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UNIVERSIDADE TIRADENTES

RANGEL NEVES TEIXEIRA ROCHA

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DURANTE O


TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE
LITERATURA

Aracaju
2013
2

RANGEL NEVES TEIXEIRA ROCHA

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DURANTE O


TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE
LITERATURA

Trabalho de conclusão do curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Odontologia da
Universidade Tiradentes como
parte dos requisitos para obtenção
do grau de Bacharel em
odontologia.

Orientador: Prof. Msc.


DOMINGOS ALVES DOS
ANJOS NETO.

Aracaju
2013
3

AUTORIZAÇÃO PARA ENTREGA DO TCC

Eu, Domingos Alves dos Anjos Neto, orientador do discente Rangel Neves

Teixeira Rocha atesto que o trabalho intitulado “Acidentes e Complicações durante o

tratamento Endodôntico: Revisão de literatura” está em condições de ser entregue à

Supervisão de Estágio e TCC, tendo sido realizado conforme as atribuições designadas

por mim e de acordo com os preceitos estabelecidos no Manual para a Realização do

Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia.

Atesto e subscrevo,

______________________________________
Orientador
4

RANGEL NEVES TEIXEIRA ROCHA

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DURANTE O


TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE
LITERATURA

Trabalho de conclusão do curso


apresentado à Coordenação do
Curso de Odontologia da
Universidade Tiradentes como
parte dos requisitos para obtenção
do grau de Bacharel em
odontologia.

Aprovado em: __/__/____

Banca Examinadora

____________________________________________

Prof. Orientador: Domingos Alves dos Anjos Neto

____________________________________________

1º Examinador

____________________________________________

2º Examinador
5

Acidentes e Complicações Durante o Tratamento Endodôntico:


Revisão de Literatura
Rangel Neves Teixeira Rocha ª, Domingos Alves dos Anjos Neto b
(a)
Graduando em Odontologia – Universidade Tiradentes; (b) Msc. Professor Adjunto I de Endodontia do
Curso de Odontologia – Universidade Tiradentes.

Resumo

Durante o tratamento endodôntico uma das fases mais importante e crucial é o preparo biomecânico do canal
radicular. Entretanto,é nesta fase onde podem ocorrer os mais diversos tipos de acidentes e complicações. Os fatores
que podem influenciar nestes acidentes são: complexidade anatômica dos dentes,falta de conhecimento das
propriedades mecânicas dos instrumentos endodônticos, desconhecimento de procedimentos técnicos adequados e
pouca habilidade do profissional. Logo, as complicações podem ser dadas através de canais atresiados, curvaturas
radiculares, rizogêneses incompletas e anatomias atípicas, sendo mais suscetíveis aos acidentes. Este artigo visa
através de uma revisão de literatura, alertar sobre as causas e prevenções dos acidentes durante o tratamento
endodôntico, bem como, obter soluções para os acidentes e complicações, tendo em vista seu melhor tratamento e
prognóstico, pois, uma vez ocorrido um acidente, a depender do grau de dificuldade, o mesmo pode dificultar ou até
impedir o tratamento proposto.

Palavras-chave: acidentes em endodontia; complicações; fratura de instrumentos; perfuração; injeção de


hipoclorito de sódio; transporte apical.

Abstract

During endodontic treatment one of the most important and crucial phases is the biomechanical prepare of the root
canal. However, it is at this stage where there may be several kinds of accidents and complications. The factors that
may influence these accidents are: anatomical complexity of teeth, lack of knowledge of the mechanical properties of
endodontic instruments, lack of appropriate technical procedures and little professional skill. Thus, the complications
can be given through atresic root canal, root curvatures, incomplete rhizogenesis and atypical anatomies, being more
susceptible to accidents. This article aims through a literature review, to warn about the causes and preventions of
accidents during endodontic treatment, as well as solutions to the accidents and complications, in view of its better
treatment and prognosis, because once an accident occurred, depending on the degree of difficulty, it may complicate
or even prevent the proposed treatment.

Keywords: accidents in endodontics; complications; instrument fracture; drilling, injection of sodium


hypochlorite; apical transportation.

Segundo Lopes e Siqueira Jr


1. Introdução (2010) os acidentes endodônticos mais
frequentes são: formação de degrau,
Os acidentes e complicações em fratura de instrumentos, perfurações
endodontia podem ocorrer em razão da radiculares, injeção acidental de
complexidade anatômica dos dentes, da hipoclorito de sódio, transportes apicais
falta de conhecimento das propriedades internos ou externos,
mecânicas dos instrumentos sobreinstrumentação,
endodônticos, do desconhecimento de subinstrumentação e falso canal.
procedimentos técnicos adequados e da Várias técnicas de
pouca habilidade do profissional instrumentação surgiram afim de
(FELDMAN et al., 1974; NAGAI et al., solucionar os acidentes que ocorrem
1986; COUTINHO et al., 1998; durante o preparo dos condutos
OLIVEIRA, 2003). radiculares. O degrau, diferente da
sobreinstrumentação, é uma
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irregularidade criada na parede de um subinstrumentação. A formação de um


