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SPAECE
SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ
2017
SPAECE
Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará
Revista Contextual
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
CEARÁ. Secretaria da Educação do Estado do Ceará.
ISSN 1982-7644
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
GOVERNADOR
CAMILO SOBREIRA DE SANTANA
VICE-GOVERNADORA
MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO
SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO
ROGERS VASCONCELOS MENDES
SECRETÁRIA EXECUTIVA
RITA DE CÁSSIA TAVARES COLARES
ASSESSORIA INSTITUCIONAL
DANIELLE TAUMATURGO DIAS SOARES
COORDENADOR
LUCIANO NERY FERREIRA FILHO
ORIENTADOR
JOSÉ ANDERSON DA SILVA ARAÚJO
ASSESSORIA TÉCNICA
JOSÉ ALVES FERREIRA NETO
Sumário
7 INTRODUÇÃO
4 PROFESSORES
16 DIRETORES
25 CONSIDERAÇÕES FINAIS
GRÁFICOS
Gráfico 8: Índice de expectativas sobre o futuro dos alunos segundo os professores – SPAECE 2017...................................................................................................12
Gráfico 9: Índice de percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os professores – SPAECE 2017.................................................................13
Gráfico 10: Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os professores – SPAECE 2017.....................................................................14
Gráfico 11: Índice de percepção sobre o perfil pedagógico da gestão segundo os professores – SPAECE 2017..................................................................................15
Gráfico 12: Índice de percepção sobre o perfil democrático da gestão segundo os professores – SPAECE 2017................................................................................16
Gráfico 14: Tempo de atuação como diretor no campo educacional – SPAECE 2017....................................................................................................................................18
Gráfico 17: Índice de expectativas sobre o futuro dos alunos segundo os diretores – SPAECE 2017.......................................................................................................20
Gráfico 18: Índice de percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os diretores – SPAECE 2017....................................................................20
Gráfico 19: Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os diretores – SPAECE 2017...........................................................................21
Gráfico 20: Índice de percepção sobre o perfil pedagógico da gestão segundo os diretores – SPAECE 2017....................................................................................22
Gráfico 21: Índice de percepção sobre o perfil democrático da gestão segundo os diretores – SPAECE 2017....................................................................................22
Introdução
01
-
-
As desigualdades entre os grupos de estudantes definidos por raça, sexo e condição socioe- -
conômica de suas famílias são enfrentadas pelas escolas no país. Diante desse quadro, as -
-
decisões curriculares e didático-pedagógicas das secretarias de Educação, o planejamento -
do trabalho anual das instituições escolares e as rotinas e os eventos do cotidiano escolar
devem levar em consideração a necessidade de superação dessas desigualdades.
Nesse sentido, os sistemas e as redes de ensino, bem como as instituições escolares, devem
se planejar com um claro foco em indicadores educacionais que ajudem os profissionais da
educação a avaliar a eficácia e a equidade de seu sistema de ensino. Disponibilizar esses da-
dos é o principal objetivo do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
(SPAECE). A partir das informações coletadas, preparadas e divulgadas, é possível monitorar
o nível e a tendência dos resultados educacionais, para assim elaborar e implantar políticas
educacionais fundadas em dados empíricos.
Para atingir esses objetivos, são necessárias medidas para o desempenho nas disciplinas
avaliadas e também medidas para as dimensões não cognitivas associadas aos resultados
de desempenho, tais como gestão democrática, os aspectos associados ao clima escolar
e as atitudes e práticas pedagógicas. Essas dimensões são passíveis de análise a partir do
levantamento de informações registradas nos questionários contextuais.
Os instrumentos para coleta de informações contextuais foram aplicados a professores e di-
retores do ensino fundamental e são apresentados, nesta edição, de forma a ressaltar o valor
analítico dos índices de percepção sobre o futuro dos alunos, a diversidade das atividades e
o perfil pedagógico e democrático da gestão.
