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AVALIAÇÃO EXTERNA: UMA ANÁLISE DO IDEB E DOS ÍNDICES DE


PROFICIÊNCIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO ENSINO MÉDIO DO
PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU

EXTERNAL EVALUATION: AN ANALYSIS OF IDEB AND PROFICIENCY


INDEXES IN STATE HIGH SCHOOLS IN PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU
_________________________________________________________________

Damon Ferreira Farias


Doutor em Ciências e Engenharia dos Materiais. Colégio Estadual do Campo de Campo Formoso
(Anexo Tuiutiba) – BA. Formador das Equipes de Diretores Escolares e Coordenadores
Pedagógicos do Instituto Anísio Teixeira (IAT/SEC).
damon.farias@enova.educacao.ba.gov.br

RESUMO
A qualidade da Educação Básica no Brasil tem sido monitorada, sobretudo, pelo
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado em 2007, que
combina o desempenho dos alunos no Sistema Nacional de Avaliação (SAEB).
Este estudo analisa o IDEB e nível de proficiência das escolas estaduais do
Piemonte Norte do Itapicuru, realizando várias comparações por meio da
metodologia quali-quantitativa. Foram considerados, na análise, o
desenvolvimento das escolas, no que tange ao alcance das metas estipuladas
pelo INEP, e as proporções de alunos que atingiram o nível adequado na
competência de leitura e interpretação de texto e na de resolução de problemas.
A pesquisa confirma a dificuldade de aprendizagem dos discentes, pois o
desempenho dos alunos nas avaliações externas sugere essa dificuldade,
embora, os resultados mostrarem uma evolução gradual do IDEB e proficiência
das escolas. Além disso, os resultados alcançados através da pesquisa revelam a
importância de repensar sobre as práticas pedagógicas e propor uma ação
isonômica e inovadora com resultados positivos já consolidados e em contínua
construção. Esses dados podem auxiliar as escolas no aprimoramento qualitativo
da educação nas cidades da região.

Palavras-chave: Aprendizagem. IDEB. Piemonte Norte do Itapicuru.

ABSTRACT
The quality of Basic Education in Brazil has been monitored, especially by the
Basic Education Development Index (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica – IDEB), created in 2007, which combines student achievement in the
System of Assessment for Basic Education (Sistema de Avaliação da Educação
Básica- SAEB). This study analyzes the IDEB and level of proficiency of the state
schools of Piemonte Norte do Itapicuru, making several comparisons through the
qualitative and quantitative methodology. It was considered in the analysis, the
schools’ development, with regard to achieving the goals established by the
different administrative spheres and by INEP, as well as, the proportion of
students who reached the appropriate level in the competences of reading,
reading comprehension and the competence of problem solving. The research
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confirms the students learning difficulties, as the students’ performance in external


evaluations suggests this difficulty, although the results show a gradual evolution
of IDEB and school proficiency. In addition, the results achieved through the
research reveal the importance of rethinking pedagogical practices and proposing
an isonomic and innovative action with positive results already consolidated and in
continuous construction. These data can assist schools in the qualitative
improvement of education in cities in the region.

Keywords: Learning. IDEB. Piemonte Norte do Itapicuru.

INTRODUÇÃO
No Brasil, as avaliações do desempenho escolar, feitas em larga escala na
educação básica, estão presentes na política pública de educação brasileira há
três décadas, em especial o Ensino Médio, que vem sendo monitorada por meio
de índices que avaliam o desempenho dos alunos em testes padronizados,
utilizando também as taxas de aprovação e reprovação da escola (INEP, 2020).
No estado da Bahia, por exemplo, Sistema de Avaliação Baiano de Educação
(SABE). O SABE foi criado com o objetivo de fortalecer o processo avaliativo nas
unidades escolares, identificando indicadores pedagógicos que subsidiem a
atuação da SEC e das escolas nos processos de aprendizagens dos estudantes.
O SABE disponibiliza para as escolas os seguintes instrumentos avaliativos:
Avaliação Diagnóstica, Caderno de Apoio, Avaliação Formativa e Avaliação
Somativa (Prova SABE) (BAHIA, 2019).
Em nível nacional, o IDEB, criado pelo Decreto nº 6094 de 24 de abril de
2007. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que reúne, em
um só indicador, os conceitos de fluxo, expressos nas taxas de aprovação
registradas no Censo Escolar, e de desempenho nas provas padronizadas em
leitura e resolução de problemas. Calculado como a média das notas
padronizadas, o IDEB varia de 0 a 10 e seus resultados permitem traçar metas
bianuais, o que possibilitou que se tornasse ferramenta para o acompanhamento
das metas de qualidade para a educação básica do Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) (BRASIL, 2007).
O IDEB tornou-se a forma privilegiada e frequentemente a única de se
analisar a qualidade da educação básica brasileira e, por isso, tem tido grande
influência no debate educacional no país. Então, o que se observa, é que as
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políticas de avaliação do desempenho dos estudantes, medidas por instrumento


da avaliação em larga escala, dizem atestar, através dos resultados aferidos, a
qualidade da educação brasileira. No entanto, estes dados, estão servindo para a
montagem de rankings de escolas e de estados da federação, do que para
agregar esforços na superação das fragilidades do sistema, fragilidades estas que
também são responsáveis pelos índices de qualidade (GARCIA, P. et al. 2016).
Este estudo investiga o resultado do IDEB e nível de proficiência das
escolas no Piemonte Norte do Itapicuru (PNI) em Língua Portuguesa e
Matemática do 3º do Ensino Médio, e refleti sobre os desafios e as possibilidades
do ensino dessas disciplinas no âmbito do Núcleo Territorial de Educação (NTE
25). Além disso, pretende-se que os resultados deste estudo, auxiliem
professores e a gestão escolar na compreensão dos resultados e no
aprimoramento qualitativo da educação.