canal radicular aquém do comprimento canal dentário sem comunicação com o
de trabalho e sem comunicação com o ligamento periodontal, pode ser
ligamento periodontal (BRAMANTE, caracterizado como falso canal (LOPES
2004; LOPES, SIQUEIRA JÚNIOR, et al., 2010).
2004COHEN, HARYREAVES, 2007; O presente trabalho visa
JAFARZADEB, ABBOTT, 2007). apresentar um estudo, através de revisão
O acidente mais comum é pela de literatura, sobre os acidentes e
fratura de instrumentos no interior do complicações em endodontia, bem
canal radicular, dificultando o como, cuidados ao realizar o tratamento
prognóstico no tratamento endodôntico. endodôntico, o uso correto dos
Podem ser causada pelo emprego instrumentais (brocas, limas) e da
incorreto, a fadiga e a pouca importância do conhecimento da
flexibilidade dos instrumentos, são anatomia radicular.
muitas vezes responsáveis pela
ocorrência destas complicações 2. Revisão de Literatura e Discussão
(FELDMAN et al., 1974; NAGAI et al.,
1989; COUTINHO et al., 1998; O presente trabalho teve como
OLIVEIRA, 2003). base de dados as seguintes fontes
O segundo lugar nas causas mais pesquisadoras: Bireme (Biblioteca
comuns dos insucessos do tratamento Regional de Medicina), Scielo
endodôntico são pelas perfurações das (Scientific Eletronic Library Online) e
paredes do canal radicular, que PubMed, usando como critério de
representam um dos mais desagradáveis inclusão artigos relacionados com o
acidentes que podem ocorrer durante o tema abordado: Acidentes e
tratamento endodôntico (GONDIM complicações em endodontia,
JÚNIOR et al., 1999). publicados entre 1959 e 2013,
Entre os acidentes ocorridos utilizando as palavras-chave: acidentes
durante a terapia endodôntica, a em endodontia; complicações; fratura
extrusão de hipoclorito de sódio para os de instrumentos; perfuração; injeção de
tecidos periapicais pode ser um dos hipoclorito de sódio; transporte apical.
mais alarmantes, por causa das suas
manifestações clínicas imediatas, 2.1 Formação de Degrau
provocando dor intensa, sinais de
equimose e edema instantâneo
(RENDÓN, MICHEL, CAUÓN, 2004). A formação de degrau costuma
Alguns autores afirmam que o ocorrer durante a etapa de exploração de
transporte apical ocorre devido a um um canal curvo e atresiado. Sendo
desgaste progressivo da parede externa assim, é uma irregularidade criada na
de um canal radicular curvo da região parede de um canal radicular aquém do
apical ou a mudança do trajeto de um comprimento de trabalho e sem
canal radicular curvo e atresiado em seu comunicação com o ligamento
segmento apical (WEINE, 1996; periodontal (BRAMANTE, 2004;
GUTMANN et al., 1997; BRAMANTE LOPES, SIQUEIRA JÚNIOR,
2004; LOPES et al., 2010). 2004COHEN, HARYREAVES, 2007;
Algumas técnicas para o preparo JAFARZADEB, ABBOTT, 2007).
do canal radicular podem não ser bem Para evitar que ocorra o degrau,
sucedidas, podendo haver uma deve-se tomar cuidado quando iniciar
sobreinstrumentação, que é um um acesso coronário. Assim, remove-se
arrombamento do forame apical, as interferências anatômicas dentinária
instrumentando do canal até ou além da da embocadura do canal (desgaste
abertura foraminal, podendo ocorrer o compensatório), facilitando as fases
oposto, quando o preparo do canal seguintes da instrumentação do canal
radicular está aquém do limite apical de radicular (LOPES et al., 2010).
instrumentação, chama-se isto de O degrau tem como principais
causas: desconhecimento da anatomia
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dentária e, particularmente, do sentido A probabilidade de falha do