Ainda que não seja responsável por modificar o contexto social onde está inserida, a escola
pode, em certa medida, promover ações que minimizem efeitos pouco favoráveis que pos-
sam interferir na aprendizagem dos estudantes. Ao voltar seu olhar para aspectos internos,
como o clima escolar, e ao acompanhar as práticas pedagógicas, por exemplo, a escola
pode proporcionar melhores oportunidades aos estudantes que atende. Nesse sentido, são
apresentados, neste volume, resultados dos questionários contextuais, que delineiam alguns
aspectos passíveis de alteração pela e na escola.
A expectativa docente em relação aos estudantes, por exemplo, pode gerar impacto na pro-
ficiência, ou seja, na medida do conhecimento/aptidão de estudantes. Isso é explicado pelo
Efeito Pigmaleão (Rosenthal), fenômeno que define que, quanto maiores as expectativas que
se tem relativamente a uma pessoa, melhor o seu desempenho. A participação na tomada de
decisões, de modo democrático, por exemplo, pode estimular o comprometimento docente
para com o ensino e a escola. Em linhas gerais, esses fatores internos são capazes de influen-
ciar positivamente na formação escolar.
Também é importante para algumas pessoas saber sobre a qualidade do ambiente fornecido
pela escola. Dessa forma, todos os dados aqui apresentados podem ser relacionados entre
si e com cada contexto e cada realidade enfrentada pelas escolas.
A fim de auxiliar gestores da rede e das escolas, além dos próprios professores, nessa tarefa,
são apresentadas, neste volume, as principais informações coletadas pelos questionários
aplicados a professores e a diretores.
Revista Contextual 7
Expectativas e percepção dos atores educacionais
Nesta seção, são apresentadas informações detalhadas dos índices contextuais. Muitas per-
guntas estão diretamente relacionadas ao clima escolar, dentre as quais as expectativas
sobre o futuro dos alunos, a diversidade das atividades e a percepção da qualidade das
relações. Explorar os índices dos professores e diretores, portanto, é uma forma de expandir
o conhecimento acerca desses atores, revelando dimensões pouco exploradas do ponto de
vista interno à escola. Além disso, torna-se essencial que os resultados cognitivos sejam ade-
quadamente contextualizados com as percepções sociais dos atores envolvidos.
Professores
Descreve-se, a seguir, as principais características contextuais dos professores da rede esta-
dual do Ceará. O objetivo aqui não é problematizar as respostas, mas levantar aspectos pe-
dagógicos e de gestão que são relevantes para a escola. De um total de 24.882 professores
participantes, 15.765 responderam às perguntas do questionário contextual, o que correspon-
de a 63,3%.
As informações a seguir estão associadas à percepção dos professores sobre o futuro dos
alunos, a diversidade das atividades na escola, a qualidade das relações na escola, o perfil
pedagógico e o perfil democrático da gestão.
A percepção dos professores sobre o futuro dos alunos pode estar associada ao tempo em
Gráfico 1: que
Tempo de atuação
esse docente
professor atua na
naescola
escola– SPAECE 2017 o percurso dos alunos.
e conhece
8 SPAECE 2017
O gráfico 1 destaca que 39% dos professores respondentes afirmam ter de 3 a 10 anos de ex- -
02
periência docente na escola de resposta. Já os professores que possuem menos de um ano -
-
de experiência docente na escola somam 19,5%, o que pode revelar novos vínculos de traba- -
lho na escola ou rotatividade docente. Esse contato maior do docente com a escola e o seu -
-
funcionamento pode ainda influenciar na percepção deles sobre a qualidade das relações
entre alunos e professores, entre alunos e gestão da escola por exemplo.
Gráfico 2: Escolaridade dos professores – SPAECE 2017
Gráfico 2: Escolaridade dos professores – SPAECE 2017
Dos professores que responderam ao questionário, quase metade cursou pós-graduação lato
ou stricto sensu (46,8%). Desses, 27,2% possuem especialização na área de educação, enfa-
tizando temas que não alfabetização, letramento ou matemática, e apenas 1,1% tem título de
mestre ou doutor. Dos professores que concluíram o ensino superior, 22,4% são graduados
em pedagogia.
