VIEIRA, 1996, p. 282)

É necessário que o posto de trabalho permita que o funcionário adopte outras


posições, uma mesa ampla que possua espaço embaio para que haja a possibilidade de se
esticar as pernas e movimenta-las, pois é difícil uma pessoa manter a mesma postura ao
longo do expediente de trabalho. Isso quando o trabalho for executado sentado. (VIEIRA,
1996, p. 306)

Os objectos devem respeitar as capacidades e limitações anatómicas. A análise do


posto de trabalho depende do tipo de actividade que está sendo executada. Há uma análise
diferente do trabalho executado em pé ou sentado. No posto de trabalho sentado analisam-
se cadeiras, mesas e monitor, e como esses instrumentos de trabalho influenciam na saúde
do trabalhador. (BRANDMILLER, 1999, p. 56)

21
1.3.4.2 - Cadeira

Segundo Brandmiller (1999, p. 56), a Norma de Ergonomia (NR-17) exige as


seguintes características mínimas de conforto em cadeiras para o trabalho sentado:

• Assento plano ( sem formato), com a borda da frente arredondada;

• Encosto com apoio para a região lombar;

• Altura do assento regulável, podendo ser ajustada pelo trabalhador


de acordo com sua estatura e com as necessidades do trabalho.

Uma boa cadeira é fundamental se o funcionário trabalha a maior parte do tempo


sentado, mas por si só, ela não pode garantir um conforto postural se o teclado,
mouse, monitor e documentos estão em posições inadequadas, se falta espaço
para escrever ou se não consegue encaixar confortavelmente as pernas sob o
tampo da mesa. Nem sempre as cadeiras mais sofisticadas ou caras são as
melhores. (BRANDIMILLER, 1999, p. 56)

A cadeira mais utilizada em escritórios é as denominadas giratórias, que além de


possuir assento giratório facilitando o deslocamento lateral dos braços, recomenda-se que o
tecido de revestimento seja um pouco áspero, dessa maneira evita-se que o corpo
escorregue na cadeira. (BRANDIMILLER, 1999, p.62)

O assento deve ser largo e a borda da frente arredondada e encurvada para baixo,
pois atrás do joelho passam várias artérias e veias. A não observância desses
procedimentos pode ocasionar futuros problemas circulatórios. (BRANDIMILLER, 1999,
p.62)

Quando as cadeiras destinam-se ao uso colectivo é necessário que estas possuem


dispositivos de regulagem que permitam a adaptação, de acordo com o físico, de cada
pessoa que a utiliza. A cadeira deve permitir trocas frequentes de postura, elemento
essencial no sentar confortável. (BRANDIMILLER, 1999, p.62)

Mesmo com tantas normas não existe cadeira ergonómica ideal, pois existem
pessoas de todas as alturas, pesos e estrutura óssea, ou seja, para algumas pessoas a cadeira
será confortável enquanto que para outras ela será incómoda. É necessário, para uma
óptima utilização da cadeira, que o trabalhador adopte uma postura correta ao longo de seu

22
expediente, pois mesmo com uma cadeira apropriada, continuará com dores nas costas, nas
pernas e na lombar.

1.3.4.3 - Mesas

O tipo de mesa influencia também na postura corporal e nas condições de leitura da


tela do monitor e dos documentos. Conforme o tipo de serviços, as mãos executam várias
operações que são determinadas pelas características da mesa de trabalho.
(BRANDIMILLER, 1999, p. 19)

Ainda segundo Brandimiller (1999, p. 19), em alguns tipos de serviços:

• Trabalha-se apenas com os equipamentos básicos (CPU, monitor, teclado,


mouse), com poucos ou mesmo sem documentos, o que torna mais fácil
organizar o posto de trabalho de forma prática e confortável;

• Quando o tipo de serviço exige maior número de equipamentos e


acessórios, manuseio de diferentes documentos e ainda escrever ou realizar
outras acções manuais, é bem mais difícil conseguir condições práticas de
trabalho e ao mesmo tempo confortável.

Existem diferentes tipos de mesas para se trabalhar com


microcomputador ou terminais informatizados com monitor e teclados, entre elas
podemos citar, as mesas tradicionais de escritório; mesa de digitador; mesa tipo
rack, mesa em L, dotada de uma base auxiliar de trabalho lateral (ângulo de 90°
com a mesa principal); mesa semi-hexagonal e semicircular, onde o tampo tem
um recorte com prolongamentos laterais próximos aos braços do usuário.
(BRANDIMILLER, 1999, p. 20)

Ter um espaço livre suficiente para movimentar as pernas à vontade e mudar de


posição é uma condição importante para o conforto quando se trabalha sentado. A principal
característica de conforto da mesa de trabalho é a flexibilidade de utilização de sua
superfície, ou seja, a possibilidade de mudar facilmente a disposição dos equipamentos,
acessórios e espaços de trabalho, conforme seu conforto pessoal ou o tipo de trabalho que
está sendo executado. (BRANDIMILLER, 1999, p. 24)

23
1.3.4.4 - Monitor de Vídeo e Teclado

Segundo Brandimiller (1999, p.27), conforme o tipo de serviços, é diferente a


utilização dos equipamentos e materiais de trabalho e também o trabalho dos olhos e das
mãos. São variadas as actividades realizadas em postos de trabalho com monitor de vídeo e
teclado.

Serão apresentados a seguir alguns tipos de actividades realizadas em escritórios de


acordo com Brandimiller (1999, p.27):

• Para o trabalho de digitalização é importante que o teclado esteja numa posição adequada,
para evitar sobrecarga dos membros superiores e os documentos apoiados na parte inferior
do monitor ou inclinados em suportes, havendo suficiente iluminação;
• O trabalho de busca de informações em arquivos ou banco de dados informatizados utiliza
pouco o teclado e/ou mouse, concentrando os olhos na tela do monitor e se necessário em
documentos. É recomendável que o monitor fique na frente do operador, com telas maiores
de 15 ou 17 polegadas e uma boa profundidade da mesa para o monitor ficar a 70/80 cm
dos olhos.
• No trabalho de programação e análise de sistemas, as actividades englobam as anotações
sobre documentos, correcções feitas sobre documentos impressos, guias que acompanham
aplicativos ou sistemas operacionais. O trabalho visual reparte-se entre a tela do monitor e
os documentos. Dessa forma, é recomendável um espaço adequado para manusear os
documentos e um foco de luz direccionável.