METODOLOGIA
A pesquisa é do tipo exploratória e descritiva, assumindo uma abordagem
quali-quantitativa no tratamento dos dados coletados. Para Gil (2002) e Vieira
(2002), a pesquisa exploratória tem por objetivo favorecer uma maior intimidade
com o tema, tornando-o mais claro além de propor ao pesquisador maior
intimidade com o assunto, possibilitando a compreensão do problema. Ainda
conforme os autores, caracteriza-se também como descritiva, pois os fatos serão
observados, analisados, registrados, classificados e interpretados, sem que o
pesquisador interfira nele. O caráter quantitativo, visa identificar e comparar os
índices do IDEB e da proficiência das escolas estaduais do Ensino médio do
Piemonte Norte do Itapicuru, a partir do ano de 2017, buscando encontrar as
diferenças, similaridades e possíveis relações entre eles e a avaliação
exploratória dos dados analisadas por meio de tabelas.
Para a obtenção das informações, foram utilizados dados do Censo
Escolar de 2019 e do boletim da escola, disponível no portal do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas. As informações para este estudo, foram distribuídas em
três categorias complementares, previamente selecionadas: 1) desenvolvimento
das escolas estaduais do Ensino Médio do Piemonte Norte do Itapicuru, 2) o IDEB
das escolas: médias, metas e variações, e 3) nível de proficiência em Língua
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Portuguesa e Matemática para verificar a proporção de alunos que aprenderam


adequadamente na competência de leitura e resolução de problemas.
Na primeira categoria foram coletados e agrupados dados sobre: a) o
número de escolas do município, b) a quantidade de matrículas no segmento do
Ensino Médio e c) a participação das unidades de ensino no IDEB de 2017 e
2019. Na segunda, os dados foram agrupados em: a) IDEB observado, b) metas
estabelecidas pelo Inep para cada uma das escolas da rede estadual do PNI, no
3º do Ensino Médio, a partir do ano de 2017, c) variações absolutas e d) a
quantidade de escolas que já atingiram a meta individual. Na terceira categoria,
foram agrupadas as informações sobre nível de proficiência e a proporção de
alunos que aprenderam adequadamente na competência de leitura e
interpretação de textos e na competência de resolução de problemas, no 3º ano
do Ensino Médio, da rede estadual. Os dados coletados, então, são relativos ao
3º ano do Ensino Médio, e às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, das
escolas da rede estadual do Piemonte Norte do Itapicuru.

RESULTADOS

Os resultados são apresentados, incialmente, contextualizando o número


de escolas estaduais do Piemonte Norte do Itapicuru, a quantidade de matrículas
no segmento de Ensino Médio, a participação das unidades de ensino no Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2017 e 2019, a quantidade
de escolas que já atingiram a meta individual e a meta Bahia para o ano de 2019.
Posteriormente, são mostrados os dados do IDEB observados e as metas
estabelecidas pelo Inep para cada uma das unidades escolares, do terceiro ano
do Ensino Médio, dos anos de 2017 e 2019; as proporções de alunos que
aprenderam adequadamente na competência de leitura e interpretação e na
competência de resolução de problemas.

O DESENVOLVIMENTO DAS ESCOLAS ESTADUAIS NO PIEMONTE NORTE


DO ITAPICURU

A região do Piemonte Norte do Itapicuru (PNI) é composta por 21 escolas


estaduais, dentre as quais estão cinco escolas do campo e duas quilombolas.

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Além disso, duas (2) escola de Ensino Médio em Tempo Integral, três (3) de
ensino profissional. A Tabela 1 retrata um resumo sobre os dados das referidas
escolas.

Tabela 1: Escolas estaduais do Piemonte Norte do Itapicuru


MUNICIPIO UNIDADE ESCOLAR SIGLA NÚMERO DE
ALUNOS QUE
PARTICIPARAM
DA PROVA
SAEB (2019)
EE - COL EST DO
CAMPO CARLOS CECCHMPM - 20
Andorinha HUMBERTO DE DIST.VM
MIRANDA PEREIRA
MELLO - DISTRITO DE
VILA MEDRADO
CEA
EE - COLEGIO
ESTADUAL DE
ANDORINHA

Antônio EE - COLEGIO ESTADUAL CEAOS - TEMPO 79


Gonçalves ARTUR OLIVEIRA DA SILVA - INTEGRAL
TEMPO INTEGRAL

Caldeirão Grande EE - COLEGIO ESTADUAL CERG 125


ROMULO GALVAO
EE - COLEGIO ESTADUAL
PROFESSORA LUZIA DE CEPLFS 147
FREITAS E SILVA

EE - COLEGIO ESTADUAL CEQST 22


Campo Formoso DO CAMPO DE SAO TOME -
COMUNIDADE QUILOMBOLA

EE - COLEGIO ESTADUAL
DO QUILOMBOLA LUIS JOSE CEQLJS
DOS SANTOS - DIST. DE
LAGE DOS NEGROS-
COMUNIDADE QUILOMBOLA

EE - COLEGIO ESTADUAL CECCAF 308


DO CAMPO DE CAMPO
FORMOSO

Filadélfia EE - COLEGIO ESTADUAL CECPM 151


CECENTINO PEREIRA MAIA
EE - COLEGIO CECPP- DIST. 101
ESTADUAL DO PIL
Jaguarari CAMPO PETRONIO
PORTELA - DIST. DE
PILAR

EE - COLEGIO
ESTADUAL WALTER
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BRANDAO CEWB 77

