Você está na página 1de 5

Distribuição de cinema e o não consumo de "Nada a Perder"

O streaming mudou o consumo do audiovisual, atualmente pode ser


assistido no tablet, celular, nos cinemas, em casa, pelo computador.
O papel do distribuidor é conectar o filme com a audiência e público,
descobrir onde o seu público está, como que ele está consumindo, quais são os
agentes de mercado que compram esse público. O setor de distribuição é também
responsável pela articulação dos meios necessários para a divulgação do filme,
visando seu consumo pelo maior número de pessoas possível.
As empresas distribuidoras desenvolvem planos de lançamento, divulgação
e distribuição de acordo com as características específicas de cada filme, com base
no público que se espera alcançar na sala de cinema, o perfil dos espectadores
alvo, de acordo com a temática, linguagem, forme de consumo de audiovisual etc.,
grande parte das vezes acompanhando o processo de desenvolvimento do filme
desde sua concepção.

ETAPA 1: PRODUÇÃO

A produção é a etapa em que os interesses artísticos e materiais são


conjugados no planejamento e na criação de um filme. Assim, a elaboração do
roteiro e os processos de criação da fotografia, dos figurinos, da cenografia e da
música devem ser viabilizados por esforços financeiros e administrativos de um
grupo de gestores, a produção executiva.
O desenvolvimento das ideias do filme, seguida da fase de pré-produção,
etapa de elaboração de cronogramas, consulta a profissionais sobre a viabilidade do
trabalho e outros, produção propriamente dita e pós-produção.
A pós-produção acontece após o término das filmagens e consiste nos
expedientes artísticos de edição, montagem e mixagem, como nos atos
administrativos de prestação de contas e na análise financeira do projeto.

ETAPA 2: DISTRIBUIÇÃO

O governo federal brasileiro, assim como as TV 's, os órgãos de fomento às


artes das cidades e outros têm um papel fundamental nessa parte. É aqui que o
cinema chega às pessoas. Como sua divulgação é de interesse público e privado,
há diversos apoiadores envolvidos na fase de distribuição. Os pontos de vendas dos
filmes brasileiros são os cinemas, as TV 's, os festivais de cinema e as plataformas
de streaming, como Netflix e Amazon Prime Video. O nosso “supermercado” são os
produtores e também as produtoras empresas que fazem sua distribuição.
Se a criação de um filme é um risco para o produtor, quando ele consegue
uma distribuição, esse risco é transferido ao distribuidor. É ele que deve decidir qual
é o melhor plano de marketing para o filme, que tipo de lançamento será feito
(regional ou nacional), que mídias usar na divulgação e assim por diante.