Conforme Brandimiller (1999, p. 45) "as posições inadequadas de trabalho no


teclado e no mouse causam sintomas de desconforto nas articulações e músculos dos
membros superiores. Uma posição de conforto para as mãos e o ante braço é alinhá-los na
mesma recta, evitando trabalhar com angulações, mão inclinada (dobrada) para cima ou
para baixo, ou viradas para o lado”.

Brandimiller (1999, p. 45) Para quem trabalha muito com o teclado é necessário
colocá-lo numa posição que permita trabalhar com as mãos e os antebraços alinhados, com
os cotovelos próximos da cintura e os ombros relaxados. O mouse deve estar no mesmo
nível e próximo ao teclado.

24
1.3.5 - Condições Ambientais de Trabalho

Segundo Verdussen (1978, p. 49), "um ambiente de trabalho é o resultado de um


complexo de factores materiais ou subjectivos, todos importantes e que, tantas vezes, são
tão fáceis de serem atendidas. Entretanto o custo de qualquer melhoria ambiental é um
investimento altamente rentável, pagando-se com o consequente aumento de
produtividade, redução dos acidentes, doenças ocupacionais e abstencionismo, além de
proporcionar o melhor relacionamento empresa-empregado”.

O homem precisa encontrar no seu local de trabalho, condições capazes de


proporcionar o máximo de protecção e, ao mesmo tempo, satisfação no trabalho. As
condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executada.
(VERDUSSEN, 1978, p. 49)

A seguir, serão descritos alguns factores actuantes na melhoria das funções


ambientais de trabalho, como: temperatura, iluminação e ruído.

1.3.5.1 - Temperatura

Conforme Verdussen (1978, p. 50), "a temperatura é um ponto que deve merecer o
maior cuidado, quando se busca criar adequadas condições ambientais de trabalho. Há
temperaturas que nos dão sensação de conforto, enquanto outras, por demasiado elevadas
ou baixas, tornam-se desagradáveis ou, mesmo, altamente prejudiciais à saúde”.

Segundo Fialho (1997, p. 119), "o equilíbrio térmico do corpo humano é alcançado
quando a temperatura do ar situa-se entre 25° e 29 °. Se a temperatura do ambiente for
muito elevada ou muito baixa, o organismo não consegue manter a temperatura central do
corpo em torno de 36°, ocorrendo desregulação térmica”.

Nas tarefas de natureza motora, a influência da temperatura sobre a perda de


sensibilidade e coordenação é evidente, com isso os riscos de acidentes aumentam. Nas

25
tarefas mentais essa perda de sensibilidade é menos perceptível. Pode-se constatar que em
temperatura acima do conforto térmico a uma queda de produção. (FIALHO, 1997, p. 119)

O resfriamento feito por ar condicionado necessita de uma manutenção contínua,


com uma limpeza rígida dos filtros constantemente, para que não haja a causa de doenças
respiratórias graves. Neste caso é recomendável que a saída do ar não atinja directamente o
trabalhador.

1.3.5.2 - Iluminação

Segundo Verdussen (1978, p. 67), “naturalmente, a iluminação ideal é àquela


proporcionada pela luz natural, mas como razões de ordem prática tornam seu uso
exclusivo muito restrito, temos que procurar compensar as deficiências das luzes artificiais,
merece de uma criteriosa escolha das fontes e de uma conveniente distribuição, tendo
sempre em mente o motivo pelo qual desejamos a iluminação”.

A iluminação adequada não depende só da quantidade de luz que incide


no plano de trabalho. Depende também da relutância das matérias das dimensões
do detalhe a ser observado ou detectado do contraste com o fundo etc. A ter-se
apenas aos valores preconizados nas tabelas sem levar em conta as exigências da
tarefa pode levar a projectos de iluminamento totalmente ineficazes. A situação
seria aquela em que, além do iluminamento geral, o trabalhador dispusesse de
fontes luminosas individuais nas quais pusesse regular a intensidade. (apud Vidal
2002, p. 176)

A iluminação de uma área de trabalho pode ser feita artificialmente ou


naturalmente. Artificialmente é quando a iluminação é feita por lâmpadas
incandescentes ou fluorescentes e deve ser uniformemente distribuída e difusa,
isto é, deve reflectir em todas as paredes e tectos. A luz natural é provida por
janelas instaladas no prédio, assim como a iluminação artificial a natural também
deve ser controlada a fim de evitar uma iluminação excessiva. Esse controle
pode ser feito através de persianas colocadas nas janelas. (BRANDIMILLER,
1999, p. 83)

Conforme Brandimiller (1999, p. 95), "no trabalho em microcomputador necessita-


se de menor quantidade de luz do que no escritório tradicional. A luz é necessária para a
leitura de documentos, mas pode atrapalhar bastante a leitura da tela. È útil tentar variar
também a quantidade de luz sobre os documentos (papeis), que esta lendo, procurando a
intensidade que lhe é mais confortável”.

26
1.3.5.3 - Ruído

Segundo Verdussen (1978, p.122), "o ruído pode ser conceituado como sendo um
som ou complexo de sons que nos dão uma sensação de desconforto. Naturalmente que,
dentro de certos limites, esta sensação de desconforto pode variar de um para outro
indivíduo”.

A acção constante do ruído age de forma acentuada sobre o sistema


neurovegetativo, alterando seu equilíbrio levando a consequências tais como; o
aparecimento de problemas digestivos como ulceras gastro-intestinais, irritabilidade ou
apatias. (VERDUSSEN, 1978, p. 127)

O ruído afecta fisicamente e psicologicamente, causando lesões irreversíveis, ou


tornando o homem verdadeiramente neurótico. Há ainda, um condicionamento emocional,
fazendo com que em certos momentos não aceitemos ruídos que, sobre outro estado de
espírito, não nos afectariam da mesma maneira. (VERDUSSEN, 1978, p. 122)

O ruído pode comprometer o rendimento no trabalho, afectando assim, a


produtividade e a qualidade de vida do funcionário. É necessário, que os aparelhos
barulhentos e até mesmo a casa de máquinas esteja longe de onde o trabalho é executado.