EE - CENTRO
TERRITORIAL DE
EDUCACAO
PROFISSIONAL DO CTEPPI
PIEMONTE N DO
ITAPICURU

EE - COLEGIO CEP 70
Pindobaçu ESTADUAL DE
PINDOBACU
CECC- 42
EE - COLEGIO DIST.CAR
ESTADUAL DO
CAMPO DE CARNAIBA
- DISTRITO DE
CARNAIBA
EE - COLEGIO ESTADUAL
Ponto Novo JOAO DURVAL CARNEIRO CEJDC 117

EE - CENTRO 166
ESTADUAL DE CEEPSTN
EDUCACAO
PROFISSIONAL EM
SAUDE TANCREDO
NEVES CEMIT

EE - CENTRO
REGIONAL DE ENSINO
MEDIO
INTERMEDIACAO TEC CEPMAO-DIST 49
- CEMIT DO PIEMONTE IGA
Senhor do Bonfim NORTE DO ITAPICURU

EE - COLEGIO
ESTADUAL CESB
PROFESSORA
MARIANA AGOSTINHO
DE OLIVEIRA DIST DE CETF
IGARA

EE - COLEGIO CMLEM –
ESTADUAL SENHOR TEMPO 199
DO BONFIM INTEGRAL

EE - COLEGIO
ESTADUAL TEIXEIRA
DE FREITAS

EE - COLEGIO
MODELO LUIS
EDUARDO
MAGALHAES - TEMPO
INTEGRAL
Fonte: INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor.

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Como vimos anteriormente, a região do Piemonte Norte do Itapicuru conta


com 21 escolas estaduais que ofertam o Ensino Médio, distribuído entre 9
municípios (ver Tabela 1) e as escolas possuíam 9.783 matrículas na esfera
estadual em 2019 (Censo Escolar, 2019). Na Tabela 2, podemos observar um
resumo sobre os dados das referidas escolas por município.
Tabela 2: Situação das escolas do Território do Piemonte Norte do Itapicuru
Município Escolas participantes do IDEB (%) Alunos matriculados (2019)
2017 2019 Urbana Rural
Andorinha 100 50 396 79
Antônio Gonçalves -------- 100 298 ---------
Caldeirão Grande 100 100 565 ---------
Campo Formoso 75 75 2073 645
Filadélfia 100 100 611 --------
Jaguarari 66,6 66,6 768 348
Pindobaçu 100 100 337 185
Ponto Novo --------- 100 540 --------
Senhor do Bonfim 33,3 50 2722 216
Fonte: Censo Escolar, 2019. Elaborado pelo autor.

De acordo com a Tabela 2, apenas as escolas dos municípios de Caldeirão


Grande, Filadélfia e Pindobaçu foram as que obtiveram a nota do IDEB tanto em
2017 quanto 2019. Esses municípios representam aproximadamente 19% das
escolas estaduais do PNI. Também chama-se atenção ao quantitativo de
discentes na zona rural no Território que corresponde a 1.473 alunos (15%). O
município de Campo Formoso e Jaguarari apresentam o maior número de
estudantes concentrados na zona rural, respectivamente, 645 e 348, discentes
matriculados. Por outro lado, os municípios de Antônio Gonçalves, Caldeirão
Grande, Filadélfia e Ponto Novo não possuem alunos matriculados na area rural.
Vale destacar, que os municípios de Antônio Gonçalves, Caldeirão Grande,
Ponto Novo e Filadélfia, segundo o Censo Escolar de 2019, possuía 4 escolas
(uma em cada cidade) estaduais de Ensino Médio. Essas unidades de ensino
contavam com 2.014 alunos matriculados na esfera estadual. Por outro lado,
Andorinha, Jaguarari e Pindobaçu, segundo o Censo Escolar de 2019, juntas,
possuía 7 escolas estaduais de Ensino Médio. Essas unidades de ensino
contavam com 2.113 alunos matriculados na esfera estadual. Por fim, Campo
Formoso e Senhor do Bonfim, segundo o Censo Escolar de 2019, juntas, possuía
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10 escolas estaduais de Ensino Médio e possui a maior concentração de alunos


matriculados na esfera estadual com cerca de 5.656 (57,8%). Desses resultados
apresentados na Tabela 2, as escolas de Senhor do Bonfim continuam sendo as
que apresentam menor participação na prova SAEB.

O IDEB DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU:


MÉDIAS, METAS E VARIAÇÕES

De acordo com os últimos resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento


da Educação Básica) a Bahia é um dos estados com o pior ensino médio do
Brasil, a média foi 3,2 enquanto o país obteve 3.9. Houve uma melhora desde
2017, ano do último levantamento, quando o Ideb baiano era de 2,7 (INEP/MEC,
2020). A média projetada para 2019 era de 4.3 (INEP/MEC, 2020). Por isso, é
preciso acelerar a evolução nos indicadores de trajetória escolar e aprendizagem
adequada. Esses últimos são exatamente os dois conceitos que compõem o
IDEB, que procura apresentar uma métrica de qualidade para a educação a partir
das taxas de rendimento e do nível de aprendizagem dos estudantes. Sua
evolução nas escolas do PNI, entre 2017 e 2019, pode ser vista na Figura 1. Vale
destacar que o Território do Piemonte Norte do Itapicuru, apresenta certas
particularidades de acordo com as características sociais, econômicas e
demográficas de cada cidade.