da curvatura radicular, erro no acesso à tratamento endodôntico aumenta
cavidade pulpar, uso de instrumentos quando o degrau é criado antes de uma
endodônticos com diâmetros não adequada limpeza e modelagem do
compatíveis com o diâmetro e anatomia segmento apical do canal radicular
do canal, ângulo de rotação excessivo (LOPES et al., 2010).
aplicado ao instrumento durante o seu
avanço em sentido apical do canal, uso 2.2 Fratura de Instrumentos
de instrumentos rígidos em segmentos
curvos de canais radiculares e obstrução A terapia endodôntica, em
do canal por raspas de dentina ou outros algumas situações, pode ser dificultada
resíduos durante a instrumentação pela presença de instrumentos
(LOPES et al., 2010). fraturados no interior dos canais
A identificação precoce da radiculares, impedindo assim as
formação de degraus favorece a manobras de sanificação e podendo
manobra de retomada da trajetória resultar no insucesso do tratamento
original do canal radicular. A manobra proposto (NAVARRO et al., 2013).
habitualmente para ultrapassar o degrau A fratura de instrumentos
é um pequeno encurvamento da endodônticos podem ocorrer
extremidade de um instrumento acidentalmente no interior dos canais
endodôntico de aço inoxidável tipo K radiculares, tendo como principais
nº15 ou menor, se o diâmetro do canal causas: o emprego incorreto, a força
exigir. O instrumento deve ser empregada, fadiga (número de uso e o
movimentado girando sempre á direita e desgaste do material) e a pouca
á esquerda, com pequeno avanço e flexibilidade dos instrumentos
retrocesso em sentido apical (LOPES et (FELDMAN et al., 1974; NAGAI et al.,
al., 2010). 1986; COUTINHO et al., 1998;
Quanto mais próximo do OLIVEIRA, 2003).
cervical estiver localizado o degrau, Quando acidentes como estes
maior será a possibilidade de ultrapassa- ocorrem, o ideal é sempre remover o
lo (LOPES et al., 2010). fragmento fraturado para permitir a
Vencido o degrau, o instrumento manipulação do canal radicular em toda
endodôntico deve trabalhar com sua extensão. Entretanto este
movimentos de alargamento parcial á procedimento muitas vezes é impossível
direita combinado ao de limagem até de ser realizado (FELDMAN et al.,
alcançar liberdade junto ás paredes do 1974; HULSMANN ,SCHINKEL,
canal. Uma avaliação clínica e periódica 1993).
é necessária (LOPES et al., 2010). Durante a instrumentação de um
Canais infectados podem canal radicular é importante que o
comprometer o resultado do tratamento profissional examine as brocas e limas,
endodôntico realizado. Ocorrendo o pois, instrumentos deformados por
fracasso, a intervenção cirúrgica é excesso de uso devem ser descartados
indicada (LOPES et al., 2010). antes que a fratura possa ocorrer. Forças
Para Lopes et al., (2010), no e pressões excessivas na instrumentação
caso de biopulpectomia é indicado a da parede do canal radicular e até
obturação imediata do canal radicular mesmo nos instrumentos, podem causar
com guta-percha termoplastificada e sua fratura (LOPES, SIQUEIRA,
cimento, que tem como objetivo evitar a PRADO, ELIAS, 2010).
contaminação do canal que pode ocorrer Genova et al., (2004, realizaram
em tratamento realizado em várias um estudo para avaliar o índice de
sessões. fratura da lima Protaper e concluiram
No caso de necrose pulpar é que é seguro a utilização até o quarto
recomendado várias sessões de uso, com tendência á fratura no ponto
medicação intra-canal antes da de maior angulação da curvatura e as
obturação (LOPES et al., 2010).
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limas que mais fraturaram foram as de morta. Caso tenha sido em polpa viva,
maior conicidade. seu prognóstico é favorável, pois não
Gambarini (2001) avaliou os existirá bactérias no interior do canal(
instrumentos com conicidade 0,04 e RAMOS, 2009).
0,06 após 10 vezes de uso. Os Em relação à necrose pulpar,
instrumentos de conicidade 0,04 foram havendo infecção, seu prognóstico é
mais resistentes em relação aos de desfavorável. Havendo recivida, um
conicidade 0,06. Em relação á fagida tratamento mais rigoroso é exigido,
cíclica, o uso repetitivo dos sendo necessária a cirurgia
instrumentais rotatórios reduziu a sua parendodôntica (RAMOS, 2009;
resistência. LOPES et al., 2010).
A avaliação da possibilidade de O sistema Endo Extractor
retirada leva-se em conta o tipo de emprega brocas Gates para criar espaços
material, seu comprimento e ao redor do fragmento fraturado,
localização, relação entre diâmetro e próximo á porção mais cervical do
forma do canal radicular, bem como o canal, e a seguir, tubos metálicos ocos
degrau de retenção do instrumento com contendo cabos em forma de laço, são
as paredes do canal (LEONARDO, adaptados ao instrumento (LOPES et
2008). al., 2010).
Suter et al., (2005) analisaram a Eleazar, O‟Connor e Oliveira
probabilidade de remoção dos (1999), descreveram a utilização de uma
instrumentos fraturados no interior de variação do sistema Endo Extractor,
canais radiculares, observaram em 97 onde agulhas hipodérmicas associadas
casos clínicos índice de sucesso de 87% ao adesivo cianoacrilato foram
na retirada dos fragmentos. Os empregadas na remoção do fragmento.
resultados mostram não haver diferença Outra técnica utilizada para
estatística significante entre as taxas de remoção de instrumentos fraturados é o
sucesso e aspectos como a localização e Masserann kit, composto por um
o tipo de instrumento fraturado ou a dilatador de canal, semelhante a um
técnica realizada para remoção do alargador Gates Glidden, um trépano
mesmo. oco e um dispositivo de apreensão.
Para Di Fiore et al., (2006), o Exige um desgaste excessivo de dentina
maior índice de fraturas ocorre em e está contra indicado o seu uso em
dentes molares superiores, mais canais curvos e atresicos. Seu uso na
precisamente no canal MV e P, e em porção apical, pode provocar
segundo lugar, os molares inferiores são perfuração, sendo mais usada quando
os que apresentam alto índice de fratura. ocorre a fratura no terço cervical
As limas de NiTi apresentam (LOPES et al., 2010).
maior flexibilidade em relação as limas Tanto o Endo Extractor quanto o
de aço-inox, permitindo assim uma Masserann Kit podem ser usados na
melhor instrumentação em canais remoção de cones de prata e pinos
curvos e atrésicos. Foi encontrado um metálicos presentes no interior do canal
baixo índice de fratura no interior do radicular (LOPES et al., 2010).
canal, quando utilizadas em blocos de O Ultra-Som é um excelente
resina simulando canais curvos e recurso empregado para remoção de
estreitos por quando operados instrumentos fraturados no interior do
profissionais com mais experiência canal radicular. O uso do ultra-som é
(MANDELL et al., 1999). obtido através de um instrumento tipo K
Na presença da não remoção do de aço inoxidável de pequeno diâmetro
instrumento, é aconselhado que seja (n 8 ou 10) por meio de exploração
realizado controle clínico e manual. A seguir, um instrumento tipo
radiográfico, e que seja feita a obturação K de aço inoxidável n 15 é acoplado ao
do mesmo. A eficiência do tratamento aparelho ultrassônico é introduzido no
endodôntico vai depender também se a espaço obtido e, então, acionado com o
fratura foi em dente com polpa viva ou objetivo de expulsar o instrumento
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fraturado do interior do canal radicular obturador do canal radicular (LOPES et