1.3.6 - As Principais Doenças no Trabalho Informatizado

O computador tornou-se últimos anos, uma ferramenta utilizada pela sociedade


existente em diversos locais, assim como, no trabalho, em casa e nas escolas. A medida em
que as pessoas passam mais tempo diante do computador, a intensidade de uso vem
apontando uma série de doenças ocupacionais.

As mais conhecidas doenças causadas pelo uso inadequado de microcomputadores


são os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), as lesões por esforços
repetitivos (LER) que seria outra denominação para as Dort, e alguns distúrbios visuais e
psíquicos, como a fadiga e o estresse.

27
1.3.6.1 - Dort ou Ler

As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT ou LER), segundo


Mendes (2002, p. 68), "denominam um conjunto de distúrbios que se caracteriza pela
ocorrência de sintomas tais como dor, parestesia (dormência, formigamento, diminuição da
sensibilidade), sensação de peso e/ou fadiga, que acontecem principalmente nos membros
superiores”.

A dor é o principal sintoma, desencadeado ou agravada pelo movimento, por


mudanças bruscas de temperatura e pelo estresse emocional. Os factores ambientais, tais
como, temperaturas quente ou fria podem tornar os tecidos moles e os nervos mais
susceptíveis a danos e fadiga. SMITH, 2005)

De acordo com Smith (2005), “as condições ergonómicas do posto de trabalho, tais
como, a natureza das actividades de trabalho e o design do posto de trabalho e dos
equipamentos podem contribuir para os Dort por interferirem nos factores biomecânicos.
Essas condições interagem como um sistema produtor de sobrecarga para a pessoa, o que
pode levar à fadiga”.

Podem ser consideradas Dort, conforme Smith (2005), as tendinites, as


tenossinovites, a síndrome do túnel do carpo e a síndrome DeQuervain, são elas:

• Tendinite - Inflamação aguda ou crónica dos tendões. Manifesta-se com


mais frequência nos músculos flexores dos dedos, geralmente são
provocados por dois factores; movimentação frequente e o período de
repouso insuficiente. Manifesta-se através de dor na região que é agradada
por movimentos voluntários. Associados a dor, manifestam-se também
edema e crepitação da região.
• Tenossinovitte - Inflamação aguda ou crónica das bainhas dos tendões.
Assim como a tendinite os dois principais factores causadores da lesão são a
movimentação frequente e o período de repouso insuficiente. Manifesta-se
através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários.
• Síndrome DeQuervain - Constricção dolorosa da bainha comum dos tendões
do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes dois

28
tendões têm uma característica interessante: ocorrem dentro da mesma
bainha, quando friccionados. Costumam se inflamar. O principal sintoma é a
dor muito forte, no dorso do polegar. O principal factor causador, é o ato de
fazer força torcendo o punho.
• Síndrome do Túnel de Carpo - Compressão do nervo mediano no túnel do
carpo. As causas mais comuns são as exigências de flexão do punho, a
extensão do punho e a tenossinovite ao nível do tendão dos flexores -neste
caso os tendões inflamados levam a uma compreensão crónica e
intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do
carpo: o nervo mediano.

A tensão pode influenciar o comportamento de uma pessoa ao lidar com um


ambiente de trabalho inadequado e desconfortável, atingindo no desempenho e no
consumo exagerado de bebidas e de cigarros. Uma pessoa tensa pode modificar os métodos
de trabalho, desenvolvendo comportamentos ruins em relação à sua própria saúde e bem-
estar.

Os factores ergonómicos de risco para a Dort, tal como, a frequência de


movimentos repetitivos e a duração da exposição podem ser vinculadas directamente às
exigências de ritmo de trabalho e de carga de trabalho que são estabelecidos pela
organização. (FOGLIATTO, 2005)

A nova tecnologia da informação conforme Fogliatto (2005), "pode ter


características inerentes que a tornam mais estressantes, tais como exigências físicas e
mentais, uso de software pouco amigáveis, usos de sistemas com desempenho ruim. Há
algumas evidências que demonstram que a tecnologia utilizando terminais de vídeos pode
ser uma fonte de tensão física, como, problemas visuais e musculoesqueléticos, métodos e
posturas de trabalho prejudiciais à saúde”.

29
1.3.6.2 - Dores nas Costas e no Pescoço

As dores mais frequentes nos usuários de microcomputador são as dores nas costas
e no pescoço. Estas dores são frequentes devido à má postura e o tempo em que a pessoa
passa sentado em frente a tela. Permanecer na mesma posição pode facilitar a ocorrência
da dor, afectando outras partes do corpo.

Segundo Sellers (1995, p. 75), "ao forçar em excesso músculos, nervos tendões e
juntas usados no computador, pode-se criar um estado de tensão corporal repetitivo, que é
frequentemente denominado sobrecarga estática”.

Ainda conforme Sellers (1995, p. 75), "em relação a coluna e ao pescoço, é


importante ter em mente que o torso é um sistema de partes inter-relacionadas. Uma série
de sintomas nos braços, nas pernas, na cabeça e no peito pode indicar problemas de coluna
ou pescoço, incluindo adormecimento, formigamento, dores agudas, queimação, falta de
força muscular e rigidez”.

A postura saudável das costas permite que a espinha mantenha sua curva natural em
forma de S.O sentar tende a inclinar a pélvis para trás, achatando a curva lombar. Esta
posição resulta no desnível e no aumento da pressão que se dá sobre os discos espinais.
Permanecer horas e horas circundando os ombros e segurando a cabeça para frente, cria
um esforço adicional na arte superior da espinha. (SELLERS, 1999, p. 77)

De acordo com Sellers (1999, p. 78), "o pescoço pode ser um factor difícil de
perceber na dor relacionada ao computador, pois os problemas na parte superior da espinha
podem acarretar sintomas nas mãos e nos braços, como o formigamento e a dormência,
com ou sem dor no pescoço ou nas costas”.

Algumas medidas simples podem ajudar a aliviar os sintomas e até mesmo a


prevenir problemas nas costas e pescoços. Uma das melhores maneiras de evitar a
sobrecarga nas costas e no pescoço é mudando de posição e de postura com regularidade.
Utilizar o encosto da cadeira para apoiar somente a parte inferior das costas é melhor
posição que mantém a curva lombar correta. (SELLERS, 1999, p. 78)

30
Ainda Sellers (1999, p. 78) é recomendável, "que se mantenha os queixos
levemente comprimidos, evitando esticar o pescoço para fora ou para cima. Evitar
actividades que solicitem torcer, sacudir ou suspender de forma repetitiva o pescoço, tais
como ler papéis que estejam distantes do teclado ou prender o telefone entre o ombro e o
queixo”.