5,0 5,0
IDEB 2017
4,5 4,5
IDEB 2019
4,1
4,0 3,9 3,9 4,0
3,6 3,6
3,5 3,5
3,5 3,4 3,4
3,0 3,3 3,3
3,4 3,5
3,2 3,2
3,1
3,0 3,0 3,0 3,0
3,0 2,9 2,9 3,0
2,7 2,7 2,7
IDEB

IDEB

2,7
2,6 2,6 2,6 2,6
2,5
2,5 2,3
2,5

2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0,0 0,0
IL IA VM EA OS RG PM PIL B EP AR D C TN GA SB EM ST FS AF
AS AH T. C A E C T. EW C .C EJ PS T I CE ML EQ PL CC
BR B DIS CE C CE IS C
IS
T C E IS C C CE E
- - D -D CE -D C
PM PP CC AO
M E C E PM
H C C E
C C
EC
C
Figura 1: IDEB das escolas estaduais do PNI. Fonte: INEP/MEC, 2019.
Elaborado pelo autor.
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A Tabela 3 amplia a compreensão sobre o IDEB das escolas de cada


município. Em geral, o IDEB das escolas apresentou crescimento nas notas e
superaram a meta do INEP prevista para 2019. As variações entre o IDEB e as
Metas são positivas para a totalidade dos casos, um sinal de evolução gradual. O
município de Campo Formoso e Pindobaçu apresentaram as maiores variações,
respectivamente, 1,6 e 1,1 pontos.
As médias das pontuações do IDEB são termômetros. Elas mensuram o
que os estudantes brasileiros acumularam de conhecimento no final dos ciclos
escolares. Nesse sentido, é relevante observar quais e o quanto as escolas, os
municípios, os estados e o País como um todo avançaram ou retrocederam, mas
também de qual patamar eles partiram. Além disso, é fundamental olhar a
distribuição dos estudantes nos níveis e o desempenho dos alunos ao longo de
outras edições do exame (INEP/MEC, 2020).
Tabela 3: IDEB observado do 3º ano do Ensino Médio das escolas no PNI.
Variação (IDEB TOTAL DA
Esfera Estadual IDEB observado Meta (INEP) X META) VARIAÇÃO
Município Unidade Escolar 2017 2019 2017 2019 2021 2017 2019 2019

CECCHM
PM - 3,4 3,6 Sem 3,6 3,8 Sem
DIST.VM dados dados +0,2
Andorinha +0,2

Sem Sem
CEA 2,6 ND Sem 2,8 3,0 dados dados
dados
Antônio CEAOS -
Gonçalves TEMPO ND 3,2 Sem Sem 3,4 Sem Sem
INTEGRAL dados dados dados dados ----------

Caldeirão CERG 2,6 2,9 Sem 2,8 3,0 Sem +0,1 +0,1
Grande dados dados
CEPLFS 3,0 4,1 Sem 3,2 3,4 Sem +0,9
Campo dados dados
Formoso CEQST 2,3 3,1 Sem 2,5 2,7 Sem +0,6 +1,6
dados dados
*CEQLJS -------- -------- -------- ------- ------- ------- -------
CECCAF 2,7 3,0 Sem 2,9 3,1 Sem +0,1
dados dados
Filadélfia CECPM 3,0 2,9 Sem 3,2 3,4 Sem -0,3 -0,3
dados dados
CECPP- 3,4 3,9 Sem 3,6 3,9 Sem +0,3
DIST. PIL dados dados
Jaguarari CEWB 2,7 3,0 Sem 2,9 3,1 Sem +0,1 +0,4
dados dados
*CTEPPI ------ ------- ------- ------- ------- ------- -------
CEP 2,5 3,3 Sem 2,7 3,9 Sem +0,6
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Pindobaçu dados dados +1,1


CECC- 2,6 3,3 Sem 2,8 3,0 Sem +0,5
DIST.CAR dados dados
Ponto Novo CEJDC ND 3,3 Sem Sem 3,5 Sem Sem
dados dados dados dados --------
CEEPST 3,4 Sem 2,8 3,0 Sem +0,6
2,6
N dados dados
Senhor do *CEMIT -------- -------- ------- ------- ------- ------- -------
Bonfim CEPMAO ND 3,6 Sem Sem 3,8 Sem Sem
-DIST IGA dados dados dados dados +0,6
CESB 2,7 ND Sem 2,9 3,1 Sem Sem
dados dados dados
*CETF ------- ------- ------- ------- ------- ------- -------
CMLEM – ND 3,5 Sem Sem 3,7 Sem Sem
TEMPO dados dados dados dados
INTEGRAL
ND/*Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados. Fonte:
INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor.

É importante lembrar também que os resultados lidam com as médias de


todos os estudantes de uma mesma escola ou rede (municipal, estadual ou
federal), o que esconde situações críticas e exitosas. Ou seja, para avaliar
avanços na Educação é necessário considerar muito mais fatores do que apenas
o desempenho e sempre avaliar os contextos da aprendizagem. Além de
evidenciar o retrocesso ou avanço dos alunos, os dados são uma boa ferramenta
para rastrear boas práticas que podem ser adaptadas para outras realidades
(INEP/MEC, 2020).
O CEPLFS situado no município de Campo Formoso foi a única escola na
região que superou o IDEB do Ensino Médio da rede Estadual do Brasil que foi de
3,9 em 2019 e apresentou a maior variação absoluta positiva. Vale destacar que a
escola também apresentou o maior crescimento do IDEB entre 2017 e 2019, 1,1
pontos. Um outro ponto que chama atenção é que apenas as escolas: CERG,
CECPM, CEWB, CEP, CEQST e CECCAF não alcançaram ou superaram o IDEB
da Rede Estadual da Bahia que foi de 3,2 em 2019. Por outro lado, todas as
escolas atingiram ou superaram a meta definida pelo INEP para 2019. O CECPM
localizado no município de Filadélfia foi a única escola que apresentou uma piora
na nota do IDEB 2019 quando comparada com 2017, -0,1 pontos. Apesar disso, a
nota do IDEB não diz tudo sobre os resultados obtidos pela escola. Caso uma
escola se destaque (positiva ou negativamente) em relação às demais, é
importante investigar as razões do seu sucesso ou insucesso. No entanto, vale
ressaltar que o IDEB é uma informação parcial, que pode esconder eventuais
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desigualdades de rendimento entre os alunos, para entender qual o real resultado


