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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA


COORDENAÇÃO DE PESQUISA

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA VOLUNTÁRIA – PICVOL

Desempenho dos estudantes do ensino médio do estado


de Sergipe em Matemática e suas Tecnologias

Área do conhecimento: Estatística e Ciências atuariais


Subárea do conhecimento: Probabilidade e Estatística Aplicadas
Especialidade do conhecimento: Análise descritiva e Modelos de
Regressão

Relatório Final
Período da bolsa: de 08/2017 a 06/2018

Este projeto é desenvolvido com bolsa de iniciação científica

PICVOL
RESUMO

No Brasil o sistema de avaliação educacional mais difundido é o Exame Nacional


do Ensino Médio (ENEM) e deve-se considerar, que o desempenho dos avaliados
precisa ser contextualizado. Isto é relevante uma vez que as desigualdades
sociais têm implicações diretas sobre a educação. Desta forma, objetivo do
presente estudo, foi analisar o desempenho do estudante do estado de Sergipe no
ENEM, em Matemática e suas tecnologias, relacionando o desempenho dos
estudantes com a condição socioeconômica do mesmo. Trata-se de um estudo de
corte transversal, quantitativo, com o uso de dados secundários referente ao
resultado do ENEM do ano de 2016 do Estado de Sergipe. Além de uma análise
descritiva, foi aplicado aos dados, o método de componentes principais, com a
finalidade de gerar um modelo de regressão em um segundo momento do estudo.
Quanto as características socioeconômicas, observou-se, a maioria dos
estudantes são do gênero feminino, adolescentes e jovens adultos, negros/pardos,
classe média baixa, provém de escolas públicas estaduais localizadas na região
urbana, cursam o ensino regular e basicamente, metade dos alunos não possuem
computador, nem acesso à internet e trabalham ou já trabalharam. A maioria das
mães dos estudantes nunca estudaram ou têm apenas o ensino fundamental.
Avaliando-se o desempenho dos estudantes, obtivemos uma média geral de
474,72 pontos (dp 96,91). Os alunos com melhor pontuação média são do gênero
masculino, jovens, solteiros, brancos, renda média-alta, possuem computador e
acesso à internet, estudam na região urbana, nunca trabalharam, não possuem
deficiências físicas, provém de escolas particulares, nunca reprovaram ou
abandonaram a escola, estudam no período diurno do ensino regular, e mãe com
ensino superior ou mais. Quanto ao método dos componentes principais, as
primeiras seis componentes serão incluídas no modelo e representam a
contribuição relativa de 63,48% na explicação da variação total dos dados.

Palavras-chave: Exame do ensino médio, educação, matemática, desempenho.


SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
3. METODOLOGIA .............................................................................................. 7
3.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO ......................................................................... 7
3.2. BANCO DE DADOS ........................................................................................ 7
3.3. MÉTODOS ................................................................................................... 7
3.3.1. Análise descritiva .................................................................................. 7
3.3.2. Componentes Principais ........................................................................ 8
4. RESULTADOS ............................................................................................... 10
5. CONCLUSÕES .............................................................................................. 24
6. PERSPECTIVAS ............................................................................................ 25
7. OUTRAS ATIVIDADES .................................................................................. 26
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 27
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1. INTRODUÇÃO

A educação pública tem por objetivo o desenvolvimento cultural, social e


econômico dos cidadãos. Mediante tal fato, tem–se procurado analisar quais
causas influenciam as mobilidades educacionais e quais fatores geram
desigualdades no desempenho escolar (PALERMO et al., 2014). Desta forma, a
aplicação de avaliações padronizadas em larga escala está assumindo uma
posição de destaque, no cenário educacional da sociedade contemporânea. Estes
instrumentos, têm por objetivo, monitorar o funcionamento de redes de ensino e
fornecer subsídios para os gestores na formulação de políticas educacionais
(WERLE, 2011).
No Brasil o sistema de avaliação educacional mais difundido é o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM). Este exame é estruturado em cinco áreas do
conhecimento: Linguagens, códigos e suas tecnologias, Ciências humanas e
suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da natureza e suas
tecnologias e Redação. Nesta prova, cada macroárea têm especificidades, mas
convergem para objetivos em comum gerando uma articulação interdisciplinar. A
avaliação da matemática, por sua vez, tem por objetivo mobilizar os saberes
disciplinares do aluno, expondo-o a problemas efetivos, a situações vivenciais e
questões reais, avaliando o aprendizado disciplinar contextualizado em 30
habilidades e 7 competências (ENEM, 2012).
As dificuldades, no aprendizado desta ciência exata, estão ligadas a
diversos fatores. O primeiro deles está relacionado a própria complexidade da
matemática, graças ao elevado grau de abstração, generalização e dificuldade nos
conceitos e algoritmos. Dentre as causas relacionadas ao aprendizado escolar
estão: as dificuldades originadas no ensino inadequado ou insuficiente diante
metodologias pouco motivadoras e/ou pouco eficazes e as características
individuais de cada aluno onde estão incluídos transtornos psiquiátricos
(discalculia, déficit cognitivo, etc) ou psicológicos (experiência pessoais com a
matemática) (SANCHEZ, 2004).
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Por outro lado, variáveis externas à escola e diferenças sociais têm


