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Lumina e o Meia-luz
Acordei no dia seguinte em meio à mata com aquele pequeno lobo lambendo
o meu rosto. Quando levantei, senti algo diferente, como se fosse um peso em
minha cabeça e percebi que aquelas… galhadas? Chifres? Que também… brilham?
Ainda estavam em minha cabeça. Até hoje tento entender tudo isso, mas as únicas
coisas que eu sei é que eles não sairiam tão cedo e minha pele estava
extremamente pálida.
Lumina acordando desnorteada com o Meia-luz
No mesmo dia, voltei para a vila. Quando cheguei, pálida, com chifres e um
lobo nos braços, foi um alvoroço. Algumas pessoas me olhavam com verdadeiro
terror nos olhos. Outras me admiravam com curiosidade e um tanto animadas. As
demais se ajoelharam ao me ver, em uma espécie de devoção à Protetora. Voltei
para a casa dos meus pais e expliquei o que aconteceu. Voltei a viver em
sociedade, mas com alguns trejeitos um tanto estranhos causados ou pelo
isolamento, ou por eu estar… diferente. A mensagem que eu recebi, supostamente
da Protetora, foi divulgada e correu por Ventoleste, causando tumulto, mas fazendo
nosso povo se preparar, pegando em armas bravamente para proteger o que estaria
por vir.
Eventualmente, um grupo enorme de caudilhos invadiu o vilarejo. Era, sem
dúvidas, impossível vencê-los. Foi uma carnificina sem a menor chance para nosso
simples povo, que se armou com armas modestas e, os que não possuíam-as, com
ferramentas de trabalho. Meus pais foram mortos, meus amigos e todos os que eu
havia conhecido naquele vilarejo.
Não sobrou ninguém, exceto por Mirana, uma elfa da floresta extremamente
alta que vivia no vilarejo há muitos anos. Ela é a guardiã de Ventoleste e, também,
minha companheira. Juntas adotamos uma pequena sobrevivente que encontramos
nos escombros do vilarejo. Chamamos-a de Violeta por conta de seus cabelos
únicos. Também temos o Meia-luz do nosso lado, olhando por nós e cuidando de
Violeta quando necessário. Felizmente, o ferreiro de Ventoleste também sobreviveu.
Nunca fomos próximos, mas todo mundo conhecia e respeitava-o.
Ainda tentamos nos recuperar disso tudo, mas ao menos sinto que ainda
tenho algo parecido com uma família. Tenho esperança que iremos nos restabelecer
e encontrar justiça, mas por enquanto precisamos apenas sobreviver.
Lumina, Mirana e Meia-luz