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o NOTAS E COMENTÁRIOS

CANAIS DE EXPORTAÇÃO DO
CALÇADO BRASILEIRO



• MARCOS AURÉLIO MAZOCATO U ma pesquisa efetuada no segundo semestre
de 1988,junto às 30 maiores empresas expor-
tadoras de calçados femininos de couro, produzi-
Mestre em Administração pelo Programa de
Pós-Graduação em Administração da Universidade dos no Rio Grande do Sul, enfocando aspectos
Federal do Rio Grande do Sul e funcionário do Depto. mercadológicos e de canais de distribuição,
de Promoção e mercados da CACEX. constatou o seguinte: Essas empresas exportaram
durante o ano de 1987, acima de US$ 4.500.000
cada uma, e representaram, em conjunto, um vo-
lume efetivo de US$ 410.000.000.00em calçados,
RESUMO: Neste texto o autor descreve a estrutura de
correspondendo à 60% do total do produto
comercialização das exportações de calçados femininos,
brasileiro exportado. A maior delas comercializou
de couro, produzidos no Rio Grande do Sul e indica
com o exterior mais de US$ 50.000.000,durante o
segmentos do produto que não estão sendo
ano focalizado.
aproveitados pela indústria calçadista brasileira, tais
como os produtos para desportos e os calçados de vinil RETROSPECTIVA
e plástico.
No início da década de 60, apenas duas das'
PALAVRAS-CHAVE: Marketing, planejamento empresas pesquisadas realizavam exportações. O
estratégico, canais de distribuição, exportação, total de calçados brasileiros exportados,então, era
calçados, negociação, sinergia. de pouco mais de 100.000pares anuais, de todos

Revista de Administração de Empresas São Paulo, 29(4) 71-81 Out./Dez. 1989 71


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os tipos, e o preço médio alcançava cerca de US$ 1987, tendo ultrapassado US$ 8.00, em novembro
1.00por par. de 1988(2).
Com o deslocamento da força de trabalho O preço praticado pelas empresas pesquisadas
norte-americana para a produção de artigos de apresentou, em 1988,uma variação entre US$ 4.00
maior valor agregado, tais como máquinas e e US$ 17.50, e um preço médio mínimo de US$
equipamentos, houve um desinteresse pela 7.18 e máximo de US$12.03.
produção de calçados, o qual necessita intensiva- As empresas exportadoras encontravam-se, na
mente de mão-de-obra. ocasião da pesquisa, fundamentalmente voltadas
Os atacadistas norte-americanos procuraram, para a produção. Concentravam seus esforços
em outros países, fornecedores para atender às basicamente no aprimoramento da qualidade do
necessidades de consumo de seus clientes. produto e desenvolvimento dos recursos
A Itália, principal fornecedor norte-americano, humanos de que dispunham, proporcionando aos
não tinha condições de suprir a intensa demanda intermediários a execução dos serviços aos
ocasionada, ao passo que o Brasil iniciava seu clientes.
modelo exportador, e ao mesmo tempo as Por essas razões, na região produtora,
indústrias brasileiras apresentavam capacidade atualmente existem mais de duas centenas de
ociosa, resultante de retração do consumo interno. agentes de exportação que prestam serviços de
Surgiu, assim, uma oportunidade muito impor- desenvolvimento de produtos, acompanham o
tante para a história das exportações brasileiras fluxo de produção diário dentro da própria
de manufaturados, que colocou o Brasil, ao lado empresa e, lá mesmo, realizam, em nome do
da Taiwan, Itália e Coréia como um dos principais comprador-intermediário, o controle de
fornecedores mundiais de calçados que em 1988 qualidade do produto encomendado.
aproximou-se dos 130.000.000 de pares expor- p-: capacidade de produção dessas empresas
tados, gerando divisas de US$ 1.200.000.000,que vana de 3.000 a 27.000 pares, com uma média de
representam quase 5% do total das exportações 11.000pares por dia.
brasileiras?' . O número de empregados, por empresa, está
O produto calçado, do ponto de vista merca- entre 500 e 6.500, com uma média, nas 30
dológico, apresenta características particulares em empresas pesquisadas, de 2.188empregados.
função de ser um artigo complementar do ves- O volume mínimo desejado pelos exportadores
tuário, rapidamente perecível, mutável e marcado para realizar uma negociação é, em média, 22.600
por fatores subjetivos muito fortes pelo modismo, pares por pedido novo, sendo que os parâmetros
principalmente no segmento feminino. mínimos exigidos ficam entre 1.500e 50.000pares,
Existem, basicamente, dois períodos de por pedido. (Pedido novo corresponde a uma
comercialização, bem diferenciados - o verão e o encomenda inicial que representa para a empresa
inverno -, quando os produtos são caracte- um investimento em vários insumos e materiais
rizados em função do benefício que devem pro- de produção específicos para atender àquela
porcionar aos consumidores. E duas meias-esta- encomenda, tais como navalhas de cortes de
ções, que não requerem necessariamente couro e formas necessárias para a produção do
desenvolvimento de produtos específicos para os lote negociado.)
usuários. Para proporcionar condições de produção a
No aspecto qualidade, existem limitadas uma linha de calçados são necessários, no míni-
alternativas que consistem na utilização de ma- mo, 500 pares de formas a um custo de cerca de
US$ 12.00 o par, as quais podem ser encomenda-
teriais sintéticos ou naturais. Muito embora haja
das às empresas especializadas e são produzidas
preferência pelos insumos naturais, atualmente
em madeira ou sintéticos.
observa-se uma forte tendência de crescimento na
Os prazos de entrega dos pedidos, a partir da
participação dos produtos sintéticos, em decor-
formalização da encomenda, variam de 45 a 90
rência da evolução desses materiais, que se
dias. Em média, 68 dias.
tornam cada vez mais semelhantes aos naturais.
Existem épocas de picos de demanda, durante
Isso ocorre não só em seus aspectos visuais,
o forte período de comercialização final do
mas, também, pelas qualidades de maleabilidade,
flexibilidade, densidade, maciez, impermea-
bilidade, enfim, por todo o conforto que o 1. !3ANCO DO BRASIL S.A., CARTEIRA DE
produto possa proporcionar ao consumidor. COMERCIO EXTERIOR, DEPEC-Departamento de
O preço do produto exportado, nas séries Estatística em Comércio Exterior, Rio de Janeiro.
históricas, apresenta uma evolução média da 2. ADICAL/U.S. Footwear Retailers Imports (dados
ordem de US$ 1.00, em 1964, para US$ 7.90, em disponíveis até novembro/88).

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produto, quando ocorrem "reordens" (repetições unidades de aquisição de couros e de bene-


de pedidos) face ao sucesso de um determinado ficiamento em curtumes próprios, fábricas de
modelo junto aos consumidores finais. insumo - tais como colas e solados sintéticos -
Das empresas pesquisadas, uma única e, no mercado interno, lojas de varejo que
comercializa grande volume de produtos com sua comercializam produtos seus e de terceiros.
própria marca - 60% de sua produção. Outras Essas empresas maiores têm mais de 6.000
quatro empresas comercializam produtos com empregados.
marca própria em percentuais que variam de 5% Essas empresas, apresentam concentrações
a 20% de suas capacidades de produção. regionais nos seguintes pólos: Vale do Rio dos
As demais, basicamente, produzem artigos Sinos, no Rio Grande do Sul; Franca, Birigui e [aú,
com marcas de grandes atacadistas, represen- em São Paulo; Juiz de Fora e Belo Horizonte, em
tando, esse grupo, cerca de 85% da amostra. E Minas Gerais; e São João Batista, em Santa
12% comercializam com marcas de terceiros, isto Catarina.
é, produtos adquiridos pelos atacadistas com O Rio Grande do Sul concentra as maiores, que
marca de varejistas. respondem por mais de 60% das exportações de
A forma de pagamento negociada nas calçados brasileiros e se voltam especialmente
exportações de calçados divide-se em, fundamen- para a produção de calçados femininos de couro?'.
talmente, duas modalidades: cobrança e carta de No mercado interno, algumas dessas empresas
crédito representando 41% e 59% das operações, acham-se muito bem posicionadas dentro da
respectivamente. filosofia de marketing, que preconiza o avanço
As agências de exportação, no caso do calçado da indústria produtora em direção do con-
brasileiro, constituem-se no principal elemento sumidor final, exercendo funções cada vez mais
facilitador da negociação das exportações do amplas no canal de distribuição, procurando
produto, principalmente para o mercado norte- situar-se cada vez mais próximo do cliente final,
americano. não só com a finalidade de reduzir custos mas,
A maioria delas não adquirem título e posse do principalmente, procurando, o mais rapidamente
produto, unicamente realizando as tarefas de possível, obter informações sobre o desempenho
agenciadores dos negócios. Algumas operam de dos produtos e sobre os gostos e hábitos dos
ambas as formas, adquirindo o produto para, em consumidores, para, antecipando-se à concor-
seu próprio nome, realizarem exportações, e rência, oferecer os melhores produtos para
também agenciando operações que serão satisfação dos clientes.
efetivadas em nome do próprio fabricante. No mercado externo, toda a tarefa de pesquisa
Trading companies e empresas comerciais- de mercado, identificação de tendências da moda,
exportadoras são os agentes intermediários que identificação de mudanças de hábitos está a cargo
assumem a propriedade dos produtos para do grande atacadista ou grande agente de
revendê-los no mercado externo. Essas empresas importação norte-americano que, muitas vezes,
operam, principalmente, com os pequenos e pode estar associado a redes de varejo, lojas de
médios fabricantes, aos quais, além de encomen- departamentos ou trading companies.
das, também transferem apoio financeiro para
aquisição de materiais e informações técnicas de
produção.
o COMPOSTO MERCADOLÓGICO
Agentes, pois, sejam tradings, comerciais-
exportadoras ou agentes importadores/expor- a) Produto: um ponto de vista de exportação
tadores, pelo conjunto de funções que exercem,
pelo volume de mercadoria que agenciam ou A criação e o desenvolvimento do produto
comercializam e pelo poder que detêm, consti- "calçado" compreende uma série de atividades
tuem-se no principal elemento de ligação do canal que vão desde a previsão de tendências da moda
de exportação do calçado brasileiro. e do volume a ser comercializado até a compra de
matéria-prima e a organização da mão-de-obra
o MARKETING E A ESTRUTURA para a produção.
DA INDÚSTRIA Todas essas atividades envolvem a utilização
de várias entidades especializadas, entre as quais
A indústria brasileira de calçados é atual- podemos destacar:
mente composta por mais de 4.000 empresas,
cujo tamanho varia desde pequenos ateliers com
produção artesanal, até grandes empresas 3. BANCO DO BRASIL S.A. Revista CACEX. Rio de
extremamente verticalizadas que contam com Janeiro, no. 1066, p.5.

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ENTIDADES ATIVIDADESESPECIALIZADAS

AGÊNCIAS IMPORTADORAS - Pesquisam tendências da moda


- Identificam gostos
- Criam modelos
- Negociam pedidos com atacadistas e varejistas
- Oferecem serviços pós-vendas
- Acompanham o desempenho de mercado
- Passam informações aos agentes exportadores

ATACADOE VAREJO - Determinam quantidades


- Fazem testes de mercado
- Sugerem preços às agências/fábricas
- Compram grandes quantidades
- Vendem pequenas quantidades
- Estocam/ armazenam
- Determinam prazos e períodos de comercialização
- Ampliam o produto através de marcas
- Estabelecem pontos de vendas

AGÊNCIAS EXPORTADORAS - Recebem informações dos Agentes Importadores


- Negociam com o fabricante
- Acompanham quantitativamente a produção
- Acompanham qualitativamente a produção
- Dão assistência técnica ao fabricante

FABRICANTES - Instalam capacidade de produção


- Compram matéria-prima
- Organizam e desenvolvem mão-de-obra
- Desenvolvem métodos de produção
- Confeccionam amostras
- Confeccionam os produtos

FEIRASINTERNACIONAIS - Agrupam atacadistas, varejistas e agentes em


locais privilegiados (hotéis), onde são realizadas
negociações de grandes volumes de calçados.

O produto calçado é classificado como um passar por um processo de ajuste, e o setor de


artigo de escolha para o consumo, altamente compras, que deverá abastecer os estoques da
concorrido, altamente substituível, tanto em empresa com os materiais necessários à produção.
função de qualidade como de modelagem, que O desenvolvimento e a modelagem do calçado
tem um ciclo de vida extremamente curto como produzido pelas indústrias brasileiras para expor-
todos os artigos de moda e é totalmente tação, em 91 % dos casos, são realizados pelo
dependente de estação climática, quando o importador ou pela agência de exportação; apenas
processo de identificação do que será consumido 9% das indústrias desenvolvem produtos próprios.
e a oferta mais abrangente possível de As especificações do produto, previamente
alternativas são fundamentais para os varejistas. negociado entre agentes e importadores, são
Para o fabricante, a constante alternância de alteradas em 87% das negociações entre os
modelagem representa um custo significativo, primeiros e os fabricantes, com o objetivo de
principalmente em duas áreas da indústria: a ajustar o produto aos preços praticados pela
linha de produção, que a cada novo produto deve indústria.