implicações diretas sobre a educação (LAROS et al, 2010). Sendo esta, a razão
fundamental para que o desempenho dos avaliados necessite ser contextualizado
(LAROS et al, 2010). Ratificando essa afirmação, Rodrigues (2002) propõe que a
diversidade de fatores conduz o estudante a um melhor ou pior desempenho
escolar.
Neste contexto, estudos evidenciam a força do capital cultural e das
condições financeiras dos pais continua a interferir nas notas, no ingresso e na
permanência do aluno na universidade. Desta forma, espera-se que os fatores
socioeconômicos interfiram diretamente no desempenho dos estudantes no ENEM
(OLIVEIRA E MELO-SILVA, 2010). Além disso Baccaro e Shinyashiki (2014)
observaram uma associação positiva do rendimento acadêmico com as variáveis:
cor branca e área de Humanidades. Indicando que, se o aluno teve melhor
desempenho no ENEM, é de cor branca e está em um curso da área de Humanas.
Neste cenário, o Brasil tem revelado, há décadas, grave inadequação
demandando uma revisão profunda em sua concepção no ensino e aprendizado
na matemática. Fato este comprovado, pelos resultados do Enem 2015, (INEP,
2018), onde evidenciam que as médias de desempenho das escolas pioraram em
matemática quando comparado ao ano de 2014, apresentando uma queda de
queda de 481 para 475.
Desta forma, é relevante investigar quais fatores têm influência sobre o
desempenho dos alunos, na tentativa de esclarecer o processo de produção das
desigualdades educacionais entre os alunos. Sendo assim, o principal objetivo do
presente estudo, foi analisar o desempenho do estudante do estado de Sergipe no
ENEM, em Matemática e suas tecnologias, relacionando o desempenho dos
estudantes com a condição socioeconômica do mesmo, de forma a embasar
projetos no âmbito nacional e local na melhoria do desempenho dos estudantes do
ensino médio.
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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O principal objetivo do presente estudo, foi analisar o desempenho do


estudante do estado de Sergipe no ENEM, em Matemática e suas tecnologias,
relacionando o desempenho dos estudantes e suas respectivas condições
socioeconômicas.

2.2. Objetivos específicos


• Realizar o download do arquivo de microdados do INEP, referente ao
ENEM 2015;
• Realizar a leitura e organização do conjunto de dados;
• Realizar uma análise descritiva dos dados;
• Aprofundamento sobre a metodologia proposta;
• Aplicação do Método de Análise de Componentes Principais;
• Caracterização dos Fatores Estimados;
• Interpretação dos resultados.
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3. METODOLOGIA

3.1. Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo de corte transversal, de caráter quantitativo, com o


uso de dados secundários referente ao resultado do ENEM do ano de 2016. O
estudo foi realizado com estudantes do Estado de Sergipe. Foram incluídos no
estudo, estudantes residentes no Estado de Sergipe, concorrentes do SISU e que
realizaram a prova de matemática no Enem 2016. Foram excluídos do estudo
aqueles que se ausentaram à prova de matemática no Enem 2015 e os
denominados treineiros, ou seja, aquele que, concomitantemente, é menor de 18
anos e concluirá o Ensino Médio após o ano letivo 2017. Os dados foram
organizados no Excel 2016 e analisados por meio do software R (Project for
Statistical Computing) versão 3.5.0.

3.2. Banco de dados

Os microdados referentes ao resultado do ENEM do ano de 2016 foram


obtidos no site no INEP. Tais informações consistem no menor nível de
desagregação de dados recolhidos por pesquisas, avaliações e exames
realizados. Neste conjunto de dados está disponível a nota (desempenho) de cada
estudante que realizou o ENEM, em cada uma das áreas do conhecimento e
podem ser obtidas via download, em formato ASCII. Além disso, também é
disponibilizada para cada um destes estudantes as respostas dadas pelos
mesmos em um questionário socioeconômico.

3.3. Métodos

3.3.1. Análise descritiva

A Análise Descritiva é a fase inicial deste processo de estudo dos dados


coletados. Utilizamos métodos de Estatística Descritiva para organizar, resumir e
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descrever os aspectos importantes de um conjunto de características observadas


ou comparar tais características entre dois ou mais conjuntos. As ferramentas
descritivas A descrição dos dados também tem como objetivo identificar
anomalias, até mesmo resultante do registro incorreto de valores, e dados
dispersos, aqueles que não seguem a tendência geral do restante do conjunto.

