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Curso Especial de Áudio e

Sonorização Profissional

MÓDULO PROFISSIONALIZANTE
ON-LINE
RECONHECIDO PELO

EMENT A:
AMPLIFICADORES DE ÁUDIO
AMPLIFICADORES DE ÁUDIO
Hoje em dia é muito comum vermos alguém falando em um microfone e, em muitos
casos, escutarmos o que está sendo dito com um nível de pressão sonora bem mais forte. Dizemos
que ocorre uma amplificação. Para isto, a palavra falada é captada pelo microfone e transformada
em sinais elétricos. O sinal elétrico é, então, amplificado e enviado para o alto falante, que o
devolve ao meio com uma intensidade sonora bem maior.
Por estarmos tratando de um sinal de voz, que é um sinal na faixa de
audiofreqüência, aos equipamentos que fazem essa amplificação damos o nome de
amplificadores de audiofreqüência, ou simplesmente amplificadores de áudio.
Por quê devemos usar o amplificador:
D O
I A
Os sinais de um microfone, de um captador de guitarra, ou contra-baixo, são sinais

H
muito fracos para poderem alimentar diretamente um alto-falante, pois eles tem uma potência da

A N
ordem de milionésimos de watt, ou, no máximo, alguns milésimos de watt. Então, é através do

M P
amplificador de áudio que aumentamos a intensidade desses sinais para uma potência que seja

CO
capaz de mover o diafragma do falante, resultando no som.
Principais especificações de um amplificador:
Balanceado - O termo balanceado, como já foi visto em outro tópico, refere-se à
elevada imunidade que os aparelhos balanceados possuem aos ruídos contidos nas linhas de
transmissão (cabos). O balanceamento consegue isto fazendo com que os sinais de audio
trafeguem em dois condutores com polaridades opostas, só que os ruídos que também trafegam
junto com os sinais de audio trafegam com polaridades iguais, então na entrada dos aparelhos
balanceados um dos sinais é invertido, isto causa uma soma para os sinais que trafegam com
polaridades opostas e um cancelamento para os ruídos que trafegavam com a mesma polaridade.
Como mostrado na figura 1 e 2.

+ AMP
DIFF

Fig.1 - Como o Ruído trafega com a mesma polaridade o circuito o elimina.

+ AMP
DIFF

Fig.2 - Como o sinal trafega com a polaridade oposta o circuito o amplifica


CURSO PROFISSIONALIZANTE 1
Na transmissão balanceada, tanto os cabos, como os equipamentos têm dois
condutores que transportam e recebem os sinais com polaridades opostas, como foi dito, e
também possui uma malha nos cabos que fazem a blindagem dos condutores que, quando
chegam a entrada do equipamento, é conectada ao pino 1 do conector XLR (quando o aparelho
utiliza este tipo de conector). Veja o exemplo na figura 3.

APARELHO 1 APARELHO 2

3 3
2 2
1 1

Fig.3 - Ligação entre 2 aparelhos balancedos

D O
O amplificador, ou qualquer outro aparelho que não seja balanceado, não

IA
transportam os sinais cem polaridades opostas, pois possui apenas dois condutores, onde um

H
deles carrega um dos sinais, enquanto que o outro possui duas funções: carregar o outro sinal de

N
áudio e, ao mesmo tempo, servir de blindagem. Como exemplo podemos citar a entrada de um

A
P
amplificador de guitarra. Logo, uma transmissão assim, está mais sujeita a ruídos do que uma

M
transmissão balanceada. A figura 4 mostra o arranjo de uma transmissão não balanceada.

COAPARELHO 1

2 2
APARELHO 2

1 1

Fig.4 - Ligação entre 2 aparelhos não balanceados


Números de canais - Esta é uma das primeiras especificações que devemos
observar em um amplificador. Os amplificadores são construídos com 1 canal (chamados de
monofônicos) e com 2 canais (chamados estereofônicos).
Apesar de nos referirmos a um amplificador que possui dois canais independentes
como sendo um amplificador estéreo, tecnicamente não é uma afirmativa correta, pois o estéreo é
um efeito que está relacionado com o programa de áudio a ser reproduzido.
Assim, quando um amplificador é posto para operar na configuração estéreo,
estamos, na verdade, habilitando-o a operar com dois sinais de áudio independentes, inclusive o
próprio sinal estéreo. Veja a ilustração na figura 5.

