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Resumo
O estudante universitário se dedica a inúmeras atividades para a produção de conhecimento e, durante o período pandêmico,
novos arranjos foram impostos no ensino que podem influenciar em sua saúde mental. Objetivou-se compreender as
vivências de prazer e sofrimento, durante a pandemia da Covid-19, em estudantes concluintes do curso de Psicologia de
uma Universidade privada do sul do Brasil, assim como os impactos causados na saúde, através de um estudo descritivo e
qualitativo. Participaram dez estudantes de Psicologia no "final de curso” de uma Universidade privada. Foram aplicados
um questionário sociodemográfico, laboral e de saúde, e uma entrevista semiestruturada. Os dados, tratados através de
análise de conteúdo, identificaram como vivências de prazer: aquisição de conhecimentos, relação com colegas e
professores e possibilidade de estudar de casa. Sobre as vivências de sofrimento, percebeu-se sobrecarga de atividades,
necessidade de adaptação ao ensino remoto, solidão, falta de empatia dos professores e medo pelo fim do curso. Como
impactos na saúde foram observados danos físicos, psicológicos e sociais. Diante do exposto, sugere-se o fortalecimento
de espaços de escuta aos estudantes de Psicologia e a sensibilização de professores e coordenação do curso a respeito da
promoção da saúde mental dos estudantes.
Palavras-chaves: Estudante universitário; Psicodinâmica do Trabalho; Covid-19; Saúde mental; Vivências de
sofrimento.
Palabras clave: Estudiante universitario; Psicodinámica were applied. The data, treated through content analysis,
del Trabajo; Covid-19; Salud mental; Experiencias de identified as experiences of pleasure: acquisition of
sufrimiento. knowledge, relationship with colleagues and teachers,
and the possibility of studying from home. About the
Abstract experiences of suffering, there was an overload of
University student is dedicated to numerous activities for activities, need to adapt to remote teaching, loneliness,
the production of knowledge and, during the pandemic lack of empathy from teachers and fear for the end of the
period, new arrangements were imposed in teaching that course. As impacts on health, physical, psychological
can influence their mental health. This article aimed to and social damage was observed. In view of the above, it
understand the experiences of pleasure and suffering, is suggested to strengthen spaces for listening to
during the Covid-19 pandemic, in students completing Psychology students and to raise awareness among
the Psychology course at a private University in southern professors and course coordination regarding the
Brazil, as well as the impacts caused on health, through promotion of students' mental health.
a descriptive and qualitative study. Ten Psychology
students in the final part of the course at a private Keywords: University student; Work Psychodynamics;
University participated. A sociodemographic, work and Covid-19; Mental health; Experiences of suffering.
health questionnaire, and a semi-structured interview
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Introdução
A saúde mental dos acadêmicos é um financiamento estudantil geralmente iniciam
assunto emergente e notoriamente discutido, sua vida laboral no ensino médio e sua inserção
destacando-se a fragilidade a qual estão no ensino superior acarreta preocupações
expostos que, cada vez mais, ganha visibilidade financeiras durante todo o percurso acadêmico,
midiática e em pesquisas científicas. A inserção muitos sendo os primeiros de suas famílias a
no ensino superior requer uma série de ingressar na educação superior. Em maioria,
adaptações dos estudantes, como, por exemplo, enfrentam dificuldades para dar conta dos
mudança de residência, alterações na rotina, gastos com o curso, mensalidade, materiais,
afastamento da família de origem, inserção em fotocópias, transporte e alimentação, uma vez
estágios profissionalizantes e atividades que muitos se deslocam direto do trabalho para
extracurriculares, demandas laborais e a universidade. Dessa maneira, as expectativas
pessoais, e a exigência decorrente da formação, em concluir o curso superior e receber o
sendo que isto poderá levar a uma sobrecarga e diploma são altas e representam, em muitos
sofrimento. Sinaliza-se que é um público em casos, a possibilidade de um futuro melhor,
que os sintomas de ansiedade, pânico, uma condição profissional com melhor
depressão, fobia, oscilações de humor, e remuneração financeira, reconhecimento social
sentimento de insegurança e perda, destacam- e uma melhor função no mercado de trabalho,
se. Coloca-se, ainda, que é importante que, para logo, é algo que gera uma carga emocional
melhor análise desse cenário, considerem-se considerável nesses sujeitos (Costa, Marques &
aspectos individuais e da história de vida, Ferreira, 2020).