3.3.2. Componentes Principais

A análise de componentes principais é uma técnica da estatística


multivariada cuja proposta consiste na redução do conjunto de dados a ser
analisado, principalmente, quando os dados são constituídos de um grande
número de variáveis inter-relacionadas. Esta técnica mantém, ao máximo, a
variabilidade do conjunto, isto é, com a menor perda possível de informação. Além
disso, está também busca eliminar algumas variáveis originais que possuam
pouca informação (HOTELLING, 1933)
Desta forma os principais objetivos desta técnica são:
I. Redução da dimensionalidade dos dados;
II. Obtenção de combinações interpretáveis das variáveis;
III. Descrição e entendimento da estrutura de correlação das variáveis.
Sendo assim, essa redução é feita transformando o conjunto de variáveis
originais p (X1,..., Xp) em um novo conjunto com p variáveis (Y1,..., Yp)
denominadas componentes principais, que sejam não correlacionados na ordem
de sua importância, ou seja, Y1 é a componente que explica a maior parte da
variabilidade dos dados, Y2 explica a segunda parcela e assim consecutivamente
(MANLY, 2005).
Em síntese, esta técnica é considerada um método fatorial, pois a redução
do número de variáveis não se trata de uma convencional seleção de variáveis,
mas, a construção de novas variáveis sintéticas, obtidas pela combinação linear
das variáveis inicias através de fatores. Essa redução de variáveis só será viável
se as p variáveis iniciais não forem independentes e apresentarem coeficientes de
correlação não-nulos. Sendo assim, um conjunto de variáveis correlacionadas é
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substituída por um conjunto de novas variáveis não correlacionadas, sendo essas


combinações lineares das variáveis iniciais, e colocadas em ordem decrescente
por suas variâncias, VAR CP1>VAR CP2>...>VAR CPp (VERDINELLI, 1980).
As novas variáveis geradas denominam-se CP possuem independência
estatística e são não correlacionadas. Isso significa que, se as variáveis originais
não estão correlacionadas, as ACP não oferecem vantagem alguma. Para a
determinação das componentes principais, é necessário calcular a matriz de
variância-covariância (Σ), ou a matriz de correlação (R), encontrar os autovalores
e os autovetores e, por fim, escrever as combinações lineares, que serão as novas
variáveis, denominadas de componentes principais, sendo que cada componente
principal é uma combinação linear de todas as variáveis originais, independentes
entre si e estimadas com o propósito de reter, em ordem de estimação e em
termos da variação total, contida nos dados iniciais, (REGAZZI, 2001).
Figura 1: Etapas da aplicação da análise de componentes principais.

Fonte: Souza, A.M. (2000, p.25)


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4. RESULTADOS

4.1. Análise descritiva

Admitindo que exista diversidade e heterogeneidade de perfis, ao se


levar em conta características sócio econômicas, foi realizada, em um primeiro
momento, uma análise descritiva dos dados.
Quanto as características socioeconômicas (Tabela 1), observou-se, que
em Sergipe, a maioria os estudantes são do gênero feminino (59,50%),
adolescentes na faixa etária de 15-20 (50,35%) e jovens adultos com 21-25
anos (25,26%), predominantemente negros/pardos (81,40%).
Quanto a renda familiar, estão em maior número aqueles que recebem
menos de 1 salário mínimo por mês (40,29%), seguidos daqueles que ganham
entre 1 a 2 salários mínimos por mês (35,26%). Portanto, indivíduos classe
média baixa, representam 75,55% da população em estudo.
No que concerne ao fato de possuir computador e internet, existe uma
proporcionalidade nas frequências, pois praticamente metade (49,65%) dos
alunos possuem computador em casa e um pouco mais da metade têm acesso
à internet (54,69%). Isto significa que, aproximadamente metade dos alunos
que realizam exame do Enem (prova de matemática) não possuem
computador, nem acesso à internet. Fato este, que pode influenciar
negativamente no acesso à informação e consequentemente no desempenho
nas provas. Este fato será discutido posteriormente.
Na questão “trabalho”, notamos a existência de um certo equilíbrio na
distribuição, onde aqueles que nunca trabalharam representam 53,01% dos
discentes e aqueles que já trabalharam ou ainda trabalham são 46,99%. Isto
nos leva a concluir, que uma porcentagem considerável dos jovens, necessitam
complementar ou ter uma renda.
Foi analisada, ainda, a distribuição dos estudantes de acordo com a
dependência administrativa da escola (Figura 1). A maioria dos estudantes,
cerca de 75,28%, optaram por não responder. Pertenciam às escolas privadas
em torno de 6,41% e às públicas 18,31%.
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Tabela 1: Perfil sócio econômico dos avaliados no Enem, prova de matemática, Sergipe, 2016.
Gênero f f%
Feminino 40355 59,50%
Masculino 27466 40,50%
Estado civil f f%
Solteiro(a) 60558 89,29%
Não solteiro 7263 10,71%
Faixa etária f f%
Menor que 15 anos 335 0,49%
15-20 34146 50,35%
21-25 17130 25,26%
26-30 7189 10,60%
Acima de 30 anos 9228 13,30
Cor/raça f f%
Branca 9077 13,40%
Negra/Parda 55224 81,40%
Outro 2479 3,70%
Não informado 1041 1,50%
Renda familiar f f%
Sem renda 3279 4,83%
Menos de 1 salário mínimo 27324 40,29%
Entre 1 a 2 salários mínimos 23912 35,26%
Entre 2 a 3 salários mínimos 5689 8,39%
Entre 3 a 4 salários mínimos 3684 5,43%
Acima de 4 salários mínimos 3933 5,80%
Computador f f%
Sim 33674 49,65%
Não 34147 50,35%
Internet em casa f f%
Sim 37092 54,69%
Não 30729 45,31%
Trabalha f f%
Nunca trabalhou 35952 53,01%
Sim ou já trabalhou 31869 46,99%
Total Geral 67821 100,00%
Fonte: Próprio autor
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Analisando individualmente as escolas públicas temos que 95,18% dos