Entrada L
Saída L

Entrada R
Saída R

Fig.5 - Ligação estéreo em um amplifícador de 2 canais

CURSO PROFISSIONALIZANTE 2
Os amplificadores nomeiam cada canal de acordo com a posição em que cada um se
encontra. Canal LEFT (canal esquerdo) e canal RIGHT (canal direito), como mostrado na figura
5. Porém é bastante comum vermos a designação canal A e canal B, respectivamente, canal
esquerdo e direito.
Operação em mono - Neste tipo de configuração, podemos, apesar do amplificador
possuir dois canais, trabalhar como se fosse um amplificador de apenas 1 canal. Veja o exemplo
na figura 6.

Canal L

Sinal mono

Canal R

Fig.6 - Ligação mono em um amplifícador estéreo


Este tipo de aplicação é comum quando estamos trabalhando com um sistema multi-

O
amplificado, onde temos um amplificador para cada via (um amplificador para graves, outro para

D
médios e etc.), pois, neste caso, os dois canais do amplificador vão reproduzir apenas uma faixa

A
de freqüência.

I
É comum, em amplificadores comerciais destinados ao uso profissional e
H
N
automotivo, a opção de uso de operação estéreo (os canais ficam independentes), mono (o sinal

A
de um canal alimenta também o outro) e, também, a configuração bridge, ou ponte (soma a
potência dos canais).

M P
A grande vantagem obtida com uma ligação em bridge (ponte) é que o amplificador

CO
fornece mais potência sobre uma impedância maior (pois o normal é que quando a impedância
aumenta, a potência diminui).
Isto se dá porque os dois canais do amplificador estão sendo usados em conjunto
para amplificar o sinal. Pensando em um amplificador de potência igual a 500W por canal sobre
uma impedância de 2W ; a sua potência em ponte seria 1000W, ou seja a soma dos dois canais
individuais.
Ex.: canal L 500W em 2 W + canal R 500W em 2W = 1000W em 4W .
A impedância mínima de carga em ponte passa a ser 4W, ao invés de 2W, que era a
impedância individual de cada canal (2W + 2W = 4W). Agora, se fosse um amplificador que
suportasse a impedância mínima de 4W na forma normal, em ponte só suportaria 8W (4W + 4W =
8W).
Obs.: Se for ligado uma impedância abaixo da mínima exigida para a ligação
em ponte feita externamente, o sistema de proteção do amplificador não funciona tendo em
vista que as proteções foram dimensionadas para o amplificador funcionando em regime
normal e não em ponte.
Para que um amplificador possa ser operado em ponte, é preciso que ele possua 2
canais. Vamos supor que o amplificador que será usado neste exemplo tenha o positivo da entrada
de áudio no pino 2 e, conseqüentemente, o negativo no pino 3 e no pino 1, a malha.
Nesta condição, é necessário fazer um cabo invertendo o pino 2 com o pino 3 do
canal ‘‘L’’ para o canal ‘‘R’’. Se o canal que teve o áudio invertido for o canal ‘‘R’’, então o borne
positivo daquele canal passa a ser ligado ao borne negativo do falante e o borne positivo do
falante será conectado ao borne positivo do outro canal do amplificador, ou seja, os bornes
negativos do amplificador não são utilizados nesta forma de ligação. Veja o exemplo desta
ligação na figura 7.
CURSO PROFISSIONALIZANTE 3
SINAL DE ÁUDIO
VINDO DO MIX OU
DO CROSSOVER

VERMELHO 3- 1 2+ 1
O CANAL L 2+ 3-
U
T
L
2+ 1 2+ 1
3- 3-

O
U
T
INPUT R INPUT L
R
VERMELHO
CANAL R

Fig.7 - Ligação em ponte

Obs.: Existem amplificadores que são usados para amplificação dos sistemas 5.1 de

O
áudio, portanto, estes possuem 6 canais, para reproduzirem: 2 canais L e R , 1 canal central, 2

D
canais de surround, e 1 canal de sub woofer.