Já para Brandimiller (1999, p. 138), "para aliviar a tensão nos músculos das costas é
útil esticar o corpo para trás (aproveitando o balanço do apoio lombar) e as pernas para
frente, descontrair a postura erecta inclinando o tronco um pouco para frente ou apoiando
os braços sobre a mesa, escorregar um pouco o corpo para frente, e outras variações que o
corpo acaba encontrando sozinho”.

1.3.6.3 - Estresse

O estresse segundo Pires (2001, p. 81), "é constituído por um conjunto de respostas,
específicas e/ou generalizadas do nosso organismo, diante de estímulos externos ou
internos, concretos ou imaginários, que são percebidos como pressões - ameaças ou
desafios - e que exigem a entrada em acção de mecanismos propiciando meios adequados
de reacção e preservando nossa integridade, nosso equilíbrio e nossa vida”.

Cada vez mais, as pessoas se colocam como estressadas no seu ambiente de


trabalho e quase sempre está associada a sensações de desconforto. O fenómeno do
estresse pode ter consequências tanto negativas como positivas, sendo que situações de
extrema alegria também podem gerar estresse, assim como a tristeza e a dor. (MENDES,
2002, p. 187)

O estresse ocupacional é um novo campo de estudo que surgiu com o aparecimento


de doenças vinculadas ao estresse no trabalho, e pode ser visto como consequência
relações complexas entre condições do trabalho, condições externas ao trabalho e
características do trabalho. (MENDES, 2002, p. 190)

Como percebemos em partes anteriores, o estresse é uma, das causas das lesões por
esforços repetitivos, além de vários tipos de distúrbios mentais, úlceras, infartos,
hipertensão, ansiedade, depressão e as menos sérias, como, as dores de cabeça, das costas e

31
insónia. Tudo começa com a tensão, fazendo com que o corpo permaneça em estado de
alerta constante e os hormônios surja rapidamente numa situação de exigência.

Os usuários de computadores de acordo com Sellers (1995, p. 80), enfrentam ainda


outras fontes de estresse:

• A monotonia da digitação, as horas de olhar fixo à tela;


• A falta de interacção social;
• A falta de movimento físico;
• A falta de autonomia, independência e controle sobre o trabalho efectuado;
• A monitoração tecnológica desenvolvida para seguir electronicamente o
trabalho em computador e enviar as informações aos supervisores.

Cada pessoa reage de forma diferente ao stress, pois o nível de tensão apropriado
para uma pessoa pode não ser apropriado para a outra. O ideal é encontrar um equilíbrio
saudável entre a tensão positiva, a motivante e a sobre carga de tensão. Para prevenir a
sobre carga, começa-se prestando a atenção aos sintomas e tomando providencias para
reduzir o stress e relaxar. (SELLERS, 1995, p. 81)
Sellers (1995, p. 81), propõe algumas dicas para amenizar o estresse dentro das
organizações:

• Faça bom uso dos intervalos e de sua hora de almoço;


• Tenha bons hábitos alimentares;
• Faça um pouco de exercícios físicos durante seu dia de trabalho;
• Programe-se para cumprir seus prazos de entrega;
• Alivie as frustrações de trabalho conversando com as pessoas;
• Lute contra a monotonia;
• Quebre a rotina, discuta mudanças a nível individual ou de escritório;

32
1.3.6.4 - Fadiga

Existem vários tipos de fadiga, mas todas podem ser compreendidas como a
diminuição reversível da capacidade funcional de um órgão ou sistema a partir do seu uso
acima de certos limites. Entre os tipos estão as fadigas visuais e auditivas, a fadiga
muscular, fadiga simples ou generalizada e a fadiga crónica e mental.

Todas desempenham praticamente os mesmos sintomas como o cansaço, a


desmotivação, irritabilidade, a falta de atenção e disposição. Quando o corpo não esta bem,
não responde às adaptações do ambiente, essas reacções tendem a aparecer ocorrendo à
diminuição do desempenho dentro da organização.

De acordo com Sellers (1995, p. 7), "a fadiga ocular é a queixa mais frequente dos
usuários de computadores. Quanto mais tempo ficar diante de um computador mais será a
chance de desgaste dos olhos, com uma inadequada iluminação, mas condições do
monitor, uma leve dor de cabeça e alguns sintomas de estresse”.

Segundo Brandimiller (1999, p. 81), "a maioria dos sintomas aparecem no fim da
jornada de trabalho ou depois de várias horas de trabalho. Com a fadiga visual cai o
rendimento do trabalho, que fica lento e mais sujeito a erros”. Alguns sintomas gerais que
aparecem são através dos olhos como lacrimejamento, ardência, vermelhidão, olhos
pesados, visão embaçada, dor de cabeça, enjoo e tontura.

Sellers (1995, p. 9), mostra algumas dicas para prevenir a fadiga ocular e evitar o
trabalho excessivo dos olhos:
 Faça intervalos de quinze minutos ou reestruture seu horário de trabalho para
possibilitar várias tarefas visuais;
 Execute que não envolva o uso do computador frequentemente;
 Controle as luzes e o monitor em seu ambiente de trabalho isso, alivia a
 Fadiga muscular;
 Faça sempre exames de visão;
 Em caso de ressecamento utilize colírios lubrificantes que são contra-
 Indicações;

33
1.3.6.5 - A Visão no Trabalho

Segundo Brandimiller (1999, p. 79), "quando trabalhamos no micro computador,


geralmente nossos olhos estão ocupados o tempo todo com a leitura de documentos ou da
tela. O trabalho visual exige muito esforço dos músculos oculares, aparecendo sintomas de
desconforto visual, sensações desagradáveis nos olhos e perturbações na visão, esse
desconforto é a fadiga visual”.

Recomenda Brandimiller (1999, p. 103), "que para evitar o ofuscamento, as


luminárias devem esconder as lâmpadas e ser distribuídas de tal forma que sua luz não
incida directamente nos olhos de quem esta trabalhando”.