expectativas frente à formação, esforços e
envolvimento com a comunidade acadêmica Não obstante, a pandemia da Covid-19
(Andrade & Pires, 2020; Anversa, Santos, aumentou os impactos psicossociais e requereu
Silva, & Fedosse, 2018; Ariño & Bardagi, ainda mais ajustes desses estudantes após a
2018; Bresolin et al., 2020; Gundim et al., continuidade das atividades de forma remota e
2021; Malajovich, Vilanova, Frederico, com o distanciamento social imposto. Frente a
Cavalcanti, & Velasco, 2017; Oliveira, estas mudanças, os acadêmicos precisaram se
Macedo, & Souza, 2020; Penha, Oliveira & adequar ao novo estilo de aprendizagem, de
Mendes, 2020; Roso, 2018). formato de aulas, de apresentações de trabalhos
e de realização de atividades extracurriculares,
De acordo com Silva (2014), quase que na totalidade modificadas para o
acadêmicos com bolsas de estudos ou modo remoto (Castioni & Melo, 2020;
Morgado, Souza & Pacheco, 2020; Rondini, modalidades de comando, relações de poder e
Duarte & Pedro, 2020; Sunde, 2021). responsabilidade. De acordo com a PdT, a OT
exerce ação sob o trabalhador e impacta em seu
O cenário vigente trouxe alerta para as aparelho psíquico, de modo positivo ou
questões de saúde mental, visto a negativo. Quando não há possibilidade de
potencialização dos sintomas que já eram negociação ou modificação das tarefas, o
experienciados pelos graduandos. Entende-se, sujeito precisa se adaptar às dificuldades do
ainda, que as repercussões da pandemia se contexto de trabalho, para diminuir o
darão por um longo período de tempo. sofrimento, porém, não promove mudanças na
Ademais, somado a isto, o medo de contrair a OT, o que pode culminar em sofrimento
doença, a angústia, o luto, a insegurança frente patogênico (Dejours, 2017). Na perspectiva da
ao futuro, o isolamento, e as mudanças diárias PdT, o trabalho pode gerar tanto vivências de
em suas atividades laborais e pessoais causam prazer como vivências de sofrimento. Assim,
preocupação, sem mencionar agravos pode proporcionar dignidade ou adoecimento
socioeconômicos que levam a dificuldades de aos sujeitos, bem como, promover a
acesso às aulas ((Brooks et al., 2020; Faro et al., subjetivação dos indivíduos, construção da
2020; Furtado & Belém, 2020; Gundim et al., identidade e os processos de saúde e
2021; Gusso et al., 2016; Nabuco, Olivera, & adoecimento mental (Dejours, 2011). A PdT
Afonso, 2020; Sunde, 2021). analisa as relações que acontecem entre os
trabalhadores e a OT, buscando entender
Ainda, por conta dos inúmeros afazeres
aspectos invisíveis dentro das OTs.
desenvolvidos, dedicação à formação, prática
de estágios curriculares e produção de Compreende-se que o trabalho ocupa
conhecimentos, compreende-se que o estudo papel de centralidade na constituição da
pode se caracterizar como uma atividade subjetividade dos trabalhadores, estando para
laboral. Por meio dela o acadêmico busca sua além da mera obtenção de recursos financeiros
inserção na sociedade, sendo necessário para provimento de si e seus familiares. Sendo
questionar como se dão as vivências nesse assim, a identidade pessoal e social das pessoas
espaço, a busca pela satisfação e se molda também a partir desse contexto, e o
reconhecimento social, o exercício de sua trabalho se torna um balizador para a saúde
inteligência prática e criatividade, entre outros; mental (Dejours, 2017; Dejours, 2011; Dejours
de tal modo, foi utilizada a teoria da 2008; Dejours, 2004a; Mendes, 2007).