estudantes eram de escolas estaduais, 4,68% eram federais e apenas 0,14%
eram municipais. Assim, a maior parte dos alunos provêm de escolas públicas
estaduais em Sergipe.

Figura 1: Distribuição dos estudantes de acordo com a dependência administrativa da escola


Enem-2016.

Fonte: Próprio autor

Ao analisar informações referentes à característica individuais e


escolares (Tabela 2), que podem influenciar no desempenho na prova de
matemática do ENEM 2016, notamos que 2,2% possuíam algum tipo de
deficiência física. No que se refere à “localização da escola” a maioria (75,28%)
optou por não declarar. Daqueles que responderam, apenas 1,50% provêm de
escolas rurais em contrapartida à 23,56% de escolas urbanas.
Quanto a “escolaridade da mãe”, cerca de 40,52% das mães nunca
estudaram e menos de 10% possuem o ensino superior. Este dado revela um
grave problema, de caráter histórico, no que concerne ao acesso à educação.
No que diz respeito ao “tipo de ensino” 75,28% optou por não declarar.
Porém daqueles que responderam, 23,18% são do ensino regular e apenas
1,54% provêm do ensino de jovens e adultos ou educação especial.
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Tabela 2: Distribuição de frequência quanto características individuais e escolares, avaliados do


ENEM, prova de matemática, Sergipe, 2016.
Deficiência física f f%
Sim 1490 2,20%
Não 66331 97,80%
Localização da escola f f%
Urbana 15976 23,56%
Rural 790 1,16%
Não declarado 51055 75,28%
Escolaridade da mãe F f%
Não sei 5131 7,57%
Nunca estudou. 27478 40,52%
Ensino Fundamental Incompleto 8537 12,59%
Ensino Fundamental completo 16698 24,62%
Completou o Ensino Médio Completo 3891 5,74%
Ensino Superior Completo 3133 4,62%
Pós-graduação Completa 2953 4,35%
Tipo de ensino f f%
Ensino regular 15719 23,18%
Ensino jovens e adultos/ ensino especial 1046 1,54%
Não respondeu 51056 75,28%
Regularidade f
Nunca reprovou 45492 67,08%
Reprovou/abandonou 22329 32,92%
Turno em que estuda f
Diurno 57850 85,30%
Parte Diurno parte noturno 8463 12,48%
Noturno 1508 2,22%
Total 67821 100,00%
Fonte: Próprio autor

Em relação à “regularidade” nota-se que 67,08% nunca abandonou ou


reprovou, porém, o índice de alunos que já o fizeram (32,92%) é considerável.
Este número revela falha grave na educação brasileira, e deve ser tema de
estudos mais profundos.
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Quanto ao turno em que estuda, a grande maioria estuda no turno diurno


(85,30%).
Avaliando-se o desempenho dos estudantes de Sergipe em matemática
no Enem 2016, obtivemos uma média geral de 474,72 pontos (dp 96,91). Isto
revela que a pontuação média em Sergipe, tratando-se de matemática, é
inferior à média geral brasileira de 489,5 pontos (INEP,2018). Na Tabela 2,
segue a frequência de candidatos por pontuação. Cerca de 49 alunos, o
equivalente a 0,07% da população, obtiveram nota zero na avaliação. A maior
parte (45,61%) dos estudantes obtiveram notas no intervalo de 400 a 499,9
pontos e apenas 31,90%, obtiveram pontuação igual ou acima de 500.

Tabela 3: Candidatos distribuídos por pontuação, dos avaliados no Enem, prova de matemática,
Sergipe, 2016.