via coronária (LOPES et al., 2010). al., 1996).
Em relação ao uso do Ultra- A maior causa de fratura de
Som, foram realizadas dois estudos, “in alargadores Gates Glidden é a aplicação
vitro” e “in vivo”. No estudo preliminar, de uma força lateral acompanhada da
foram utilizados dentes extraídos com movimentação do avanço e retrocesso
instrumentos fraturados, a fim de do instrumento no interior do canal
observar como o fragmento foi radicular (LOPES et al., 1996).
removido avaliando a eficácia do ultra- A remoção do fragmento
som. O estudo clínico foi realizado em fraturado não apresenta grande
pacientes que tinham instrumentos dificuldade, visto que a parte de
fraturados no canal radicular. Vibrações trabalho apresentando passo da hélice
ultrassônicas foram empregadas sobre o incompleto e canal helicoidal profundo
fragmento a fim de removê-lo. Os permite a passagem de instrumentos
resultados demonstraram que o uso do endodônticos manuais, possibilitando a
ultra-som foi eficiente em 67% dos sua remoção pela ação de limagem,
casos, enquanto o Masseran Kit vibração sônica ou ultrassônica (LOPES
removeu o fragmento em 55% . O et al., 1996).
tempo necessário para remoção do
instrumento variou de 3 a 40 minutos. 2.3 Perfuração Radicular
Os autores concluíram que o ultra-som é As perfurações de origem
o método mais indicado para remoção endodôntica correspondem às
de instrumento fraturado, visto que comunicações entre as estruturas de
conserva mais o remanescente suporte dos dentes e o sistema de canais
dentinário, além da redução do tempo radiculares. Este fato pode ser causado,
de trabalho (RAMOS, 2009). além da falha no preparo do canal, por
Ainda Ramos (2009), relata o reabsorções externas, traumas e cárie.
uso de métodos químicos, uma solução, (ZAMIN, 2009).
que tem como objetivo a corrosão dos O tratamento endodôntico, em
instrumentos no interior do canal algumas vezes, está associados com
radicular. As soluções podem ser o circunstâncias intecorrentes,
tricloreto de iodo, ácido nítrico, ácido imprevisíveis e ocupa o segundo lugar
clorídrico, ácido sulfídrico, cristais de nas causas mais comuns de insucessos
iodo, solução de cloreto de ferro, acido do tratamento endodôntico. Dentre os
nitrohidroclorídrico e concentrado de acidentes de procedimento destacam-se
iodo de potássio. Entretanto, esta as perfurações radiculares, que são
técnica não é muito utilizada, pois são comunicações causadas por
irritantes para os tecidos periapicais e instrumentos manuais ou rotatórios,
pouco viável se o instrumento não ficar indesejáveis por comunicarem com os
exposto à solução. tecidos de suporte dentário (MINEI,
A fratura de alargadores Gates FONSECA, 1984; LIM, STOCK, 1987;
Glidden e Largo são vistas na literatura. GONDIM JÙNIOR et al., 1999;
A sua fratura pode ocorrer por torção, BRAMANTE, 2003; LOPES,
flexão rotativa e por combinação desses SIQUEIRA JÚNIOR, 2004; COHEN,
carregamentos (LOPES et al., 1996). TSESIS, FUSS, 2006;
Geralmente, a extremidade do HARYREAVES, 2007).
segmento fraturado está aquém da Alves et al., (2005) afirmaram
embocadura do canal radicular, o que que a perfuração nada mais é que uma
permite fácil remoção, através de sua comunicação artificial em um dente ou
apreensão por meio de uma pinça na sua raiz, criada por iatrogenia ou
clínica ou porta-agulhas. Quando o reabsorções patológicas, que resultam
segmento fraturado não puder ser em uma comunicação entre a cavidade
removido, não impedindo contudo a pulpar e os tecidos periodontais. A
passagem do sentido apical, ele poderá maior complicação é o potencial para
ser sepultado junto ao material uma inflamação secundária periodontal
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e perda de inserção óssea, mecânico devido ao desgaste


