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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

PROJETO DE PESQUISA
Titulo do Projeto: Capacete com espuma de EPS reforçado com Celulose do bagaço da cana de
açúcar

Coordenador : Zora Ionara Gama dos Santos

Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


1. Dados Gerais do Projeto

Título do Projeto Capacete com espuma de EPS


reforçado com Celulose do bagaço da
cana de açúcar

Nome do Coordenador do Projeto Zora Ionara Gama dos Santos


Titulação Máxima do Coordenador do Doutora
Projeto

Curso de graduação Engenharia Mecânica

Instituição Executora do Projeto (IES) UFS

Instituição Co-Executora do Projeto

2. Descrição do projeto

a) Problema abordado.

Atualmente tem surgido um grande interesse no desenvolvimento de tecnologias


“ambientalmente corretas” que possibilitem à utilização de produtos de menor impacto ao
meio ambiente. Os materiais poliméricos de fontes não renováveis apresentam uma forte
preocupação por não serem biodegradáveis. Neste contexto, uma alternativa para
minimização do uso de parte desses polímeros, é sua parcial substituição por fibras
naturais, como reforço, as quais apresentam grande inovação para aprimorar o
desempenho de materiais poliméricos em aplicações tecnológicas, uso de uma menor
quantidade do polímero no compósito em relação puro, baixo custo, maior
biodegradabilidade e abundância (Jesus L. C. C.).
Os materiais compósitos são materiais que combinam características de dois ou
mais materiais diferentes, geralmente um reforço e uma matriz. As fibras podem ser
sintéticas (por exemplo, vidro, carbono, aramida e basalto) ou naturais (curaua, juta, sisal,
banana, celulose e linhaça). No entanto, as fibras naturais apresentam diversas vantagens
em relação às sintéticas, tais como boa resistência à tração e elevado módulo de
elasticidade e baixa densidade.
O Brasil e o mundo geram uma quantidade significativa de resíduos de polímero
entre eles o poliestireno expandido (EPS). Apesar da baixa densidade, o EPS ocupa um
grande volume, o que torna o transporte oneroso e, portanto, eleva-se o custo da
reciclagem. Grande parte das cooperativas, associações e empresas do setor não aceitam
nem mesmo doações de pequena quantidade deste material. Nos aterros e lixões, além de
ocupar muito espaço, há saturação com mais rapidez nos espaços destinados ao lixo. Outra
dificuldade na reciclagem do EPS é que caso este seja incinerado, ele libera gás carbônico
que polui a atmosfera contribuindo para o aumento do efeito estufa acelerando o
aquecimento global.
O baixo custo e o alto valor agregado do EPS e do bagaço de cana faz com que
exista um grande interesse sobre esses materiais gerando um produto de interesse
tecnológico e ambientalmente correto. Desta forma, o principal objetivo deste trabalho é
obter e caracterizar mecanicamente os compósitos de poliestireno pós-consumo reforçado
com celulose de bagaço de cana-de-açúcar por meio de ensaio de tração, flexão e dureza.
Analisando a microestrutura e os mecanismos de falha dos corpos de prova fraturados de
PS reciclado e dos compósitos.

b) Objetivos

Caracterizar compósito do Poliestireno Expandido com bagaço reforçado com a


celulose do bagaço da cana de açúcar.
ESPECÍFICOS
● Avaliar a viabilidade do compósito formado.

c) Metas e resultados esperados

META 1:
AQUISIÇÃO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA MONTAGEM DOS TESTES DE
STURM

A aquisição dos equipamentos dar-se-á através de obediência aos princípios


constitucionais e legais das normas do CNPq, bem como as de prestação de contas.
Espera-se o material de consumo necessário em tempo hábil para realização dos ensaios e
obter como resposta a eficiência ou não dos compósito formado.

META 2:

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES

A preparação e caracterização de todas as amostras seguirá a metodologia descrita


em item posterior seguindo normas vigentes e espera-se com essa meta atingir estágio
onde se possa fazer medidas padronizadas do compósito formado.

d) Metodologia

Métodos
Preparação das composições e confecção dos corpos de prova.
Na preparação das composições será usado o polímero poliestireno expandido
(EPS) resultante da polimerização do estireno em água onde será realizado uma inspeção
onde serão extraídos adesivos e objetos estranhos, manualmente. Os EPS’s pós consumo
serão comprimidos a temperatura de 130°C, e pressão de 8 ton por 3 min visando o
aumento da densidade. Serão utilizadas duas prensas hidráulicas térmicas para a perfeita
compressão do EPS. A primeira prensa da marca Wabash Hydraulic Press, modelo 12 –12
– 2TWC e a segunda prensa térmica marca MF Ltda modelo 15. Neste trabalho, a partir
deste momento, o EPS prensado será denominado PS reciclado.

A figura ilustra o processo de antes e após da compressão do material a ser


analisado.

Extrusão

As fibras e o EPS serão misturadas numa extrusora monorosca, com um perfil de


temperatura a 140°C, 160°C e 180°C. Em seguida, com mistura em extrusora de dupla
rosca com o perfil de temperatura de 115°C, 150°C, 185°C, 185°C, 175°C, 175°C e 170°C.
Após a mistura, os corpos de prova de tração, flexão e dureza serão preparados por meio
de moldagem por injeção a 180°C e 300 bar de pressão. Compósitos de EPS forçados com
10 e 20 % em massa de fibras serão obtidos. O EPS puro também será injetado nas
mesmas condições a fim de comparação.

Caracterização mecânica

As amostras injetadas serão caracterizadas quanto à resistência à tração, flexão e


dureze. Será utilizada a máquina EMIC DL 2000 para os testes de tração e de flexão
seguindo as normas ASTM D638 e ASTM D790, respectivamente. Para o teste de dureza
será utilizado um durômetro Modelo Wultest SD 300, seguindo a norma ASTM D2240. Os
testes serão realizados em quintuplicata. As velocidades para o teste de tração e flexão
serão de 5 mm/min e 1,5 mm/min respectivamente.

Caracterização visual

Para análise visual do compósito formado será utilizado um microscópio eletrônico


de varredura (MEV) da fabricante SHIMADZU, modelo Superscan SS-500 com a tensão de
aceleração de 15 kV. A superfície da fratura dos corpos de prova fraturados durante os
ensaios de flexão e tração será recoberta com ouro utilizando-se um metalizador por um
tempo de exposição de 3 min antes das análises.

e) Equipe do projeto e plano de trabalho

A equipe do projeto é composta por professores pesquisadores (coordenadora e


colaboradores) que atuam no curso de graduação em Ciência e Engenharia de Materiais do
Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Sergipe -
UFS e no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (P²CEM)
desta instituição. Todos possuem experiência em coordenação de projetos de pesquisa ´na
área de materiais poliméricos e desenvolvimento de novos materiais de forma aderente à
linha de pesquisa a qual o projeto se insere.

f) Impacto ecológico;

O crescente aumento do uso de fibras naturais como reforço em polímeros


termoplásticos é impulsionado por razões ecológicas e especialmente como uma alternativa
ao uso de fibras sintéticas, por exemplo, a fibra de vidro (ANTICH et al, 2006). As fibras
naturais apresentam boas propriedades mecânicas, fácil processamento, baixo custo
quando comparado às fibras inorgânicas, são amplamente disponíveis e provenientes de
fontes renováveis, possuem baixa densidade e propriedades específicas elevadas, além de
serem biodegradáveis, menos abrasivas aos equipamentos utilizados no processamento e
ainda estimulam o surgimento de empregos na zona rural (MANIKANDAN et al, 2003).

g) Impacto sócio/econômico

A espuma de poliestireno expandido possui estrutura obtida por meio da expansão


do poliestireno (PS). No Brasil, o EPS é mais conhecido como Isopor, marca registrada da
empresa Knauf Isopor Ltda. Foi descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl
Buchholz, quando trabalhavam nos laboratórios da Basf, na Alemanha (RUBIN, 1990). Uma
das suas aplicações é em compor o forro em capacetes cuja função é absorver choque e
impacto e que é relativamente barato. Sendo assim a proposta do projeto é melhorar as
características do material com materiais economicamente viáveis.
Coordenadora:

Compete à coordenadora direcionar demais membros da equipe na busca de


literatura a respeito do assunto, bem como capacitar toda equipe nos processos
necessários para preparação das formulações, moldagem dos corpos de prova e todos os
ensaios necessários para caracterização das amostras, bem como dar suporte na avaliação
dos resultados destes ensaios. Cabe ainda à coordenadora a elaboração e
acompanhamento do desenvolvimento do plano de trabalho através da realização de
reuniões frequentes para acompanhamento do projeto e apoio na elaboração de relatórios e
disseminação dos resultados através de apresentação em seminários, palestras,
congressos e possíveis publicações. É de sua responsabilidade ainda a aquisição e
instalação dos equipamentos/sistemas, bem com toda prestação de contas junto ao CNPq.

Colaboradores do projeto (professores do curso de Engenharia de Materiais)

Compete aos professores colaboradores auxiliarem na operacionalização das


oficinas e minicursos relacionados à área de transformação, caracterização de materiais
poliméricos, bem como dar suporte na avaliação dos resultados e elaboração de relatórios e
meios de disseminação dos resultados.

h) Grau de interesse empresarial na proposta

As Empresas de fabricação de capacetes em geral têm alavancado esforços para criar


novas tecnologias de novos materiais no mercado, espere-se com isso poder contribuir
realizando testes junto a estas empresas localizadas principalmente nos Estados do
Nordeste.

1. Perspectivas

a) Motivacional

Na busca de contribuir com uma política sustentável e com a incessante procura


pelas tecnologias limpas e proteção do planeta este projeto é motivado a caminhar na
direção de desenvolver e disseminar o conhecimento de técnicas simples como ferramenta
capaz de mensurar os problemas ligados ao setor de transformação de polímeros indicando
soluções para tais.
Uma vez implantado estes simples sistemas espera-se despertar o interesse em
desenvolver outros aparatos capazes de contribuir para o desenvolvimento sustentáveis do
setor de capacetes e ainda motivar outros alunos de instituições diversas e a população
como um todo.

b) Potencial de disseminação

Através dos resultados obtidos a equipe terá a oportunidade de:

● Participação em eventos científicos e técnicos nacionais e internacionais.


● Participação no Simpósio de Ciência e Engenharia de Materiais, evento anual
realizado pelo DCEM (Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais), onde
serão realizados cursos, palestras, e workshop anual para divulgação científica e
avaliação da evolução do projeto;
● Acompanhamento e avaliação: relatórios; todas as atividades do projeto serão
divulgadas e registradas na página do DCEM/P2CEM/UFS, regularmente atualizada,
onde deverão constar pesquisadores, estudantes, projetos em andamento, artigos,
relatórios, textos científicos, grupos de discussão, material didático, informativos,
eventos e demais dados de interesse.
● Buscar a integração de ações do projeto com empresas, órgãos e instituições de
apoio a pequenas e micro empresas, e setores industriais da região e do País.
● Disseminação dos resultados em outras turmas e também outros colégios para
estimular o interesse dos alunos pela área de materiais poliméricos.
.
Cronograma
REFERÊNCIAS PESQUISADA

CALLISTER, W.D. Ciência e Engenharia dos Materiais. 8. Ed. gen LTC, 2012.

MANRICH, S. Processamento de Termoplásticos. Artliber Editora Ltda, 205.

Jesus, L. C. C.PROPRIEDADES MECÂNICAS DE COMPÓSITOS DE POLIESTIRENO


REFORÇADO COM CELULOSE DE BAGAÇO DE CANA. RIPE.

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