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Este manual foi desenvolvido pela equipe de

Endodontia da Faculdade de Odontologia da


Universidade Federal do Pará e do Programa de
Pós-graduação em Odontologia da Universidade
Federal do Pará.

Anderson Costa de Sousa


Mestrado em Odontologia com ênfase em Endodontia (PPGO-UFPA)

Antonio Guilherme Maneschy Faria


Doutor em Biologia de agentes infecciosos e parasitários (UFPA)
Professor associado III da FOUFPA
Coordenador do curso de Especialização em Endodontia da UFPA

Fabienne de Freitas Rodrigues


Mestrado em Odontologia com ênfase em Endodontia (PPGO-UFPA)

João Daniel Mendonça de Moura


Mestre e especialista em Endodontia (São Leopoldo Mandic)
Discente de doutorado do PPGO-UFPA

Juliana Melo da Silva Brandão


Doutora em Endodontia (FOP-UNICAMP)
Professora associada da FOUFPA

Laise Pena Braga Monteiro


Mestre Odontologia com ênfase em Endodontia (PPGO-UFPA)
Discente de doutorado do PPGO-UFPA
Luciana Jorge Moraes Silva
Doutora em Biomateriais e Biologia Oral (FOUSP)
Professora Adjunta IV da FOUFPA

Oscar Faciola Pessoa


Doutor em Odontologia com ênfase em Endodontia (FOUSP)
Professor associado III da FOUFPA

Patrícia de Almeida Rodrigues


Doutora em Odontologia (FOB-USP)
Professora associada II da FOUFPA

Roberta Fonseca de Castro


Mestre Odontologia com ênfase em Endodontia (PPGO-UFPA)
Discente de doutorado do PPGO-UFPA

Thamires Campos Gomes


Mestre Odontologia com ênfase em Endodontia (PPGO-UFPA)
Discente de doutorado do PPGO-UFPA
Sumário
1. Instrumentação
1.1 Instrumentos Endodônticos
Conhecendo as Limas
Padronização ISO

1.2 Cinemática de uso


1.3 Instrumentação
Etapas Prévias
Preparo Cervical
Patência
Preparo Apical
1.4 Protocolos de instrumentação
Ápice Coroa
Prodesign M
Sequence Manual File

2. Irrigação
2.1 Princípios básicos
2.2 Materiais utilizados
Irrigação
Aspiração
Kit irrigação/aspiração

2.3 Ativação da solução irrigadora


2.4 Protocolos de irrigação
Durante a instrumentação
Irrigação nal

2.5 Acidentes e complicações


3. Obturação
3.1 Princípios básicos

3.2 Materiais utilizados


Princípios básicos da obturação
Con rmação da odontometria
Recapitulação com instrumento memória
Protocolo de irrigação nal

3.3 Ativação da solução irrigadora


Desinfecção dos cones
Prova do cone
Condensação lateral
Cone único
Técnica híbrida de Tagger
fi
fi
fi
João Daniel Moura e Roberta Fonseca de Castro

Manual para a prática


clínica de Endodontia
Instrumentação
Instrumentos
Conhecendo as limas endodônticas

Cursor
Cabo Parte Ativa

Identi cação Intermediário

Parte Ativa:
Constante = 16mm

TIP = Diâmetro da ponta

D16 D0
TAPER = Conicidade do Instrumento
Padrão ISO: 0,02/mm
fi
Instrumentos
Padronização Iso

Série Especial Primeira Série

21, 25 ou 31mm
Segunda Série Terceira Série
21, 25 ou 31mm
Cinemática de Uso
Cateterismo

Introdução

1/4 de volta Pressão


Apical
Alargamento

Introdução

Tração contra
Giro no sentido horário
As
(1/2 à 1/8)
Paredes

Tração contra
Limagem

Introdução As
Paredes
Instrumentos
Sistemas manuais de Níquel-titânio

Prodesign M

Características:
Lima Manual em NiTi;
Secção Transversal Hélices quádruplas.
Comprimento: 21 e 25 mm;
Tratamento Térmico CM (Controlled Memory).
Taper 0.3 0u 0.5

Sequence Manual File

Características:
Lima manual de NiTi
Secção Transversal Triangular
Altamente exível, com excelente resistência e
poder de corte;
Tratamento térmico CM (Controlled Memory)
Ponta Inativa, para manter a luz do canal;
fl
Instrumentação
Etapas prévias

1. Localização dos Condutos

Sonda Exploradora Reta

2. Exploração Inicial
Conhecer a Anatomia e Criar Passagem Para Instrumentos Subsequentes

Com Qual Instrumento?