eventualmente levando à perda do órgão inadequado das paredes dos canais,
dental. calcificações, perfurações causadas por
Sendo a instrumentação dos preparos para pinos intracanal
canais radiculares uma fase crítica para motivados por negligência, imprudência
a obtenção da forma adequada do canal, ou inexperiência do profissional. Assim,
a qual permite o selamento apical, a diversos autores têm-se preocupado em
mesma está sujeita a acidentes como o estudar alternativas que viabilizem uma
desvio do canal principal. Esse aspecto instrumentação mais segura, visando
se torna relevante quando estamos minimizar a ocorrência da citada
presentes a uma curvatura. A iatrogenia (ALVES et al., 2005).
eliminação de interferências ao longo Nos casos onde há dificuldade
do canal de forma prévia à modelagem na localização dos canais radiculares,
apical minimiza as tensões do um aumento da abertura coronária nos
instrumento endodôntico contra as dentes anteriores e maior divergência da
paredes dentinárias, modificando a parede mesial nos posteriores melhoram
forma do canal. Além disso, a utilização a visualização da câmara pulpar,
correta da cinemática dos instrumentos, reduzindo a possibilidade de perfuração
que possuam reduzido poder de corte na ao se usarem instrumentos cortantes
ponta, e empregando manobras que (brocas esféricas ou com pontas ativas)
reduzam tensões como a técnica na busca desses canais. Essa é uma das
anticurvatura, reduz significantemente etapas em que mais proveito podemos
esse tipo de acidente (ABOU RASS et tirar do microscópico óptico de uso
al., 1980). clínico. A ampliação da cavidade
As perfurações endodônticas de costuma mostrar a posição da
caráter iatrogênico estão relacionadas embocadura dos canais radiculares ou
com a negligência em relação ao revelar a obliteração de sua entrada por
conhecimento anátomo- radiográfico dentina reacional, que tem coloração es-
das possíveis variações anatômicas do cura (LOPES, SIQUEIRA JÚNIOR,
elemento dental como espessura das 2010).
paredes dentinárias e curvaturas O tratamento da perfuração pode
radiculares, assim como na ser alcançado através de procedimentos
especificidade da seleção do caso a ser via endodôntica ou por procedimentos
tratado (MACHADO, FERNANDES, cirúrgicos exteriores à raiz dental. Os
1997; MARTOS, SILVEIRA 1999). procedimentos não cirúrgicos
Além disso, a modelagem inadequada geralmente precedem os cirúrgicos. Um
durante a instrumentação dos canais fator primordial, em ambos os
radiculares podem levar á lacerações procedimentos, é que se consiga um
além de perfurações na área de furca e selamento hermético do trajeto da
terço apical (BEAVERS, perfuração. O êxito do tratamento vai
BERGENHOLTZ, 1986). depender do nível em que ocorreu a
São manifestações clínicas de perfuração (infra ou supraósseo), da
uma perfuração: dor imediata à ação dos localização, do tempo da ocorrência, se
instrumentos e sangramento súbito e houve ou não contaminação, da
intenso. Há sensação de perda de amplitude da perfuração, da habilidade
resistência do instrumento endodôntico do operador e das características físicas
nas paredes dentinárias (HASSANIEN e químicas do material selador (LOPES,
et al., 2008). O exame radiográfico SIQUEIRA JÚNIOR, 2010).
mostra a lima desviada da orientação do As perfurações localizadas tanto
conduto radicular (PIVOTTO, 2009). na região de furca como no terço
As perfurações iatrogênicas são cervical possuem um prognóstico
causadas por várias razões, incluindo-se duvidoso devido a proximidade do
morfologia aberrante dos canais, erro epitélio juncional e a possibilidade de
durante a fase de acesso à câmara migração deste epitélio formando uma
pulpar, falha durante o preparo químico- bolsa periodontal (BEAVERS,
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BERGENHOLTZ ,1986; MACHADO, esforço inadvertido, passamos para uma


FERNANDES, 1997). complicação maior que é o desgaste da
As perfurações radiculares parede lateral criando um falso canal, o
quanto à localização podem ser qual pode ter ou não comunicação com
classificadas em cervicais, médias e os tecidos periodontais. É importante
apicais. Para perfurações radiculares de que não haja a contaminação da área
maiores diâmetros uma opção é o perfurada, sendo assim, torna-se
selamento destas com MTA ou pasta L fundamental a identificação do
& C, mantendo-se o lume do canal momento da comunicação para que o
vazio (LOPES, SIQUEIRA JÚNIOR, tratamento seja instituído de forma
2010). rápida. Além disso, qualquer tentativa
Cohen (2007) relacionou as de se obturar o canal inevitavelmente
características principais do material provocará o extravasamento de material
ideal para selamento das perfurações: obturador, o que interferirá nas
tem que ser biocompatível, selador considerações do prognóstico. A opção
hermétrico para permitir a cicatrização cirúrgica de tratamento apresentam
do ligamento, quimicamente adesivo a limitações principalmente com relação a
dentina e cemento, ser radiopaco, localização da perfuração. A tendência
facilmente manipulado, resistente as atual é se optar por um tratamento mais
forças de compressão e tensão e indutor conservador, o que está na dependência
de cementogênese sobre sua superfície. de alguns fatores como diâmetro da
Muitos materiais foram perfuração, contaminação, fechamento
indicados e utilizados para o selamento hermético e principalmente a sua
das perfurações (Amálgama, Guta localização (BRAMANTE, BERBERT,
Percha, Cavit, Cimento a base de óxido 1977).
de zinco e eugenol, Super EBA, Gonn e Lundergan (1995),
Ionômero de vidro, Hidróxido de cálcio obtiveram êxito no tratamento de
e o Agregado Trióxido Mineral perfurações utilizando apenas ionômero
(ALHADAIM, 1994; TORABINEJAD, de vidro (Ketac-Endo) enquanto Sato e
1998) Sampaio( 1997), recomendavam a guta-
O emprego do Agregado percha ou o amálgama como material de
Trióxido Mineral (MTA), nestes casos, vedamento.
tem se comportado como um material Atualmente o MTA logra um
de reparo ideal, tornando-se a primeira bom êxito no tratamento de perfurações
escolha dentre os diversos materiais se tornando o material de primeira
utilizados no selamento direto (ALVES escolha, desde que contornadas as
et al., 2005, COGO et al., 2009).O limitações de uso, graças ao seu bom
MTA possui como vantagens uma vedamento e biocompatibilidade
excelente capacidade seladora (ARENS et al., 1996).
(prevenindo a infiltração bacteriana), a
biocompatibilidade, o reparo do 2.4 Injeção Acidental de Hipoclorito de Sódio
periodonto e a formação de cemento
sobre o defeito (MAIN et al., 2004, O hipoclorito de sódio
TSESIS et al., 2006). empregado como solução irrigadora
O desvio, que geralmente ocorre durante o tratamento endodôntico é
na área contrária à direção da curvatura, essencial (SOARES et al., 2006).
tem início com a formação de um Tal substância é encontrada nas
degrau quando o profissional tenta concentrações de 0,5 % a 5,25 e
estabelecer ou reestabelecer, sob apresenta importantes propriedades,
acentuada pressão apical, a extensão como ação antimicrobiana, poder de
desejada do comprimento de trabalho. À dissolução de matéria orgânica e
medida que se aumenta o diâmetro dos capacidade desodorizante (GARCIA,
instrumentos ocorre a diminuição da 2003; PÉCORA, ESTRELA , 2004) e
flexibilidade que, associada à ao poder lubrificante (EHRICH et al.
cinemática equivocada e mantendo-se o 1993).
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Muitos autores recomendam a fisiológico encontrou-se que o soro