Psicodinâmica do Trabalho (PdT) para discutir
a relação do trabalhador (acadêmico) com seu Para garantir a compreensão da relação
fazer laboral (estudo), pois se assume que, estabelecida entre o trabalho e o trabalhador, a
irremediavelmente, existe influências em PdT usa da compreensão de vivências de prazer
aspectos da subjetividade desse sujeito (Bernal, e sofrimento (sendo este inerente a todos os
2010; Dejours, 1992; Dejours, 2004b; Peiró, fazeres diante da experiência do fracasso que
1989). surge com adversidades encontradas na OT), e
das estratégias de mediação usadas para
A PdT analisa as dinâmicas ressignificar e transformar o sofrimento em
interpessoais que se dão no trabalho, prazer. No que tange às vivências, aclara-se que
interferindo em aspectos psíquicos do sujeito. elas sempre ocorrem em espaços laborais, pois
Busca entender aspectos subjetivos que o trabalhador se defronta com a realidade e
aparecem a partir das vivências dos indivíduos todas suas minúcias e contradições (trabalho
no contexto de trabalho, assim como as real), ao invés de normas e prescrições ditas a
estratégias que estes sujeitos utilizam frente às eles (trabalho prescrito), e isso faz com que haja
dificuldades que vão surgindo na Organização tensionamento para o uso de sua inteligência
do Trabalho (OT) (Dejours, 1992). A OT é o prática. Porém, a OT, especialmente quando
conjunto de fatores, composto pela divisão de embasada em lógicas dominadoras e
tarefas, conteúdo da tarefa, sistema hierárquico,
exploratórias, abre pouco espaço para trocas e 2020; Marques, 2020; Penha et al., 2020).
construção do trabalhador, gerando Logo, objetivou-se compreender as vivências
sofrimentos que serão enfrentados pelas de prazer e sofrimento durante a pandemia da
estratégias que criam diante disso (Bueno & Covid-19 em estudantes concluintes do curso
Macedo, 2012; Dejours, 2017; Dejours, 2011; de psicologia de uma universidade privada no
Dejours 2008; Mendes, 2007). Sul do Brasil, assim como os impactos
causados na saúde.
As estratégias, que podem ser de defesa
(diminuição do sofrimento sem interferência na Método
causa, o que pode levar ao adoecimento pelo
sofrimento patogênico) ou enfrentamento Trata-se de um estudo qualitativo e
(ações individuais e, principalmente, coletivas descritivo. Nesse delineamento, acredita-se que
que buscam a elaboração e transformação do a realidade dos participantes e suas percepções
sofrimento laboral), auxiliam o sujeito a são importantes à pesquisa, assim, as
manejar o sofrimento ou ressignificá-lo em experiências dos indivíduos vão se
vivências de prazer, capazes de dignificar os manifestando a partir da interação e
sujeitos. Compreende-se que essa dinâmica, aproximação com o pesquisador, que buscará
além de aspectos singulares dos trabalhadores, compreender e interpretar os resultados
influenciará na identidade social, cooperação apresentados pelos sujeitos (Gibbs, 2009;
entre pares, satisfação laboral, reconhecimento, Sampieri, Collado & Lucio, 2013). Na
estruturação e mobilização psíquica, e perspectiva da PdT, a produção de estudos que
processos de promoção de saúde (Bueno & sustentem a utilização de metodologias que
Macedo, 2012; Dejours, 2017; Dejours, 2011; permitam uma escuta e um olhar para a
Dejours 2008; Mendes, 2007). subjetividade de cada participante e a
possibilidade de oferecer a livre expressão dos
Nesse sentido, relata-se preocupação sujeitos são essenciais (Dejours, 2004a).