da escola precisamos saber também qual o percentual de alunos em cada padrão
de desempenho.
Também é importante observar o quantitativo de escolas que não
conseguiram obter resultados na prova SAEB devido ao número de participantes
serem insuficiente para que os resultados sejam divulgados, como é o caso de
algumas escolas dos municípios de Andorinha, Campo Formoso, Jaguarari e
Senhor do Bonfim. Essa concentração é maior no município de Senhor do Bonfim
e, portanto, é necessário investigar mais a fundo, levantar hipóteses sobre o que
está acontecendo com essas escolas.
Por fim, o que se depreende desses dados, em geral, é que o Ensino
Médio em todo Território do Piemonte Norte do Itapicuru, apresenta um
crescimento gradual do IDEB o que demonstra avanços significativos nesta etapa
de ensino, pois, sabemos que o desempenho dos alunos é fortemente impactado
por suas condições socioeconômicas. O que não isenta escolas e secretarias de
educação do compromisso de investir na aprendizagem dos alunos, ao contrário,
pois as populações menos assistidas são as que mais necessitam da escola. Há
inúmeras situações em que são exigidos das escolas mais esforços (recursos e
estratégias) para que ninguém fique para trás. Por outro lado, é importante
considerar que existem diversos fatores em interação influenciando os resultados
das avaliações, para além dos socioeconômicos e daqueles presentes no
contexto educacional.

MÉDIA DE PROFICIÊNCIA DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO PIEMONTE


NORTE DO ITAPICURU

A Tabela 4 permite comparações ao apresentar as médias de proficiência


alcançadas pelos estudantes das escolas estaduais de todo o Brasil, do estado e
dos municípios. Se comparada às médias de Brasil, apenas a proficiência média
da escola CECPP- DIST. PIL localizado no município de Jaguarari está acima
tanto em língua portuguesa quanto em matemática. Por outro lado, se comparada
às médias de Estado da Bahia, apenas a proficiência média das escolas CEPLFS,
CEP, e CEEPSTN está acima tanto em língua portuguesa quanto em matemática.
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As escolas CEWB e CECC-DIST.CAR está acima somente em matemática. É


importante destacar que as escolas CEWB, CEQST, CMLEM – TEMPO
INTEGRAL não conseguiram alcança a média de proficiência de seus municípios
tanto em língua portuguesa quanto em matemática. As escolas CECCAF e
CECC-DIST.CAR está acima somente em matemática. Na cidade de Antônio
Gonçalves, Caldeirão Grande, Filadélfia e Ponto Novo existe somente uma escola
e essas não foram consideradas na análise.

Tabela 4: Médias de proficiência alcançadas em Matemática e Português no PNI.


Esfera Estadual Proficiência da Unidade Escolar Crescimento
(2017 x 2019)
Município Unidade Escolar Matemática Português Mat. Port.
2017 2019 2017 2019

CECCHMPM - 239,58 248,50 247,39 236,56 +8,92 -10,83


Andorinha DIST.VM
CEA 234,77 ---------- 231,34 ---------- ------- -------
Antônio CEAOS - TEMPO ---------- 243,46 ---------- 249,19 ------- -------
Gonçalves INTEGRAL
Caldeirão CERG 232,30 238,76 232,90 249,51 +6,46 +16,61
Grande
Campo CEPLFS 241,07 262,19 248,90 270,20 +21,12 +21,30
Formoso CEQST 217,64 246,88 221,50 240,10 +29,24 +18,60
CECCAF 243,09 248,09 239,30 248,20 +5,00 +8,90
Filadélfia CECPM 239,91 232,99 244,00 235,32 -6,92 -8,68
Jaguarari CECPP- DIST. PIL 256,29 272,69 250,80 273,43 +16,40 +22,63
CEWB 241,94 256,44 243,44 255,27 +14,5 +11,83
Pindobaçu CEP 237,87 260,51 236,70 260,72 +22,64 +24,02
CECC-DIST.CAR 236,22 261,11 236,85 254,86 +24,89 +18,01
Ponto Novo CEJDC ---------- 250,12 ---------- 254,67 ------ ------
CEEPSTN 248,82 263,11 252,60 271,07 +14,29 +18,47
CEPMAO-DIST ---------- 251,41 ---------- 257,84 ------ ------
Senhor do IGA
Bonfim CESB 252,63 ---------- 256,04 ---------- ------ ------
CMLEM – TEMPO
INTEGRAL ---------- 246,25 ---------- 247,23 ------ ------

Fonte: INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor.

