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Tomás da Anunciação

Romântico em Portugal

Contexto:
O romantismo em Portugal surgiu num contexto de instabilidade política no
país, marcado pela invasão francesa, dominação inglesa e ausência do rei. O
país foi tomado por revoltas que levaram à Guerra Civil Portuguesa.

Principais características:

● Individualismo e egocentrismo
● Certa liberdade formal
● Adjetivação abundante
● Uso intenso de exclamações, interrogações e reticências
● Subjetividade e originalidade
● Idealização do amor e da mulher
● Exagero sentimental
● Medievalismo: teocentrismo
● Exaltação da Natureza

Biografia

Tomás José da Anunciação nasceu a 26 de Outubro de 1818 em Lisboa, na


freguesia da Ajuda. Oriundo de uma família de escassos meios, desde cedo
mostrou o seu talento. O pintor revelou inclinação para o desenho, explorando
a natureza e cenas rurais. Iniciou a sua carreira como desenhador do Museu
de História Natural. A sua formação artística continuou na Real Academia de
Belas-Artes de Lisboa, onde entrou em 1837, com 19 anos, sendo dos
primeiros a matricular-se.

Características das suas obras

Em 1974, a sua saúde debilita-se mas continua a passear pelo campo


estudando ao vivo os animais. Por nomeação régia foi professor da rainha D.
Maria Pia - mulher do rei D. Luis I - e director da Galeria Real da Ajuda. Já no
final da vida e doente, foi director da Real Academia de Belas-Artes (1878).
A vasta obra de Tomás José da Anunciação, com temática paisagista e
animalista, manifesta influências tanto do romantismo como do naturalismo
realista.

Terá produzido cerca de quinhentas pinturas, na sua maioria paisagens,


pintadas no local, fortemente influenciadas pelo paisagismo holandês do
século xvii, promovendo uma estética introdutória do naturalismo, por
oposição ao academismo classicista.

Na Eira:
Esta paisagem rural, de 1861, Tomás realiza esta pintura no sentido do
registo dos costumes tradicionais do país. A importância de observação
do povo e dos seus quotidianos inscreve-se nas intenções desta geração,
que pretende captar as especificidades locais e o seu carácter genuíno. A
paisagem, recolhida do “natural”, apresenta uma actividade real e o
movimento laborioso dos bois e do camponês, observados naquele lugar.
Apesar de a luz que ilumina e destaca, em “óculo” romântico, o trabalho
na eira, ser cenográfica ela é contraponto aos efeitos reais de luz no
tratamento do céu. A paisagem assume-se na sua grandeza e numa
amplitude bem dimensionada, acentuada pela proximidade da situação,
descrita pormenorizadamente. O impacto causado por esta imagem de
ruralidade, afastado de uma ideia interpretativa da natureza, antecipa e
condiciona as propostas naturalistas da geração seguinte perante a
narratividade primordial desta cena de costumes.

A técnica utilizada para a realização desta obra foi óleo sobre tela.

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