diante do ambiente acadêmico que se encontra
atualmente, envolto em situações de Os critérios de inclusão utilizados
esgotamento, criticismo, relacionamentos foram: ter mais de 18 anos; ser estudante em
conflituosos, e danos físicos e psicológicos nível de graduação e do curso de Psicologia, a
(Dario & Lourenço, 2018; Moreira, Tibães, partir do oitavo semestre e estar realizando
Ferraz, Ramos, & Brito, 2019; Sunde, 2021; estágio profissional curricular. O contato com
Tundis & Monteiro, 2018). Preocupa-se diante os participantes se deu por meio de convite pelo
das demandas dos graduandos, da relação whatsApp e conseguinte, uns participantes
estabelecida com os professores, da foram indicando os próximos. Esse modo de
competitividade gerada (e estimulada), da acesso aos participantes se caracteriza como
sobrecarga e de vivências de desprazer, bola de neve, considerando que os sujeitos se
sinalizando que a cooperação e relacionamento colocam voluntariamente como participantes,
colaborativo com superior (professor) atuam colaborando com os procedimentos de coleta
como fatores protetivos à saúde (Costa et al., de dados, e indicando outros possíveis
2020; Rezende, 2021; Salgado, Aires, & participantes (Freitag, 2018; Sampieri et al.,
Santos, 2018). 2013). Os instrumentos utilizados foram um
questionário sociodemográfico, laboral e
Logo, este estudo se justifica diante da saúde, e uma entrevista semiestruturada com
baixa produção acadêmica que coloca isto questões norteadoras.
como um fazer laboral, assim como pelo enxuto
número de pesquisas qualitativas sobre saúde O estudo foi aprovado pelo Comitê de
mental, trabalho (estudo) e pandemia, sendo a Ética em Pesquisa da Universidade vinculada
compreensão disto fundamental para se pensar às pesquisadoras sob o parecer de número
nos impactos na saúde mental de graduandos 4.905.037 CAAE: 50295021.0.0000.5344. Os
(Gundim et al., 2021; Lima, Porta, & Silva, procedimentos éticos compreenderam, para
além do parecer favorável à sua execução, a prosseguiu-se com a exploração dos dados e
garantia do sigilo e do anonimato dos sua codificação, ou seja, categorizando os
participantes, de que em qualquer momento conteúdos de acordo com aproximações que
poderiam escolher não prosseguir com a coleta ocorriam tendo em vista os objetivos (vivências
de dados (sendo, portanto, voluntária e não de prazer e sofrimento, e impactos na saúde) –
remunerada), de que tinham conhecimento logo, categorias a posteriori, e se finalizou com
sobre os objetivos da pesquisa bem como de o tratamento dos dados obtidos, interpretando
seus riscos, e assinatura do Termo de tais dados (Bardin, 2011).
Consentimento Livre e Esclarecido. Ademais,
também se assegura o adequado Caracterização das participantes
armazenamento e posterior extermínio de
áudios e transcrições. Participaram dez acadêmicas
concluintes do curso de Psicologia de uma
Em relação aos procedimentos de coleta universidade privada no Sul do Brasil (Quadro
de dados, após procedimentos éticos, iniciou-se 1). Eram mulheres de idades entre 23 e 49 anos,
o processo de contato com os participantes. A em grande parte solteiras e que residiam com
coleta de dados ocorreu durante a pandemia, mãe e irmãos. Elas se encontravam em diversas
entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. A modalidades do estágio obrigatório (início,
partir do aceite dos participantes, realizaram-se intermediário e final) e quatro eram bolsistas de
as entrevistas remotamente, as quais foram iniciação científica.
transcritas para análise.