A
Potência de saída do amplificador - A potência de saída de um amplificador indica

I
quanto de energia elétrica ele pode converter em som quando ligado a um alto-falante. Em termos
H
N
práticos, é a quantidade de watts (w) que um amplificador tem de potência que indica a

A
intensidade do som que ele pode fornecer. Porém, a potência muda à medida que a impedância da

M P
carga (alto-falante) aumenta, ou diminui. Por isso, é importante saber as especificações de
potência para cada impedância, dada pelo fabricante do amplificador.

CO
Impedância nominal de carga do amplificador - Esta especificação tem grande
importância em um amplificador, pois ela determina a potência que o amplificador entregará aos
falantes, chamada de impedância nominal de carga. Os valores mais comuns são 2, 4 e 8 W.
Analisando o folheto de características de um determinado amplificador, podemos
perceber que a potência que ele fornece a um alto-falante depende da impedância desse falante e
que, para valores maiores de impedância, a potência do amplificador cai sensivelmente.
Verá, também, que existe um valor mínimo de impedância recomendado pelo
fabricante e que a potência máxima especificada só acontece se for conectado a um falante, ou
um conjunto deles, cuja impedância resultante seja aquela especificada como a mínima
suportável pelo amplificador. Assim, um amplificador com impedância mínima de 4 W só
entrega sua potência total quando conectado a um sistema de alto-falantes cuja impedância seja 4
W e entrega uma potência menor a um sistema de 8 W, conforme mostra a figura 8.

8W

100W 4 W 70W

Potência
4W máxima

100W 4 W 100W

Fig.8 - A potência diminui a medida que a impedância aumenta


CURSO PROFISSIONALIZANTE 4
É muito importante conhecer a impedância nominal de carga de um amplificador
para definir o modo de ligação e o tipo de alto-falante que podemos usar. Esta informação
também nos diz que não podemos usar um sistema com alto-falantes cuja impedância seja menor
que a nominal do amplificador. Se ligarmos dois alto-falantes de 4W em paralelo (que significa
2W de impedância) na saída de um amplificador e o mesmo suportar impedância mínima de 4W,
teremos uma sobrecarga que pode causar a queima de componentes do amplificador, como
ilustra a figura 9.

CORRENTE 4W 4W

AMPLIFICADOR 4W

SOBRECARGA

2W

D O
Fig.9 - Impedância abaixo da mínima provoca sobrecarga

H I A
Principais especificações de potência dos amplificadores:

A N
Potência média/RMS - Estas letras são a abreviatura de Root Mean Square (raiz

M P
quadrada da média). Para esta especificação de potencia é gerado um sinal senoidal puro (na
maioria dos casos 1 Khz) na entrada do amplificador, à saída do amplificador é colocado uma

CO
carga resistiva, sendo sobre ela medido o valor RMS da tensão de saída, com uma distorção
harmônica total (THD) máxima igual a 1%.
Com estes dados calcula-se a potência média pela equação de potência da lei de
2
ohm: V
P= Z
Esta é portanto a potência especificada pelo amplificador, popularmente conhecida
como potência RMS.
Durante a medição as normas fazem algumas observações que devem ser seguidas ,
uma delas é que a tensão de alimentação do amplificador (que seja AC ou DC) não pode variar,
tem que se manter constante durante todo o teste.
Sobre as condições dos testes, como tensões, distorções, frequências e etc, são todas
sugeridas pelas normas, e que devem ser seguidas a risca pelo fabricante do amplificador na hora
de efeturar o teste de poptência.
Programa musical - O nome desta especificação já nos diz a que se refere, pois, na
mesma, ao invés de um sinal senoidal, é gerado, na entrada do amplificador, um sinal com
música, ou outro sinal que seja equivalente ao formato da onda da música.
A fórmula é a mesma utilizada na RMS, o que muda é que, aqui, o sinal é bem
diferente de um sinal senoidal puro, como mostra a figura 10.
Como mostra a figura 10, o sinal musical tem uma alternância entre os momentos de
volume mais alto (picos) e outros de volume mais baixo bem maior que o sinal senoidal, por isso,
quando se faz as medidas destas tensões na saída do amplificador com este tipo de sinal, a tensão
é mais alta e, portanto, esta especificação é dada como sendo o dobro da RMS, ou seja, um
amplificador de 100W RMS, se especificado em programa musical, seria um amplificador de
200Watts.
CURSO PROFISSIONALIZANTE 5
Música Senóide

Fig. 10 - Diferença entre um sinal senoidal e um sinal musical.