Os dados referentes ao desempenho dos alunos tanto em Língua


Portuguesa quanto matemática, demonstram os avanços, mas configuram o
desafio e a necessidade de um olhar cuidadoso para o ensino e a aprendizagem
dessas disciplinas. Ainda na Tabela 4, pode-se verificar os dados de Língua
Portuguesa e Matemática no PNI, em termos de proficiência média. Observa-se a
evolução ao longo dos anos. De 2017 para 2019, as escolas do PNI
apresentaram um crescimento na proficiência, porém, constata-se que todas as
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escolas avaliadas, nenhuma encontram-se no nível avançado (maior ou igual a


375 pontos), quando se consideram as proficiências médias das escolas. Todas
as escolas do Núcleo Territorial de Educação (NTE 25) estão situadas no nível
insuficiente (0 ≥ < 300 pontos). Vale ressaltar que isso é sinal de alerta que
deve ser acompanhado e monitorado pela Secretaria de Educação do Estado da
Bahia e NTE 25. Também é preocupante o fato do CECPM apresentar uma
queda acentuada em Língua Portuguesa e Matemática e a escola CECCHMPM -
DIST.VM uma queda acentuada somente em Língua Portuguesa, está situada na
zona rural, entre os anos de 2017 e 2019.
Por fim, a baixa aprendizagem na educação básica é também refletida em
provas internacionais. No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(PISA), por exemplo, o Brasil ocupa a 57ª posição em Leitura, 70ª em Matemática
e 64ª em Ciências, dos 79 países e regiões participantes da avaliação (INEP;
TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2020).
Quando consideramos o PISA em 2018 (Figura 2), apesar do Brasil ter
avançado na pontuação das três disciplinas em relação a 2015, tais diferenças
não foram estaticamente significantes, ou seja, não se pode afirmar que as
pontuações de 2018, de fato, são maiores que as de 2015. Isso significa que, nas
últimas quatro edições da avaliação (2009, 2012, 2015 e 2018), os resultados
médios dos alunos brasileiros ficaram estagnados em patamares muito abaixo da
média dos países da OECD (INEP; TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2020).

Figura 2: Desempenho do Brasil no PISA.


Fonte: extraído https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/pisa-2018-educacao-brasil/

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PROPORÇÃO DE ALUNOS E APRENDIZAGEM ADEQUADA

Garantir que os alunos aprendam o que é esperado é um desafio existente


em todas as etapas da educação brasileira. Os problemas de aprendizagem
começam desde cedo e se tornam mais alarmantes no Ensino médio. Então, para
se interpretar pedagogicamente um valor específico do IDEB (ver Figura 1), é
preciso mostrar como seus valores estão associados com os níveis das
proficiências dos alunos para os quais existem interpretações pedagógicas. Estas
interpretações expressam o que conhecem e sabem fazer os alunos alocados nos
diferentes níveis, ou seja, permitem verificar quanto à proporção de alunos com
aprendizagem adequada na competência de leitura e interpretação de textos e na
de resolução de problemas. A Figura 3 ilustra os resultados das escolas
estudadas no PNI.
A Figura 3 mostra o desempenho dos alunos de cada escola na Prova
SAEB dividido por nível de proficiência e disciplina. Em relação ao Estado da
Bahia, os dados da última avaliação, 2019, mostra que 72,12% e 75,11% dos
estudantes terminam o Ensino Médio com o aprendizado insuficiente em Língua
Portuguesa e Matemática, respectivamente. Ainda analisando os dados do
gráfico, percebe-se que entre 2017 e 2019, houve uma considerável diminuição
no percentual de alunos no padrão insuficiente de proficiência, tanto em Língua
Portuguesa quanto em Matemática nas escolas estaduais do PNI. É preciso
destacar, que o CECPM localizado no município de Filadélfia, houve um
considerável aumento no percentual de alunos no padrão insuficiente de
proficiência em Língua Portuguesa. Também verifica-se que, o CECPP é o que
apresenta o menor índice de discentes no nível insuficiente. Esses resultados
denuncia a dimensão do desafio que a Língua Portuguesa e Matemática ainda
representa para o NTE 25 em termos de ensino, aprendizagem e desempenho.
Além disso, observa-se o baixo número de alunos concluintes que saem do
Ensino Médio com as aprendizagens esperadas tanto em Língua Portuguesa
quanto em Matemática, conforme a Figura 3. Em 2019, aproximadamente 2,22%
dos alunos terminavam o Ensino Médio no nível adequado em Língua Portuguesa
no PNI. Em matemática o cenário é ainda mais difícil, apenas 0,63% dos
estudantes terminavam o Ensino Médio no nível adequado.

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As Tabelas 5 e 6 mostram os desempenhos dos alunos de cada escola na


Prova SAEB dividido por nível de proficiência e disciplina. Cada escala de
proficiência possui um número de níveis que compreendem um conjunto de
habilidades que os alunos posicionados nesse nível provavelmente dominam.
Além disso, as escalas de proficiência de Língua Portuguesa (Leitura) e
Matemática são compostas por níveis progressivos e cumulativos. Isso significa
que a escala está organizada em níveis que vão do menor para a maior
proficiência, e que cada nível de desempenho acumula também os saberes e
habilidades do(s) níveis(is) anterior(es). Assim, quando um quantitativo (%) de
alunos foi posicionado em determinado nível da escala, pressupomos que estes
alunos, além de terem desenvolvido as habilidades descritas neste nível,
provavelmente também tenham desenvolvido as habilidades dos níveis
anteriores.

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Figura 3: Níveis de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática das escolas estaduais do


PNI. Fonte: INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor.

