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José Paulo sublinha que as profissões são a interação entre: os resultados de processos
sociais macroscópicos e a constituição de um corpus teórico e prático (projetos sociais,
articulação de respostas profissionais, etc).
A estrutura da sociedade capitalista vem sendo marcada pela globalização da economia
ou seja, pela financeirização do capital. Os aspectos que caracterizam essa fase são a super-
acumulação e a especulação desenfreada. A globalização econômica é a articulação
supranacional das unidades produtivas que vem ocasionando uma desregulamentação da
economia mundial.
O autor sublinha que a ininterrupta revolução tecnológica (trabalho morto) vem
ocasionando uma extraordinária economia do trabalho vivo (trabalho efetivado pelo
trabalhador). Dessa feita o desemprego cresce progressivamente, nos países de centralidade
do sistema bem como no Brasil.
O capitalismo tardio, transitando par um regime de acumulação “flexível”, reestrutura
radicalmente o mercado de trabalho, seja alterando a relação entre excluídos e incluídos, seja
introduzindo novas modalidades de contratação (trabalho precário), seja criando novas
estratificações e novas discriminações entre os que trabalham (cortes de sexo, idade, cor,
étnica).
O autor sinaliza que é impossível apreender a dinâmica social contemporânea sem
referenciar a classe trabalhadora e sua complexa e heterogênea conformação (adolescentes,
mulheres, idosos).
José Paulo sublinha que apesar da redução numérica do operariado (por conta do
fenômeno da desindustrialização), é inequívoca a centralidade da “classe que vive do trabalho”
(que só tem a sua força de trabalho para vender).
CAPITAL ESTÉRIL: a fração financeira da burguesia caracteriza-se por não gerar postos
de trabalho; a desindustrialização vem contribuindo também no processo de constituição de
uma oligarquia financeira global. A hegemonia não é só econômica mas política e ideológica
também.
- Perfil demográfico das populações (a 3a idade é a faixa etária que mais cresce
no mundo);
- Expansão urbana e conseqüente periferização das cidades;
- Crescimento acelerado das atividades terciárias (setor de serviços –
escoamento da produção/realização do lucro),
- Difusão da educação formal (inclusive o ensino superior – multiplicação das
unidades acadêmicas, principalmente as privadas).
O autor sinaliza três mudanças, cujo impacto na vida social se revela fundamental:
As duas primeiras dizem respeito ao surgimento de protagonistas sociais que se põem no
processo em curso como “agentes sociais independentes” à saber, os jovens e as mulheres.
Estas acabam por trazer para o espaço público as questões da vida privada
(subalternidade/exploração).
Em terceiro lugar, a existência de incontáveis segmentos desprotegidos (mendigos,
idosos aposentados, criança e adolescentes nas ruas, migrantes, doentes) que se vêem e são
vistos como uma “não sociedade” ou uma “contra sociedade”, sempre interatuando com a
ordem.
No âmbito da cultura vem ocorrendo uma transladação da lógica do capital para todos os
processos do espaço cultural e o desenvolvimento de formas culturais socializáveis pelos
meios de comunicação eletrônicos (a TV, vídeo, a chamada multimídia). O traço desta cultura
é que ela é transformadora em mais uma mercadoria, com os aspectos inerentes à essa
mercantilização (cultura do consumo), à saber:
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Transformações societárias e Serviço social
Revista Social e Sociedade nº 50 – abril de 1996
José Paulo Netto
O autor sublinha que essa profissão encontra-se nesta década consolidada e madura e
para isso indica alguns aspectos desse amadurecimento:
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Transformações societárias e Serviço social
Revista Social e Sociedade nº 50 – abril de 1996
José Paulo Netto
O enfrentamento das condições adversas já arroladas pelo autor aponta uma exigência
de permanente qualificação profissional. É um desafio que a Universidade Brasileira terá de
enfrentar, a partir dos limites históricos dados pela privatização gradual do ensino público.
Quando o autor refere-se a maioridade intelectual, no Serviço Social, ele sublinha que
todas as polêmicas relevantes situaram-se no campo marxiano e/ou da teoria marxista.
Na virada da década de 90 entretanto, as bases dessa dominância teórico-cultural
começam a ser deslocadas tendo em vista: