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A Mulher Pecadora que Ungiu os Pés de Jesus

No Evangelho de Lucas 7:36-50 encontramos a história sobre a mulher


pecadora, que ungiu os pés de Jesus com um óleo perfumado, retirado do vaso
de alabastro. Ela lavou os pés do Mestre com suas lagrimas, os secou com
seus cabelos e regava com unguento.
Essa passagem foi registrada em quinze versículos, o que faz com que o verso
de Lucas 7:47, que traz a resposta sobre quem mais foi perdoado é quem mais
amou, seja o versículo central do texto.

O tema do encontro entre Jesus, a mulher pecadora e Simão, é o perdão e o


seu direto relacionamento com o amor de Deus.
Do Livro de Max Lucado:
“Poderiam duas pessoas ser mais diferentes?
Ele é muito admirado e respeitado. Ela é menosprezada
Ele é um líder na Igreja. Ela é uma prostituta.
Ele vive estabelecendo regras. Ela vive quebrando-as.
Ele é o anfitrião da festa. Ela entre sem ser convidada.”
Se pedirmos aos outros habitantes da cidade para que indiquem quem é o
mais piedoso dos dois, eles indicarão Simão. Porque afinal ele é um estudante
de teologia, um homem do clero. Qualquer pessoa o escolheria. Qualquer
pessoa, exceto Jesus. Ele conhecia a ambos. E escolheu a mulher. Jesus não
só escolheu a mulher como disse o porquê a Simão
Não que Simão quisesse saber. Ele está pensando em outra coisa. Como esta
prostituta entrou em minha casa? Ele não sabe com quem gritar primeiro, com
a mulher ou com o criado que a deixou entrar. Afinal este jantar é uma reunião
formal. Somente para convidados classe “A”. A nata. Quem deixou entrar a
ralé. Simão está zangado. Olhem para ela rastejando aos pés de Jesus.
Beijando-os, era só o que faltava! Ora se Jesus fosse quem diz ser não teria
nenhum tipo de contato com essa mulher.
Uma das lições que Simão aprendeu naquele dia foi esta: Não tenha
pensamentos que você não quer que Jesus ouça.
O Mestre foi convidado por Simão, um Judeu ultra ortodoxo que pertencia à
seita dos Fariseus. Os Fariseus faziam uma forte oposição à pregação de
Jesus, mas mesmo assim Simão o convidou para a sua casa. Penso que talvez
para testar a Jesus. Mal sabia ele que naquele jantar uma alma seria ganha
para Deus.
Na cultura Judaica, a refeição era símbolo de união, amizade e comunhão.
Uma pessoa só se assentava à mesa com outros homens que considerasse
amigos. E foi isso que Jesus fez: E rogou-lhe um dos fariseus que comesse
com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. Lucas 7:36
Segundo os estudiosos dentro dos costumes Judaicos daquela época, o lar
não é um recinto isolado. A casa de um senhor abastado, que convida seus
amigos para um banquete, torna-se uma “sala teatral”, com entrada franca.
Os curiosos podiam entrar e espiar. Jovens, velhos, ajuntavam-se diante
da porta e ficavam ali, observando todo o movimento. Vagarosamente os
convidados iam chegando e se acomodando no salão de jantar, quer
sejam pobres, quer sejam ricos não importava.
Essa era uma forma de um senhor mostrar a sua riqueza de forma liberal a
toda a vizinhança.
Depois de servir os convidados à mesa, o dono da casa ordenava que os que
estavam mais distantes, e à entrada, e até do lado de fora da casa, também
fossem servidos.
Dessa forma, a mulher pecadora teve acesso ao recinto em que Jesus estava
na casa de Simão.
E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que Ele estava à
mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
Lucas 7:37
Lucas prossegue o seu relato, dizendo que uma mulher pecadora levou um
vaso de alabastro com unguento, para o local do banquete. Um jarro de um
material mais transparente do que os vasos tradicionais de cerâmica.
E a vida daquela mulher era sem dúvida muito transparente. Todos sabiam da
sua reputação. Ela não estava ali tentando esconder a sua história, ao
contrário, ela trouxe tudo para diante do Mestre, em busca de mudança.
Era costume o dono da casa, gotejar uma vez, esse óleo perfumado, na
cabeça do convidado principal.
Também fazia parte desse costume que o anfitrião “desatasse as correias das
sandálias” do convidado, e lavasse cuidadosamente os seus pés, como sinal
de respeito e consideração.
As ruas, os caminhos de Israel não eram pavimentados, era de terra e muita
poeira. As pessoas usavam sandálias para a proteção dos pés, o que não
impedia que os pés ficassem empoeirados.