utilização da solução de hipoclorito de passou para o seio maxilar e para a
sódio a 5,25% (HARRISON, 1984). cavidade nasal através do forame junto
Outros preferem a utilização de à parede lateral do seio maxilar.
concentrações entre 3% a 0,5% Inicialmente verificou-se um
(SPANGBERG et al., 1973; congestionamento inicial e de uma
BAUMGARTHER, CAUENIN, 1992). sensação ardência suave na maxila
Uma solução irrigante ideal seria aquela direita. O paciente não apresentou
que tenha altos efeitos antibacterianos e nenhuma sintomatologia severa nos
mínima toxicidade (JUAREZ, LUCAS, quatro dias subseqüentes. O tratamento
realizado foi: irrigação do seio maxilar
2001). com 30ml de soro fisiológico através do
Em baixas concentrações o canal palatino, prescrição de medicação
hipoclorito de sódio tem sistêmica (Antibiótico, Analgésico,
significativamente menor espectro Antiinflamatório e Descongestionante
bactericida (SIQUEIRA et al, 1998). Nasal). A finalização do preparo
Gatot et al., (1991) afirmaram, químico mecânico e a colocação de
que aumentando-se a concentração de hidróxido de cálcio como medicação
cloro ativo do hipoclorito de sódio para intracanal ocorreram no quarto dia e a
maior efetividade bactericida aumenta- obturaçãodos canais radiculares no
se também a sua toxicidade portanto, vigésimo sétimo dia.
esta substância deve ser usada com Kavanagh e Taylor (1998)
precaução na terapia endodôntica, uma relataram um caso clínico em que
vez que é uma substância capaz de durante o tratamento endodôntico do
causar hemólise, ulcerações, inibição da segundo pré-molar superior direito a
migração de neutrófilos, danos ao solução de hipoclorito de sódio foi
endotélio e aos fibroblastos. injetada para dentro do seio maxilar. O
Segundo Resnick et al., (1986), a paciente apresentou uma severa dor e
solução de hipoclorito de sódio é inchaço na região devido ao
reconhecida como um efetivo agente extravasamento da solução. Uma
contra um amplo espectro de tentativa de drenar o seio maxilar
microorganismos patógenos: bactérias reabrindo novamente a cavidade de
(aeróbios e anaeróbios), fungos, esporos acesso do canal radicular foi mal
e vírus, incluindo o vírus da sucedida, sendo então realizado o
imunodeficiência humana. procedimento cirúrgico na região
A literatura dispõe de muitos (Caldwell-Luc) sob anestesia geral com
relatos sobre acidentes com soluções de irrigação local de soro fisiológico.
hipoclorito de sódio. A mais comum é a Apesar da tentativa e melhora aparente
injeção inadvertida nos tecidos da sinusite, houve recidiva e o dente foi
periapicais (BOWDEN JR et al., 2006). extraído três meses após.
Há também a injeção de hipoclorito de As complicações e situações
sódio nos seios maxilares, infiltração clínicas registradas com a extrusão da
através de perfurações laterais da raiz, solução de hipoclorito de sódio junto
injeção acidental no lugar de uma aos seios maxilares foram: sensação de
solução anestésica, ou ainda o gosto de cloro, sensação de queimadura,
espalhamento dentro dos olhos dor severa, edema, hemorragias,
hematomas, áreas de necroses, úlceras,
(PONTES, 2008). parestesias, alterações oculares, trismos,
Ehrich et al., (1993), relataram infecções secundárias e abscessos. O
um caso clínico de terapia endodôntica indivíduo também pode sentir um mal-
do primeiro molar superior direito. No estar geral. A febre e os calafrios
qual logo após a irrigação do canal sugerem que a infecção se disseminou
palatino com a solução de hipoclorito de além dos seios maxilares. Os dentes
sódio a 5,25% o paciente queixou-se afetados pela sinusite maxilar são
sobre um gosto ruim em sua garganta.
Na irrigação do canal palatino com soro
13