Conforme Brandimiller (1999, p. 104), "lâmpadas nuas, mesmo as fluorescentes, e


globos com lâmpadas incandescentes são ofuscantes e inadequadas para trabalho em
microcomputador Quando há luminárias fluorescentes fixadas ou embutidas no tecto, a
posição ideal da mesa é ficar ao lado ou entre as luminárias. A luminária situada na frente
da mesa pode causar algum ofuscamento e atrás pode causar reflexo na tela e sombras no
posto de trabalho”.

A fadiga visual pode surgir em função de uma iluminação inadequada da posição


incorrecta do monitor e/ou documentos. Essa falta de adequação dos instrumentos de
trabalho, além de provocar dores nos olhos pode propiciar dores em outra parte do corpo
como pescoço, costas e nuca. A maioria desses sintomas aparece no fim da jornada de
trabalho. (BRANDIMILLER, 1999, p. 81)

A fadiga visual provoca uma queda no rendimento do trabalho, o qual fica mais
lento e mais sujeito a erros. Para evitar a fadiga visual é necessária que aja uma iluminação
adequada em quantidade e qualidade, possibilidade de movimentar o monitor e
documentos, colocando-os em posições e distancias adequada para a visão.
(BRANDIMILLER, 1999, p. 81)

Para manter a saúde visual e evitar a fadiga é necessária uma iluminação adequada
nem com falta nem com excesso de luz, mas isso varia de acordo com o tipo de trabalho
que esta sendo executado no posto de trabalho. (BRANDIMILLER, 1999, p. 82)

34
Se for um trabalho intelectual é necessário, onde há necessidade de leitura contínua,
que seja mais iluminado do que um lugar onde se trabalha apenas com digitação, mas se os
dois tipos de trabalho são executados no mesmo posto de trabalho, esse problema pode ser
resolvido com a utilização de uma lâmpada de leitura. (BRANDIMILLER, 1999, p. 82)

1.3.6.6 - A Postura no Trabalho Informatizado

Conforme Seller (1995, p. 50), "as indicações mais recentes sugerem que se siga a
postura através da qual o corpo se sente melhor, sendo assim, a ênfase recai sobre o
conforto. Para está confortável, precisa-se de uma cadeira que possa acomodá-lo em uma
escala de posturas diferentes no decorrer de um dia de trabalho”.

Ainda segundo Brandimiller (1999, p.37), "o risco é maior quando se esta
trabalhando com um pouco mais depressa, pois esses movimentos acabam sendo
executados de forma brusca ou quando se esta movimento um objecto mais pesado. Muitas
vezes esses movimentos são feitos para não se levantar da cadeira ou para não se deslocar
com a cadeira a todo o momento”.

Conforme Brandimiller (1999, p. 38), “movimentar o pescoço cansa menos os


músculos do que o manter muito tempo na mesma posição. E movimentar demais pode
causar desconforto ou dor muscular. Para diminuir o trabalho excessivo dos músculos do
pescoço, convém manter o documento bem ao lado do monitor, na mesma altura da tela”.

De acordo com Sellers (1995, p. 74), é recomendável que "sente-se em uma posição
confortável que distribua o peso sobre a espinha, enquanto apoia a curva lombar. Os braços
devem estender-se a partir dos cotovelos, assim as mãos podem usar o teclado sem precisar
suspender-se para cima e para traz do pulso”.

Segundo Brandimiller (1999, p. 40) "qualquer postura do corpo mantida durante


muito tempo acaba tornando-se incomoda. Alguns tipos de serviços executados em
microcomputadores fazem com que o olhar fique prolongamente fixado na tela do
computador ou em documentos. Quem trabalha nesta situação é sério candidato a sintomas
de desconforto e mesmo dor na nuca, distúrbios na coluna serviçal e nos músculos do
pescoço”.

35
No entanto, algumas posições de trabalho tornam-se rapidamente desconfortáveis
porque exigem esforços excessivos de certos músculos, assim como: costas afastadas do
encosto da cadeira, cabeça inclinada para baixo ou para cima, cabeça virada para um dos
lados, corpo inclinado para um dos lados e tronco torcido para um dos lados.
(BRANDIMILLER 1999, p. 40)

Conforme Brandimiller (1999, p. 129), "quando se trabalha sentado movimenta-se


menos o corpo do que quando se trabalha em pé. Essa é a grande desvantagem do trabalho
sentado, pois o corpo precisa de movimento. Por isso, a primeira condição para o conforto
postural é poder mudar de posição enquanto se está trabalhando sentado”.

36
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE PESQUISA

2.1- Modelo de Pesquisa

Para Gil (2010, citado por Braga em 2013), a pesquisa é um procedimento


racional e sistemático, que tem como objectivo proporcionar resposta aos problemas que
são propostos.

A pesquisa qualitativa se inicia com o estudo de certos casos Individuais,


qualificados factores segundo um estudo típico, Servindo Frequentemente de dados
estatísticos e generaliza o que foi encontrado nos Casos particulares. Já a pesquisa
quantitativa busca a compreensão particular Daquilo que se estuda, o foco da sua atenção é
no específico, no peculiar, no individual, almejando sempre a compreensão e não a
explicação dos fenómenos estudados. (RAMPAZZO 2015, CITADO POR INDO 2018)

Para a realização deste trabalho é de referir que o modelo de pesquisa utilizado é a


qualitativo.

2.2- Tipos de Pesquisa

Para a realização deste trabalho usou-se os seguintes tipos de pesquisa:

» Pesquisa descritiva: Para Carvalho (2009) citado por Indo (2018), a pesquisa
descritiva está interessada em descobrir e observar os factores, procurando descreve-los.

» Pesquisa Bibliográfica: Segundo Braga (2013) citado por Indo (2018), “É o


levantamento bibliográfico, através de livros, revistas, jornais etc.”.

2.3- População e Amostra

Para Gil (2007) Dito por Indo (2018), a população ou universo é o conjunto de
indivíduos “famílias, outras organizações”, acontecimentos ou outros objectos de estudo
que o investigador pretende descrever ou para os quais pretende generalizar as suas
conclusões ou resultados.

37
É de referir que a população pesquisada é de 126 funcionários e amostra é de 3
funcionários utilizada na realização do trabalho foi a direcção do Instituto Médio
Comercial de Luanda.

2.4- Amostragem

Segundo Gil (2007) citado por Indo (2018), amostragem é o processo pelo qual se
obtém informação sobre um todo (população) examinando-se apenas uma parte do mesmo
(amostra).