Simão o Fariseu, um homem comum, mas cheio de orgulho próprio, tinha


assentado na sua sala, o Rei do Reis e Senhor dos senhores, o Primeiro e o
Último, Aquele que dá a vida eterna.
Mas Simão não o reconheceu, não deu o tratamento digno, não foi hospitaleiro
com o Mestre.

E é nesse ponto que entra em cena uma figura odiada, desprezada, apontada,
escarnecida, acusada; a mulher pecadora.
Ela, sem se importar com a reprovação dos olhares dos convidados, teve
grande coragem e se aproxima de Jesus, na frente da multidão que conhecia
as suas ofensas. E quando se prostra se depara com os pés do Salvador
Jesus, pés descalços, pés empoeirados, cheios de marcas dos caminhos que
passara. Quanta simplicidade! Ela não resistiu ver o Rei dos Reis, Senhor
dos Senhores, na apresentação de tão humilde servo.
Um servo obediente, que estava ali sem reclamar da frieza com que fora
recebido.
A pecadora imediatamente, tomada de grande emoção, não pôde se conter,
derrama lágrimas sobre os pés do mestre, começa a lava-los e os enxuga com
seus cabelos.
e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas
lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e
os ungia com o unguento. Lucas 7:38
Este choro é muito profundo! Há muita reflexão aqui. Há arrependimento de
pecados. A Pecadora chorava e refletia suas ações passadas. Seu coração
estava totalmente arrependido, quebrantado.
Pensava em uma mudança interior. Estava disposta a uma nova prática de
vida.
Assim a pecadora, beijava e ungia os pés do Mestre, em uma atitude de amor,
na confissão da sua incapacidade de se auto-justificar, mas crendo na
justificação pela fé.

Ela foi até lá com algo no coração que a fazia se sentir impura, mas Jesus a
entendia. Ninguém sabe exatamente que tipo de pecado ela cometia,
provavelmente, práticas sexuais ilícitas. O mais importante é que foi tocada
pelo arrependimento e buscou sua cura; de maneira vergonhosa para uns e
ridícula para outros, mas apropriada para ela e aceitável para Jesus. O fato é
que ela teve a oportunidade de ser curada e não abriu mão disso. Além disso,
ela teve a humildade de realizar uma atividade que normalmente era feita pelos
escravos mais baixos como uma demonstração de que se rendia
verdadeiramente ao Senhor. Ela teve também a coragem de demonstrar o seu
amor por Ele em público. Ela reconheceu seu erro e o choro demonstrava a
angústia do seu coração.

- Quando algo nos incomoda muito interiormente, devemos ir direto à fonte da


cura que é Jesus, não nos importando com o que digam ou pensem de nós.

- Demonstrar nossos sentimentos mais profundos diante de Deus é um


Balsamo para nossas almas.

- Não devemos perder as oportunidades de sermos curados, ainda que o lugar


e as condições possam parecer impróprios. Se Jesus estiver lá, tudo se torna
propício a nós. A nossa fé em ação abre todas as portas.

O Senhor ainda se importa em ter a honra que Lhe é devida. Simão


menosprezou a cortesia social, pois se achava muito importante, entretanto, o
Mestre elogiou aquela mulher por tê-la praticado em Seu favor, pois Ele a
merecia. Por isso, tudo o que fizermos para Jesus tem que ser com amor e por
amor a Ele, para que a honra e a glória sejam apenas dEle e de mais ninguém.