Todas as participantes faziam ou já
Por fim, quanto à análise de dados, fizeram acompanhamento psicológico em
atribuiu-se um número a cada participante, de algum momento da vida. Duas faziam uso de
um a dez, e seguiu-se a análise de conteúdo medicação para sintomas de ansiedade e
proposta por Bardin (2011). Primeiramente foi depressão. Todas relataram realizar alguma
feita a pré-análise, onde se desenvolveu a atividade de lazer. Quanto a práticas esportivas,
leitura flutuante dos dados obtidos com as quatro mencionaram realizar atividades físicas,
transcrições, criando maior familiaridade com três não praticavam nenhuma atividade e três
o conteúdo a ser analisado, em seguida pararam de praticar após o início da pandemia.
Quadro 1
Principais características dos participantes
Realiza
Realiza
Financi algum
Horas atividade
amento trabalho
dedicadas extracur
Participante Idade ou bolsa não
Semestre ao estágio ricular
(anos) de relacionado
profissional ou de
estudo à
pesquisa
graduação
Não
P1 23 10º 17 horas Sim Não
possui
P2 49 10º 12 horas Pravaler Não Não
PROUNI
P3 29 9º 18 horas Não Sim
100%
P4 28 10º 20 horas Pravaler Não Não
Não
P5 23 10º 16 horas Sim Não
possui
P6 23 9º 13 horas FIES Não Sim
Não
P7 23 8º 20 horas Não Sim
possui
Não
P8 24 8º 20 horas Não Não
possui
Não
P9 24 9º 12 horas Não Sim
possui
PROUNI
P10 26 8º 8 horas Sim Não
100%
Nota. Quadro elaborado pelos autores
Quadro 2
Vivências durante a pandemia
Vivências
Prazer em adquirir conhecimento
Vivências de Prazer Relação positiva com os colegas e professores
Possibilidade de estudar de casa
Sobrecarga de atividades
Necessidade de adaptação ao ensino remoto
Solidão do ensino remoto
Vivências de Sofrimento
Falta de empatia de professores
Medo com a proximidade do fim do curso
Perda do sentido do local de trabalho
Nota. Quadro elaborado pelos autores
Por fim, as discentes P.1, P.2, P.4 e P.6 As vivências prazerosas dos
apontaram que outra vivência prazerosa foi a graduandos são essenciais para seus
possibilidade de trabalhar de suas casas, envolvimentos nas atividades e práticas
especialmente por conta da organização de exigidas pela rotina da graduação e vão
tempo e deslocamento que tinham até então. impactar diretamente em seu desenvolvimento
Em um cenário de crise econômica, a psicossocial, sucesso e continuidade no curso
diminuição de custos pelo home office foi escolhido ou abandono (Almeida, 2019; Osti,
importante para que algumas graduandas se Almeida, Chico, & Oliveira, 2020). O prazer
mantivessem no curso. Sem a exigência da pode ser percebido por meio do
presencialidade e os gastos com combustível, reconhecimento de seu trabalho acadêmico e do
transporte e alimentação, tornou-se vantajoso sentimento de realização frente àquilo que
ter aula de casa. produzem, algo observado quando as
acadêmicas falam sobre se sentirem
“Foi bom, eu consegui, primeiro por gratificadas em aprender sobre suas futuras
questões financeiras, né. Não vamos profissões, obtendo bom desempenho nas
mentir, eu consegui fazer mais atividades práticas, teóricas e atendimentos
disciplinas, consegui descansar mais, realizados nos estágios o que, invariavelmente,
porque antes eu acordava às sete para refletirá na assistência prestada aos pacientes
ir para a universidade e agora eu (Dejours, 2008; Hipólito, Masson, Monteiro,
acordo oito e quinze”. (P.1). & Gutierrez , 2017).