Amostragem não aleatória: Segundo Stervenson (1981) citado por Indo (2018) é
uma amostragem subjectiva, em que o pesquisador, por ter conhecimento da população,
escolhe a amostra que, na opinião dele, representa a população.

Amostragem não aleatória por escolha racional: Segundo Stervenson (1981) citado
por Indo (2018) o pesquisador busca na população uma parte dela que interessa, ou seja, os
participantes são escolhidos por terem uma ou mais características específicas.

Para a realização do deste trabalho é de referir que o tipo de amostragem utilizado


foi a Amostragem não aleatória por escolha racional.

2.5- Técnicas de Colecta de Dados

A entrevista corresponde a um processo de interacção face-a-face entre uma ou


mais pessoas (que desempenham o papel de entrevistado). O sucesso da entrevista está
associado à capacidade do entrevistador para estabelecer um relacionamento com o
entrevistado. Nas entrevista não estruturadas, para além de possível se alterar a ordem dos
típicos que constituem o guião de entrevista, também é possível introduzir outros típicos
(não previstos inicialmente) ou suprimir alguns dos tópicos previstos, se o entrevistador
durante a entrevista considerar que não é necessário introduzi-los. (SILVESTRE E
ARAÚJO,2012 CITADO POR INDO 2018).

Segundo Braga (2013) citado por Indo (2018, p.14) “Observação é uma técnica de
colecta de dados em que se utiliza os sentidos na obtenção de aspectos da realidade”

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Para a realização do nosso trabalho é de referir que as técnicas ou instrumento de
colecta de dados destacados na realização foram a entrevista e a observação.

2.6- Apresentação da Unidade de Análise

O presente trabalho teve como estudo o IMCL, a mesma existe a 20 anos e foi
fundada pelo Exº Senhor Ministro da Educação de Angola, Dr António Burity Da Silva,
esta localizada na rua Hochi-Min, no Largo da Independência, junto a escola 1º De Maio
do município de Luanda, e esta composto por 126 funcionários, até agora já formou treze
mil estudantes, e conta actualmente com três mil aluno.

2.7- Limitação da Pesquisa

Representa um conjunto de factores negativos que ocorreu ao longo da pesquisa.

Para a realização do nosso trabalho é de referir que as limitações da pesquisa foram:

 A ausência de material para começarmos o nosso trabalho;


 A dificuldade de encontrar o documento de solicitação de entrevista;
 Dificuldade de encontrar livros e materiais que aborda sobre o nosso tema;
 Dificuldade em obter alguns dados peculiares para a concretização do nosso estudo;
 Falta de comparência frequente de alguns dos elementos do grupo;

39
CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS

O presente trabalho teve como estudo de caso o IMCL, a mesma existe a 20 anos e
foi fundada pelo Exº Senhor Ministro da Educação de Angola, Dr. António Burity Da
Silva, está localizada na rua Hochi-Min, no Largo da Independência, junto a escola 1º De
Maio do município de Luanda, e está composto por 126 funcionários, até agora já formou
treze mil estudantes, e conta actualmente com três mil aluno.

Tivemos como amostra 3 profissionais que foram escolhidos aleatoriamente.

Na primeira pergunta questionamos sobre adaptação do ambiente de trabalho e dos


nossos entrevistados obtivemos as seguintes respostas:

 Entrevistado 1- Sim, já me adaptei as condições da minha sala.


 Entrevistado 2- Sim.
 Entrevistado 3- Sim.

Interpretação: Das respostas obtidas dos nossos entrevistados podemos constatar


que todos foram unânimes em afirmar que estão adaptados ao seu espaço de trabalho. No
entanto dizer que está adaptado ao espaço de trabalho não significa dizer que o espaço de
trabalho apresenta condições necessária e ergonómica para um bom desempenho dos
funcionários.

Pois diante daquilo que foi a nossa observação feita no local podemos considerar
que a mesma acabaram por estar no conformismo por não terem outro espaço de trabalho,
considerando assim que a sala apresenta alguma défice de ergonomia.

Na segunda questão perguntamos se achavam as suas cadeiras confortáveis e


obtivemos as seguintes respostas:

 Entrevistado 1- Não me sinto confortável com a minha cadeira.


 Entrevistado 2- Sim é confortável.
 Entrevistado 3 – A cadeira é confortável.

40
Interpretação: Das respostas obtidas, os entrevistados na sua maioria se sente
confortável com os mobiliários, então podemos considerar que é necessário, para uma
óptima utilização da cadeira, que o trabalhador adopte uma postura correta ao longo de seu
expediente, pois mesmo com uma cadeira apropriada, continuará com dores nas costas, nas
pernas e na lombar.

Na terceira pergunta questionamos se os espaços das suas secretárias é suficiente


para arrumação dos seus materiais:

 Entrevistado 1 – O espaço é suficiente para arrumação do meu material.


 Entrevistado 2 – Não é suficiente nem adequada.
 Entrevistado 3 – Não, o espaço é muito pequeno.

Interpretação: Os entrevistados na sua maioria afirmam que o espaço da mesa não


é suficiente e nem adequada para arrumação dos seus matérias. Segundo as normas
ergonómicas as mesas devem ter espaço suficiente para os matérias de constante
utilização.

Na quarta questão perguntamos se a iluminação das suas salas, acham-na adequada


e confortável para sí:

 Entrevistado 1 – É adequada e confortável porque facilita muito nossa


visibilidade.
 Entrevistado 2 – A iluminação é boa para a nossa sala.
 Entrevistado 3 – Sim, por ser uma lâmpada florescente.

Interpretação: Das respostas obtidas podemos constatar que todos afirmaram que a
iluminação é adequada e confortável para a visibilidade. Assim interpretamos que uma
boa iluminação é aquela que permite, independentemente da qualidade de luz, uma boa
visibilidade com o mínimo de esforço.

41
Na quinta pergunta questionamos aos entrevistados se já alguma vez sentiram-se
cansados, ao exercer suas tarefas e responderam o seguinte:

 Entrevistado 1- Sim, muitas das vezes.


 Entrevistado 2 – Já sim por causa do computador.
 Entrevistado 3 – Sim por causa da carga horária.