Agora iremos realizar uma análise do CECPM, localizada no município de


Filadélfia, que obtive um dos menores índice de proficiência de alunos no nível
insuficiente tanto em Língua Portuguesa e Matemática no PNI. Abaixo observa-se
a distribuição dos alunos da referida escola na escala de proficiência em
Matemática.
Tabela 5: Distribuição percentual de estudantes, por intervalo de proficiência, nas escolas
estaduais de ensino médio 2019 - NTE 25 – MATEMÁTICA
Nível INSUFICIENTE* BÁSICO* ADEQUADO*
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Municípi Unidade
o Escolar
Andorinh CECCHMP 25,0 30,0 20,0 15,0 5,00 0,00 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0
a M- 0 0 0 0 0
DIST.VM
Antônio CEAOS - 35,1 26,2 16,4 8,98 5,22 6,57 1,3 0,0 0,0 0,0 0,0
Gonçalv TEMPO 8 9 0 5 0 0 0 0
es INTEGRAL
Caldeirã CERG 39,7 23,8 16,7 10,9 5,52 1,77 0,7 0,7 0,0 0,0 0,0
o 0 0 0 6 6 9 0 0 0
Grande
Campo CEPLFS 25,1 14,8 19,9 20,7 9,63 4,30 6,1 0,6 0,0 0,0 0,0
Formoso 8 4 4 2 2 3 0 0 0
CEQST 22,7 40,7 13,4 18,3 4,63 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
5 4 9 9 0 0 0 0 0
CECCAF 34,8 14,6 21,7 13,5 10,1 3,17 1,8 0,0 0,0 0,0 0,0
2 6 1 9 8 8 0 0 0 0
Filadélfia CECPM 49,8 15,1 12,9 9,41 7,76 3,70 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0
8 5 2 9 0 0 0 0
CECPP- 14,1 13,9 23,1 21,5 15,8 10,3 0,9 0,0 0,0 0,0 0,0
Jaguarar DIST. PIL 7 9 3 8 5 3 5 0 0 0 0
i CEWB 24,9 14,1 28,6 13,1 14,1 2,46 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0
4 5 2 9 0 0 0 0
CEP 20,1 20,1 25,6 12,8 15,6 5,71 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
5 2 2 0 0 0 0 0
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Pindoba CECC- 27,6 9,70 18,6 20,8 16,4 6,71 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
çu DIST.CAR 4 5 9 1 0 0 0 0 0
Ponto CEJDC 25,8 23,5 20,3 21,6 7,20 0,76 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0
Novo 3 2 0 6 2 0 0 0 0
CEEPSTN 13,8 23,3 29,5 15,1 11,0 5,23 1,2 0,5 0,0 0,0 0,0
Senhor 4 7 7 8 3 0 9 0 0 0
do CEPMAO- 31,4 20,2 24,6 8,75
8,75 6,16 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Bonfim DIST IGA 1 8 5 0 0 0 0 0
CMLEM –
TEMPO 40,9 11,0 15,1 11,1 13,8 5,96 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0
INTEGRAL 4 2 1 8 7 2 0 0 0 0
Fonte: INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor. *Interpretação dada pela Secretaria de Educação
Básica do Ministério da Educação

No caso do CECPM a Tabela 5 mostra que em relação à Matemática,


dentre os 151 alunos de 3º ano do Ensino Médio da escola que realizaram a
prova:
 87,36% deles, ou 132 alunos (somatória dos níveis: nível 0, nível 1, nível 2
e 3), estão com habilidades insuficientes, ou seja, não alcançaram as
aprendizagens esperadas.
 Apenas 12,64 %, ou dezenove alunos, ocupam o nível básico (somatória
do nível 4, 5 e 6).
 E nenhum aluno revela desempenho no nível adequado (avançado).
O CECPM, portanto, tem um grande desafio pela frente. Em um grupo de
150 alunos, 132 deles possuem nível insuficiente de aprendizado em Matemática.
Além disso, se compararmos o nível insuficiente do CECPM com o Estado da
Bahia e Brasil (63,9%) nota-se que mais da metade dos estudantes do CECPM se
encontram acima do resultado médio do Brasil e do Estado. No entanto,
observando as diferenças de desempenho dos alunos expressas na distribuição
percentual, a conclusão é a de que apenas nenhum aluno está acima do nível 6 -
adequado o que é considerado um péssimo resultado. Isso significa que, de cada
10 alunos, nove conclui o 3º ano do Ensino Médio com proficiência inferior àquela
que seria recomendada. Cabe aos gestores da secretaria e da escola mobilizarem
esforços para o planejamento de intervenções que apoiem esses alunos com
dificuldades de aprendizagem.
Vale ainda observar que os alunos localizados nas extremidades da
escala, ou seja, os 65,03% que ficaram nos níveis 0 e 1 e os 0,59% que ficaram
no adequado (níveis 7, 8, 9 e 10) necessitam de atenção especial. Os que ficaram
no nível insuficiente precisam receber apoio e estímulos extras para enfrentar
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suas dificuldades e avançar. Por outro lado, os que se encontram nos níveis mais
avançados, tanto o básico quanto adequado merece ser provocados com desafios
em graus crescentes de dificuldade para não estacionarem e continuarem
estimulados a aprender e atingir graus de excelência.
Vejamos na Tabela 6 a distribuição dos alunos do CECPM na escala de
proficiência em Língua Portuguesa. Como podemos observar, o resultado da
escola em Língua Portuguesa está longe do ideal, sobretudo se considerarmos
que 0,59% dos alunos se encontram acima do nível 6. Contudo, vale ressaltar
que, não se pode deixar de atentar aos 90,32% (aproximadamente 136 alunos)
que ficaram entre os níveis 0 a 3, ou seja, que não alcançaram as aprendizagens
esperadas ao final do Ensino Médio. Chamamos novamente a atenção para o fato
de que, existem grupos de alunos que necessitam de atenção especial para ter
garantido o seu direito de aprender. Também é importante notar que em Língua
Portuguesa, repetindo-se as comparações anteriores, vemos que a escola
CECPM está acima da média do Brasil (61,16%) e da média do Estado no nível
insuficiente o que mostra que muito precisa ser realizado, pois mais da metade de
seus alunos ainda se encontra no nível insuficiente em Matemática e Língua
Portuguesa. De certa forma, esses resultados indicam que o CECPM ainda não
tem conseguido desenvolver um trabalho capaz de potencializar o aprendizado
dos alunos, pois apresenta 90,32% no nível insuficiente.

