Você está na página 1de 7

Roteiro – O Mulato

Maria: Oi gente, bom dia! Meu nome é Maria Clara e sejam bem-vindos à nossa roda
de conversa do 1º ano A.
Gabriel: Bom dia meu nome é Gabriel, e na nossa roda de conversa vamos apresentar
o paradidático “O Mulato”
Maria: Não será uma roda de conversa normal, nós trouxemos aqui os próprios
personagens para contar as suas próprias versões da história, e mostrar como estão
eles hoje.
Gabriel: Isso mesmo! O livro “O Mulato” foi escrito por Aluísio Azevedo e foi publicado
em 1881 inaugurando o movimento naturalista no Brasil, afinal o Aluísio foi um
naturalista.
Maria: O significado de mulato é: que ou aquele que é filho de pais de etnias
diferentes, sendo um negro e outro branco, que ou aquele que descende de brancos e
negros.
Gabriel: O nome do paradidático faz referência ao protagonista, um mulato bastardo
que nasceu em uma fazenda no nordeste do país.
Maria: Bom, vou apresentar nossos personagens (aponta para cada personagem
representado).

• M- Raimundo: o mulato, filho bastardo de José


• G- José: fazendeiro e pai de Raimundo
• M- Quitéria: esposa de Raimundo
• G- Domingas: escrava da fazenda e mãe de Raimundo
• M- Padre Diogo: amante de Quitéria
• G- Manuel Pescada: tio e tutor de Raimundo
• M- Ana Rosa: filha de Manuel
• G- Luís Dias: empregado de Manuel e pretendente de Ana Rosa
Gabriel: Por meio de seus personagens estereotipados, Aluísio de Azevedo aborda
temas como o preconceito racial, a escravidão, a hipocrisia do clero e ainda o
provincianismo.
Maria: O porquê de o livro abordar esses assuntos, vamos descobrir na roda de
conversa, para isso, a atenção de vocês é indispensável! Mas antes de tudo será
abordado a visão bíblica desse preconceito por Julia Bomfim.
Julia Bomfim: Como Gabriel e maria falaram, na obra de Aluísio de Azevedo o “Mulato”
é abordado o preconceito racial. Uma vez que o pai de sua amada, Ana Rosa, não
aprova seu relacionamento por conta da cor da pele de Raimundo. Na bíblia é bem
claro quanto ao preconceito, em (Tiago 2:8-9) diz “Amarás teu próximo como a ti
mesmo, fazeis bem; se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado” Não
podemos amparar no nosso coração qualquer forma de preconceito, pois, somos todos
filhos de Deus, temos o mesmo valor diante de Deus, portanto, devemos amar nosso
próximo como a nos mesmo, isso é um mandamento de Deus para nós. Agora
seguiremos com a roda de conversa na presença dos personagens

Cenas

Mulato do Passado (Kauan): É..eu sou Raimundo, um belo rapaz moreno de olhos
azuis e cabelos crespos no seu auge da juventude de 26 anos, e ainda um advogado;
filho bastardo de um comerciante português e uma escrava de fazenda, tenho um
namorico meio secreto com minha querida Ana Rosa por conta do seu pai não me
aprovar pela minha cor de pele e também como as pessoas reagiriam a isso.

*O personagem do passado congela e sua versão atual começa a falar *

Mulato do Presente ( - ): Olá minha gente sou Raimundo mais conhecido como o
mulato, infelizmente fui morto por desconfianças alheias, complicações amorosas com
minha prima Ana Rosa, pelo meu tio. Até hoje aqui no céu sofro muito e vendo daqui o
assassino que se casou com a mulher da minha vida me deixa muito triste.

*O personagem do passado congela e José do passado (William) começa a falar *

José do Passado (William): Oi, meu nome é José, dono da fazenda São Brás. Vivenciei
experiências que revelaram aspectos importantes da minha personalidade e do
contexto histórico em que estava inserido. Enfrentei um relacionamento proibido com
Domingas, uma mulher negra, o que evidenciou o preconceito racial da sociedade.
Além disso, quando minha esposa Quitéria descobriu meu caso com a escrava, para
evitar que acontecesse algum mal a meu filho bastardo Raimundo, o deixei aos
cuidados de seu tio Manuel e o proporcionei uma boa educação em Lisboa, Portugal.
Mais tarde, descubro também a traição de minha esposa com o padre Diogo e, no
momento de fúria, a mato enforcada. Eu e o mesmo juramos manter segredo e afirmarmos
que ela faleceu de causas naturais. Tempos depois, quando eu estava voltando para minha
fazenda, sou morto a tiros pelo padre.

*O personagem do passado congela e sua versão atual começa a falar *

José do Presente ( - ): Me chamo José, sou pai do mulato e também estou morto, mas
eu fui por conta do Padre. Quando vi o mesmo junto da minha esposa, acabei
matando-a. Vendo meu filho bastardo também morrer me deixa bastante triste. O que
me deixa mais furioso é que o Padre conseguiu me matar, o que na lógica deveria ser
ao contrário...mas a vida é assim...Aqui no céu existe um espaço em meu coração
ocupado por Quitéria.

