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Índice
1. Introdução ......................................................................................................................................3
Referências…...………..…………………………………………………………………………………..8
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RANKING DAS ESCOLAS – FACTORES QUE SEPARAM DUAS ESCOLAS COM OS MAIORES E OS MENORES RESULTADOS CONSECUTIVOS
1. Introdução
Em Portugal Continental e ilhas, é realizada anualmente em escolas públicas e privadas, uma sondagem que
visa apurar o desempenho das escolas através dos resultados obtidos nos exames. Essa sondagem, que é
comummente conhecida como “Ranking das Escolas”, é uma lista onde consta a média que as escolas do
Ensino Secundário e Ensino de Base têm, através do desempenho dos alunos nas diversas disciplinas
leccionadas.
Segundo Coelho T. do JN, a elaboração do ranking é baseado em cinco (5) critérios:
1. O primeiro critério é a colecta, organização, análise e interpretação dos resultados da primeira fase dos
exames dos alunos do Ensino Secundário que pretendiam entrar no Ensino Superior.
2. De acordo com o JN (Jornal Nacional), o secundo critério tem como base as notas que o Ensino
Secundário tem nas disciplinas com maior número de exames. Essas disciplinas são: Língua Portuguesa,
Matemática A e Matemática aplicada às Ciências Socais, Física e Química A, Biologia e Geologia,
Geografia A, História A, Filosofia, Economia A e Inglês.
3. O terceiro critério são as médias obtidas a partir das notas dos exames das dez disciplinas base, sem levar
em conta o número de alunos avaliados.
4. As escolas que são cotadas no ranking, são simplesmente aquelas onde se realizaram pelo menos 10
exames.
5. Para o ranking do terceiro ciclo, as classificações são baseadas na média em pontos de 0 a 100, obtidos
dos exames de português e matemática.
Muitas são as opiniões e conceitos que se tem sobre o ranking das escolas. Para alguns, é uma ferramenta
útil para medir o desempenho que cada escola teve ao longo do ano; mas para muitos, o ranking não passa
de uma mera lista com resultados que classificam as escolas e os seus alunos com base em números, e não
em aspectos intrínsecos que o ranking não consegue mensurar.
Como expressado por Fernandes, D. (2023), o ranking das escolas não passa de “um meio perverso de
legitimar as desigualdades”.
Diante desse tipo de pontos de vista, surge a grande necessidade de se avaliar os efeitos que o ranking das
escolas tem na sociedade. E das uma forma que se encontrou para fazer essa análise, é a comparação de
duas escolas que estão estratificadas pelos resultados dos rankings.
Assim, o estudo estará direccionando em duas escolas que durante quatro anos consecutivos, nomeadamente
de 2020 a 2023, mantiveram-se no top 10 das escolas com os resultados mais altos, e no top 10 das escolas
com os resultados mais baixos dos rankings. Dessa forma, poderemos ver os rankings não apenas num ponto
de vista estatístico e quantitativo, mas também observar os factores de caracter qualitativo por detrás dos
resultados.
Ao se perceber o porquê da escola A obter durante quatro anos seguidos, os dos resultados mais altos do
ranking, poderá servir de base para ajudar outras escolas a compreenderem melhor os pontos que as estão a
impedir de alcançarem resultados mais elevados. Por outro lado, compreender as causas ou factores que
levam a escola B a ter consecutivamente os resultados mais baixos, pode despertar a necessidade de sem
implementar políticas educativas e até sociais para melhorar o desempenho dos alunos nos anos a frente.
Apesar dos alunos serem o elo principal no fornecimento dos resultados do ranking, será importante a
gestão e a liderança serem a parte consultada porque, são os directores e professores que aplicam o plano
curricular bem como as políticas educacionais e de ensino.
Sendo assim, será feita uma entrevista onde cada participante terá a oportunidade de mostrar o seu ponto de
vista sobre que factores eles acham ser positivos ou negativos e que interferem nos resultados dos exames. E
no final, será feita uma reflexão sobre o que foi analisado no decorrer do estudo.
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2. Desenho do Estudo
1. Perceber que factores a escola A tem a seu favor, e que a possibilitam alcançar melhores resultados
no ranking.
2. Entender quais os desafios a escola B tem no decorrer do ano lectivo e que no final afectam o
desempenho dos alunos nos exames.
3. Apurar se as metodologias de ensino entre as escolas diferem, e analisar o impacto que isso causa
nos resultados dos exames.
4. Perceber se factores socioeconómicos, culturais, demográficos e estruturais de cada escola, como por
exemplo, a disponibilidade de meios tecnológicos e informáticos e iniciativas extra curriculares, impactam
no desempenho académico dos alunos.
