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Nações Unidas S/RES/2242 (2015)*

Conselho de Segurança Distr. geral


13 de outubro de 2015

Resolução 2242 (2015)


Adotada pelo Conselho de Segurança em sua 7533a sessão,
celebrada em 13 de outubro de 2015

O Conselho de Segurança,
Reafirmando seu empenho em que se continuem a aplicar, plenamente e de
maneira que se reforcem mutuamente, suas resoluções 1325 (2000), 1820 (2008),
1888 (2009), 1889 (2009), 1960 (2010), 2106 (2013) e 2122 (2013) e todas as
declarações presidenciais pertinentes,
Tendo presentes os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e sua
responsabilidade primária pela manutenção da paz e da segurança internacionais no
âmbito da Carta,
Afirmando que os Estados Membros desempenham papel primordial na
aplicação plena das disposições pertinentes de suas resoluções sobre mulheres, paz e
segurança, e que as entidades das Nações Unidas e as organizações regionais
desempenham importante papel complementar,
Recordando os compromissos assumidos na Declaração e Plataforma de Ação
de Pequim e seu vigésimo aniversário, acolhendo com satisfação a Reunião de
Líderes Mundiais sobre a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres,
realizada em 27 de setembro de 2015 e elogiando os compromissos concretos dos
países assumidos por seus líderes nacionais a respeito dessa reunião,
Reafirmando as obrigações dos Estados Partes na Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e seu
Protocolo Facultativo e instando os Estados que ainda não o fizeram a considerar
ratificá-los ou aderir a eles, notando também a Recomendação Geral n. 30 sobre as
mulheres na prevenção de conflitos e em situações de conflito e pós -conflito do
Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres,
Acolhendo com satisfação o relatório do Secretário-Geral de 17 de Setembro
de 2015 (S/2015/716), em que se apresentam os resultados do estudo global sobre o
cumprimento da resolução 1325 (2000), notando com apreço todo o trabalho
envolvido na elaboração do estudo global e encorajando o exame minucioso de suas
recomendações,
Notando que há um vínculo substancial entre a participação significativa das
mulheres na prevenção e resolução de conflitos e reconstrução pós -conflito e a

* Publicada novamente por motivos técnicos em 23 de dezembro de 2015.

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eficácia e sustentabilidade a longo prazo de tais atividades, bem como a necessidade


de aumentar a alocação de recursos, prestação de contas, vontade política e
mudança de atitude,
Tomando nota do relatório do Secretário-Geral intitulado "O futuro das
operações de manutenção da paz das Nações Unidas: aplicação das recomendações
do Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz" (S / 2015/682) e o
relatório do Grupo Consultivo de Peritos sobre a revisão da Arquitetura de
Consolidação da Paz (S/2015/490), acolhendo com satisfação as recomendações que
fazem sobre mulheres, paz e segurança, e também pedindo ainda a todas as
instâncias que considerem a possibilidade de as pôr em prática,
Reafirmando que os Estados e todas as partes em conflitos armados são
obrigados a cumprir as disposições aplicáveis do direito internacional humanitário e
do direito internacional dos direitos humanos, bem como a necessidade de acabar
com todas as violações do direito internacional humanitário e todas as violações e
abusos de direitos humanos,
Reafirmando que a violência sexual, quando se utiliza ou se faz utilizar como
método ou tática de guerra ou como parte de ataque generalizado ou sistemático
contra a população civil, pode exacerbar e prolongar significativamente situações de
conflito armado e dificultar o restabelecimento da paz e segurança internacionais,
Acolhendo com satisfação a ênfase da à igualdade de gênero e ao
empoderamento das mulheres e meninas com a recente adoção da Agenda 2030 para
o Desenvolvimento Sustentável, reafirmando que o empoderamento das mulheres e
das meninas e a igualdade de género são essenciais para a prevenção de conflitos e a
tarefa mais geral de manutenção da paz e da segurança internacionais, notando,
neste contexto, que o relatório do Painel de Alto Nível Independente sobre
Operações de paz (S/2015/ 446), o relatório do Painel Consultivo sobre a Revisão
da Arquitetura de Consolidação da Paz (S/2015/490) e o Estudo Global insistem que
é necessário, entre outras coisas, investir mais na prevenção conflitos e no
empoderamento das mulheres, e enfatizando ainda que as barreiras ainda existentes
à plena aplicação da resolução 1325 (2000) só podem ser removidas por um
compromisso específico com a participação e os direitos humanos das mulheres e,
por uma liderança concertada, informações e ações coerentes e apoio para promover
a participação das mulheres em todos os níveis de decisão,
Reiterando a importância de que homens e meninos colaborem para promover
a participação das mulheres na prevenção e resolução de conflitos armados, na
consolidação da paz e situações de pós-conflito,
Notando que o contexto global de paz e segurança está em transformação,
especialmente no que diz respeito ao aumento do extremismo violento, que pode
conduzir ao terrorismo, ao aumento do número de refugiados e deslocados internos,
ao impacto da mudança do clima e ao alcance mundial das pandemias, e reiterando a
esse respeito sua intenção de dar maior atenção às mulheres, paz e segurança como
questão transversal em todas as áreas temáticas de trabalho relevante s de que se
ocupa, inclusive as ameaças à paz e à segurança internacionais causadas por atos
terroristas,

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Reconhecendo que o terrorismo e o extremismo violento têm impacto diferente


sobre os direitos humanos das mulheres e meninas, inclusive no contexto da saúde,
educação e participação na vida pública, e elas com frequências são diretamente
atacadas por grupos terroristas e expressando profunda preocupação com o fato
conhecido de que atos de violência sexual e de gênero são parte dos objetivos
estratégicos e da ideologia de grupos terroristas, que os utilizam como tática de
terrorismo e como ferramenta para aumentar seu poder por meio em apoio do
financiamento, do recrutamento e da destruição de comunidades, conforme descrito
no relatório do Secretário-Geral sobre a violência sexual em conflitos de 23 de
março de 2015 (S/2015/203), e observando ainda as melhores práticas sobre
mulheres e a luta contra o extremismo violento do Fórum Mundial contra o
Terrorismo,
Reconhecendo a importância do décimo-quinto aniversário da Resolução 1325
(2000) e os progressos realizados, bem como a oportunidade e necessidade de maior
implementação da agenda sobre mulheres, paz e segurança, reiterando sua profunda
preocupação com a sub-representação frequente das mulheres em muitos processos
e organismos oficiais relacionados com a manutenção da paz e da segurança
internacionais, pelo número relativamente escasso de mulheres em altos cargos nas
instituições nacionais, regionais e internacionais relacionad as com a política e a paz
e a segurança, pela falta de respostas humanitárias adequadas que levem em conta
género e de apoio à funções de liderança das mulheres nesses ambientes, pelo
financiamento insuficiente da questão das mulheres, paz e segurança, e pelo
consequente prejuízo para a manutenção da paz e da segurança internacionais,
Reconhecendo a importante contribuição dada pela sociedade civil durante os
últimos 15 anos, inclusive organizações de mulheres, à aplicação da resolução 1325
(2000)
Reconhecendo que o novo Instrumento de Aceleração Mundial sobre a
participação das mulheres no campo da paz e da segurança e dos assuntos
humanitários, juntamente com mecanismos complementares existentes, é uma das
possíveis maneiras de atrair recursos, coordenar respostas e acelerar a
implementação,

1. Insta os Estados-Membros, à luz da revisão de alto nível, a avaliar suas


estratégias e alocação de recursos para a implementação da agenda sobre mulheres,
paz e segurança, reitera seu apelo aos Estados-Membros para assegurarem maior
representação das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão das
instituições e mecanismos nacionais, regionais e internacionais para a prevenção e
resolução de conflitos, encoraja aqueles que apoiam processos de paz a facilitarem
a inclusão significativa das mulheres nas delegações das partes negociadoras nas
conversações de paz, exorta os países doadores a fornecer assistência técnica e
financeira a mulheres envolvidas nos processos de paz, inclusive a formação em
mediação, campanhas promocionais e aspectos técnicos das negociações, além de
fornecerem apoio e treinamento para mediadores e equipes técnicas sobre o impacto
da participação das mulheres e sobre as estratégias para a inclusão efetiva, encoraja
também a participação significativa da sociedade civil, conforme o caso, em
reuniões internacionais e regionais sobre paz e segurança, inclusive conferências de
doadores para ajudar a garantir que as questões de género sejam integradas na
formulação, priorização, coordenação e implementação de políticas e programas, e

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encoraja os organizadores dessas reuniões a considerarem devidamente a


possibilidade de facilitar representação diversificada de participantes da sociedade
civil;
2. Acolhe com satisfação os esforços envidados pelos Estados Membros na
aplicação da resolução 1325 (2000), inclusive o desenvolvimento de planos de ação
nacionais, acolhe com satisfação também o aumento no número desses planos nos
últimos anos, convida os Estados Membros a continuarem a integrar a agenda sobre
mulheres, paz e segurança em seus planos estratégicos, tais como planos de ação
nacionais e outros arcabouços de planejamento, com recursos adequados, inclusive
para o cumprimento das obrigações relevantes no âmbito do direi to internacional
humanitário e o direito internacional dos direitos humanos, e por meio de consultas
ampliadas, inclusive com a sociedade civil, particularmente as organizações de
mulheres, insta os países que têm planos de ação nacionais a apresentar informações
atualizadas sobre os avanços realizados em sua aplicação e revisão durante os
debates abertos anuais do Conselho de Segurança sobre mulheres, paz e segurança,
também acolhe com satisfação os esforços das organizações regionais para
implementar a resolução 1325 (2000), nomeadamente por meio da adoção de
marcos regionais e encoraja a que continuem sua execução;
3. Encoraja os Estados-Membros a aumentarem o financiamento para a
questão das mulheres, paz e segurança, inclusive o fornecimento de maior apoio
para programas que promovam a igualdade de género e o empoderamento das
mulheres em situações de conflito e pós-conflito, bem como apoio à sociedade civil,
e a ajudarem os países em situações de conflito e pós-conflito armado, inclusive por
meio da capacitação para implementar as resoluções sobre mulheres, paz e
segurança, apela por uma maior cooperação internacional para o desenvolvimento
relacionado à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres e convida os
prestadores de assistência a se assegurarem de que todos os fluxos de ajuda tenham
uma perspectiva de gênero;
4. Insta às entidades relevantes das Nações Unidas, inclusive o Secretário-
Geral e, mas sem se limitar a, o Departamento de Operações de Manutenção da Paz
(DPKO), o Departamento de Assuntos Políticos (DPA) e o Escritório de Apoio à
Consolidação da Paz (PBSO), a redobrarem seus esforços para integrar as
necessidades das mulheres e as perspectivas de gênero e m seu trabalho, inclusive
em todos os processos de planejamento de políticas e nas missões de avaliação e, no
que diz respeito aos pedidos feitos na resolução 2122 (2013), a procurarem sanar as
deficiências existentes na prestação de contas por meios como as metas relativas a
género que o Secretário-Geral tenha acrescentado como indicador de desempenho
individual em todos os contratos com a alta administração da sede das Nações
Unidas e no terreno, inclusive enviados especiais, representantes especiais do
Secretário-Geral e coordenadores residentes e humanitários, que serão utilizados
para monitorar o desempenho e para orientar as decisões do Secretário -Geral,
inclusive ao contratar os titulares de futuros cargos, e incentiva ainda todos os
responsáveis pela implementação da agenda sobre mulheres, paz e segurança,
inclusive a ONU-Mulheres, dado o seu papel na coordenação e prestação de contas
sobre a questão das mulheres, paz e segurança, e a Representante Especial do
Secretário-Geral para a Violência sexual em Conflitos, a estabelecerem relações de
trabalho mais estreitas no âmbito das Nações Unidas;

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5. Reconhece a necessidade de continuar a integrar ainda mais a resolução