Tabela 6: Distribuição percentual de estudantes, por intervalo de proficiência, nas escolas


estaduais de ensino médio 2019 - NTE 25 – LÍNGUA PORTUGUESA
Nível INSUFICIENTE* BÁSICO* ADEQUADO*
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Município Unidade
Escolar
Andorinha CECCHMPM 45,0 20,0 15,0 5,00 10,0 0,00 5,00 0,00 0,00
- DIST.VM
Antônio CEAOS - 31,49 19,50 22,94 11,79 11,57 0,00 1,35 1,35 0,00
Gonçalves TEMPO
INTEGRAL
Caldeirão CERG 36,06 16,53 18,96 14,75 6,40 5,02 2,28 0,00 0,00
Grande
Campo CEPLFS 14,17 17,63 24,42 21,28 15,78 3,71 3,00 0,00 0,00
Formoso
CEQST 45,77 9,13 27,12 8,99 4,50 4,50 0,00 0,00 0,00
CECCAF 34,42 16,15 19,45 14,97 10,04 3,44 1,24 0,28 0,00
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Filadélfia CECPM 43,96 22,93 16,06 7,37 4,61 3,30 1,18 0,59 0,00
CECPP- 13,07 21,99 20,12 14,46 14,07 10,82 5,45 0,00 0,00
DIST. PIL
Jaguarari
CEWB 28,88 21,31 14,22 18,37 10,64 5,33 1,24 0,00 0,00
CEP 24,35 15,73 14,22 26,88 12,99 5,82 0,00 0,00 0,00
Pindobaçu CECC- 27,64 7,09 26,50 24,98 11,56 2,24 0,00 0,00 0,00
DIST.CAR
Ponto CEJDC 25,79 14,73 26,47 20,96 9,8 2,25 0,00 0,00 0,00
Novo
CEEPSTN 14,12 12,16 28,14 24,54 15,59 4,36 1,07 0,00 0,00
Senhor do CEPMAO- 19,88 24,25 19,88 18,89 10,54 4,37 2,19 0,00 0,00
Bonfim DIST IGA
CMLEM – 35,12 14,78 22,93 12,73 7,48 5,93 1,02 0,00 0,00
TEMPO
INTEGRAL
Fonte: INEP/MEC, 2019. Elaborado pelo autor. *Interpretação dada pela Secretaria de Educação
Básica do Ministério da Educação.

Por fim, conhecer e analisar esses dados pode ajudar a compreender por
qual motivo uma escola, em tese com as mesmas condições do que outras
unidades, pode ter um desempenho superior à média da rede. A partir desse
diagnóstico é possível mapear junto aos professores, coordenadores pedagógicos
e diretores quais estratégias têm levado a maior ou menor aprendizagem dos
alunos. E, assim, corrigir rotas ou replicar boas experiências entre as escolas.
Algumas ações devem ser asseguradas para identificar oportunidades de
melhoria da rede:
 Análise detalhada de todas as partes do boletim da Prova Brasil bem como
de dados de outras avaliações externas;
 Acompanhamento do nível de aprendizagem dos alunos ao longo do ano
nos diferentes momentos de avaliações internas;
 Monitoramento da frequência dos alunos, além dos índices de aprovação,
reprovação e abandono escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo mostrou a situação do IDEB das escolas estaduais do PNI o
que permitirá aos gestores escolares compreenderem melhor o ensino na região,
realizarem análises e construírem ações mais particularizadas para melhorar a
educação. Os índices de qualidade no Ensino Médio, no PNI, têm aumentado de
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forma gradual, demostrando avanços significativos neste nível do ensino. Isso não
ocorreu, no entanto, para o CECPM que também obteve a variação entre o IDEB
observado e o estabelecido negativa.
Apesar de haver avanços e boas perspectivas, constatou-se que, ainda, é
preciso avançar, pois há resquícios de um ensino de Língua Portuguesa e
Matemática separado dos processos comunicativos reais que os alunos realizam,
o que se converte num processo estéril que não promove o desenvolvimento de
habilidades indispensáveis para a consolidação das competências que devem ser
desenvolvidas pelos alunos no Ensino Médio, pois, a proporção de alunos que
aprenderam adequadamente é pequena, sobretudo na competência de resolução
de problemas.
Neste sentido, um dos maiores problemas do Núcleo Territorial
Educacional (NTE 25) é o fato de somente 2,22% e 0,63% dos alunos
aprenderem adequadamente Português e Matemática, respectivamente, ao final
do ensino médio. Os resultados deste estudo revelaram a dura realidade das
escolas da rede estadual do PNI.
Portanto, é interessante ampliar essa discussão de modo a promover
reflexão entre os coordenadores e professores que possam subsidiar práticas
pedagógicas que promovam o desenvolvimento da aprendizagem de Língua
Portuguesa com base (na leitura, produção e reflexão sobre os diversos gêneros
textuais) e Matemática com base tratamento de informações, espaço e forma,
números, operações álgebra e funções aos quais os alunos devem ter acesso e
que podem ser acionados para dar sentido a esse processo de aprendizagem que
possa reverbera na melhoria do desempenho na prova SAEB.
A partir dos resultados deste estudo, a pesquisa pode avançar por meio de
projetos voltados a fortalecer estratégias para melhorar a qualidade de ensino das
escolas da região do PNI e, consequentemente, os resultados do IDEB e do nível
de proficiência.

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Recebido em Abril/2021
Aprovado em Maio/2021

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