extremamente sensíveis à palpação e/ou associação com a capacidade de


à percussão (MEHRA et al., 2000). dissolução tecidual. Assim, o
Segundo Pashley et al., (1985) a hipoclorito de sódio em concentrações
solução de hipoclorito de sódio é de 1% a 2,5% deve ser selecionado,
altamente cáustica, com um pH entre 11 independentemente das condições da
e 12, o que causaria injúrias como à polpa dentária,
oxidação de proteínas. Lopes e Siqueira Jr. em 2004
Deste modo, a injeção indicaram usar como solução química
inadvertida da solução de hipoclorito de auxiliar da instrumentação soluções de
sódio nos tecidos periapicais pode hipoclorito de sódio a 2,5% (água
penetrar nos seios maxilares causando sanitária); a única exceção é para os
inúmeros problemas (MELO, canais amplos e com polpa vital, nos
OLIVEIRA, 2005). quais aconselham o uso de solução de
Acidentes com a solução de menor concentração.
hipoclorito de sódio junto ao seio Quanto maior a concentração da
maxilar foram relatados por inúmeros solução de hipoclorito de sódio, maior
autores. Barbas et al., (1987) relataram seu poder de dissolução tecidual (tecido
um caso clínico de hemorragia cerebral vivo ou necrótico) e maior a capacidade
fatal em uma mulher de 52 anos que foi de neutralização do conteúdo do canal
submetida a um tratamento endodôntico radicular. No entanto, quanto mais
e que devido à extrusão da solução de concentrado, maior será seu efeito
hipoclorito de sódio para o seio maxilar irritante quando em contato com os
atingiu o V par craniano. tecidos vivos apicais e periapicais
Garcia em (2003) afirmou que a (LEONARDO, 2005).
irrigação deve ser executada mantendo- Apesar de Becking em 2001
se um trajeto de refluxo entre a cânula afirmar que os incidentes envolvendo
injetora cilíndrica e o canal radicular. O hipoclorito de sódio durante tratamento
menor segmento do trajeto de refluxo endodôntico são raramente relatados, a
situa-se no nível da ponta da cânula literatura comprova a ocorrência de
injetora, denominado área de refluxo, acidentes graves provocados pela
imprescindível para o retorno do líquido injeção da solução no tecido periapical,
irrigador; quanto menor ele for, mais tendo como conseqüências dor intensa,
difícil será a saída desse líquido do edema imediato dos tecidos adjacentes,
canal radicular. Se a cânula de irrigação hemorragia no canal radicular e
ficar muito afastada da região apical, a interstício na pele e mucosa (equimose),
limpeza dessa área será precária; porém, necrose tecidual, infecção secundária
se ela se aproximar em demasia, ficará com formação de abscesso e parestesias
ajustada às paredes do canal, persistentes.
eliminando a área e o trajeto de refluxo. Freitas e Alves (2001), em uma
Pécora e Estrela em 2004 revisão sobre as principais
afirmaram que a efetividade de uma complicações advindas do uso
solução irrigadora (capacidade de inadequado do hipoclorito de sódio,
limpeza, ação antimicrobiana e poder de relataram que a toxicidade do
dissolução tecidual) depende, entre hipoclorito pode causar reações
outros aspectos, de seu íntimo contato inflamatórias graves, como edema, dor
com o conduto radicular, ou seja, severa, equimoses e hematomas,
depende da sua capacidade de necrose, parestesia e anestesia
umectação. Dessa forma, a temporária. A maioria dos casos
profundidade com que a cânula de mencionados no trabalho ocorreu com a
irrigação penetra no canal. O volume e a injeção transforaminal da solução.
freqüência da irrigação são aspectos que Observaram também o aparecimento de
influenciam na competência do agente enfisema subcutâneo.
irrigante e nos tratamentos endodônticos Nos relatos de Reeh e Messer
em que a polpa está necrosada, o efeito (1989), durante o retratamento de um
antimicrobiano deve predominar, em incisivo central superior com uma
14

perfuração no terço médio na face tem recebido diferentes denominações,


vestibular da raiz, o hipoclorito foi como a de Nehammer e Stock (1985) ,
inadvertidamente forçado, através da que o chamaram de apical stop. Briseño
perfuração, para dentro dos tecidos et al (1991), afirmam que o transporte
adjacentes. As conseqüências desse do canal, resultando em deformação e
acidente incluíram dor severa e inchaço, mudança da posição anatômica original
com subsequente desenvolvimento de do forame apical, pode apresentar áreas
fístula, além de um tempo prolongado sem atuação dos instrumentos, enquanto
de parestesia do assoalho e da asa do outras são excessivamente dilatadas,
nariz e da região infra-orbital. removendo dentina desnecessária, em
Sabala e Powell (1989), detrimento da remoção do conteúdo do
publicaram um artigo em que canal, além de dificultarem ou até
descreveram um caso clínico sobre as mesmo impedirem o selamento apical
conseqüências da injeção de hipoclorito adequado.
de sódio nos tecidos periapicais. A O transporte apical ocorre pelo
mesma intenção tiveram Varella (2008) fato de os instrumentos cortarem em
et al., que relataram um caso de toda a extensão de sua lâmina. Os
extrusão acidental de hipoclorito, menos calibrosos são mais flexíveis e,
durante a irrigação de um primeiro pré- portanto, promovem menos transporte
molar superior com a solução apical. A pouca flexibilidade dos
concentrada a 5%. O paciente instrumentos mais calibrosos limitam o
apresentou grande dor e sensação de seu emprego em canais curvos, porém o
queimação na região infraorbitária. O seu uso indiscriminado pode dar origem
tratamento para o caso foi paliativo e a erros na fase de modelagem e
com acompanhamento, até a total acidentes durante o preparo desse tipo
remissão dos sinais e sintomas, e, após de canal (FARINIUK et al., 2003).
o problema ser solucionado, procedeu-
se à obturação do canal radicular. 2.6 Sobreinstrumentação