*O personagem congela e Quitéria do passado (Amanda R) começa a falar *

Quitéria do Passado (Amanda Reis): Oi, meu nome é Quitéria e a minha história é:
Eu comecei a desconfiar da relação entre meu marido, que foi um comerciante e
fazendeiro português, uma escrava e seu filho, e descobri que o José teria tido relações
com a escrava e ainda teve um filho com ela. Como forma de punição eu mandei
açoitar e queimar as partes genitais da escrava Domingas, e ainda fiz seu filho assistir
toda a situação. Meu marido fica sabendo de todo o acontecimento e se revolta, some
com o seu filho bastardo e eu me escondo na casa de minha mãe. Após um tempo eu
volto para a fazenda e cometo algumas imoralidades sexuais com o padre Diogo. Em
uma dessas circunstâncias o José me surpreende em pleno adultério e como forma de
descontar a sua raiva ele me mata enforcada.

*O personagem congela e Quitéria do presente (Letícia) começa a falar *

Quitéria do Presente (Letícia): Queria ter agido de outra forma, me arrependo das
coisas que fiz e hoje sofro com as consequências dos meus atos. Me sinto suja, com
tantos pecados e erros cometidos, no calor do momento com aquela situação não agi
por mim.
Hoje reflito e penso que o que eu fiz foi um ato desumano, cruel e totalmente imoral.
Infelizmente o meu fim, a morte, foi o que mereci...

*O personagem congela e Domingas do passado (Laila) começa a falar *


Domingas do Passado (Laila):
Oi, me chamo Domingas! Sou preta e escrava, diante disso já devem saber que sou
tratada como um nada! Nunca olham para mim, nem sequer falam comigo. Porém,
com o seu José Pedro sempre foi diferente, ele me olhava com apreço. Não entendia
ao certo o porquê daqueles olhares, mas custava acreditar que era amor! Nesse
momento, já não poderia mais me questionar o que era ou o que deixava de ser, eu
estava grávida! Estava grávida do seu José. Grávida do meu senhor! Meu Deus. As
pessoas passaram a me olhar de uma maneira diferente, percebiam o que estava
acontecendo, inclusive sua esposa, a dona Quitéria. Isso fez com que a dona passasse a
me tratar de uma maneira diferente, começou a me pedir coisas que nunca pedira, seu
olhar era direcionado a mim com raiva, muita raiva! Até que os olhares de raiva
começaram a virar agressões. Era espancada todos os dias, cada dia com mais força!
Precisava suportar a dor dos chicotes, pelo meu filho. Mas teve um dia que ela me
mandou ser açoitada e minhas partes genitais foram queimadas.

*O personagem congela e Domingas do presente (Fernanda) começa a falar *

Domingas do Presente (Fernanda): Como todos sabem eu sou Domingas, uma mulher
negra que foi escravizada e que engravidou do seu senhor. A minha vida não foi nada
fácil. Eu sofri nas mãos da minha senhora, que era a esposa do meu "dono"... vivi e
continuo vivendo com traumas do meu passado, mas sei que mesmo com as minhas
dores, eu tenho que lutar, lutar contra o racismo, lutar contra o trabalho análogo à
escravidão. Todos acham que a nossa guerra depois que a princesa Isabel assinou a Lei
Áurea acabou, mas não, ela não acabou. E por esse motivo criei um grupo que é
composto por equipes que atuam, principalmente, no atendimento de denúncias que
apresentem indícios de trabalhadores em condição análoga à escravidão.

*O personagem congela e padre Diogo do passado (Lucas Fran.) começa a falar *

Padre Diogo do Passado (Lucas Fran.): Saudações à todos os presentes! Eu sou o


Padre Diogo e tenho cometido várias atrocidades com a família de José Pedro: mantive
relações com sua esposa Dona Quitéria enquanto voltava da casa de seu irmão Manuel
Pescada e, logo depois, fizemos um pacto de confiança para que ninguém ficasse
sabendo de seu assassinato; o mato à tiros após ter retornado à sua fazenda da casa de
seu irmão em São Luís e intercepto junto com o caixeiro Luís Cônego Dias o
relacionamento com o seu filho Raimundo e a filha de seu irmão Ana Rosa, planejando
o matar e casar Luís Dias com Ana Rosa. Com isso tudo consigo realizar o meu plano e
também acabar com a vida daquele negro mulato Raimundo no final.

*O personagem congela e padre Diogo do presente (Lucas Fran.) começa a falar *

Padre Diogo do Presente (Lucas Fran.): Logo após um tempo me desfaço do meu
passado sombrio e continuo a trabalhar na casa do meu Senhor na Igreja, tentando me
esquecer do que eu havia feito com aqueles que eu prejudiquei grandemente.