1325 (2000) em seu próprio trabalho, em conformidade com as disposições da
Resolução 2122 (2013), abordando nomeadamente as dificuldades relativas a
relatórios e recomendações específicas sobre as dimensões de género das situações
de que se ocupa, de forma a orientar e ajudar a reforçar as suas decisões e, portanto,
para além dos fatores referidos na resolução 2122 (2013), e em conformidade com a
prática e os procedimentos estabelecidos:
a) Manifesta sua intenção de convocar reuniões dos seus peritos relevantes no
âmbito de grupo informal de peritos sobre mulheres, paz e segurança para facilitar
abordagem mais sistemática para a questão das mulheres, paz e segurança em seu
próprio trabalho e permitir maior supervisão e coordenação das atividades de
implementação;
b) Decide integrar os aspectos relacionados com as mulheres, a paz ea
segurança em todas as situações de cada país de que se ocupa, tendo em conta o
contexto específico de cada país, manifesta sua intenção de se dedicar a consultas
regulares sobre a situação de países individuais, quando necessário, à questão da
implementação, dos avanços e dos desafios da agenda sobre mulheres, paz e
segurança, e reafirma sua intenção de assegurar que as suas missões levem em
conta as considerações de gênero e os direitos das mulheres, inclusive por meio de
consultas com os grupos de mulheres locais e internacionais;
c) Manifesta sua intenção de convidar a sociedade civil, inclusive as
organizações de mulheres, para que o informem oralmente sobre considerações
relativas a países específicos e sobre áreas temáticas relevantes, e de convidar a
Subsecretária-Geral e Diretora-Executiva da ONU-Mulheres e a Subsecretária-Geral
e Representante Especial do Secretário-Geral sobre a Violência sexual em Conflitos
a que o informem oralmente com maior frequência sobre a situação de países
específicos e áreas temáticas de trabalho relevantes das que se ocupa, inclusive
questões urgente para mulheres e meninas durante conflitos e crises;
6. Manifesta sua intenção de considerar, quando da adoção ou prorrogação de
as sanções direcionadas em situações de conflito armado, a possibilidade de nomear,
conforme apropriado, atores, inclusive grupos terroristas, envolvidos em violações
do direito internacional humanitário e violações e abusos de direitos humanos, como
atos de violência sexual e de gênero, desaparecimentos forçados e deslocamento
forçado, e compromete-se a assegurar que os grupos de peritos competentes dos
Comitês de Sanções tenham a experiência necessária em matéria de gênero;
7. Insta o DPKO e o DPA a velarem para disporem das análises e da
especialização técnica necessárias em matéria de gênero durante todas as etapas de
planejamento da missão, desenvolvimento, execução e revisão de mandatos e
redução gradual das missões, garantindo que as necessidades e participação das
mulheres estejam integradas em todas as etapas seqüenciais dos mandatos da
missão, acolhe com satisfação o compromisso do Secretário-Geral de designar
assessores sêniores de gênero para os escritórios de seus representantes especiais,
solicita que, quando os assessores sêniores de gênero e outros oficiais de gênero das
missões políticas especiais e operações multidimensionais da manutenção da paz
sejam nomeados, os postos sejam orçados e seus titulares contratados rapidamente,
e encoraja o DPKO, o DPA e a ONU-Mulheres a aumentarem sua cooperação para
que as operações de manutenção da paz e missões políticas especiais das Nações
Unidas considerem as questões de gênero, inclusive pela concessão aos assessores

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de gênero no terreno e em outros setores de missões de pleno acesso ao apoio


normativo, substantivo e técnico dessas entidades para aplicar a resolução 1325
(2000) e as resoluções posteriores, aproveitando plenamente suas respectivas
vantagens comparativas;
8. Acolhe com satisfação o compromisso do Secretário-Geral de priorizar a
nomeação de mais mulheres para cargos executivos superiores na Organização das
Nações Unidas, tendo em conta uma representação geográfica diversificada e de
acordo com as regras e regulamentos que regem as questões administrativas e
orçamentárias, e encoraja a que se examinem os obstáculos à contratação e à
progressão na carreira das mulheres, acolhe com satisfação ainda os esforços para
incentivar maior presença de mulheres nas forças militares e policiais desdobradas
em operações de paz das Nações Unidas, e exorta o Secretário-Geral a lançar, em
colaboração com os Estados Membros, uma estratégia revista para duplicar, com os
recursos existentes, o número de mulheres nos contingentes militares e policiais das
operações de manutenção da paz das Nações Unidas ao longo dos próximos cinco
anos;
9. Manifesta sua profunda preocupação com as alegações persistentes de
exploração e abuso sexual cometidos por pessoal de manutenção da paz das Nações
Unidas e por forças alheias à Organização, tanto militares como civis e policiais,
insta os países contribuintes de tropas e policiais a fornecerem antes do
desdobramento capacitação sólida contra a exploração e o abuso sexual a seu
pessoal de manutenção da paz, a verificarem rigorosamente seus antecedentes, a
investigarem pronta e exaustivamente membros de seu pessoal uniformizado e, se
for o caso, processá-los e comunicar rapidamente às Nações Unidas sobre a situação
e os resultados das investigações, exorta as Nações Unidas a cooperarem, conforme
apropriado e oportuno, com as autoridades nacionais, inclusive os tribunais
encarregados de investigar tais alegações, sempre que lhe solicitem para esse fim, e
solicita que nas reuniões dos países contribuintes de tropas e policiais se abordem a
exploração e abuso sexual sempre que pertinente, e que o Comité de Estado Maior
das Nações Unidas considere essas questões como parte de seu programa regular;
10. Acolhe com satisfação os esforços que o Secretário-Geral continua a
envidar para implementar sua política de tolerância zero diante de infrações de
conduta, inclusive as propostas abrangentes de prevenção, cumprimento e medidas
corretivas que promovam maior prestação de contas, entre as quais seu
compromisso de tornar públicas as falhas de conduta do pessoal das Nações Unidas,
bem como sua proposta de manter o Conselho informado sobre os desenvolvimentos
relativos à aplicação de sua política de tolerância zero de exploração e abuso sexual
e sua decisão de proibir de participarem das operações de manutenção da paz das
Nações Unidas todos os países que figurem repetidamente nos anexos de seus
relatórios sobre crianças e conflitos armados e sobre violência sexual em conflitos,
insta os países contribuintes de tropas e policiais atualmente contidos nessas listas a
fazerem cessar tais violações e a implementarem prontamente planos de ação,
evitando assim a suspensão de sua participação em operações de paz, e solicita
ainda ao Secretário-Geral incluir em todos os relatórios que apresente sobre a
situação de países específicos uma seção sobre conduta e disciplina, inclusive, se
necessário, sobre o cumprimento de sua política de tolerância zero contra a
exploração e abuso sexual;

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11. Pede que os Estados-Membros e as Nações Unidas aumentem a integração


entre suas agendas sobre as mulheres, paz e segurança e sobre a luta contra o
terrorismo e o extremismo violento que pode conduzir ao terrorismo, solicita ao
Comité contra o Terrorismo (CTC, na sigla em inglês) e à Direção-Executiva do
Comité contra o Terrorismo (CTED, na sigla em inglês) a integrarem o gênero como
questão transversal em todas as atividades dos respectivos mandatos, inclusive
avaliações e relatórios sobre países específicos, recomendações feitas aos Estados
Membros, facilitação de assistência técnica aos Estados-Membros e informações
apresentadas oralmente ao Conselho, incentiva ao CTC e a CTED a celebrarem mais
consultas com mulheres e organizações de mulheres para ajudá-los a orientar seu
trabalho, e incentiva ainda a Força-tarefa de Implementação do Contra-Terrorismo
(CTITF) a adotar a mesma abordagem nas atividades previstas em seu mandato;
12. Exorta os Estados Membros e solicita às entidades relevantes das Nações
Unidas, inclusive a CTED, a, dentro de seu mandato atual e em colaboração com a
ONU-Mulheres, realizarem pesquisas e coletas de dados com perspectiva de gênero
sobre os fatores que conduzem à radicalização das mulheres, bem como o impacto
das estratégias de luta contra o terrorismo sobre os direitos humanos das mulheres e
as organizações de mulheres, a fim de responder com políticas e programas
específicos e com base empírica, bem como de assegurar que mecanismos e
processos de acompanhamento e avaliação das Nações Unidas encarregad os de
prevenir e combater o extremismo violento, que p ode conduzir ao terrorismo,
inclusive grupos de peritos sobre sanções competentes e os órgãos estabelecidos
para conduzirem investigações criminais e determinarem fatos, tenham a
especialização em matéria de gênero necessária para cumprirem seus mandatos;
13. Insta os Estados Membros e o sistema das Nações Unidas a assegurarem a
participação e a liderança das mulheres e das organizações de mulheres no
desenvolvimento de estratégias de combate ao terrorismo e ao extremismo violento
que pode conduzir ao terrorismo, inclusive o combate ao incitamento à prática de
atos terroristas, criando contra-argumentos e outras intervenções apropriadas, e a
desenvolverem a capacidade das mulheres para executar essas tarefas de forma
eficaz, e a continuarem abordando, inclusive por meio do empoderamento das
mulheres, jovens e líderes religiosos e culturais, as condições propícias à
propagação do terrorismo e extremismo violento que pode conduzir ao terrorismo,
em conformidade com a Estratégia global da Convenção das Nações Unidas contra
o Terrorismo (A/RES/60/288), acolhe com satisfação o interesse crescente
atividades de prevenção antecipatórias e inclusivas, encoraja o Plano de Ação do
Secretário-Geral para prevenir o extremismo violento que será lançado em breve a
integrar a participação, liderança e empoderamento das mulheres como elementos
centrais da estratégia e da resposta das Nações Unidas, e solicita que se proporcione
financiamento adequado a esse respeito e que se destine maior quantidade de fundos
que as Nações Unidas destinam à luta contra o terrorismo e o extremismo violento
que conduzir ao terrorismo para projetos que se ocupem da dimensão de gênero,
inclusive do empoderamento das mulheres;
14. Insta os Estados Membros a reforçarem o acesso à justiça das mulheres
em situações de conflito e pós-conflito, inclusive investigar, processar e punir
prontamente os autores de atos de violência sexual e de gênero, e proporcionar
reparações às vítimas, conforme o caso, nota que a luta contra a impunidade para os
crimes internacionais mais graves cometidos contra mulheres e meninas foi
reforçada por meio do trabalho do Tribunal Penal Internacional, tribunais ad hoc e

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tribunais mistos e secções especializadas dos tribunais nacionais e reitera sua


intenção de continuar a lutar vigorosamente contra a impunidade e de obrigar à
prestação de contas pelos meios apropriados;
15. Encoraja o empoderamento das mulheres, inclusive por meio de atividades
de capacitação, conforme apropriado, para participar em na concepção e
implementação de iniciativas para prevenir, combater e erradicar a transferência
ilícita de armas de pequeno calibre e arma mentos leves, sua acumulação e utilização
indevidas, e insta os Estados Membros, as entidades das Nações Unidas e as
organizações intergovernamentais, regionais e sub -regionais a considerarem o
impacto específico dos ambiente de conflito e pós-conflito na segurança,
mobilidade, educação, atividade econômica e oportunidades das mulheres e
meninas, a fim de mitigar o risco de que as mulheres se tornem agentes ativos da
transferência ilícita de armas pequenas e armamentos leves;
16. Exorta os Estados Membros, as Nações Unidas e outros organismos
pertinentes a garantirem que a agenda sobre mulheres, paz e segurança seja
devidamente considerada no processo e nos resultados da Cúpula Humanitária
Mundial a ser realizada em Istambul (Turquia) em 2016, também reconhece a
importância de integrar considerações de gênero em toda a programação
humanitária procurando garantir o acesso à proteção e a toda a gama de serviços
médicos, legais e psicossociais e afins relativos aos meios de subsistência, sem
discriminação, de forma a garantir que as mulheres e grupos de mulheres possam
realmente participar da ação humanitária e recebam apoio para ser suas líderes, e
insta o Secretário-Geral a fortalecer a liderança e a vontade política em todos os
níveis sobre essa questão e a garantir prestação de contas nos arcabouços
humanitários existentes relacionados ao empoderamento das mulheres e à igualdade
de gênero, que contribuem para a implementação da agenda sobre mulheres, paz e
segurança;
17. Convida o Secretário-Geral, em seu próximo relatório anual sobre o
cumprimento da resolução 1325 (2000), a fornecer informações sobre os progressos
para dar seguimento à revisão de alto nível, inclusive as recomendações destacadas
no relatório de Secretário-Geral sobre o estudo global e os novos compromissos
assumidos no âmbito da revisão de alto nível, bem como mecanismos apropriados
de monitoramento e avaliação para o sistema das Nações Unidas, e a disponibilizar
essas informações a todos os Estados Membros;
18. Decide continuar ocupando-se ativamente da matéria.

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