Nesse sentido, outra vivência anunciada plataformas, não ter mais aquela
foi a adaptação aos meios virtuais em um conversa com o professor, é diferente.
cenário de medo e insegurança com o novo Foi triste. Tu tens que dizer ali na
Coronavírus. Algumas discentes (P.3, P.4, P.6, frente de todo mundo, ficar com a
P.7, P.8, P.9 e P.10) contaram sobre o cansaço câmera ligada, falta muito a questão
em ficar tantas horas online, a diminuição do da presencialidade”. (P. 2).
aprendizado, a dificuldade em manter a atenção
nas aulas e o medo da conexão não dar conta Apesar dos modos de aprendizagem
dos aplicativos utilizados para realização das online conseguirem dar continuidade ao ensino
atividades. durante a pandemia, não apaziguaram a
necessidade do contato social. As acadêmicas
“Acho que nessa questão de mencionaram esse período como de dias tristes,
adaptação, algumas coisas eu abri com poucas trocas afetivas ou teóricas
mão. Minha atenção não é a mesma, (Oliveira & Barros, 2022; Osti et al., 2021).
assim o cansaço das tecnologias é Ainda, relata-se que esse sentimento se deu
uma coisa muito forte. A gente tá mesmo estando na presença de outras pessoas,
sempre na expectativa de voltar e como familiares (Oliveira & Barros, 2022).
depois já não tem. Mas sete e meia ter
que estar na frente do computador, As situações conflitivas com
não era algo que fazia sentido e não professores também foram mencionadas pelas
acho que seja a que dê melhores estudantes (P.6, P.7, P.8 e P.10). Relatam
resultados, enquanto aproveitamento atitudes opressoras, com exacerbado destaque a
de alunos”. (P.10). posições hierárquicas que podem levar ao
abuso de poder sobre os alunos. Cobranças,
As mudanças no modo de ensino inflexibilidade diante das demandas e falta de
impactaram a sociedade, os alunos dos mais empatia também foram sinalizadas pelas
diversos níveis de ensino precisaram se entrevistadas. O sofrimento diante dessa
readequar aos novos métodos de aprendizagem vivência foi percebido de maneira intensa.
e a uma nova rotina de estudos, e lidar com as
dificuldades e angústias causadas por isto. “Eu tinha a sensação que, para
Frente ao exposto, a incerteza e o sofrimento alguns professores na faculdade, era
causados pela repentina mudança e rápida um mundo à parte (...) Parecia que tu
adaptação impactou os estudantes em aspectos estava ali nas aulas e não tava
psíquicos e sociais (Osti et al., 2021). acontecendo tudo que estava
acontecendo no mundo. Por falta de
A solidão frente ao ensino remoto sensibilidade de alguns profes, eu
vivenciada pelas estudantes foi um agravante tinha essa sensação, que tu tinha que
de sofrimento. Pelas atividades se darem no continuar produzindo, tu tinha que
espaço familiar, muitas perderam o contato continuar igual, lendo igual, fazendo
com colegas e professores, ainda que com aulas tudo igual, 24 horas por dia, na frente
e grupos por aplicativos se manterem. A do computador pra dar conta da tua
exaustão das telas piorou em muito esse demanda”. (P. 3).
sentimento de solidão.
Percebeu-se com os relatos trazidos a
“Acho que o que foi mais difícil foi o ocorrência de situações humilhantes,
ensino remoto, porque eu também sou constrangedoras e vexatórias nas aulas, o que
assim, falante, eu gosto de interação levou à desmotivação para continuidade do
com gente. Começar a conversar com curso e sofrimento. Cristo e colaboradores
as pessoas através das telas, escrever (2019) destacam que é necessário que os
e mandar as tarefas para os estudantes universitários tenham mais atenção
professores só através das telas, das
modo de possibilitar que todos continuassem exigidas pelo período do curso em que estão:
executando suas atividades laborais, o home
office acabou impactando a saúde psíquica dos “No outro semestre eu tinha muita dor
trabalhadores (Randow, Tules, & Oliveira, de cabeça, muita enxaqueca. Eu acho
2021). que era disso assim, do estresse, de
produção, de ter que produzir, e ter
Diante as falas das participantes, que estar o tempo todo lendo, o tempo
percebe-se que se sobressaem as vivências de inteiro na frente do computador”.
sofrimento, geradas pelo intenso envolvimento (P.8).