Imediatamente, o extremismo religioso de Simão endureceu o seu coração, e


ele ao invés de reconhecer que estava em falta com o seu convidado ilustre,
passa a duvidar da santidade do Mestre:
Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se
este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é
uma pecadora. Lucas 7:39
O texto afirma que Simão falava consigo mesmo; ou seja, falava no seu
pensamento, ou no seu coração. Jesus respondeu diretamente aos
pensamentos do coração do Fariseu. Ou seja, Jesus sabia, o que se passava
na mente e coração daquele homem e conhece o mais profunda de nossa
mente e coração.
Ao ler os pensamentos do coração de Simão, Jesus estava revelando a Sua
identidade divina. Ele sabia o pensamento do Fariseu.

Sem dúvida, até mesmo o Fariseu, orgulhoso, religioso extremista sabia que a
quem mais é perdoado, maior amor é despertado. Jesus frequentemente
comparava o pecado a uma dívida. Na oração do pai nosso, Ele ensinou a
pedirmos, “e perdoa as nossas dívidas…”.
Mas quando não reconhecemos os nossos erros, de que poderemos
nos arrepender? E se não nos arrependemos, de que seremos perdoados?
Essa era a natureza da pergunta do Mestre, para Simão. Era um aviso para
aquele religioso autossuficiente, de que ele só seria perdoado, na medida que
também se arrependesse. Porém o Fariseu não reconheceu, que necessitava
do perdão de Deus.

Por outro lado, a mulher pecadora, que ungiu os pés de Jesus, estava
demonstrando arrependimento, tanto por ela, quanto por Simão. Ela buscava
perdão pela vida pecaminosa que teve, e fazia o papel de anfitriã, que Simão
não fez.

Arrependimento para ela e misericórdia para quem não acreditava em Jesus.


Era a dupla intercessão, não somente por si mesmo, mas pelos outros. O amor
não é egoísta, não busca somente os seus interesses. Por isso o Mestre diz
que ela muito amou.

E a certa altura do jantar, após ter mostrado a Simão o Fariseu, a necessidade


de arrependimento, Jesus se volta para a mulher pecadora, que lavava e ungia
os Seus pés e dirige as seguintes palavras: Então, disse à mulher: Perdoados
são os teus pecados. Lucas 7:48
Logo, aqueles que estavam à mesa, começam a se perguntar: Quem é este,
que até perdoa pecados? Lucas 7:49

Somente Deus pode perdoar pecados. E Jesus perdoou os pecados da mulher


pecadora, porque? Porque Jesus é Deus!
No hebraico a palavra usada para PERDOADOS tem o significado de
Terminar/aniquilar.
Na carta aos Hebreus, nós encontramos uma expressão semelhante a essa,
que nos mostra que o pecado foi aniquilado pelo sacrifício perfeito: ...agora,
porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para
aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. Hebreus 9:26

Jesus aniquilou os pecados da mulher pecadora, pela fé, pois Ele veio para
isto, para terminar, aniquilar, desfazer o pecado, pagando o preço do Seu
precioso sangue, pois somente o sangue de Jesus pode nos perdoar dos
nossos pecados.

E perdão vem do evento da cruz, e a cruz de Cristo é a expressão maior do


amor de Deus.

Então meus queridos qual dos dois te representa? Aquele cristão cheio de si
mesmo, prepotente, orgulhoso que acha que é o melhor de tudo e de todos?

Ou aquela mulher que reconheceu seu pecado, a sua pobreza espiritual, sua
vergonha, o seu desprezo ou como a desprezavam? Porem deu tudo que
possuía, provavelmente anos de trabalho naquele vaso de alabastro. Entrou
numa casa sem ser convidada para chegar mais perto do Senhor.

Com que nos identificamos? Pois quem mais foi perdoado é quem mais amou.

Que sejamos como esta mulher, reconhecendo os nossos pecados e honrando


ao nosso Senhor com tudo que temos. Ela abriu mão do fruto do seu pecado
para viver na dependência e nos cuidados de Deus. Isso é um grande exemplo
para todos nós.
Pense nisso!

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