Pontuação F f%
Nota 0 49
0,07%
Até-399,9 15204
22,42%
400-499,9 30930
45,61%
500-599,9 14257
21,02%
600-699,9 5111
7,54%
700-799,9 1783
2,63%
800-899,9 444
0,65%
901-1000 43
0,06%
Total 67821
100,00%
Fonte: Próprio autor

Na Tabela 3, estão descritos pontuação média e desvio padrão das notas


dos alunos, distribuídos quanto às variáveis socioeconômicas. Ao considerar o
gênero, observamos estudantes do gênero masculino obtiveram um
desempenho melhor, com pontuação média 498,90, quando comparado ao
gênero feminino, média de 458,20. A diferença foi de 40,70 pontos entre os dois
grupos, em favor do gênero masculino.
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Tabela 4: Pontuação média e desvio padrão, quanto as variáveis socioeconômicas, dos avaliados
no Enem, prova de matemática, Sergipe, 2016.
Gênero Pontuação Média Desvio padrão
Feminino 458,20 85,60
Masculino 498,90 106,90
Faixa etária
Menor que 15 anos 497,39 93,32
15-20 481,59 102,37
21-25 468,63 90,92
26-30 472,21 91,85
Acima de 30 anos 461,45 88,00
Estado civil
Solteiro(a) 475,60 97,80
Não solteiro 460,16 89,47
Cor/raça
Não declarado 492,72 88,62
Branca 501,18 117,52
Preta/Parda 470,32 87,44
Outros 468,32 93,57
Renda familiar
Sem renda 444,44 75,59
< 1 salário mínimo 450,12 75,37
1 a 2 salários mínimos 471,55 87,06
2 a 3 salários mínimos 503,07 105,12
3 a 4 salários mínimos 531,05 118,71
>4 salários mínimos 596,34 136,04
Computador
Sim 499,05 109,02
Não 450,73 75,98
Internet em casa
Sim 494,21 107,17
Não 451,19 76,50
Local de residência
Urbana 482,61 105,30
Rural 460,60 84,92
Não declarado 472,47 94,17
Trabalha
Nunca trabalhou 477,72 102,29
Sim ou já trabalhou 471,33 90,33
Fonte: Próprio autor

Ainda com relação ao gênero, estudantes mulheres representam um grupo


mais homogêneo, ou seja, possuem uma variabilidade menor nas notas, (dp=
85,60), quando comparado aos homens (dp=106,90). Estudos revelam que
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homens apresentam melhor desempenho e autoconfiança para aprender


matemática quando comparados as mulheres (BANDURA et al, 2008). A ideia de
que a Matemática seja um domínio masculino é cultural. O reforço dessa crença
pode influenciar de maneira negativa a autoeficácia matemática das mulheres
(GONZALEZ-PIENDA et al. 2006). Além disso, este resultado pode ser explicado
pelo fato de que as meninas respondem pela maioria das matrículas no ensino
médio em todos os estados brasileiros, já que a taxa de abandono escolar é maior
entre os homens (INEP,2014). Desta forma, mulheres tendem a continuar
frequentando a escola mesmo quando o desempenho é considerado ruim.
Coerentemente com os dados já analisados, notamos a diversificação do
perfil etário dos participantes do Enem e variações em suas médias. De maneira
geral, quanto mais jovem melhor o desempenho na prova de matemática.
Corroborando com o presente estudo, Seabra e Santos (2007) mostrou que os
estudantes com idades abaixo de 20 anos se saíram melhor que aqueles com
mais de 20 anos.
Ao que se refere ao estado civil, indivíduos solteiros tem maior pontuação
média (475,60 pontos), que indivíduos não solteiros, ou seja, casados/mora com
um(a) companheiro(a), divorciados e viúvos (460,16 pontos). De acordo com o
Ibope (2011), esse comportamento dos solteiros pode ser explicado pelo fato dos
jovens, se preocupam mais com a carreira. Mesmo os que ainda não ingressaram
em um curso superior têm planos de continuar os estudos e 50% dos solteiros que
não estudam pretendem matricular-se em alguma faculdade (IBOPE,2011).
Ao analisar o desempenho considerando raça/cor, observou-se que os
indivíduos que se autodeclararam brancos possuíam média (501,18) superior que
os estudantes de outras raças. Os negros, soma daqueles que se declaram pretos
e pardos, obtiveram uma média de 470,32 pontos. Este indicador reforça o fato de
que desigualdades sociais estão presentes na educação. Os estudantes mais
vulneráveis têm também acesso a escolas com as piores infraestruturas e ensino
resultando em uma educação de baixa qualidade. Em estudo, o INEP (2010)
revelou que enquanto, entre os brancos, 70,7% dos adolescentes de 15 a 17 anos
estão no ensino médio, etapa adequada à idade, entre os negros esse índice cai
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para 55,5% e entre os pardos, 55,3%. No terceiro ano do ensino médio, no final da
educação básica, apenas 15,1% dos brancos; 5,8% dos pardos e 4,3% dos pretos
têm o aprendizado adequado em matemática.
Analisando a renda, observou-se uma relação positiva com a média. Sendo
assim, quanto maior a renda, maior a pontuação média dos estudantes. Um
contexto econômico favorável permite aos estudantes acesso a escolas de melhor
qualidade e contato com indivíduos melhor instruídos. A renda favorável, tem
primordial relevância na obtenção de bens facilitadores do aprendizado escolar e
reduz a oferta de trabalho infantil (GOUX & MAURIN, 2005).
Estudantes que possuem computador (499,05 pontos) e acesso à internet
(494,21 pontos) tiveram desempenho mais favorável do que aqueles que não
possuíam (450,43 e 451,19 pontos respectivamente). O estudo de Pereira (2010)
concluiu que o uso do computador para aceder à Internet ou para entretenimento
está negativamente relacionado com o desempenho dos estudantes. No entanto,
o uso de computadores associado à autoconfiança na realização de tarefas de alto
nível pode ter um impacto positivo no desempenho dos estudantes. O estudo de
Del Porto e Ferreira (2007) verificou que o acesso a recursos computacionais e
educacionais domésticos (recurso à Internet e facilidades computacionais) tem um
efeito notável sobre o desempenho dos estudantes brasileiros, mas que se o uso
for só para entretenimento a sua influência já não se fará sentir.
O local onde a escola está situada também parece influenciar o
desempenho dos estudantes no Enem. Aqueles que estudam na região urbana,
tiveram melhores notas (482,61 pontos) que aqueles provenientes de regiões
rurais (460,60 pontos). Os dados do Censo Escolar 2014 (INEP, 2015) revelam,
enorme discrepância quanto a infraestrutura de escolas urbanas e rurais, com
enorme desvantagem para a escolas rurais no que concerne a saneamento
básico, estrutura, acesso à internet e etc. Neste contexto, um estudo realizado
pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 2011), mostra que o
desempenho dos alunos que estudam em ambientes com boa infraestrutura é
superior ao dos que estão em escolas que não dispõem de ambientes adequados.
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No que concerne à variável “Trabalho”, notou-se que aqueles que nunca