com as demandas e pressões do cotidiano
acadêmico, o que pode ser agravado pelas A insônia se destacou como uma
questões individuais e pessoais de cada uma consequência do estresse, da ansiedade, das
(Anversa et al., 2018; Dejours, 2011; Oliveira preocupações com o fim do curso e início da
et al., 2020). Assim, evidencia-se a necessidade carreira profissional, e das repercussões da
de se pensar nos impactos disso na saúde das Covid-19. Percebeu-se que a insônia contribui
graduandas, assim como pensar em alternativas para o aumento do cansaço, visto que as
de cuidado. participantes tiveram menos horas de sono,
aliadas à sobrecarga e à intensa rotina de
Impactos na saúde ocupações da graduação.
Sobre os impactos na saúde, Observa-se que a imensa demanda
destacaram-se, neste estudo, alguns danos acaba causando somatizações, dado que a
importantes. Eles foram divididos em três sobrecarga de demandas e o estresse psíquico
subcategorias: danos físicos, danos provocam o adoecimento do corpo. Ainda,
psicológicos e danos sociais. frente a essas consequências, algumas podem
acabar fazendo uso de medicações e/ou álcool,
Na primeira subcategoria, considerou- agravando os danos existentes (Marques, 2020;
se as consequências geradas no corpo das Oliveira et al., 2020; Penha et al., 2020).
estudantes, os danos físicos frente às vivências
acadêmicas durante a pandemia, mencionados Na segunda subcategoria foram
por P.3, P.5, P.6 e P.10. Foram eles: dores na observados os danos psicológicos, relatados
coluna, dores de cabeça, insônia e cansaço. As por P.3, P.4, P.5, P.6, P.7, P.8, P.9 e P.10. Tais
dores na coluna foram associadas ao excesso de danos trouxeram sofrimento emocional às
tempo na frente do computador, à necessidade acadêmicas, evidenciando-se: ansiedade, crises
de trabalhar intensas horas na mesma posição de pânico, estresse e esgotamento mental. É
devido às aulas remotas, às exigências do importante mencionar que das 10 participantes
período final de curso e às atividades de do estudo, sete estavam em acompanhamento
estágio, como atendimentos, supervisões e psicoterapêutico, três já haviam realizado e
seminários. uma estava em tratamento psiquiátrico.
“Foi bem difícil, eu tenho problema de A ansiedade foi trazida pela maioria das
coluna e daí foi difícil, porque dói participantes. Algumas estudantes
muito minha coluna e eu fico muito mencionaram a potencialização da ansiedade a
tempo sentada. E aí, comecei a ficar partir da pandemia e relataram ter desenvolvido
mais tempo sentada ainda, com a crises de pânico após isto. De acordo com as
pandemia”. (P.3). participantes, exigências, autocobrança,
exageradas horas dedicadas à produção
As estudantes relatam sentir dores de acadêmica, atividades desempenhadas nos
cabeça pelo excesso de telas, por óbvio locais de estágio profissional e as angústias
ampliado no ensino remoto. Ainda, associaram causadas pela Covid-19 foram associadas a
às intensas demandas de leituras e atividades quadros de transtornos ansiosos:“eu tinha
crises de pânico intensas, assim de uma hora sociais foram analisados. Identificou-se que as
passando mal, achando que ia morrer, muito acadêmicas acabam transferindo angústias da
horrível” (P.4). graduação para familiares, ocasionando
situações conflituosas (conflito trabalho-
O estresse foi relatado pelas família), e tiveram dificuldade para se
participantes de forma acentuada, relacionar com novas pessoas, reforçando o
principalmente quando relacionado ao período isolamento e a solidão.
de conclusão do curso. Além disso,
modificações por conta da Covid-19, “Quase deu separação aqui em casa,
preocupações para conciliar demandas pessoais porque eu ficava muito estressada e é
e acadêmicas, e cansaço foram agravantes do uma coisa minha também, me
estresse, com sintomatologias de esgotamento preocupar muito e ficar pensando
mental, pensando-se na hipótese de naquilo. E, sabe, não estar bem
desenvolvimento de Burnout. enquanto não resolver! E na
universidade tu sempre tem coisas pra
“Esse momento da pandemia, nesse fazer, sempre tem coisa atrasada.