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Somente 13% das negociações entre agentes e dos mais diversos portes, e o processo de decisão
fabricantes ocorrem sem modificações em itens do do preço dá-se em um mercado de concorrência
modelo original. Basicamente, esse processo visa perfeita.
a alterar insumos e materiais corno partes internas Há épocas de muita demanda por produtos,
(forro e palmilhá), com o objetivo de ajustar o que determinam um acréscimo nos preços
preço do produto. praticados pelos fabricantes e, da mesma forma,
A qualidade pode ser entendida tanto do ocasiões de baixa procura, quando fabricantes
ponto de vista dos insumos utilizados na fabri- produzem abaixo de seu nível de lucro,
cação do produto, corno da mão-de-obra mais ou simplesmente com o objetivo de manter suas
menos qualificada empregada na sua confecção. unidades fabris em funcionamento.
Existem modelos que podem ser produzidos pela Em regra, a tradição que é mantida pela
montagem de poucas peças distintas, corno maioria das empresas proporciona um nível
cabedal, solado, salto e forro, incorporando pouca satisfatório de negócios perenes entre fabricantes
mão-de-obra. Outros recebem tratamento em e agentes exportadores.
ateliers com alta incidência de mão-de-obra, corno
costuras especiais e trançados. Dessa forma, a dPromoção
qualidade é função tanto dos insumos corno cou-
ro e colas, corno da habilidade dos artesãos que Toda a atividade promocional do calçado é
fazem as costuras e outros trabalhos artesanais, realizada pelos intermediários de ponta do canal
corno os trançados. de distribuição, ou seja, os atacadistas e varejistas.
Os termos internacionais de comércio Os fabricantes não participam dessas atividades,
utilizados pela indústria calçadista exportadora principalmente considerando-se que os produtos
do Brasil são, em 90% dos casos, FOB (livre a exportados raramente são comercializados no
bordo) e, fundamentalmente, para os embarques varejo com marca do fabricante.
destinados ao mercado norte-americano. Observa-se que no início do canal o produto
Em 10% das situações são negociados termos tem um preço que embute apenas custos e lucro
C&F (custo e frete), e ocorrem nas exportações à do fabricante, e comissão do agente de exportação
Europa. As operações estabelecidas em termos ao nível de US$ 7.00, enquanto que no varejo é
CIF (custo, seguro e frete) perfazem 0,15% do oferecido por US$ 27.00(4).
total negociado e, também, ocorrem em operações O ciclo de vida do produto também permite
com países europeus. explicar esse afastamento do fabricante em rela-
As formas de embarque utilizadas pelos ção aos aspectos mercadológicos promocionais do
exportadores são, em 83% dos casos, por via produto, pois, sendo um artigo altamente pere-
marítima. A incidência de 17% das exportações cível (três meses de comercialização no varejo),
por via aérea implica duas situações distintas: com a proximidade da mudança de estação
quando ocorrem atrasos de produção e as climática, os varejistas devem rapidamente
despesas adicionais de frete são assumidas pelos vender seus estoques para poderem armazenar os
fabricantes, situação em que há urna grande novos artigos que deverão oferecer no período de
redução do lucro da operação, ou quando o comercialização seguinte.
importador reordenou um pedido inicial, em
meio a época de comercialização, e necessitando d) Distribuição Física
com urgência da mercadoria em seus estoques,
Na distribuição física do produto, o fabricante
assume os custos do transporte aéreo.
deve preocupar-se em cumprir rigidamente os
b) Preço prazos estabelecidos na carta de crédito, entregan-
do o produto aos prepostos dos importadores,
O preço do calçado é inicialmente estabelecido que providenciam a contratação de navios para o
pelo atacadista ou varejista norte-americano ao transporte e o seguro das mercadorias. Se o prazo
escolher os modelos que lhe são apresentados em não for cumprido, deverá o fabricante, às suas ex-
feiras de amostra. A partir dessa informação pensas, providenciar o frete aéreo da mercadoria,
inicial, são realizadas negociações entre agentes e para não perder o negócio totalmente mas, evi-
fabricantes, que deverão encontrar um preço de dentemente, seu lucro ficará bastante reduzido.
consenso. Isso pode ser explicado, novamente, pelo ciclo
A negociação ocorre em função de volumes, de vida do produto: por maior que seja o sucesso
especificações, incidência de mão-de-obra e
oportunidade. O mercado produtor brasileiro é
composto por um grande número de empresas 4. REVISTA Exame, 26.12.88, p.87.

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de um modelo junto ao público consumidor, sua quer produto, pelas vantagens 9ue proporciona
fase de comercialização não durará mais de três ao reduzir o esforço dos consumIdores para loca-
meses; assim, é necessário proceder com urgência lizar o produto desejado.
na entrega da mercadoria. Uma grande loja de departa~e~tos, um s~op-
ping, contêm num mesmo local vanas alter~ahvas
O CONCEITO DE MARKETING NA de escolha de um produto para um consumidor,
EXPORTAÇÃO DE CALÇADOS Dessa forma, alguns fatores que determinam a
preferência de u~ consumi.dor ~~r ,de~erminado
o conceito de marketing, aceito pelos produto são perfeitamente IdenhfIc~veIs por ~~
principais autores, tem por definição o atendi- observador mais atento: a comodidade, a fácil
mento, da melhor forma possível, dos desejos dos
localização, a própria presença do produto em
consumidores e ensina as empresas a produzirem
locais visíveis que geram impulsos de compra.
para suprir as necessidades dos mercados. Estra-
Entretanto, outros fatores como a atualidade do
tegicamente, pode-se entender que as empresas
produto, sua facilidade em complementar u,?1
devam procurar caminhos de acesso a seus c?n- conjunto de vestuário (para o caso do calçado) sao
sumidores de forma eficiente, eficaz e efetiva
tarefas que só podem ser elabora~as por
como, por exemplo, com o aprimoramento dos
especialistas que constantemente se at~ahzam no
serviços acoplados aos produtos, os melhores se~- desenvolvimento dos fatores determinantes -
viços pós-vendas, a criação de canais de comum-
isto é, inovações da tecnologia e da moda,
cação que, no menor prazo possível, forneçam
comportamento dos segmentos de renda de cada
feedback aos fabricantes sobre o desempenho dos mercado - e, pelo desenvolvimento de um
produtos. . . feeling que permita antecipar co~. algum.a
Essas informações permitem, por meio de
precisão o que será consumido nos proxImos seis
ajustes e desenvolvimento, a mais ampla forma
meses ou um ano.
de satisfação do consumidor na utilização do Essas atividades, entre outras, permitem o
produto. conhecimento do comportamento do consumidor,
Por uma questão logística, .as inf.on:~la.ções a identificação dos diversos segmentos de
chegam aos fabricantes de maneira mais rápida e
consumidores e a constante atualização do
pura quanto mais próximo o fabricante es.tiver do
produto.
cliente; e mais demorada, filtrada ou manipulada,
Um exemplo da preocupação que os produto-
quanto maior for a distância entre eles. Em outras
res devem ter no posicionamento de suas funções,
palavras, quanto menos intermediários houver
estrategicamente cada vez mais próximas do :o~-
em um canal de distribuição, mais rápida e sumidor final, pode ser encontrado na descnçao
eficiente será a comunicação entre consumidor e de O Estrategista em Ação<S),que relata a estratégia
fabricante, e mais rapidamente o produto poderá
de comercialização de empresas japonesas no co-
ser aperfeiçoado. mércio exterior:
No caso do calçado produzido no Brasil para A sabedoria dessas' corporações está na forma
1/

exportação, vemos a grande maioria d_as


seqüencial como empregam seus recursos de
empresas voltadas unicamente para a pro~uçao. marketing". Após a comercialização inicial através
Preocupadas tão somente com o desenvolvlI~er:to de trading como marca de terceiros, uma vez
de como fazer, aos menores custos posslvels, convencidas da qualidade e baixo custo de fabricação
deixam para os intermediários todas as decisões
dos seus produtos, elas vão superando ~s deficiências
mais próximas do cliente final, ou seja, o que
do seu marketing e gradualmente dispensando o
fazer, quando fazer, para quem fazer, quanto fazer
trabalho das 'trading companies', em primeiro lugar,
e a que preço fazer.
Dessa forma, todas as potencialidades dos
depois =: distribuidoras e, por fim, das fornecedoras
de marcas.
mercados e dos produtos são exploradas por
intermediários que, não só desempenham todas MERCADOS MUNDIAIS E CONCORRÊNCIA
as funções seguintes à de produção, como
também indicam aos fabricantes os modelos a
O principal mercado mundial consu~idor de
serem produzidos, estabelecem prazos d~ ent~ega calçados é formado pelos Estados Unidos, que
e padrões de qualidade dos produtos. Alem dISSO,
importam de outros países mais de 90% de seu
acompanham de forma efetiva e diária a evolução consumo total. Compreende uma população
do processo de fabricação, realizando o controle
de qualidade. .,
O intermediário é um elemento importantís- 5. OHMAE, Kenchi. O Estrategista em Ação. São
simo para o processo de comercialização de qual- Paulo, Pioneira, 1982.

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grande, culturalmente homogênea, detentora de TABELA 1


uma das maiores rendas per capiia do planeta, Segmentos de preço das exportações de
com alta propensão ao consumo. E um mercado calçados brasileiros para os EUA
altamente competitivo, que desenvolveu me-
canismos muito fortes de preservação de seus
fundamentos capitalistas, e onde qualquer
1 - Todos os tipos
cidadão ou empresa que se sentir lesadoía) por
práticas desleais de comércio pode registrar Preço Pares/ano
queixa em organismos ligados ao governo, que Até US$1.25- 786.000
será investigada em no máximo 45 dias; e, sendo US $1.26 a $ 2.50- 788.000
confirmada, implicará em severas represálias
$ 2.51 a $ 5.00- 18.891.000
contra os culpados. Essas medidas, entretanto,
muitas vezes podem incorporar um comporta- $ 5.01 a $ 8.00- 33.615.000
mento altamente protecionista da economia $ 8.01 a $12.00 - 36.472.000
norte-americana, em detrimento da saudável $12.01 a $16.00- 8.793.000
prática do livre comércio mundial e dos meca- $16.01 a $20.00- 2.814.000
nismos de concorrência perfeita. $25.00- 1.115.000
$20.01 a
De qualquer maneira os EUA são a maior e
melhor alternativa de exportação de calçados Acima de $25.00- 532.000
para os outros países.Seu consumo em, 1988(6) Total 103.806.000
superou 1.100 bilhões de pares, de todos os tipos,
os quais foram adquiridos a um preço médio de
US$ 10.66 para artigos de couro, US$ 4.00 para os
de vinil e plástico e menos de US$ 4.00 para os 2 - Somente calçados femininos de couro
demais. Em termos per capita, o consumo de
calçados nos EUA tem apresentado uma média Preço Pares/ano
anual de cinco pares?', Até US$1.25- 629.000
O Brasil participa desse mercado, prin- US $ 1.26 a $ 2.50- 464.000
cipalmente como exportador de calçados de couro
$ 2.51 a $ 5.00- 15.940.000
femininos, vendidos a um preço médio de US$
8.45 por par. Na tabela 1,verifica-se que as $ 5.01 a $8.00- 30.871.000
exportações brasileiras de calçados para os EUA $ 8.01 a $12.00- 33.979.000
concentram-se em três segmentos de preço, que $12.01 a $16.00- 6.151.000
vão de US$ 2.51 até US$ 12.00. Vê-se aí também $16.01 a $20.00- 1.032.000
que esses três segmentos tomados em conjunto $25.00- 667.000
$20.01 a
equivalem a uma venda de 88.978.000pares/ano,
dos quais 80.790.000 são calçados femininos de Acima de $25.00- 323.000
couro. Esses números representam 85% do total Total 89.055.000
das exportações de calçados, de todos os tipos, e Fonte: Adical/U'S. Footwear Retailers Imports, dados
mais de 90% das de calçados femininos de couro disponíveis até nov.88.
efetuadas pelo Brasil.
A tabela 2 apresenta os principais fornecedores
de calçados, de todos os tipos, para o mercado consequencia das constantes ameaças de
norte-americano. Especialistas do setor apontam, retaliações aos produtos brasileiros em geral. Esse
segundo informações colhidas durante a tem sido o principal fator de redirecionamento
pesquisa, a China e o México como os países que das exportações brasileiras para a Europa.
têm apresentado mais rápida evolução, tanto em Os demais países do mundo têm pequena par-
quantidade de produtos exportados, como nos ticipação no comércio mundial de calçados, como
aspectos de preço e qualidade.
A Europa constitui o segundo mercado
mundial consumidor de calçados brasileiros, com 6. ADICAL - ASSOCIAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE
uma participação crescente, que evoluiu de 7% CALÇADOS DO RIO GRANDE DO SUL, in U.S.
das exportações brasileiras de calçados em 1986, Footwear Retailers Importe, Novo Hamburgo-RS.
para 18% em 1988(8). 7. BANCO DO BRASIL S.A. Revista CACEX. Rio de
O governo norte-americano tem ocasionado, Janeiro, no. 23, 29.02.1988.
nos últimos anos, dificuldades de ordem política 8. BANCO DO BRASIL S.A./CACEX/DEPEC -
para as exportações brasileiras de calçados, em ADICAL.

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TABELA 2 nacionais, não devemos nos esquecer de registrar


Principais fornecedores norte-americanos - a grande colaboração que o governo proporcio-
nou a todo o setor produtivo/ exportador do
1988
Brasil, com a implantação de um modelo econô-
mico exportador, oferecendo uma série de
Volume Preço/U. Valor incentivos, que permitiram a empresas pouco
Pares(1.000) US$ US$(1.000) competitivas no mercado externo disputar
mercado com os demais concorrentes de outros
Taiwan ............... 363.419 6.37 2.137.871
países.
A indústria nacional de calçados, desconhe-
Coréia ................ 219.292 9.71 2.129.980 cendo o mercado consumidor em sua essência,
China ................. 144.515 3.96 292.164 necessitou da ajuda dos importadores estran-
Brasil ................. 104.089 8.45 879.271 geiros que desempenhavam todas as funções
mercadológicas necessárias à comercialização do
Itália ................... 40.485 18.72 757.942
produto. Essa situação até hoje perdura.
México ............... 32.294 3.14 101.312 O domínio do canal de exportação tem repou-
Hong Kong ........ 28.638 4.69 134.171 sado totalmente nas mãos dos agentes expor-
Espanha ............ 21.722 15.10 328.021
tadores/ importadores e atacadistas/ impor-
tadores, que desempenham os papéis estratégicos
Fonte: Adícal/Ll.S. Footwear Retailers Imports, dados
de desenvolvimento do produto e acompa-
disponíveis até nov.88. nhamento da evolução das tendências da moda,
conhecem os gostos e preferências dos consu-
consumidores de produtos importados. Canadá e midores e aprimoram os canais de comercia-
Austrália são os mais significativos, com parti- lização, desenvolvendo marcas próprias, pontos
cipações inferiores a 3% das exportações exclusivos de vendas, relacionamento estreito e
brasileiras. tradicional com os varejistas, vendas por catá-
logos, participação em feiras e todo o mix de ser-
SUGESTÕES AOS FABRICANTES viços pós-vendas necessário a um bom desenvol-
vimento de negócios.
A indústria brasileira exportadora de calçados Aparentemente, torna-se necessária a comer-
registra 25 anos de experiência. Apresentou, como cialização com uma quantidade de diferentes
ponto forte, um reduzido custo de mão-de-obra modelos, muito maior que a capacidade das
em relação aos concorrentes do resto do mundo. maiores empresas de diversificar suas linhas, para
Aproveitou muito bem essa vantagem com- bem atender aos intermediários atacadistas e
petitiva e sua capacidade de produção ociosa para varejistas.
ingressar em mercados externos. Apesar da relativa atração que o sistema de
Na produção, novos processos tiveram que comercialização em vigor apresenta para os
ser implantados, ajustando suas linhas à pro- fabricantes, os quais recebem na própria empresa
dução em larga escala e obtendo ganhos de os modelos para produzir, nesse mesmo local, eles
custo, em função de equipamentos mais moder- obtém a aprovação do comprador, através de seus
nos e o aproveitamento das vantagens propor- agentes, para o embarque dos produtos confec-
cionadas pelas curvas de experiência. Na comer- cionados.
cialização, pouco a pouco, foram se ajustando ao O afastamento do consumidor por um longo
sistema desejado pelos compradores, especial- período proporciona aos fabricantes uma depen-
mente quanto ao cumprimento de prazos de dência estrategicamente perigosa, gerando uma
entrega e ao padrão de qualidade desejado pelo miopia mercadológica que, eventualmente, pode-
mercado. rá determinar sérios prejuízos à sobrevivência das
Pode-se observar um grande distanciamento empresas, dentro da dinâmica do mundo
entre a mçderna prática mercadológica e o moderno.
procedimento praticado pela indústria calçadista O início de um posicionamento mercadológico
exportadora. O aspecto comercial das operações mais eficiente e efetivo começa pela visão que o
de exportação de calçados brasileiros indica que o empresário deve ter de seu produto, reconhe-
setor industrial mantém-se preso a um sistema cendo que o produto manufaturado em sua
tradicional de comportamento mercadológico, unidade fabril não é, tão somente, o calçado na
que remonta às décadas de 1940e 1950. própria acepção da palavra, mas tudo o que
Além da disponibilidade de mercados ávidos decorre do produto em si: desde o transporte até
por consumo e da capacidade dos empresários o acompanhamento junto aos consumidores, o