Como? Instrumentos Mais Rígidos:
Tipo K, C Pilot, Target.
Movimentos de
Cateterismo

Em qual Comprimento?
CAD - 2mm
Instrumentação
Preparo cervical
Objetivos:
Redução da contaminação cervical

Diminuição da tensão do instrumento

Reduz a formação de zips e degraus

Melhora irrigação, medicação e obturação

Onde Meu Instrumento Irá Atuar?

Terço Cervical e Médio

Em Qual Comprimento?
Porção reta
do canal
(antes da
curvatura)
Instrumentação
Preparo cervical
Instrumentos Utilizados:
Gates Glidden:
Ponta inativa
Formato de Pêra

Lâmina Haste
Corpo Numeração
Cortante

28 ou 32mm

Orif ce Shaper
#15/10 = 17mm

#15/08 = 19mm

#17/10 = 17mm

Prodesign M SMF
fi
Instrumentação
Patência
Desobstrução do canal cementário com uma Lima de no calibre

Siqueira, 2012.
fi
Instrumentação
Preparo apical
Etapa Primordial:
Seleção do Instrumento Anatômico Inicial
Primeiro Instrumento Justo no CRT

"Quem determina a sequência de


instrumentos é a anatomia do dente".

A modelagem do canal radicular irá ocorrer através da


combinação de movimentos de alargamento e limagem
Protocolos
Ápice Coroa - (Dentes anteriores)
Exploração Preparo Preparo
Patência Apical
inicial Cervical
CAD - 2 Porção CRD CRT
reta/ até
terço
médio

Odontometria

IA + 3

Escalonamento Regressivo CRT - 2 CRT - 3


CRT - 1
Recapitulação

Recapitulação

Recapitulação

CRT CRT CRT


Protocolos
Prodesign M e Sequence Manual File
Exploração Preparo Preparo
Patência
inicial Cervica Apical
CAD - 2 Porção reta/ até CRD CRT
antes da curvatura

Odontometria

IA + 3

Exploração Preparo Cervical Preparo


Patência
inicial Apical

CAD - 2 Porção reta/ até CRD CRT


antes da curvatura
Odontometria

IA + 3
Para Não Esquecer:

Irrigação
Não Pular Etapas
Abundante

Respeitar as
Renovação de
Características
Instrumentos
Anatômicas de Cada
Dente
Anderson Costa de Sousa e Fabienne de Freitas Rodrigues

Manual para a prática


clínica de Endodontia
Irrigação
Irrigação
Princípios básicos
Por que realizar a irrigação/
aspiração?

1 - Devido a complexidade do
sistema de canais

2 - Promover a eliminação
do bio lme e material
orgânico

3- Remoção da Smear
Layer
fi
Irrigação
Princípios básicos
A irrigação se dá através do movimento de
bombeamento em uma posição mais apical em
relação à ponta de aspiração

Devem ocorrer de forma


simultânea!

A agulha irrigadora não pode


travar na luz do canal
Irrigação
Princípios básicos

Irrigar no mínimo 3,5 ml por canal, a


cada troca de lima.
Irrigação
Materiais utilizados

Seringa Ultradent Seringa Hipodérmica

5ml
Tamanhoediâmetrovariáveis
Endo- Eze Navitips

27 m m 25 m m 21 m m 17 m m

Abertura lateral Abertura Frontal


Disponíveis em dois
diâmetros: 30ga e 29ga

Saiba mais em <https://www.youtube.com/watch?v=MRO97WFaDn4>


Irrigação
Materiais utilizados

Outras Agulhas Irrigadoras

Existem no mercado outros sistemas de pontas para


irrigação que oferecem a mesma dinâmica dos
modelos anteriores.

Lembrete: Se estiverem em boas condições,


as agulhas podem ser esterilizadas para
reutilização

Saiba mais em <https://www.youtube.com/watch?v=MRO97WFaDn4>


Aspiração
Materiais utilizados

Adaptador Luer Vaccum

Autoclavável
EncaixamnoLuerVaccum
Capillary tips White Mac Tips

Flexíveis Ideal para câmara


pulpar
Irrigação
Materiais utilizados

+ECONOMIA
Irrigação
Ativação da solução irrigadora

Easy Clean MKLean

Utilizadasembaixa
rotação
A vibração ultrassônica dos agentes de irrigação
potencializa a limpeza e desinfecção do sistema de
canais radiculares.