Revista Contextual 9
Gráfico 3: Formação continuada na área de conhecimento – SPAECE 2017
Gráfico 3: Formação continuada na área de conhecimento – SPAECE 2017
Sim 91,2%
Não 8,8%
Fonte: CAEd/UFJF.
Não 83,3%
Fonte: CAEd/UFJF.
A grande maioria dos docentes (83,3%) não exerce outra atividade remunerada, o que signifi-
ca maior foco na atuação educacional. Salienta-se, assim, que apenas 5,2% informaram atuar
também fora da área de educação para complementação da renda.
De 21 a 30 horas 3,7%
De 31 a 40 horas 54,4%
De 41 a 60 horas 1,6%
Fonte: CAEd/UFJF.
O gráfico 5 mostra que 97,4% dos professores dedicam-se por até 40 horas a ministrar aulas.
Apenas 1,1% tem carga horária superior a 60 horas.
Nenhum 3,3%
Fonte: CAEd/UFJF.
Grande parte dos professores (84,2%) utiliza até 30% do seu tempo de trabalho na escola
para formação e estudo, planejamento, produção de materiais etc. Outros 3,3% não dedicam
tempo algum a atividades extra classe na escola.
Revista Contextual 11
Gráfico 7: Participação na escolha do livro didático – SPAECE 2017
Gráfico 7: Participação na escolha do livro didático – SPAECE 2017
Sim 43,5%
Não 56,5%
Fonte: CAEd/UFJF.
O gráfico 7 destaca que 43,5% dos professores participaram da escolha dos livros didáticos
adotados pelas escolas participantes do SPAECE. No entanto, mais da metade dos profes-
sores (56,5%) afirma que não participa dessa escolha. Esses dados podem apontar que o
processo de escolha do livro didático nas escolas estaduais e municipais do Ceará possui
bases pouco democráticas.
Gráfico
Gráfico8:8:Índice
Índice de expectativas
de expectativas sobre
sobre o futuro
o futuro dos dos alunos
alunos segundo
segundo os professores
os professores – SPAECE 2017
– SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfico 9: Índice de percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os professores –
Gráfico 9:SPAECE
Índice de 2017
percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os professores – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
Essa percepção a respeito da diversidade das atividades está pautada em afirmações quanto
a existência de várias atividades interessantes ao longo do ano, tais como gincanas, apresen-
tações, esportes, entre outras. Além disso, os professores consideram a existência de aulas
extras e de atividades extraclasse. Considera-se também, para a formação desse índice, a
noção de que os professores deixam claro para os estudantes que eles têm que aprender
para passar de ano e que o diretor e o coordenador dão suporte para melhoria do processo
de ensino aprendizagem.
Revista Contextual 13
Gráfico 10: Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os professores –
SPAECE
Gráfico 10: 2017
Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os professores – SPAECE 2017
Quanto ao índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola, a grande maioria
dos professores (63,7%) disse que é mediana, enquanto 33,1% afirmaram que é alta. Apenas
uma pequena parcela dos docentes participantes (3,2%) respondeu que a qualidade das re-
lações é baixa.
Essa qualidade das relações está pautada no fato de os estudantes se relacionarem bem uns
com os outros, com o(a) diretor(a) e com os demais professores. Além disso, destaca-se a ca-
pacidade de os diretores tratarem os estudantes com respeito e manterem, constantemente,
um diálogo com seus pais e professores.
Fonte: CAEd/UFJF.
O gráfico 11 foca no índice de percepção dos professores sobre o perfil pedagógico da ges-
tão. Entre os docentes participantes, quase 25% sinalizam que a gestão possui o perfil peda-
gógico, enquanto 59,2% acreditam que algumas ações da gestão possuem esse perfil. Por
outro lado, 16,4% dos professores declaram que a gestão não tem qualquer característica
pedagógica.