78
RAE

desempenho que a mercadoria apresenta, o grau TABELA 3


de satisfação que proporciona ao usuário final. Consumo norte-americano de calçados
Nesse sentido, o valor da sinergia proporcio-
nada pelo fluxo do produto apresenta nichos de
Tipo de consumidor Pares
lucro que devem ser melhor explorados pelos
fabricantes brasileiros, tais como: o transporte Masculino:
internacional e o seguro até o porto de desem- -couro - 80.000.000
barque, itens que tradicionalmente são decididos -vinil e plástico - 60.000.000
por prepostos do importador e considerados -outros - 40.000.000
como atividades sem atratividade para a
Feminino:
indústria.
Esses itens, que representam entre 6% e 10%da -couro - 250.000.000
operação de exportação, quando bem adminis- -vinil e plástico - 220.000.000
trados, podem, não só representar uma vantagem -outros - 80.000.000
competitiva, pela apresentação de um melhor Crianças:
serviço aos clientes, como também gerar lucros -couro - 30.000.000
suplementares ao empresário que souber obter
ganhos na negociação com as empresas de -vinil e plástico - 80.000.000
transporte e as seguradoras, considerando o -outros - 25.000.000
volume e a freqüência das operações. Atléticos:
-couro - 200.000.000
SUGESTÕES AO GOVERNO
-vinil e plástico - 60.000.000
A participação governamental, através de seus
órgãos de administração direta e indireta, foi Fonte: Adical/U.S. Footwear Retailers Imports, dados
disponíveis até nov.88.
fundamental para o desenvolvimento do pro-
grama exportador brasileiro.
O setor manufatureiro calçadista é um exemplo
de sucesso do programa exportador brasileiro, A pesquisa revela que 95% dos empresários
detendo quase 60% do mercado norte-americano realizam vendas "FOB" (livre a bordo), em função
de artigos femininos de couro, no segmento de de tradição.
preços entre US$ 5.00 e US$ 12.00, e 31% do Alguns poucos imaginam que teriam dificul-
volume total do produto importado no mesmo dade em organizar um setor especificamente para
mercado. Entretanto, deve-se procurar analisar atender aos embarques de mercadorias, e consi-
que essa excessiva especialização não é favorável deram essa atividade um ônus adicional para a
sob uma ótica estratégica de permanência no empresa e não, como de fato se constitui, uma
mercado por longo prazo. oportunidade de agregar valor ao processo co-
Ao analisarmos os fatores que levaram o mercial de exportação.
produto brasileiro a ter uma participação tão Um grande número de empresários acredita
significativa no maior mercado mundial, que, não considerando o custo acima mencio-
devemos observar que outros segmentos inte- nado, não teriam dificuldades em negociar seus
grantes do mercado consumidor calçadista produtos nos termos "CIF" (custo, seguro e frete)
também podem ser alcançados. A tabela 3 fornece ou "C&F" (custo e frete).
dados sobre eles nos EUA. Para o país, esse novo procedimento repre-
O segmento feminino de calçado de couro sentaria um ganho no fluxo de caixa das expor-
pode alavancar o ingresso em outros segmentos tações de até 10% - 2% correspondendo ao
de mercado onde o produto, o processo de seguro e 8% ao frete (segundo informações de
comercialização e os processos de produção são empresas de transporte e seguro) - além de
muito semelhantes. Experts avaliam, segundo assegurar um domínio dos fabricantes sobre
informações obtidas durante a pesquisa, a importantes variáveis da distribuição.
tendência de crescimento dos segmentos atléticos A análise dos segmentos mais representativos
em detrimento dos demais, face ao grande para o calçado brasileiro no mercado norte-
desenvolvimento tecnológico de solados deriva- americano revela que o Brasil tem uma
dos de petróleo que se aproximam da qualidade participação de cerca de 50% em três importantes
do produto natural (couro) e ao mesmo tempo segmentos do produto calçado de couro feminino,
agregam outros itens de qualidade não nas faixas de US$ 2,51a 5,00,US$ 5,01a 8,00e 8,01
encontrados no produto natural. a 12,00,conforme se vê na tabela 4.