*O personagem congela e Manuel do passado (Pedro) começa a falar *

Manuel do Passado (Pedro): Eu sou Manuel Pescada, um português que veio para o
Brasil em busca de oportunidades. Quando cheguei aqui, fui acolhido pelo meu irmão
José, que me apresentou a sua fazenda e me ensinou tudo o que eu precisava saber
sobre comércio. Eu sempre fui um ávido leitor de jornais e livros, e isso me ajudou a
expandir meus horizontes e a me tornar um homem de negócios bem-sucedido. Mas a
vida nem sempre foi fácil para mim. Quando meu sobrinho Raimundo veio morar
conosco, eu sabia que teria que assumir a responsabilidade de criá-lo e educá-lo. Ele
era um menino inteligente e curioso, mas também enfrentou muitos desafios por
causa de sua cor de pele. Eu tentei protegê-lo da discriminação e do preconceito, mas
nem sempre fui bem-sucedido.

*O personagem congela e Manuel do presente (Lucas Gabriel) começa a falar *

Manuel do Presente (Lucas Gabriel): Sou um jovem estudante envolvido em um


intenso romance com Raimunda, uma mulher negra e filha de escravos. Nossa história
aborda temas complexos, como preconceito racial e o desafio de um amor proibido,
tudo ambientado na sociedade do Brasil do século XIX.

*O personagem congela e Ana Rosa do passado (Amanda Campos) começa a falar *

Ana Rosa do Passado (Amanda Campos): Eu, Ana Rosa, como qualquer outra jovem
de mesma idade, sonhava com o dia em que me casaria com o amor da minha vida. Eu
já o esperava. Amava esse alguém - que ainda não viera até mim - mas amava.
Minha mãe me dizia: “Não consintas nunca que te casem, sem que ames deveras o
homem a ti destinado para marido. Não te cases no ar! Lembra-te que o casamento
deve ser sempre a consequência de duas inclinações irresistíveis. A gente deve casar
porque ama, e não ter de amar porque casou”. Mas como amar quem não tem mais
vida?
Raimundo… meu tão sonhado amor. Improvável, mas amor. O filho que me concedeste
não se faz mais presente em meu útero. Aquele que me faria tê-lo por perto pra
sempre, se foi. E pelas minhas próprias mãos. Meus caprichos românticos e fantasias
poéticas, meus sonhados passeios ao luar, as serenatas… sonhos estes que não pude
viver pelo resto da minha vida com você, Raimundo.
Em um ato de reprovação daquele que me concedeu a vida, perante o meu amor por
ti, acabou comigo. Fugi com o meu amado para construir minha tão sonhada família.
Meus sentimentos aflorados, desejos insaciáveis… foram o bastante para que eu
largasse tudo por você.
Aahhh padre Diogo, porque permaneceste nesse mesmo erro.
Tua passagem pela vida do pai de Raimundo não fora o bastante? Me pergunto como
estaríamos se não tivéssemos te encontrado no meio do caminho.
Meu amado, morto por aquele ao qual recusei. Meus sonhos se foram junto com teu
último suspiro, mulato. Não sou digna de carregar teu filho em meu ventre, não sou
digna de conceber tua geração de meu corpo vendido. Fugi de ti, Luís Dias, mas pelo
visto você me encontrou. Meu amor se foi nas suas mãos, e meu coração foi roubado
por ti.

*O personagem congela e Ana Rosa do presente (Rebeca) começa a falar *

Ana Rosa do Presente (Rebeca): Logo em seguida me casei. Nunca fui uma mulher
feliz, e ainda sinto um vazio dentro de mim, que parece que nunca será preenchido...,
mas esse casamento não deu certo, porque afinal eu não estava com a pessoa que
realmente amava. Então decidi me divorciar e logo em seguida arrumei um emprego e
consegui me estabilizar financeiramente, mas ainda estou a procura de um novo amor
que possa me fazer feliz novamente...

*O personagem congela e Luís Dias do passado (Aroaldo) começa a falar *

Luís Dias do Passado (Aroaldo): Eu sou Luís Dias empregado de Manuel Pescado.
Quando percebi que Ana Rosa estava seduzindo Raimundo, fiquei com tanto Ciúmes,
que quando meu patrão tinha mandado matá-lo por desconfianças, resolvi dar um fim
nisso e acabei matando o Talarico a tiros de pistola, sem ninguém saber da causa e
depois de muito tempo, consegui conquistar Ana rosa novamente, tendo uma família
com 3 filhos(a) lindos e férteis de felicidades.

*O personagem congela e Luís Dias do passado (Aroaldo) começa a falar *

Luís Dias do Presente (Aroaldo): Olá gente, depois de anos resolvi aparecer e falar
sobre como está minha vida atualmente. Minha linda esposa Ana Rosa está bem, assim
como meus lindos filhos. Os três decidiram começar uma faculdade fazendo medicina.
Que cometi um homicídio, ninguém desconfia. Se Ana Rosa descobrir, com certeza
terminaria comigo e me culpava por abortar seu filho.

Você também pode gostar