Saiba mais em <https://www.youtube.com/watch?v=nIWgGsXrlNM >


Protocolos
Durante a instrumentação

Substância Química Auxiliar:

NaOCl2,5%
Em casos de rizogênese incompleta
ou alergia ao NaOCl , utilizar:

ClorexidinaGel2%

Protocolo:
- Preencher o canal com CHX gel 2% antes de inserir o
instrumento;
- Após ação do instrumento, irrigar com pelo menos 5ml de
soro siológico para renovação da solução.
fi
Protocolos
Durante a instrumentação

Manterocanalinundado

cadaação/trocadelima
irrigação/aspiraçãoa
Realizar

Respeitar o limite de 1mm áquem do Comprimento


Real de Trabalho (CRT).
Ao nal da instrumentação, realizar
aspiração absoluta.
fi
Protocolos
Irrigação Final

1. Agitação do NaOCl 2. Agitação do EDTA


por 1 minuto (3 ciclos de por 1 minuto (3 ciclos
20 segundos) de 20 segundos)

3. Irrigação com 10 ml
de soro siológico.

Realizar após o preparo completo (antes de inserir a


medicação intracanal/ obturação)

Saiba mais em <https://www.youtube.com/watch?v=PaCH3_cgKtU>


fi
Protocolos
Irrigação Final

Como realizar a agitação?

Acoplar a haste plástica na caneta de baixa


rotação e ativar a 2mm aquém do CRT de acordo
com o protocole descrito anteriormente.

SentidoHorário

Saiba mais em <https://www.youtube.com/watch?v=8kADgAzSJes>


Acidentes e complicações
Extravasamento de solução irrigadora

Principal causa:
Falha na determinação do
CRT

Presença de inchaço, dor e


hemorragia local.

Conduta clínica:
Aspiração negativa e
irrigação abundante com
solução salina estéril.

Prescrição de analgésico e
antibiótico.
Acidentes e complicações
Reabsorções radiculares

Dentes com reabsorção Dentes com reabsorção


radicular externa radicular interna
Nos casos de reabsorção radicular, o uso da solução de
hipoclorito de sódio ainda é o protocolo de escolha. Porém,
para diminuir a toxidade gerada por este irrigante, deve -se
utilizar na concentração de 1 %.

Dica : Devido ao tecido de granulação


presente na região da reabsorção, é comum
que ocorra um intenso sangramento via
canal radicular . Neste caso, poderá ser
realizado uma irrigação em conjunto com
solução de soro siológico e hidróxido de
cálcio PA.
fi
Acidentes e complicações
Rizogênese incompleta

Dentes com vitalidade


pulpar

A irrigação deverá ser


realizada com soro
siológico.

O trauma dental é o principal


agente etiológico.

Dentes sem vitalidade


pulpar

A clorexidina gel 2% ou
hipoclorito de sódio a 1%
poderão ser utilizados

A cárie e o trauma dental são os


principais agentes etiológicos.
fi
Thamires Campos Gomes e Laise Pena Braga Monteiro

Manual para a prática


clínica de Endodontia
Obturação
Obturação
Materiais básicos
1. Espátula

Quando usar?
Manipulação do cimento

Qual material?
Metálicas e exíveis

2. Placa de vidro

3. Régua calibradora
Como calibrar?
Para que serve? Insira o cone no orifício com o
Medir o comprimento do cone e diâmetro desejado e corte o excesso
calibra-lo no diâmetro do de cone com uma lâmina de bisturi
instrumento memória
fl
Obturação
Materiais básicos
4. Pinça Perry

Qual nalidade?
Levar os cones para o cal

Qual material?
Metálicas e exíveis

5. Cones de papel absorvente


Secar os condutos após a irrigação nal
Obs: deve ser estéril

6. Cones de Guta-percha (cone principal)

Qual diâmetro selecionar?


Compatível com o último
instrumento

Qual a conicidade?
Para a técnica do cone único, devem ter a mesma
conicidade do último instrumento. Ou podem ser
padrão ISO (conicidade .02) para as demais técnicas
fi
fl
fi
Obturação
Materiais básicos
7. Cones de Guta-percha (cones acessórios)
Disponíveis nos tamanhos XF, FF, MF, F, FM, M, ML, L e XL

Os cones acessórios podem ser calibrados e usados como


cones principais
Conicidade aproximada
FM 0.04
M 0.05
ML 0.06
Obturação
Materiais básicos
8. Cimento obturador
Como manipular?
Deve ser realizada em placa de
vidro, incorporando-se o pó ao
líquido até a obtenção de uma
mistura homogênea e lisa

Qual a consistência ideal?