Interpretação: Os nossos entrevistados afirmam que já sentiram cansaço ao exercer


suas tarefas e apesar da concordância apresentam razões diferentes, quando dizem
sentir cansaço por causa do computador, entramos em concordância com Brandimiller
(1999, p. 79), que afirma que "quando trabalhamos no micro computador, geralmente
nossos olhos estão ocupados o tempo todo com a leitura de documentos ou da tela.

Na sexta pergunta questionamos se temperatura na sala é adequada para o


profissional:

 Entrevistado 1- Sim é adequada não é muito quente.


 Entrevistado 2- É adequada e aconchegante.
 Entrevistado 3- Não, é demasiada quente por falta de manutenção nos AC.

Interpretação: Das respostas obtidas dos nossos entrevistados, constatamos que dois
elementos afirmam ser adequada, e um afirma ser quente for falta da manutenção do
AC assim podemos considerar que o conforto climático depende essencialmente da
temperatura, da humidade e da motivação do ar. Estes três factores devem ser
doseados de forma a evitar consequências negativas ao trabalhador, o desconforto,
irritabilidade, esgotamento, e reflectindo-se no rendimento do trabalho. A
produtividade intelectual é seriamente afectada pela inexistência de condições
climáticas favoráveis.

Na sétima questão perguntamos sobre a característica do ambiente de trabalho e os


nossos entrevistados responderam:

 Entrevistado 1 – É bonita, espaçosa e tem uma boa pintura.


 Entrevistado 2 – É normal, falta mais iluminação mas é adequada pra trabalhar.
 Entrevistado 3 – Ela é adequada, apresenta características favoráveis e boas
condições.

42
Interpretação: A maioria dos entrevistados afirma que o ambiente de trabalho
apresenta boas condições. No entanto de acordo com análise ergonómica o ambiente de
trabalho no IMCL não há muitas défices para a realização de um trabalho
administrativo.

Na oitava questão perguntamos sobre existência algum tipo de distúrbio (Ruídos)


nas proximidades e dentro da sala do profissional que interfere na sua concentração:

 Entrevistado 1 –Sim os ruídos do AC interfere porque a parede não é a prova


de som.
 Entrevistado 2 – Não.
 Entrevistado 3 - Sim, o ruído dos carros interfere.

Interpretação: Das respostas obtidas dos nossos entrevistados podemos constatar


que dois entrevistados afirmam que existe ruídos na proximidade e dentro da sala. No
entanto o ruído proveniente de fora quer dizer que não teve escolha criteriosa do local,
deve-se ter muita calma ao escolher o local e também muitas das vezes o ruído é
proveniente de dentro do escritório, a partir dos equipamentos. A capacidade de
concentração e o sistema nervoso são seriamente afectados pela existência de ruídos.

Na nona questão perguntamos se há alguma manutenção dos equipamentos dentro


do IMCL:

 Entrevistado 1 – Há sim, apesar de ser simplesmente quando se conota uma


avaria nos aparelhos.
 Entrevistado 2 – Há sim, com pouca frequência.
 Entrevistado 3 – Sim há.

Interpretação: Das respostas obtidas dos nossos entrevistados podemos constatar que todos
foram unânimes em afirmar que há manutenção dos equipamentos dentro do IMCL.

Na ultimo questão perguntamos sobre o impacto das condições ergonómicas na


profissão de secretariado do IMCL:

 Entrevistado 1 – Têm um impacto positivo.


 Entrevistado 2 – Têm um impacto positivo.
 Entrevistado 3 – Têm um impacto positivo.

43
Interpretação: Das respostas obtidas constatamos que a respostas foram unânimes
em afirmar que as condições ergonómicas têm um impacto positivo e desta forma
garantem a produtividade dando assim uma mais valia dentro do IMCL.

44
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ergonomia é essencial para o desempenho do secretário, pois garante o bom


funcionamento da empresa. É aplicada em vários sectores de uma empresa e é possível
aumentar a eficiência, segurança e a saúde dos trabalhadores.

Bem aplicada a ergonomia contribui para a saúde de qualquer profissional e o profissional


de secretariado não foge a regra. Também a ausência de problemas osteomusculares, além
de melhorar o clima dentro da empresa um profissional satisfeito aumenta a produtividade.
Esta preocupação de ausência de condições ergonómicas dentro de algumas empresas está
aumentar cada vez mais.

Podemos afirmar que o nosso problema foi resolvido na medida em que constatado
durante a nossa pesquisa de campo que as condições ergonómicas têm um grande impacto
no desempenho das actividades no Instituto Médio Comercial de Luanda, Ela previne
acidentes e doenças do trabalho para o indivíduo.

A nossa segunda hipótese foi confirmada se tivemos em conta que as condições


ergonómicas têm um impacto positivo para o profissional e garantem, conforto a
segurança, boas condições climáticas, os equipamentos adequados e eficazes, uma gestão
de espaço adequado, as barreiras como ruídos não garantem um bom desempenho e
produtividade do profissional. Os ruídos provenientes do exterior são sintomas de que na
escolha do local para o instituto, não foram observados as condições aconselháveis, pelo
que, agora apenas resta o recurso a substâncias isoladoras para minimizar os efeitos
negativos.

A ausência de condições ergonómicas leva o profissional ao estresse, cansaço, e até


mesmo problemas mais graves de saúde. Já a nossa primeira hipótese que dizia que as
condições ergonómicas têm um impacto negativo para o profissional no IMCL na medida
em que foi constatado a partir do nosso estudo de caso que a ausência destas condições tem
dificultado a produtividade dos profissionais. Doenças nas vias respiratórias são
provocados muitas vezes, devido o ambiente no escritório serem demasiados secos e
estarem sobreaquecidos daí podemos dizer que se estas condições estivessem acauteladas
melhor rendimento e produtividade teriam tanto os profissionais como para o próprio
Instituto.

45
Relativamente aos nossos objectivos específicos foram alcançados.

Hoje, o profissional no local de trabalho não deve ser visto como uma máquina que
produz mas existem factores que contribuem para que o seu trabalho tenha grande
rendimento. É bem verdade que muitos empregadores não têm em conta estes aspectos,
uns por ignorem outros mesmo por falta de conhecimento.

Contudo, as condições ergonómicas têm um grande impacto e garantem o


desempenho não só do profissional de secretariado como de todo e qualquer individuo que
exerça alguma actividade em uma empresa. Mas ainda, um profissional dedicado e bem
acondicionado é sucesso tanto para a empresa como para a sociedade.