Sensibilidade de entrada - A sensibilidade de entrada de um amplificador indica o


nível de sinal de entrada que leva o amplificador a sua potência máxima. Esta sensibilidade é
dada em volts, ou em dB.

O
Ex.: Se a sensibilidade do amplificador for de 1V e a sensibilidade da mesa de som

D
for de 0,775V, se forem ligados juntos, o amplificador terá dificuldade em reproduzir a sua

A
potência total.

I
Por causa disso, muitos amplificadores têm ajustes de sensibilidade de entrada.
H
N
Estes ajustes são muitas vezes confundidos com controle de volume, mas, na verdade, eles não

A
são, pois, apesar de quando ajustarmos a sensibilidade poder ocorrer um aumento no volume, isto

volume.
M P
ocorre apenas porque foi ajustado o nível do sinal que chega e não porque ele é um controle de

CO
Obs.: Tornou-se comum os fabricantes de amplificadores fabricarem amplificadores
ditos de ganho constante, denominados assim, pelo fato de terem um ganho de 26 dB (x20) ou 32
dB (x40), independentemente da potência de saída, o que faz a sensibilidade assumir diferentes
valores para diferentes potências. Em resumo, quando selecionamos tal posição, para qualquer
sinal de entrada será aplicado um ganho constante.
Por exemplo, em um amplificador com chave posicionada em 40x, se entrarmos
com 1V, o resultado será 1 x 40 = 40V na saída. Isto pode ser útil quando temos diversas marcas
de aparelhos misturados e de diversas potências diferentes.
Ajustar todos para uma mesma taxa de amplificação significará resultados
idênticos de potência em todos eles, a partir de um mesmo sinal vindo da mesa de som.
Um exemplo pratico do uso desta forma de sensibilidade seria por exemplo, se
tivessemos, para alimentar as caixas de subwoofers, três amplificadores, sendo um de 2.000W,
outro de 2.500W e o terceiro de 3.000W, respectivamente e se todos forem ajustados para
sensibilidade de entrada = +4dBu, então, ao receberem 1,23V na entrada, todos apresentarão
suas potências máximas. Só que as caixas ligadas ao amplificador de 3.000W vão dar mais som
que as caixas ligadas no amplificador de 2.000W.
Por outro lado, se ajustarmos todos os amplificadores para a posição 40X, ao
aplicarmos um sinal igual aos três aparelhos (por exemplo, 1V), teremos a mesma tensão em
cada um deles de 40 volts (1V x 40), o que se traduz que todas as caixas vão receber a mesma
potência.
Pode parecer desperdício de potência (pois na verdade estaremos nivelando por
baixo, trazendo o amplificador de 3.000 para operar igual ao de 2.000W), mas na prática estamos
padronizando as potências e padronizando os resultados, o que, neste caso, pode ser
extremamente útil.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 6
Damping (fator de amortecimento) - O fator de amortecimento, é o parâmetro que
diz o quanto o amplificador tem controle nas oscilações do cone do alto falante,
O que acontece na verdade é que um alto falante quando recebe um sinal do
amplificador ele passa a se movimentar reproduzindo as ondas sonoras , este movimento faz
surgir uma tensão nos terminais de sua bobina e esta tensão retorna para o amplificador
obrigando o mesmo a lidar com este retorno de tensão vinda do alto falante (não há como evitar) .
Lidar com este retorno de tensão representa para o amplificador um esforço bem maior do que
simplesmente fornecer potência, assim ele precisa neutralizar esta tensão ao mesmo tempo em
que amplifica o sinal.
O fator de amortecimento é exatamente esta função que se propõe a neutralizar esta
tensão que caso não seja eliminada faz o amplificador perder o controle das oscilações do alto
falante causando grandes distorções.
O fator de amortecimento é freqüentemente expresso por um numero puro (isto é
sem unidade de medida) como por exemplo 500 @ 8ohm @ 50Hz, isto significa que a
impedância de saída do amplificador em 50hz é 500 vezes menor que a impedância da carga que
no nosso exemplo é 8 ohm.
Portanto a impedância de saída do amplificador (não confunda com a impedância
nominal 2, 4, e 8 ohm) neste caso é de 0,016 ohm, bastante baixo.
Assim o fator de amortecimento é uma maneira indireta de dizer a impedância de

O
saída de um amplificador, ele pode ser medido da seguinte forma: Aplica-se uma tensão senoidal

D
na freqüência desejada à entrada do amplificador e mede-se a tensão de saída com a carga

A
conectada (V1) e sem carga (V0) e aplica-se a fórmula abaixo.
FA =
Vo
H I
N
Vo - V1

A
Ex.: Um amplificador, sem carga, fornece 10V na saída. Com a carga conectada,

P
essa tensão cai para 9,92 V. Qual o fator de amortecimento?

M
CO
Vo 10 10
Resposta: FA = Vo - V1
Þ FA =
10 - 9,92
Þ FA =
0, 08
Þ FA = 125

Amplificadores com fator de amortecimento abaixo de 100 são considerados ruins e


acima de 500 são excelentes. Mas não basta que o amplificador tenha um alto fator de
amortecimento, é preciso saber se o alto falante esta ‘‘sentindo’’ este alto valor de
amortecimento, pois tendo em vista que a resistência dos cabos que interligam ambos,
amplificador e alto falante, influenciam no fator de amortecimento isto deve ser considerado.
Relação Sinal/Ruido - A relação sinal/ruído ou S/N (de signal/noise ) é o parâmetro
que mostra a qualidade do amplificador quanto ao ruído. Se o que nos interessa é o sinal, quanto
menor o ruído, melhor, isto é óbvio. Todos os componentes elétricos produzem um certo nível de
ruído (chiado) inerente. A corrente que corre através dos condutores conduz a movimentos de
elétrons aleatoriamente descontrolados. Por razões estatísticas, esta produz freqüências dentro
de todo o espectro de áudio, quando estas freqüências são amplificadas, o resultado será percebê-
las como ruído. É óbvio que aparelhos eletrônicos não podem funcionar sem componentes.
Mesmo quando componentes especiais de baixo ruído são usados, um certo grau de ruído básico
não poderá ser evitado. Devemos observar que, pela definição:
MAIOR S/N Þ MELHOR
S SINAL
= Þ
N RUÍDO
MENOR S/N Þ PIOR
A especificação da relação sinal/ruído é dado em dB. Relação sinal/ruído acima de
80 dB já é satisfatório, porém as relações sinal/ruído que são consideradas excelentes são aquelas
que apresentam valores acima de 90 dB.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 7
Amplificador de linha - Existe ainda um tipo de amplificador não muito usado em
áudio profissional, mas bastante útil, chamado de amplificador de linha. Este tipo de
amplificador trabalha de forma tal que, quando sua potência de saída é a máxima, a tensão de

D O
saída é de 70 volts (um padrão bastante comum) . Este tipo de amplificador é bastante usado
quando se trabalha com caixas espalhadas com grandes distâncias entre elas e o amplificador. A

I A
perda que temos de potência nos amplificadores normais, numa aplicação assim (com as caixas

H
muito distantes do amplificador) com o amplificador de linha, isto não ocorre.

N
O princípio de funcionamento do amplificador de linha é o mesmo utilizado pelas

A
P
companhias energéticas para transportar energia através da alta tensão.

M
Ex.: Sabendo-se que potência é igual a tensão x corrente (P = E x I ), se fôssemos

CO
transportar 100 watts por uma linha de transmissão, poderíamos enviar uma tensão de 10 volts
sobre uma corrente de 10 Amperes P = 10v x 10A = 100Watts. Mas, poderia-se, também, elevar-
se a tensão para 100 volts e baixar a corrente para 1 ampere P = 100v x 1A = 100 watts. Nos dois
casos foram transportados os mesmos 100 watts, porém, no segundo caso, a corrente foi menor.
Corrente menor significa fios mais finos para transportar a carga, menor resistência dos cabos por
onde circulará a corrente, etc. E é graças a este princípio que, tanto a alta tensão, quanto os
amplificadores de linha, conseguem transportar energia por longas distâncias, sem perdas
significativas.
Neste tipo de amplificador, é necessário ligar um transformador de linha, que é
conectado entre o amplificador e o falante, com a finalidade de transformar os 70 volts do
amplificador em uma tensão adequada para o falante, como ilustra a figura 11.

Amp

Fig.11 - Cada ponto (falante) deve receber um transformador de linha


As características do transformador de linha a ser utilizado que precisamos definir
são as seguintes: potência Pt, impedância do primário Zp e impedância do secundário Zs.
Potência - A potência do transformador deve ser igual a potência do ponto. Pt = Pp
Ex.: se a potência da caixa for 100 watts, esta deve ser a potência do transformador
colocado na mesma.
Impedância do secundário do trafo - O transformador de linha utilizado nestas
aplicações é chamado de trafo. A impedância do secundário do trafo deve ser igual a impedância
nominal do falante (ponto), Zs = Zf.
Ex.: Se a impedância da caixa for 8 ohms, esta deve ser a mesma impedância do
secundário do trafo colocado na mesma.
Impedância do primário do trafo - A impedância do primário do trafo deve ser
2
igual a tensão da linha elevada ao quadrado, dividida pela potência do ponto. Zp = E / Pp.
Ex.: Se a tensão da linha utilizada for de 70 volts e a potência da caixa for 100 watts,
a impedância do primário do trafo será 49 W.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 8
Potência do amplificador - A potência do amplificador deve ser igual à soma
aritmética das potências dos pontos, aumentando-se no mínimo 20% para headroom (reserva)
dos picos de sinais e compensar alguma perda com a fiação que, apesar de pequena em relação a
uma aplicação com amplificadores comuns, ainda pode ocorrer alguma.
Ex.: No caso da figura 11, admitindo-se que cada ponto seja de 100watts, o
amplificador deveria ter potência de no mínimo 720Watts.
Tensão de linha do amplificador - Hoje temos amplificadores de linha com
tensões acima de 70 volts e sempre que a distância entre as caixas e o amplificador for muito
grande, devemos escolher amplificadores com tensões de linha maiores, tendo em vista que,

O
quanto maior a tensão, menor será a corrente e, conseqüentemente, menores serão as perdas. As

D
tensões mais comuns são: 70 volts, que foi a primeira utilizada, 100volts e 210volts. A questão é

A
que, com tensões mais altas, o isolamento da rede precisa ser maior, pois o risco de choques
elétricos se torna maior.
H I
N
Obs.: É importante saber que a maior tensão não encarece o preço do amplificador,
somente a maior potência.

P A
Classe dos amplificadores - A classe de operação de um amplificador diz respeito
M
ao modo como os transistores do estágio de saída operam, visando obter maior linearidade (baixa

CO
distorção) e maior rendimento (aproveitamento de potência).
Existem várias classes de operação de amplificadores, porém neste tópico vamos
tratar de apenas cinco, que são as mais utilizadas na construção de amplificadores para áudio
profissional.
Classe A - Este tipo de amplificador é o que apresenta melhor linearidade (melhor
qualidade), porém o seu rendimento é muito baixo, ficando na prática em torno de 20%, ou seja
de cada 100W consumidos, apenas 20W é transformado em som, o resto é desperdiçado durante
o seu funcionamento. Isto se deve devido os transistores de saída estarem em condução o tempo
todo, ou seja, o sinal é amplificado sem qualquer interrupção. Por isto, é dito que o sinal é
conduzido em seus 360º. Veja a ilustração na figura 12, ela é um diagrama simplificado do
estágio de saída dos transistores de um amplificador classe A.

+V

-V

Fig.12 - Estágio de saída dos transistores de um amplificador classe A

Classe B - Nesta classe é utilizado um par complementar de transistores, ficando


cada um responsável por um semi-ciclo do sinal de saída. Por isto, diz-se que o sinal é conduzido
em apenas 180º. Com isto, o rendimento deste tipo de amplificador pode chegar, na prática em
torno de 60%. No entanto, este tipo é o que apresenta maior distorção, pois na transição de um
transistor para o outro há uma interrupção do sinal de saída, causando a chamada distorção de
crossover.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 9
Esta distorção afeta fortemente os sinais de altas freqüências e baixas amplitudes.
Por esta razão, não se usam amplificadores classe B Pura. Na figura 13, podemos ver, de forma
simplificada, o estágio de saída dos transistores em um amplificador classe B.

+V

Distorção de crossover

D O
I A
-V

N H
Fig.13 - Estágio de saída dos transistores de um amplificador classe B

P A
Classe AB - Esta classe de operação é intermediária à classe A e à classe B.

M
Basicamente, o modo de operação desta classe é o mesmo da classe B (par complementar), sendo

CO
que na classe AB é introduzida uma tensão de polarização nas bases dos transistores, chamada
de Bias, no intuito de minimizar a distorção de crossover, pois a polarização de bias faz com que
cada transistor do par complementar, conduza o sinal um pouco mais que meio ciclo, de modo
que quando um dispositivo assume o sinal o outro ainda está ativo e portanto não existe a
descontinuidade que existe no classe B.
Neste tipo, é dito que o sinal é conduzido mais que 180º, porém menos de 360º (f >
180º < 360°). A qualidade sonora se aproxima da classe A, mas o rendimento energético é bem
maior, chegando na prática a 60%.Veja na figura 14 o diagrama deste estágio classe AB.

+V

-V

Fig.14 - Estágio de saída dos transistores de um amplificador classe AB


Classe H -Nos amplificadores classe H a tensão da fonte de alimentação varia
conforme o sinal de entrada, de forma a só fornecer ao estágio de saída, a tensão necessária ao seu
funcionamento. Dessa maneira a tensão sobre os transistores se mantém, em média, muito menor
do que em um amplificador classe AB.
CURSO PROFISSIONALIZANTE 10
Com isso, reduz-se então a potência dissipada nestes dispositivos, consumindo
então muito menos energia para a mesma potência de saída.

D O
O estágio de saída deste tipo de amplificador é, na realidade, um classe AB, sendo
que a fonte varia "aos pulos", conforme a potência requerida. Em potências baixas, quando a

IA
fonte não chega a comutar, o amplificador classe H se comporta como se fosse um classe AB de
baixa potência.
H
N
As vantagens do amplificador classe H são; menor consumo, menor tamanho e
A
P
menor peso que o classe AB. A desvantagem é a qualidade inferior de áudio, principalmente nas

M
freqüências mais altas, causada pela comutação da fonte, que transparece para a saída em forma

CO
de distorção de transição.
Quanto maior o número de comutações de tensão de fonte, maior é o rendimento
energético e pior é a qualidade sonora. O rendimento deste tipo de amplificador pode chegar na
prática à 80%
Os amplificadores classe H são mais usados, em sistemas de sonorização, para a
reprodução de graves e sub-graves, onde se requerem as maiores potências e também onde os
defeitos da classe H não afetam a qualidade sonora.
Obs.: É preciso deixar claro que os amplificadores classe H não são melhores para
os graves, mas são, realmente, mais econômicos e atendem perfeitamente a necessidade. Veja na
figura 15 o diagrama simplificado do estágio de saída de um amplificador classe H.

+ V2

+ V1
CONTROLE

- V1

- V2

Fig.15 - Estágio de saída dos transistores de um amplificador classe ‘‘H’’

Classe D - Os amplificadores classe D também são conhecidos como


‘‘amplificadores chaveados’’. Isto se deve ao fato dos transistores de saída funcionarem como
‘‘chaves’’, comutando a tensão de alimentação à carga de uma forma bastante distinta, pois a
etapa de potência opera como chaves.
O sinal de entrada é constantemente comparado com um sinal de forma triangular,
gerado pelo próprio amplificador, e de freqüência muitas vezes maior que a máxima freqüência
contida no sinal de áudio (20kHz). Como resultado desta comparação, surge um terceiro sinal de
forma quadrada. A esse procedimento, de comparar o sinal com uma onda triangular e obter uma
onda quadrada, dá-se o nome de modulação por largura de pulso ou PWM, do inglês Pulse
Width Modulation. À primeira vista, o funcionamento destes amplificadores pode parecer um
tanto quanto complexo, mas o princípio é simples como mostrado na figura 16.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 11
+ V1

+ Low
Pass
-

- V2
Fig.16 - Diagrama do estágio de entrada e saída de um amplificador classe ‘‘D’’
O sinal de entrada (o áudio representado pela senóide), depois de comparado com a
onda triangular, obtém-se a onda quadrada, que varia proporcionalmente à amplitude do sinal de
áudio na entrada do amplificador. Esta onda quadrada é aplicada ao estágio de potência
(transistores com chaves), que por sua vez o envia à carga, através de um filtro passa-baixas, que
recuperará a forma de onda original do sinal.
O fato da etapa de potência operar no modo chaveado faz com que o rendimento dos

O
amplificadores classe D possa atingir, na prática, a casa dos 90%, sendo que, teoricamente, o

D
rendimento pode alcançar 100%.

A
No entanto, devido ao seu modo de operação, essa classe é a que apresenta maiores
índices de distorções.
H I
N
No entanto atualmente os fabricantes afirmam que esta distorção, inerente nos

A
amplificadores classe D, estão com índices abaixo da nossa percepção auditiva.

M P
Principio de funcionamento do transistor

CO
O transistor surgiu no ano de 1948 meio que ao acaso. Nesse ano, três cientistas
norte-americanos descobriram um cristal de semicondutores e através deste apresentaram dois
tipos de junções. Nas pesquisas com esse material, os cientistas perceberam que ele tinha a
capacidade de fazer amplificações parecidas com as obtidas com a válvula de tríodo. Dessa
forma, descobriram um novo componente: o transistor.
Ele é basicamente um substituto das antigas válvulas eletrônicas. Sua aplicação é
vantajosa, pois o custo de fabricação é menor e ele gasta menos energia que as antigas válvulas.
Essa descoberta possibilitou um grande avanço na eletrônica, de forma que o
dispositivo passou a ser largamente empregado nos circuitos eletrônicos.
Em razão do avanço tecnológico que esse componente favoreceu, os cientistas que
fizeram a descoberta receberam o prêmio Nobel da Física no ano de 1956.
O transistor tem como todo mundo sabe três terminais, os quais ficam conectados ao
circuito na placa dos aparelhos.
Cada terminal possui um nome que se referente a função que cada um tem na
amplificação do sinal.
Um deles é a base, o outro é o coletor e o outro emissor.
A base é onde recebe o sinal de áudio vindo da entrada do amplificador que é um
sinal alternado.
O coletor como o seu próprio nome sugere ele fica conectado a fonte de
alimentação e coleta corrente de lá, só que é corrente contínua, tendo em vista a corrente de saída
de toda fonte é corrente contínua.
O emissor emite sinal alternado já amplificado para a saída do amplificador que
será ligado as alto falantes.

CURSO PROFISSIONALIZANTE 12
Então o transistor recebe da entrada do amplificador corrente alternada
proveniente do sinal de áudio, da fonte recebe corrente contínua, e através de um processo de
modulação estas correntes são se fundem em um sinal alternado amplificado que é enviado para
o alto falante.
Afigura 17 mostra o transistor e a sua figura representativa com os respectivos
nomes que cada terminal recebe.

2 - Coletor

1- Emissor 3 - Base 3 - Base

2 - Coletor 1 - Emissor

D O
A
Fig.17 - O transistor e a função de cada terminal na amplificação do sinal

H I
A N
M P
CO

CURSO PROFISSIONALIZANTE 13
QUESTIONÁRIO AMPLIFICADORES DE ÁUDIO

ALUNO(A)

1) O que é um amplificador?

2) Quanto ao número de canais, como podem ser os amplificadores?

3) O que nos indica a potência do amplificador?

4) Quais as especificações mais usadas para indicar a potência dos amplificadores?

5) É certo usar falantes com impedância menor que a mínima suportada pelo amplificador?
porque?

6) Como se chama o amplificador muito utilizado quando se usa cabos longos em um sistema de
sonorização?

7) Que impedância terá o primário de um trafo que será usado em uma linha de 100volts, em
uma caixa cuja potência é de 80 watts?
Zp = E2 / Pp

8) Como chama-se a ligação no amplificador que usa inversão de polaridade entre os canais?

9) O que acontece com a potência do amplificador quando ele é ligado em ponte?

10) Qual o valor de fator de amortecimento que é considerado excelente nos amplificadores?

11) Qual a relação sinal/ruído que é considerada excelente nos amplificadores?

12) Qual a classe de amplificador abaixo mais adequada para se ligar os agudos do sistema?
Classe H Classe B Classe AB

13) Dos amplificadores abaixo, qual apresenta maior rendimento?


Classe H Classe D Classe AB

14) Dos amplificadores abaixo qual apresenta melhor qualidade sonora?


Classe H Classe AB Classe A

CURSO PROFISSIONALIZANTE 14

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