“ponto de o de bala”

9. Easy Clean

Para quê?
Levar o cimento obturador, Em qual comprimento?
melhorando sua penetrabilidade 2mm aquém do comprimento
de trabalho

Como usar?
Acoplada a peça de mão, carregue a Eazy clean
com o cimento obturador, insira no canal
radicular e acione o micro-motor.
fi
Obturação
Materiais básicos
9. Espaçadores digitais
Como utilizar?
Inserir o espaçador entre o
Qual movimento? cone principal de guta-percha e
Para inserir: rotação no sentido horário as paredes do conduto, abrindo
Para remover: rotação no sentido anti- espaço para inserir cones
horário acessórios

A 20.02
Qual a ordem? B 20.03
Do mais calibroso para o menos
calibroso C 30.05
D 35.06

10. Calcadores de Paiva Para que servem?


Corte dos cones de guta-percha e
compactação do material obturador

Obs: para cortar, eles devem estar aquecidos. Mas para


condensar, utilize um calcador frio!
Obturação
Materiais básicos
9. Lamparina
Utilizada para aquecer os calcadores de Paiva

10. Condensador de MacSpadden

Para que servem?


Ao ser rotacionado no interior do
canal, aquece a gutta-percha,
promovendo termoplasti cação

Quando utilizar?
Ao realizar a técnica híbrida de
Tagger
fi
Obturação
Etapas prévias
1. Princípios básicos
O canal foi instrumentado?

O canal possui odor?

O paciente está assintomático?

O canal está seco? (sem secreções purulentas ou


sanguíneas)

Se a resposta para todas as perguntas for


SIM, você pode obturar
Obturação
Etapas prévias

2. Con rmação da odontometria


Por que realizar uma nova odontometria?
A instrumentação deixa o canal mais “reto", diminuindo a
distância entre o ponto de referência e o ápice

Como realizar?
Con rmar o comprimento de trabalho com
auxílio do localizador apical

E se não tiver localizador?

Esta con rmação é feita na prova do cone


fi
fi
fi
Obturação
Etapas prévias
3. Recapitulação com instrumento memória

Com Qual Instrumento?


Como? Último instrumento utilizado
para instrumentação apical
Movimentos de
Cateterismo

Em qual Comprimento?
No Comprimento de Trabalho

4. Protocolo de irrigação nal

Como?
Realizar protocolo de irrigação nal como descrito no
capitulo de irrigação
fi
fi
Obturação
Protocolos
Desinfecção dos cones

Imergir os cones em NaOCl 2,5% por


1min

Evita que microorganismos seja


inseridos no canal ja limpo

Secagem dos condutos

Realizar aspiração para remover o


excesso de solução irrigadora

Secar os condutos com cone de papel


estéril
Obturação
Protocolos
Prova do cone principal

Selecione um cone de diâmetro igual ao


instrumento memória

Meça o comprimento e com a pinça marque o


comprimento de trabalho

O cone deve car ligeiramente travado

Radiografe para con rmar

E se o cone de igual diâmetro não travar?


Experimente um cone de diâmetro imediatamente superior, repita
até conseguir o travamento

Se meu cone não descer, posso trocar por um de diâmetro menor?


NÃO. Caso o cone não chegue no comprimento, recapitule com o.
Instrumento memória
fi
fi
Protocolos
Cone único

CT - 2mm

Passo 1: Realizar prova do cone

Passo 2: Levar cimento com a Easy clean

Passo 3: Levar o cone principal envolto em cimento

Passo 4: Realizar corte do cone om calcador de Paiva aquecido e


condensação vertical com calcador de Paiva frio
Protocolos
Condensação lateral

CT - 2mm

Passo 1: Realizar prova do cone

Passo 2: Levar cimento com a Easy clean

Passo 3: Levar o cone principal envolto em cimento

Passo 4: Abrir espaço com espaçador digital

Passo 5: Inserir cone acessório

(Repetir passos 4 e 5 até que não seja mais possível inserir cones)

Passo 5: Realizar radiogra a de prova da obturação

Passo 6: Realizar corte do cone om calcador de Paiva aquecido e


condensação vertical com calcador de Paiva frio
fi
Protocolos
Híbrida de Tagger

CT - 2mm

Passo 1: Realizar prova do cone

Passo 2: Levar cimento com a Easy clean

Passo 3: Levar o cone principal envolto em cimento

Passo 4: Abrir espaço com espanador digital

Passo 5: Inserir 2 a 3 cones acessórios

Passo 5: Selecionar compactador de McSpadden de diâmetro igual ou


superior ao cone principal. Inserir no conduto acionado em baixa
rotação no sentido horário

Passo 6: Realizar radiogra a de prova da obturação

Passo 7: Realizar corte do cone om calcador de Paiva aquecido e


condensação vertical com calcador de Paiva frio

Obs: não esquecer de realizar o teste da gaze para


con rmar o sentido de rotação do compactador
fi
fi
Endodontia UFPA

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