trabalharam tiveram melhor desempenho (477,72 pontos) que àqueles que já
trabalharam ou ainda trabalham (471,33 pontos). Segundo Hasenbalg (2003), há
diferenças entre a situação dos que só estudam e daqueles que dividem seu
tempo entre estudo e trabalho. Os que estudam e trabalham completam menos
anos de estudo e apresentam maior atraso escolar que os que se dedicam
exclusivamente a estudar, fato este que pode explicar o presente resultado.
Avaliando as médias e desvios padrões com relação ás características
individuais e escolares (Tabela 3), temos a variável “deficiência física”, que de
acordo com a ONU, são aquelas que apresentam algum tipo de bloqueio de longo
prazo seja de natureza física ou mental que possam impossibilitar total ou
parcialmente a participação efetiva de uma pessoa em uma sociedade em iguais
condições das demais pessoas (ONU, 2008). Ao considerar este fator, observou-
se que estudantes com alguma deficiência física (470,90 pontos), obtiveram
menores médias ao se comparar com aqueles que não tinha nenhum tipo de
deficiência (474,70 pontos).
As análises, quanto ao tipo de escola, revelam que alunos de escolas
privadas têm melhor desempenho médio (548,81 pontos), quando comparado com
escolas públicas (458,04 pontos). A diferença de 90,77 pontos a favor das escolas
particulares, mantêm uma tradição entre as escolas pública e privada. Este
resultado é reflexo da baixa qualidade da rede de ensino pública, cuja
desigualdade educacional cria um sistema de ensino de, pelo menos, dois níveis
(SAMPAIO & GUIMARÃES, 2009).
Ao analisar o desempenho dos estudantes quanto a dependência
administrativa da escola, observou-se que estudantes de instituições federais
obtiveram maior pontuação média de 550,22, melhor inclusive que escolas
particulares (média de 548,81 pontos). Ainda neste sentido, notou-se que as
instituições municipais foram as que tiveram a menor média (435,11 pontos). As
instituições federais, possuem infraestrutura e corpo docente são muito
superiores, acima inclusive aos da rede privada (MANCEBO et al, 2015).
19

Tabela 5: Pontuação média e desvio padrão, quanto as características individuais e escolares,


dos avaliados no Enem, prova de matemática, Sergipe, 2016.