46
SUGESTÕES

De acordo com a nossa pesquisa sugerimos que:

 As instituições invistam mais nesta ciência;

 Que estabelecem condições adequados para o funcionário;

 Que respeitem as regras ergonómicas;

 Que criem protecções colectivas e individuais dentro das instituições;

 Que de tempo em tempo façam as manutenções nos equipamentos de trabalho;

 Que respeitem todo, e qualquer trabalhador, e saber ouvir os funcionários afinal de


conta somos uma organização com um único objectivo;

 Que trabalhemos em equipa;

Que deia saúde, segurança, motivação aos seus profissionais.

 Que disponibilizem equipamentos com qualidade para que os funcionários possam


produzir melhor, com eficiência e eficácia.

47
REFERÊNCIAS

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2010.

BARROS, Isabel Falcão do Rego. Factores antropométricos e biomecânicos da segurança


do trabalho. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 1996.

BRANDIMILLER, Primo A. O corpo no trabalho. São Paulo: Editora Senac-SP, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Editora


Makron Books, 1993.

COUT, Hodson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho. Bela Ergo editora, 1995.

ERGONOMIA, Manual de apoio ao aluno da 10ª classe capítulo 4, Reelaborado pela


professora Teresa Chávez, 2010. Instituto Médio Comercial de Luanda.

FIALHO, Francisco e SANTOS, Neri dos. Manual de análise ergonômica no trabalho.


Curitiba: Gênesis. 1997.

FOGLIATTO, Flávio Sanson. Análise Macroergonômico de Escritórios Informatizados.


Disponível em <http://www.ergonomia.com.br> acesso em dezembro de 2020.

Grande Enciclopédia Universal volume 8 endividar Fariseu.

INDO, Manuel Simão- Guia prático de projeto tecnológico. S.L.P / Sede /2018. Págs. 8 Á 13.

Lacomblez, Mariame, Apus, Ergonomia e Antropometria Universal aberta 1996 Lisboa editora.

Manual de apoio ao aluno da 10ª classe Reforma do Ensino Técnico Profissional, capítulo
4, Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Reelaborado por Anabela Vieira 2011.

MENDES, Ana Magnólia, BORGES, Lívia de Oliveira, FERREIRA, Mário César.


Trabalho em transição saúde em risco. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.

NASCIMENTO, Dinalva Melo do. Metodologia do trabalho científico: teoria e prática.


Rio de Janeiro: Forense, 2002.

OCTAVIAN, Rosiu, PAULESCU, Doina, MUNIZ, Adir Jaime de Oliveira. Monografia.


Brasília: Uniceub, 2003.

48
Pesquisa no livro de José da Cunha Tavares título: Noções e prevenção controlo de perdas
em segurança do trabalho.

PIRES, Rodrigo, PIRES, Licinia. Ergonomia. São Paulo: LTR, 2001.

SABINO, Rosimeri Ferraz; ROCHA, Fabio Gomes. Secretariado: do escriba ao web


writer. Rio de Janeiro, RJ: Brasport, 2004. 166 p.

SANTOS, Julio Cesar de Souza. "Secretariado: Origem, Conceitos e Tarefas" e


"Secretariado - Funções, Atribuições e Perfil Profissional"; BRASIL ESCOLA.
DISPONÍVEL EM: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/secretariado-
origens-conceitos-tarefas.htm. e
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/secretariado-funcoes-atribuicoes-
perfil-profissional.htm. ACESSO EM: DEZEMBRO DE 2020.

SELLERS, Don. Zap! : como conviver de maneira saudável com o seu computador/
Tradução: Laura Karin Gillon. São Paulo: Callis, 1995.

SMITH, Michel J. Considerações Psicosociais Sobre os Distúbios Ósteomusculares


Relacionados ao Trabalho (DORT) nos membros superiores. Disponível em
<http://www.ergonomia.com.br> acesso em dezembro de 2020.

VERDUSSEN, Roberto. Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho – Rio de


Janeiro: Livros técnicos e científico, 1978.

VIDAL, Mario César. Ergonomia na empresa: útil, prática e aplicada, 2 ed. Rio de Janeiro:
Editora Virtual científica, 2002.

VIEIRA, Sebastião. Medicina Básica do Trabalho. São Paulo: Thomsom Pioneira, 1996.

VOLPY, Silvia. Prevenção ou Correção? O que é melhor? Disponível em <


http://www.silviavolpy.com.br> acesso em dezembro de 2020.

SITES DA INTERNET

Google, consultado em 1 de Setembro de 2020, pelas 10 horas: 17min.

Https://secretariado.pt/história do secretário/&hl=pt-PT02/9/2020

Http://www.ergonomia.pt/razões da gestão do ambiente/&hl=pt-PT02/9/2020

49
APÊNDICES

I - Roteiro do Questionário

Orientação Geral

O questionário anexo tem como objectivo obter dados sobre o impacto das
condições ergonómicas na profissão de secretariado no Instituto Médio Comercial de
Luanda (IMCL), servindo de base para o trabalho de conclusão de curso de secretariado.

É de fundamental importância que as questões sejam respondidas com a maior


sinceridade possível para que se possa ter um bom resultado no final da pesquisa, uma vez
que não se é necessário à identificação das pessoas que o responderem.

1. Em que ano foi fundada o IMCL?


2. Quantos alunos o IMCL já formou?
3. Quantos funcionários tem o IMCL?
4. Actualmente quantos alunos o IMCL já formou?
5. Qual é o objectivo do IMCL?
6. Onde está localizada o IMCL?
7. Já se adaptou ao seu ambiente de trabalho?
8. A sua carteira, acha confortável?
9. O espaço da sua secretária é suficiente para arrumação dos seus materiais?
10. A iluminação da sua sala, acha adequada e confortável para si?
11. Já alguma vez sentiu cansaço, ao exercer suas tarefas?
12. A temperatura na sala é adequada para o profissional?
13. Como caracteriza o seu ambiente de trabalho?
14. Existe algum tipo de distúrbio (Ruídos) nas proximidades da sala do profissional
que interfere na sua concertação?
15. Há alguma manutenção dos equipamentos dentro do IMCL?
16. Que impacto tem as condições ergonómicas na profissão de secretariado do IMCL?

50
ANEXOS

51
52

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