79
o NOTAS E COMENTÁRIOS

TABELA 4
Consumo Norte-Americano e Importações de Calçados Femininos de Couro, Brasil, 1988:
(1.000 pares)

Preço Consumo Exportações. Participação


Dólares Total Brasileiras

$ 1,26 a $ 2,50 3.210 464 14.4%

$ 2,51 a $ 5,00 33.750 15.940 47.2%

$ 5,01 a $ 8,00 56.682 30.871 54.4%

$ 8,01 a $ 12,00 60.835 33.979 55.8%

$12,01 a $ 16,00 23.437 6.151 26.2%

$ 16,01 a $ 20,00 10.963 1.032 9.4%

Fonte: Adical/U.5.Footwear Retailers Imports, dados disponíveis até novo88.

TABELAS
Segmentos de Produto Não Explorados pelo Brasil
Produto Estimativa de Consumo/Ano
(pares/1.000)

Calçados Masculinos de Vinil ou PLástico 35.610

Calçados Femininos de Vinil ou Plástico 191.000

Calçado Infantil em geral 63.000


Calçado Atlético em geral 254.000
Outros tipos de calçados 79.830
Fonte: Adical/U.5.Footwear Retailers Imports, dados disponíveis até novo88.

Existem importantes segmentos de produto quais têm direcionado suas exportações de calça-
nos EUA não explorados pelo Brasil, conforme se dos principalmente para três faixas de preços.
vê na tabela 5. Taissegmentos representam oportunidades para a
Constata-se, portanto, a total ausência de um diversificação ou para o ingresso de novas
posicionamento mercadológico competitivo por empresas no mercado exportador. (9)

parte dos produtores brasileiros de calçados no


mercado mundial, pela não participação de
9. Este trabalho é uma versão revista de parte da
marcas brasileiras e nenhum domínio sobre os dissertação de Mestrado em Administração de
diversos estágios dos canais de distribuição. Empresas, Canais de distribuição na exportação - descrição
No mercado norte-americano, além da crescen- da estrutura de distribuição das exportações de calçados
te participação dos fabricantes chineses e mexica- femininos produzidos no Vale do Rio dos Sinos, no Rio
Grande do Sul, defendida pelo autor na Universidade
nos, pode-se observar a existência de importantes Federal do Rio Grande do Sul em abril de 1989 e
segmentos de produtos e preços que não vêm sen- disponível para consulta na Biblioteca da Faculdade de
do explorados pelas indústrias brasileiras, as Ciências Econômicas dessa universidade.

ABSTRACT: In this paper the author describes the trade structure of female leather footwear exports manufactured
in Rio Grande do Sul.
The last part is dedicated to indicate several segments not utilized by brazilian industries such as sport footwear,
vinil and plastic shoes.

KEY TERMS: Marketing, middle-man agent in export, marketing exporting channels, negotiation, dominion,
footwear, marketing strategy.

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RAE

APÊNDICE

Canais de Distribuição na Exportação

J
r
CANAL DE
MERCADO PRODUTOR
(NACIONAL) CONFLITOS
I COOPERAÇÃO I COMERCIALIZAÇÃO
TRADICIONAL:
1- LIDERANÇA
DEMOCRACIA DEMOCRACIA NEOOcrAÇÃO
3-PEDIDO
4-RISCO
VERTICAL COERCITIVA
5- INFORMAÇÕES DE
INTERTIPOS AUTOCRÁTICA MERCADO

I
I FABRICANTES I
I I
I
CACEX BANCO AGENTE
BACEN COMERCIAL EXPORTADOR
ALFÂNDEGA SETOR

EMPRESA DE
I J...
INTERNO

--------------- ---------- --------------- -- --------------------- ---------------------

T
TRANSPORTES

I SETOR
ALFÂNDEGA
AGENTE EXTERNO
ORGÃOSDE
BANCO IMPORTADOR
CONTROLE
COMERCIAL

I
I
CANAL DE COMERCIALIZAÇÃO
INOVADOR:
I ATACADISTA
FEIRAS
I
1- POSSE FÍSICA
2- PROPRIEDADE
3- PAGAMENTO
4- CONTROLE LEGAL
I VAREJISTA I
I
I
5- NEGOCIAÇÃO
6- INFORMAÇÕES DE MERCADO

I I
7- PEDIDO
CONSUMIDOR
8- RISCO

I Fluxos comuns nos dois canais:


I MERCADO CONSUMIDOR
(EXTERNO)

Negociação, Informações de Mercado, Pedido e Risco

LEVITT, Theodore. A Imaginação em Marketing.


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR São Paulo, Atlas, 1985. -
KOTLER, Philip. Marketing Management.
Englewood Cliffs, N.J., Prentice Hall, 1988.
BANCO DO BRASIL S.A., CARTEIRA DE PORTER, Míchael E. Estratégia Competitiva. Rio
COMÉRCIO EXTERIO, R. Manual do Exportador. RI, de Janeiro, Campus, 1988.
1988. TOFFLER, Alvin. A Empresa Flexível. Rio de
BUCKLIN, Louis P. A Theory of Distribution Janeiro, Record, 1985.
Channels Structure. Berkeley, Institute of Business ZAJDSZNJDER, Luciano. Teoria e Prática da
and Economics Research, 1966. Negociação. Rio de Janeiro, José Olympio, 1985.0

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