Revista Contextual 15
Gráfico 12: Índice de percepção sobre o perfil democrático da gestão segundo os professores – SPAECE 2017
Gráfico 12: Índice de percepção sobre o perfil democrático da gestão segundo os professores – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
Por fim, quanto ao índice de percepção dos professores sobre o perfil democrático da gestão,
a grande maioria dos docentes (61,8%) afirma que existem algumas ações da gestão que
atendem a um perfil democrático. Da parcela restante, 27,2% declaram que a gestão adere
efetivamente um perfil democrático, enquanto 11% sinalizam o oposto.
A percepção dos professores sobre o perfil democrático da gestão está associada às ações
da gestão na escola. Tais ações sinalizam a capacidade em resolver coletivamente as ques-
tões relevantes, consultar boa parte dos professores nas decisões importantes, convocar vá-
rias reuniões com os pais dos estudantes ao longo do ano letivo, ouvir os estudantes quando
eles o procuram, prestar conta de suas decisões e deixar claro quais são as regras a serem
obedecidas na escola.
Diretores
São apresentados, a seguir, os índices contextuais acerca dos diretores escolares da rede
estadual. De um total de 4.647 diretores participantes, 3.760 responderam às perguntas do
questionário contextual, o que corresponde a 80,9%.
As informações estão associadas à percepção dos diretores sobre o futuro dos alunos, a
diversidade das atividades na escola, a qualidade das relações na escola, sobre o perfil pe-
dagógico da gestão e sobre o perfil democrático da gestão.
.
Fonte: CAEd/UFJF.
Percebe-se que grande parte dos diretores possui especialização na área de educação, en-
fatizando outros temas que não alfabetização, letramento, linguagens ou matemática (47,2%).
Uma parcela bem menor dos respondentes, que corresponde a 2,3%, sinaliza ter título de
mestre ou doutor.
Revista Contextual 17
Gráfico 14: Tempo de atuação como diretor no campo educacional – SPAECE 2017
Gráfico 14: Tempo de atuação como diretor no campo educacional – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
O tempo de atuação como diretor é um importante dado para as secretarias das redes estadual
e municipal de ensino do Ceará, haja vista que mensura o grau de experiência desses atores
no campo educacional. Sob essa perspectiva, ressalta-se, no gráfico 14, que 23,7% dos direto-
res respondentes têm entre 3 e 5 anos de experiência, enquanto 19,5%, entre 6 e 10 anos. No
entanto, 28% dos diretores respondentes possuem menos de um ano de experiência gestora.
Gráfico
Gráfico15:
15:Principal
Principaldesafio degestão
desafio de gestão – SPAECE
– SPAECE 20172017
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfico
Gráfico16:
16:Escolha
Escolha do livrodidático
do livro didático – SPAECE
– SPAECE 20172017
Fonte: CAEd/UFJF.
Quanto à participação na escolha do livro didático, percebe-se que as respostas são contra-
ditórias. Essa mesma contradição podem ser percebida nos gráficos referentes ao índice de
percepção sobre o perfil democrático da gestão presentes neste material.
Percebe-se, no gráfico 16, que 82,3% dos diretores afirmam que os professores participaram
da escolha dos livros didáticos. Porém, quando os professores são perguntados se participa-
ram dessa escolha, os dados revelam que 56,5% deles disseram que não.
Revista Contextual 19
Gráfico
Gráfico17:17:
Índice
Índicede
de expectativas sobre
expectativas sobre o futuro
o futuro dosdos alunos
alunos segundo
segundo os diretores
os diretores – SPAECE–2017
SPAECE 2017
Quanto às expectativas dos diretores sobre o futuro dos alunos, o gráfico 17 sinaliza que a
maioria deles tem boas expectativas: 24,6% dos diretores participantes têm altas expectati-
vas, e 67%, expectativas medianas. Quanto às baixas expectativas, apenas 8,4% dos diretores
afirmam ter.