Deficiência física
Não 474,70 96,90
Sim 470,90 96,10
Escola do Ensino Médio
Não Respondeu 472,46 94,16
Pública 458,04 82,63
Privada 548,81 128,61
Exterior 576,80 64,94
Dependência administrativa
Federal 550,22 120,61
Estadual 453,55 77,57
Municipal 435,11 46,95
Privada 548,81 128,61
Não respondeu 472,47 94,17

Escolaridade da mãe
Não sei 449,39 78,51
Nunca estudou.
441,32 71,13
Ensino Fundamental Incompleto
453,37 77,12
Ensino Fundamental completo
464,16 84,52
Completou o Ensino Médio Completo
483,96 98,32
Ensino Superior Completo
534,86 128,56
Pós-graduação Completa
554,20 133,48
Tipo de ensino
Ensino regular
484,34 105,85
Jovens e adultos/ Ensino especial
440,51 68,94
Não respondeu
472,46 94,19
Regularidade
Nunca reprovou
486,68 103,85
Já Reprovou e/ou abandonou
450,36 75,29
Turno em que estuda
Diurno
479,24 99,31
Parte Diurno parte noturno
451,06 77,97
Noturno
434,09 66,13
Fonte: Próprio autor
20

A escolaridade da mãe é considerada um dado importante na análise do


perfil socioeconômico em função da forte relação, no nosso país, entre pobreza e
exclusão escolar. Considerando os dados, vemos que a medida que a
escolaridade da mãe aumenta, as notas dos alunos tendem a aumentar. O
ambiente familiar tem forte influência sobre o aprendizado respondendo por 70%
do desempenho do aluno (SAEB, 2016). Neste contexto, a escolaridade da mãe
dos alunos é a variável que mais influencia no desempenho escolar. Mães com
maior escolaridade são mesmo mais atentas, cobram aprendizado, um ensino de
melhor qualidade. Por outro lado, os alunos têm mais facilidade de absorver os
conteúdos quando as mães, mais escolarizadas, ajudam no estudo das matérias
(GALLO,2006).
Quanto ao tipo de ensino, notou-se que, àqueles que faziam parte do
ensino regular teve melhor desempenho (484,34 pontos) que os alunos do ensino
jovens e adultos/ensino especial (440,51 pontos). O EJA é uma alternativa para os
jovens e adultos com pouca escolaridade, adquirir um maior nível via programas
de educação para adultos. O supletivo possui duas características básicas: lidar
com alunos mais velhos, e ser um programa de educação acelerada, reduzindo o
tempo mínimo para que o aluno consiga o grau almejado, fato este que pode
influenciar no desempenho dos alunos (PEDROSO, 2010).
No que se refere à regularidade, observou-se que os estudantes que nunca
reprovaram têm pontuação média maior (486,68 pontos) quando comparados com
àqueles que já abandonaram ou reprovaram pelo menos uma vez (450,36 pontos)
durante sua formação. Em estudo realizado por UNESCO (2017) observou-se a
existência de correlação entre os alunos que foram mal no ENEM e os que
reprovaram em Matemática, corroborando com o presente estudo.
Analisando o turno em que estudou no ensino médio, notou-se que as
melhores notas foram atribuídas aos alunos que estudavam no período diurno
(479,24) e piores aos alunos noturnos (434,09 pontos). Um estudo feito pelo
Instituto Ayrton Senna (2014) mostra que alunos de ensino noturno apresentam
desempenho mais baixo, cargas horárias menores o que implica em tais
resultados.
21

4.2. Análise de Componentes Principais

Um dos propósitos da presente pesquisa consiste em desenvolver um


modelo de regressão onde variáveis socioeconômicas expliquem o desempenho
na prova do Enem em matemática. Porém mediante do grande número de
variáveis independentes, possivelmente correlacionadas, optou-se, nesta etapa, a
utilização do método de componentes principais com a finalidade básica de
reduzir, eliminar sobreposições e a escolha das formas mais representativas de
dados a partir de combinações lineares das variáveis originais.
Através da análise de componentes principais, Tabela 5, concluímos que
apenas as primeiras seis componentes serão incluídas no modelo, pois seus
autovalor igual ou maior a um. Desta forma, temos que tais variáveis representam
a contribuição relativa de 63,48% na explicação da variação total dos dados.

Tabela 5 – Análise de componentes principais.


Componente Autovalor % de variância % cumulativa
1 3,21 17,86 17,86
2 2,37 13,17 31,03
3 1,82 10,12 41,15
4 1,62 8,97 50,12
5 1,34 7,44 57,57
6 1,07 5,92 63,48
7 0,95 5,28 68,77
8 0,87 4,83 73,60
9 0,84 4,66 78,26
10 0,80 4,44 82,71
11 0,66 3,65 86,36
12 0,63 3,49 89,85
13 0,52 2,87 92,72
14 0,49 2,70 95,42
15 0,40 2,20 97,63
16 0,36 1,98 99,61
17 0,07 0,39 100,00
18 0,00 0,00 100,00
Fonte: Próprio autor
22

Para selecionar quais variáveis devem ser substituídas pelos componentes


deve-se utilizar o peso em que cada componente principal possui em cada
variável original. Desta forma analisando Tabela 6 a seguir, observa-se os
componentes principais e suas respectivas descrições:

Tabela 6 – Análise de fatores com rotação Varimax e comunalidade referentes as variáveis


explicativas.