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Foram seleccionados como participantes, os professores e directores de ambas as escolas, que preenchem
como critério de selecção, o requisito de leccionarem a mais de cinco anos nas respectivas escolas, tendo
maior propriedade para falar sobre o desempenho dos alunos nos últimos anos.
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O método escolhido para a recolha de dados, foi uma entrevista semiestruturada, tendo como base,
perguntas pré elaboras e perguntas abertas, dando maior oportunidade para os participantes se expressarem.
Castro, E., Oliveira, U. T. V. (2022) faz menção a Manzini (2004), diz-nos que a entrevista semiestruturada
é caracterizada pela existência de um roteiro composto pelas questões principais que permitem organizar e
atingir os objectivos da pesquisa. Mas além dessas questões principais, são incluídas questões abertas e
espontâneas que dinamizam a interacção entrevistador e entrevistado, o que “pode fazer emergir
informações de forma mais livre e as respostas são estão condicionadas a uma padronização de
alternativas”. (Manzini 2004, p.2; citado por Castro, E., Oliveira, U. T. V., 2022, p.36)
Esse método de recolha de dados torna-se eficaz tendo em conta a necessidade de se obter informações
sobre os factores gestão e liderança. E para isso será necessário consultar os directores de escola e os
professores do secundário que leccionam as disciplinas que fazem exames. A entrevista semiestruturada
procurará incluir questões de caracter pedagógico de uma forma que se consiga visualizar o contexto por
detrás dos resultados que os alunos têm nos exames.
O guião da entrevista (Jorge J. R., 2023/2024, p.10) terá como base os seguintes temas ou blocos:
Bloco A – Legitimação a entrevista;
Bloco B – Apresentação e descrição dos participantes e dos seus cargos e funções;
Bloco C – Recapitulação dos critérios e assentamentos do ranking das escolas;
Bloco D – Conhecimento das possíveis dificuldades e/ou elementos a favor na dinâmica académica dos
alunos e professores;
Bloco E – Entender que papel e influência a gestão e da liderança desempenham;
Bloco F – Parecer pessoal sobre o que está por detrás dos resultados que a sua escola teve nos rankings em
comparação com outras escolas e que mudanças ou melhorias podem ser feitas para manter ou superar os
resultados;
Bloco G – Encerramento da entrevista.
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Assim, a análise temática terá como fundamento, as seis fases apresentadas por Braun e Clarke, citados por
Costa et al (2021, p. 20):
Fase 1 – Familiarização com os dados: colecta e compilação dos dados sobre o ranking das escolas durante
os anos 2020 – 2023; a descrição de cada uma das escolas com o objectivo de construir um conhecimento
melhor sobre as variáveis a serem estudadas.
Fase 2 – Criação de Códigos Iniciais: procurar identificar códigos através dos dados fornecidos pelas
escolas e pelos rankings realizados. Daí será feita uma análise que permitirá relacionar os dados com o tema
e os objectivos do estudo. No final, por meio da entrevista, irá se codificar os dados de forma manual e
depois combiná-los cuidadosamente.
Fase 3 – Procura de temas: A medida que se for colectando os dados que as escolas irão fornecer e olhar de
perto para como essas informações se relacionam com os resultados dos rankings, serão construídos temas
que se catalogam com a questão a abordar. Isso é feito através dos códigos obtidos e que são conciliados
com o tema escolhido.
Fase 4 – Revisão dos temas: a fim de certificar que os temas escolhidos transmitem com exactidão as
informações que os dados passam, será feita uma revisão que poderá resultar da reestruturação de algum
tema ou do conteúdo nele. Isso é importante para obter-se os resultados preconizados.
Fase 5 – Definição e nomeação dos temas: nessa fase procurar-se-á construir a certeza de que o tema está a
transmitir toda a informação que lhe cabe, e ver se há necessidade de se adicionar subtemas que irão dividir
e organizar as informações por segmento.
Fase 6 – Elaboração do relatório: no final da análise, processamento e compreensão dos dados, ser-se-á
capaz de elaborar um relatório conciso e coerente, onde se vai expor as conclusões, questões e respostas que
virão a ser encontradas durante o estudo. Esse relatório terá como objectivo principal resumir os temas e as
respostas aos objectivos traçados.
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Referências
Castro, E. & Oliveira, U. T. V. (2022). A entrevista semiestruturada na pesquisa qualitativa-interpretativa:
Coelho T. (2023). Ranking das Escolas 2023 - Critérios do ranking JN. https://www.jn.pt/4454147774/em-
que-lugar-ficou-a-sua-escola-veja-o-ranking-das-escolas-de-2023/.
Costa, P. A.; Moreira, A.; Sá P. (vol.3, 2021). Reflexões em torno de metodologias de investigação –
Análise de dados.