final de curso juntou duas coisas nada Então isso me demandava muito e eu
agradáveis, então foi muito acabava muito frustrada e
complicado as aulas EAD, a falta de descontando em casa. E a relação
poder conversar, eu me senti muito ficava muito difícil, ou tava em casa
isolada. Eu tava muito acostumada a estudando, ou reclamando que devia
sair, conversar com os colegas, foi estar estudando”. (P.10).
bem difícil, estressante”. (P.9).
Além disso, as acadêmicas relataram
Frente aos relatos trazidos pelas sobre a dificuldade em se desconectar das
estudantes, ficou evidente o impacto dos danos atividades acadêmicas durante feriados e finais
psicológicos nessas graduandas. Isto coaduna de semana, atrapalhando o convívio social,
com a literatura existente sobre a temática, já afetivo e laboral. Pensa-se que isto pode ter sido
que a mesma sinaliza que graduandos algo ainda mais recorrente diante da perda de
demonstraram considerável sintomas um espaço laboral (universidade) próprio, pois
psiquiátricos, com intensificação no período na pandemia este se fundiu ao espaço familiar
pandêmico que trouxe cancelamento de e de descanso.
atividades presenciais. Esses aspectos aliados
aos decretos de emergência, ao medo de O distanciamento social, das atividades
contrair o vírus e morrer ou contaminar entes estudantis e laborais, foi um fator negativo que
queridos, a angústia frente a ausência de potencializou ainda mais esses danos (sociais)
medicações e leitos e outros, acentuaram e os psicológicos - visto humor rebaixado,
sintomas de ansiedade, depressão e estresse raiva, insônia e irritabilidade (Brooks et al.,
(Fogaça, Arossi, & Hirdes, 2021; Maia & Dias 2020; Ornell, Schuch, Sordi, & Kesller, 2020).
2020). Assim, percebe-se que os resultados Nesse estudo, relataram dificuldade de manter
dessa pesquisa conseguiram contribuir à lacuna relacionamentos existentes e de buscar novas
existente sobre vivências de estudantes redes de suporte social.
universitários(as), principalmente com a
emergência da pandemia da Covid-19, Eu acho que acabei me tornando um
sinalizando aspectos que necessitam de um pouco introvertida nesses últimos dois
olhar mais atento frente à fragilidade desse anos e então eu acho que eu tô com um
público (Guimarães, Mesquita, Moraes, & pouco mais de dificuldade de me
Barbosa, 2020; Leão ,Gomes, Ferreira, & relacionar com as pessoas, eu tenho
Cavalcanti, 2018; Penha et al., 2020). percebido. E, até gera uma certa
ansiedade, de ter um certo contato
Na terceira subcategoria os danos social e eu acho que é uma das
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- Kamila Nunes Pires: Psicóloga Clínica, bacharel em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
UNISINOS, Pós-graduanda em Teoria Psicanalítica e Clínica Psicoterápica pelo Contemporâneo Instituto de
Psicanálise e Transdisciplinariade - CIPTPPOA, especializanda em Psicologia Clínica pela Instituição de Ensino
Dom Alberto e Colaboradora voluntária no grupo de Pesquisa LaborClínica - UNISINOS.
- Janine Kieling Monteiro: Bacharel em psicologia (UFRGS), mestra e doutora em Psicologia (UFRGS). Professora
da graduação de Psicologia da UNISINOS e dos PPGs de Administração, Enfermagem e Psicologia (UNISINOS).
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
- Vanessa Ruffatto Gregoviski: Bacharel em psicologia (UPF), especialista em saúde mental (UNISINOS), mestra
em Psicologia Clínica (UNISINOS), e doutoranda no PPG de Psicologia da UNISINOS (bolsista CAPES).