Componente
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6
Residentes em Aracaju 0,67 0,21 0,02 0,14 -0,09 0,05
Maior idade 0,01 0,83 0,00 -0,04 -0,18 0,01
Sexo Feminino 0,07 0,06 0,00 0,02 0,28 0,46
Casados ou em união estável 0,00 0,56 0,01 -0,04 -0,05 -0,02
Brancos ou amarelos 0,10 -0,02 0,97 -0,02 0,00 -0,04
Não Pardos ou negros -0,10 0,02 -0,97 0,01 0,01 0,04
Já concluíram o ensino médio 0,00 0,69 -0,04 0,01 0,35 0,00
Pai ou mãe com ensino superior 0,61 -0,16 0,01 -0,57 0,06 -0,15
Pai e mãe estudou (analf) -0,31 0,14 0,02 -0,73 -0,04 0,10
Pais com ensino fundamental ou médio -0,38 0,06 -0,02 0,90 -0,04 0,08
Alta renda familiar 0,66 0,01 0,09 -0,17 0,10 -0,35
Sem acesso a computador 0,24 0,10 0,04 0,00 0,13 -0,81
Sem acesso a Internet 0,20 0,04 0,04 0,00 0,11 -0,82
Trabalha 0,01 0,72 -0,03 0,08 -0,21 -0,06
Nunca estudaram em escola pública -0,68 0,13 -0,13 0,05 -0,04 0,15
Ensino Regular -0,15 -0,17 -0,01 -0,04 0,65 -0,06
Turno Diurno 0,25 -0,38 -0,01 0,07 0,53 -0,07
Nunca abandonaram ou reprovaram 0,07 0,05 0,01 -0,01 0,72 0,04
Fonte: Próprio autor

• CP1 ⇒ Residentes em Aracaju, pai ou mãe com ensino superior, alta renda
familiar e que nunca estudaram em escola pública;
• CP2 ⇒ Candidatos com maior idade, casados ou em união estável, que já
concluíram o ensino médio e que trabalham;
• CP3 ⇒ Candidatos brancos ou amarelos, Não pardos ou negros;
• CP4 ⇒ Candidatos cujos pais possuem ensino fundamental ou médio apenas;
23

• CP5 ⇒ estudantes oriundos do ensino regular, que estudaram em turno diurno


e que nunca abandonaram ou reprovaram;
• CP6 ⇒ pessoas do sexo feminino e pessoas sem acesso a computador ou
internet.
Os escores fornecidos pelos seis componentes compõem a Tabela 6.
Esses são os valores das variáveis explicativas consideradas para o ajuste do
modelo de regressão linear.
24

5. CONCLUSÕES

Mediante os resultados encontrados, fica notório que os fatores sociais


estão diretamente ligados ao desempenho em matemática. Percebe-se que os
alunos com melhor pontuação média são do gênero masculino, jovens, solteiros,
brancos, renda média-alta, possuem computador e acesso à internet, estudam na
região urbana, nunca trabalharam, não possuem deficiências físicas, provém de
escolas particulares, nunca reprovaram ou abandonaram a escola, estudam no
período diurno do ensino regular, e mãe com ensino superior ou mais. Assim, tais
resultados podem e devem ser usados pelas políticas públicas como forma de
controle social das escolas a fim de diminuir as sequelas causadas pela influência
social na aprendizagem.
25

6. PERSPECTIVAS

Os resultados encontrados, sugerem que novas contribuições à educação


devem ser realizadas. Dessa forma, futuras investigações, mais aprofundadas,
sobre a influência de cada um dos fatores estudados no desempenho em
matemática, deverão ser realizadas, visto que este conhecimento poderia
contribuir para uma compreensão mais global dessa problemática.
26

7. OUTRAS ATIVIDADES

- Monitora de Bioestatística. Carga horária: 12 horas semanais. Período:


2017.1 e 2017.2.
- Curso VBA Excel para atuários e estatísticos promovida pelo
Departamento de Estatística e Ciências Atuariais. Carga horária:8 horas. Período
Novembro de 2017.
- Atividade de Extensão IV SEMAC - Construindo o questionário. Carga
horária: 2 horas. Período: Novembro de 2017.
- Apresentação do trabalho intitulado "Influência de fatores
socioeconômicos e climáticos na incidência de dengue no Estado de Sergipe", sob
a orientação de JOSE RODRIGO SANTOS SILVA, durante o 27º Encontro de
Iniciação Científica - EIC da UFS. Período: Novembro de 2017.
- Workshop em Análise de Sobrevivência e Aplicações, promovido pela
ABE – Carga horária: 24 horas – Período de 28 de fevereiro a março de 2018.
- Congresso de Análise Estatística e Atuarial de Sergipe, promovido pela
UFS – Carga horária: 8 horas – Período: junho de 2018.
- Curso Excel VBA para atuários e estatísticos, promovido pela UFS –
Carga horária: 4 horas – Período: junho de 2018.
27

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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br/radar/O_drama_do_ensino_meacutedio_noturno.html. Acesso em: 15 de Março
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