INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FORMAÇÃO E ESPAÇOS DE TRABALHO DO PEDAGOGO ISABELA CELEBRIM NOGUEIRA – 20190014907
RESENHA CRÍTICA: AS QUESTÕES ATUAIS DO TRABALHO
O trabalho, na perspectiva do que foi discutido nesta disciplina, carrega em
seu significado a função social exercida como indivíduo e como grupo. Condiz com a produção da própria existência humana. É preciso ressaltar que toda ação empregada na sociedade está atribuída a possíveis impactos e mudanças na presente conjuntura. Diante do contexto econômico em vigência, contudo, o trabalho é atribuído a outros aspectos, como: capital financeiro, divisão de classes socioeconômicas, produção e consumo de bens materiais, gestão da economia, detenção de conhecimento, dominação de classes e capital etc.O capitalismo é um sistema que nos posiciona para trabalhar sem necessariamente pensar na função social e no impacto disso na sociedade. Sua estrutura foi montada a fim de prosperar com esse modelo, mantendo assim a classe dominante em sua posição original e, consequentemente, exercendo controle sobre a classe trabalhadora. Ao retomarmos a história global do trabalho, temos que em 1968 a conjuntura trabalhista mundial sofreu grandes transformações. Essa movimentação da classe trabalhadora se espelhou em diversos outros movimentos sociais desenvolvidos na época, com o intuito resistir e modificar a situação socioeconômica vigente no período. Em 1973, o capitalismo entra em processo de crise profunda, sendo necessário reorganizar o sistema de produção capitalista através de outro pensamento político de dominação. Nesse momento, é implementado o ideário neoliberal; junto a ele ocorre a “Revolução Informacional”, processo tecnológico e digital que altera a forma como as informações são processadas e compartilhadas. As formas atuais de trabalho trazem em suas conjunturas sequelas desse período que influenciam na forma como as bases socioeconômicas se consolidam. No período pandêmico, o mundo do trabalho sofreu um agravamento nos setores já precarizados anteriormente. Chama-se de “empreendedorismo de trabalho autônomo” para mascarar a realidade dos empregos informais. Poucos ou anulados direitos trabalhistas, péssimas condições de trabalho e era da escravização digital. Todos esses aspectos enfatizam o perfil da classe trabalhadora heterogênea e em constante transformação, que contribui cada vez mais para manutenção do privilégio da servidão à classe dominante, sem o alívio concedido pela criticidade. A Pedagogia, atualmente encarada como ciência e licenciatura, está sendo desenvolvida com o intuito de possibilitar cada vez mais a ampliação dos espaços de trabalho dos pedagogos. Por mais que a escola seja o ambiente em que estão majoritariamente concentrados os atores pedagógicos, é comum encontrar esses agentes em diversas esferas, como: hospitais, mídias sociais, educação informal, espaços culturais, administração de empresas etc. Na Pedagogia Escolar, está presente a dicotomia entre escola particular e pública. A tese de que o sistema educacional reflete as desigualdades está posta pois o ambiente escolar é em si uma esfera da sociedade em que se exerce a cidadania; essa é a função social da escola. Quando se fragmenta esse sistema, tem-se modelos contidos em realidades socioeconômicas distintas.
BIBLIOGRAFIA:
ANTUNES, Ricardo. O Caráter Polissêmico e Multifacetado do Mundo do
Trabalho. The Polysemic and Multifaceted Nature of the World of Labour. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/tes/a/jGSb8jWJPtWKnTjcHw8B7Cn/?format=pdf&lang=pt> . Acesso em: 16 fev 2022.
O trabalho como possibilidade de emancipação e desenvolvimento das
potencialidades humanas. Texto 1: Trabalho, Educação e Política na Sociedade de Classes. In: SOUZA, J.S. Trabalho, Educação e Sindicalismo no Brasil. Anos 90. Cap 1. Pg 49 - 72.
REVISTA DYSTOPIA. A nova servidão no trabalho da era digital e
pós-pandêmica: entrevista com Ricardo Antunes. Youtube, 29 mar 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=92FwmCFjyBU>. Acesso em: 6 mar 2022.