2.5 Transportes Apicais Também denominada de


arrombamento do forame apical, é a
A instrumentação do canal instrumentação do canal até ou além da
radicular é um dos passos essenciais abertura foraminal. Esse tipo de
para o sucesso do tratamento acidente ocorre em canais radiculares
endodôntico. O objetivo do preparo é retilíneos. Em canais radiculares curvos
conseguir uma forma cônica, do terço o arrombamento do forame apical é
cervical ao ápice, promovendo a chamado de transporte apical externo
limpeza e a desinfecção, a fim de obter „„zip‟‟(LOPES, SIQUEIRA JR, 2004).
obturação hermética de todo o sistema As causas mais comuns desse
de canais radiculares. Entretanto o terço acidente são: radiografia de má
apical apresenta as maiores dificuldades qualidade, determinação incorreta do
de preparo, em virtude de suas comprimento de patência e de trabalho,
características anatômicas ponto de referência coronário deficiente,
(HULSMANN et al., 2005) cursor mal posicionado e falta de
Desde o primeiro instrumento atenção do controle da medida obtida do
endodôntico, utilizado por Maynard em comprimento de trabalho (LOPES et al.,
1846, feito com corda de um relógio, 2010).
até os atuais de liga de níquel e titânio Muitas vezes, a
acionados a motor, muitas foram as sobreinstrumentação é identificada pela
pesquisas realizadas almejando maior hemorragia persistente na região apical
segurança, rapidez e eficiência durante do canal radicular e pela dificuldade em
o preparo de canais radiculares travar o cone de guta-percha no
(PETERS, 2004). momento de sua seleção (LOPES et al.,
O preparo da porção apical com 2010).
o objetivo de criar um batente apical
15

Em caso de intervenção cirúrgica se faz necessária


sobreinstrumentação, um novo batente (LOPES et al., 2010).
apical deve ser estabelecido dentro dos
limites do canal radicular, situado 2.8 Falso Canal
aproximadamente de 2 a 3mm a partir
do ápice radiográfico, sendo È a formação de um canal
aconselhável o emprego do tampão dentinário sem comunicação com o
apical na obturação do canal radicular ligamento periodontal, devido a erro da
(LOPES et al., 2010). instrumentação. Geralmente é criado a
partir de um degrau. Pode advir também
2.7 Subinstrumentação em decorrência da dificuldade de
remoção do material obturador, de
É o preparo do canal radicular canais atresiados, de canais curvos com
aquém do limite apical de pequenos raios de curvaturas e de
instrumentação estimado. O segmentos apicais de canais obstruídos
instrumento não atua em toda a (raspa de dentina, fragmentos
extensão do comprimento de trabalho metálicos),(KAPALAS,LAMBIANIDI,
do canal radicular (BRAMANTE, 2003; 2000; BRAMANTE, 2003; LOPES,
LOPES, SIQUEIRA JÙNIOR, 2004). SIQUEIRA JÚNIOR, 2004;
As causas mais comuns para JAFAEZADEB, 2007).
ocorrência da subinstrumentação Os fatores que favorecem a sua
são: movimento de limagem, erros na formação e prevenção, assim como as
determinação no comprimento de manobras utilizadas na solução desses
patência e de trabalho, obstrução do acidentes, são os mesmos na formação
segmento apical do canal radicular por de degrau (LOPES et al., 2010).
detritos oriundos da instrumentação, uso A retomada da trajetória do
prolongado de instrumentos com canal canal original é uma tarefa bastante
helicoidal de pequena profundidade, difícil. Enquanto o degrau detectado no
deficiente frequência de irrigação- início da instrumentação pode na
aspiração e inundação do canal radicular maioria das vezes ser contornado e
e não manutenção da patência do canal eliminado, isso não ocorre com um
cementário durante a instrumentação do falso canal. A dificuldade se torna
canal radicular (LOPES et al., 2010). maior quando localizado no segmento
A desobstrução do segmento apical de canais curvos. Localizado o
apical do canal radicular é realizada trajeto original do canal, ele deve ser
com instrumentos endodônticos tipo K instrumentado, e a obturação
de aço inoxidável (LOPES et al., 2010). geralmente preencherá o canal original,
Esses devem apresentar: resistência à assim como o falso (LOPES et al.,
flexocompressão; de preferência ponta, 2010).
com pequeno ângulo (menor que 75°) e Quando não se consegue
vértice pontiagudo. O instrumento deve retornar a trajetória do canal, ele, não
ser empregado com movimento de sendo instrumentado e nem obturado,
alargamento à direita, estando o canal tem prognóstico desfavorável, exigindo
radicular preenchido com solução avaliação clínica e radiográfica
química auxiliar (hipoclorito de sódio). periódica (LOPES et al., 2010).
Irrigação e aspiração abundante
favorece a manobra de desobstrução. Se
a obstrução não for vencida, 3. Considerações Finais
instrumenta-se o canal até ela. Uma
avaliação clínica e radiográfica
periódica é necessária. Canais Muitas vezes, os acidentes
infectados podem comprometer o podem ser prevenidos pelo próprio
resultado do tratamento endodôntico profissional que esteja realizando o
realizado. Ocorrendo o fracasso, a tratamento, tendo como base os
conhecimentos adquiridos durante sua
formação.
16

Uma vez ocorrido o acidente, é irrigation. J Endod. v. 18, n. 12, p.


preciso explicar ao paciente o ocorrido, 605-612, 1992.
e as possíveis complicações que podem
acontecer.
O prognóstico após o 7. BEAVERS R, BERGENHOLTZ G.
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