Gráfico 18: Índice de percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os diretores –
SPAECE
Gráfico 18: 2017
Índice de percepção sobre a diversidade das atividades na escola segundo os diretores – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfico 19: Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os diretores –
SPAECE 2017
Gráfico 19: Índice de percepção sobre a qualidade das relações na escola segundo os diretores – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
No gráfico 19, que diz respeito ao índice de percepção sobre a qualidade das relações na
escola, as respostas dos diretores participantes são equilibradas, quando se considera a per-
cepção alta e a mediana das qualidades das relações. Diferente da percepção da maioria
dos professores (63,7%), que considera a qualidade das relações na escola majoritariamente
mediana, os diretores respondentes sinalizam um maior percentual em relação à alta quali-
dade das relações (50,3%). No gráfico 19, percebe-se ainda que apenas 0,5% dos diretores
demonstrou considerar baixa a qualidade das relações nas escolas em que atuam.
Revista Contextual 21
Gráfico 20: Índice de percepção sobre o perfil pedagógico da gestão segundo os diretores – SPAECE 2017
Gráfico 20: Índice de percepção sobre o perfil pedagógico da gestão segundo os diretores – SPAECE 2017
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfico
Gráfico21:21:
Índice
Índicede
depercepção sobre
percepção sobre o perfil
o perfil democrático
democrático da gestão
da gestão segundo
segundo os diretores
os diretores – SPAECE–2017
SPAECE 2017
Revista Contextual 23
A construção dos índices
A seguir, cada variável (questão ou item do questionário) foi recodificada, de modo que cada
alternativa de resposta recebesse um valor de acordo com sua carga semântica, positiva
ou negativa. Assim, para as assertivas que faziam afirmações positivas sobre determinada
dimensão avaliada, como, por exemplo, aquelas que afirmavam que as relações na escola
eram boas, a opção de resposta Concordo Totalmente recebeu o maior valor, ao passo que
a alternativa Discordo Totalmente recebeu o menor valor. Isso significa que, nesses casos,
a pontuação atribuída a cada alternativa foi a seguinte: 1 para Discordo Totalmente, 2 para
Discordo, 3 para Concordo, e 4 para Concordo Totalmente.
Como se vê, à medida que o grau de concordância com a afirmação aumentou, o valor atri-
buído à resposta também aumentou. Vale notar que, mesmo que as alternativas de resposta,
dispostas em uma escala de concordância, mudem o nome (por exemplo, Concordo mais que
Discordo no lugar de Concordo), a lógica dessa operação permanece a mesma. Ela coloca
em cena a atribuição de valores diferentes para respostas diferentes, seguindo a gradação
do nível de concordância.
Esse passo é fundamental para a construção dos índices, pois permite a criação de escalas.
Uma vez recodificadas as variáveis, o próximo passo foi testar se elas estavam medindo a
mesma dimensão. Para isso, foi analisada sua coerência interna. Dois testes foram realizados
para tanto: as correlações bivariadas (entre as alternativas selecionadas para compor o índi-
ce) e o alpha de Cronbach1. Uma vez confirmado que as variáveis do índice estavam medindo
o mesmo traço latente, seus valores foram somados e recodificados em uma escala de 1 a 10.
Tendo sido criada a escala, seus valores foram analisados e divididos em três grupos distintos
de resposta. Cada um desses conjuntos representa um grupo de percepções semelhantes
sobre a mesma dimensão avaliada. Eles foram renomeados para compor os grupos de per-
cepções dos respondentes sobre cada dimensão que deu base à construção de um índice.
1
O alpha de Cronbach é um coeficiente destinado a estimar a confiabilidade de determinado constructo. Ele mensura
a correlação entre as variáveis que compõem um índice, medindo o nível de relação entre as respostas dadas a um questionário.
Assim, quanto maior o valor do alpha (que varia de 0 a 1), maior a correlação entre as respostas dadas e mais confiável é o índice
criado com base nas variáveis de um questionário.
Assim, espera-se que os dados apresentados nesta Revista Contextual possibilitem uma me-
lhor caracterização da rede de ensino e, para além disso, contribuam para a construção de
estratégias e ações pautadas não só nos resultados, mas também nos fatores contextuais da
escola, que concorrem para a explicação do desempenho dos estudantes.
Revista Contextual 25
Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcus Vinicius David