ETAPA 3: EXIBIÇÃO

Se o filme chega aos cinemas, às plataformas de streaming ou aos canais


de televisão, significa que ele está nas mãos do distribuidor. É esse profissional que
vai aplicar diversas estratégias para monetizar a exibição e recuperar o que investiu
para ter o filme: ingressos, publicidade, aumento no número de usuários do seu
serviço (no caso de streaming), etc.
Entretanto, tivemos no cenário Brasileiro casos que escancaram o mal uso
desta distribuição. O filme "Nada a Perder 2" é uma sequência do filme recordista de
bilheteria no Brasil, tendo vendido mais de 11,9 milhões de ingressos, à frente de
"Os Dez Mandamentos" e `'Tropa de Elite 2". No entanto, há controvérsias sobre a
veracidade dos números de público em relação ao filme original. Muitos ingressos
foram distribuídos em igrejas, resultando em salas aparentemente lotadas, mas com
muitos assentos vazios.
Na estreia de "Nada a Perder 2", foi observada uma discrepância entre o
número de ingressos vendidos e o público presente. O filme teve um lançamento
mais modesto em comparação ao primeiro, sendo exibido em 800 salas no primeiro
fim de semana, em contraste com as mais de 1.100 salas do antecessor. Isso
influenciou na audiência após quatro dias da estreia, com a sequência vendendo 1,3
milhão de ingressos em comparação aos 2,3 milhões do primeiro filme.
Houve relatos de que ingressos foram distribuídos nas igrejas da Igreja
Universal do Reino de Deus, permitindo que os frequentadores obtivessem bilhetes
gratuitos para o filme. A reportagem visitou várias salas de cinema em São Paulo e
testemunhou a discrepância entre os ingressos vendidos e o público presente. Em
algumas salas, o número de espectadores presentes foi significativamente menor do
que o número de ingressos vendidos.
A prática de distribuir ingressos nas igrejas resultou em uma presença de
público menor do que o esperado nas sessões de "Nada a Perder 2". Mesmo em
sessões supostamente lotadas, havia muitos assentos vazios. O clima de excursão
também foi observado, com grupos de espectadores entrando e saindo das salas
em intervalos curtos.
Em resumo, o filme "Nada a Perder 2" enfrentou desafios em relação à
precisão dos números de público devido à distribuição de ingressos em igrejas,
resultando em salas de cinema com menos espectadores do que os ingressos
vendidos sugerem. Isso impactou a comparação com o sucesso do filme original em
termos de público presente.
No Brasil, principalmente através de igrejas, é discutido como essa
abordagem afetou a percepção dos números de público e a comparação com o
filme anterior. Isso nos permite fazer algumas comparações em relação aos meios
de distribuição no Brasil:
A distribuição de ingressos em igrejas mostra como as instituições
religiosas podem desempenhar um papel significativo na promoção de eventos
culturais. A abordagem utilizada pela Igreja Universal do Reino de Deus destaca a
influência das igrejas e seus seguidores na divulgação de produtos culturais, como
filmes.
A estratégia de distribuição em igrejas pode inflar os números de bilheteria,
uma vez que os ingressos podem ser distribuídos gratuitamente e nem todos os
bilhetes distribuídos são necessariamente usados. Isso demonstra como os
números de público podem não refletir completamente o interesse ou sucesso real
do filme.
A comparação dos números de público de "Nada a Perder 2" com outros
filmes brasileiros, como "Os Dez Mandamentos" e "Tropa de Elite 2", destaca as
diferentes abordagens de distribuição e como elas podem influenciar as estatísticas
de bilheteria. Isso levanta questões sobre a comparabilidade desses números entre
diferentes filmes.
Desafios na Medição do Público: A prática de dar ingressos nas igrejas e a
presença de assentos vazios nas salas de cinema destacam os desafios na
medição precisa do público em eventos culturais. Isso aponta para a necessidade
de métodos mais confiáveis e transparentes de coleta de dados de público. A
distribuição gratuita de ingressos, muitas vezes associada a instituições religiosas,
pode influenciar a maneira como o público comparece a eventos cinematográficos.
Isso indica a interseção entre cultura, religião e entretenimento no Brasil.
Em resumo, a controvérsia em torno do filme "Nada a Perder" abrangeu
uma série de questões, incluindo a objetividade da narrativa, a distribuição de
ingressos em igrejas e a possível influência da igreja no filme. Essas polêmicas
geraram discussões sobre a transparência na produção e na promoção de filmes
baseados em figuras religiosas e suscitaram questões mais amplas sobre a relação
entre mídia, religião e percepção pública.
Este exemplo é justamente evidenciar um caso mal intencionado, para que
possamos entender o mercado e suas dinâmicas legais e criminosas. O mercado
cinematográfico passa e tende a passar por mudanças drásticas em sua dinâmica.
Independente do cinema ao streaming a obra deve ser democrática em seu fluxo de
produção, exibição e consumo.

Pedro Baria Camargo Figueiredo -22101188


Giovanna Teixeira -22101715
Anna Carolina Demarzo Lopes- 21101905
Eduardo Tenório- 22101288
Kauan Okuma Bueno- 22101105
4.1

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)


Índice de comentários

4.1 Atividade foi debatida em aula e teve aqui boa solução. Atende ao pedido.

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

Você também pode gostar