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Pós-Graduação em Odontologia
Um estudo de caso
Recife
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2022
Um estudo de caso
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José Ítalo Santana Lins
Um estudo de caso
E sou grato aos meus mestres e professores que dividiram comigo seus
conhecimentos, tanto em sala de aula quanto na clínica, sempre dispostos a debater
sobre a Endodontia. Em especial os professores Silvio Menezes, Glauco Ferreira,
Alessandra Lima, Nathalia Ferraz e Flavia Cavalcanti.
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RESUMO
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ABSTRACT
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 08
3 DISCUSSÃO .............................................................................................. 13
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 16
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1 INTRODUÇÃO
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agentes bacterianos no canal radicular após a obturação é o principal causador da
infecção persistente. É essencial que o procedimento seja feito de forma químico-
mecânica. O hipoclorito de sódio (NaOCl) é a solução irrigadora mais empregada em
tratamentos e retratamentos endodônticos, seja ele cirúrgico ou não cirúrgico, devido
a sua reconhecida eficácia antimicrobiana e propriedades de dissolução tecidual.
Sendo a concentração de 2,5% a mais utilizada. E como irrigante alternativo ao
NaOCl temos a Clorexidina (CHX) que é conhecida pela sua atividade
antimicrobiana de amplo espectro e e toxicidade consideravelmente menor do que o
Hipoclorito de sódio. A concentração de CHX mais utilizada para o tratamento do
canal radicular é de 2%. (Ruksakiet et al 2020)
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2 RELATO DE CASO
Mediante o exame clínico a paciente relatou ter dermatite alérgica, mas não era
portadora de qualquer doença sistêmica e não tinha alergia a fármacos. No exame
intraoral foi observado aumento de volume na mucosa vestibular, indicando a
presença de um edema, mas com ausência de fistula e bolsa periodontal. No exame
físico foi realizado teste de percussão vertical e horizontal, se mostrando
assintomática, mas testou positivo no teste de palpação do elemento dentário. Não
havia mobilidade do elemento.
Para remoção do material provisório foi utilizado broca esférica diamantada 1012 e
1014 (KG) até a visualização da guta-percha na entrada dos canais radiculares. A
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desobturação dos canais foi realizada com a linha de limas reciprocantes Pro-R
25mm (MK Life), que são confeccionadas com ligas de NiTi com tratamento térmico
e são indicadas para tratamento endodôntico e desobturação, conferindo preparo
mais seguro. Após conferir o CAD dos canais radiculares (MV: 18mm, ML: 18mm e
D: 19mm) foi utilizado a lima #25.08 (CAD - 2mm) para desobturação, acionando no
motor endodôntico (MK Life). Fazendo movimento de avanço e recuo, sem
necessidade do uso de solventes no processo.
Em seguida foi feita uma nova radiografia periapical (Fig.2) do elemento dentário
para conferir a remoção da guta-percha no interior dos canais.
Após isso foi feito a exploração dos canais radiculares utilizando as limas especiais
#8, #10, #15 (C-Pilot) e #25 (Hedstroem) associado com irrigação e
Os canais radiculares foram secados com cone de papel absorvente (MK Life) e foi
introduzido em seus interiores a medicação intracanal na forma de pasta após
manipulação de Hidróxido de Cálcio associado com Clorexidina Gel 2%. Em seguida
foi colocado uma pelota de algodão estéril no interior da cavidade coronária, a qual
foi preenchida com ionômero de vidro (CIV) como material provisório devido a sua
propriedade de adesão a estrutura dentária, ofertando vedamento satisfatório. A
primeira sessão foi encerrada com a volta da paciente marcada para 30 dias.
Para remoção do CIV foi utilizado a broca esférica diamantada 1012 (KG). Os canais
radiculares foram instrumentados inicialmente com as limas especiais #8, #10 e #15
(C-Pilot) em CAD - 2mm, com irrigação de Clorexidina Gel 2% e Soro fisiológico,
para exploração dos canais e remoção parcial da medicação intracanal. A
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odontometria foi realizada com o auxílio do localizador apical foraminal E-Pex Pró
(Mk Life), sendo o CRT igual ao CAD.
O preparo químico-mecânico foi feito com as limas rotatórias Sequence 25mm (MK
Life) e com Pro-R 25mm (Mk Life), proporcionando limpeza, ampliação e modelagem
dos canais, com irrigação de Clorexidina Gel 2% e Soro fisiológico alternada com
exploração da lima #15 (C-Pilot). A técnica de instrumentação empregada foi crown
down. Os canais MV, ML e D foram ampliados com as limas #15/04, #20/06, 25/06 e
#35/04, mas o canal Distal também foi instrumentado com as limas #40/06 e #50/05
Pro-R devido ao seu diâmetro, garantindo uma limpeza mais segura das paredes
internas. O instrumento memória (IM) dos canais MV e ML foi #35 e do D foi a lima
#45, as quais estraram mais justas respectivamente. Os cones de guta-percha foram
selecionados, foi realizado o teste radiográfico através de radiografia periapical (Fig.
3) e em seguida foram mergulhados em Clorexidina Gel 2%.
O protocolo de irrigação para remoção do smear leayes foi realizado com a técnica
PUI (Passive Ultrasonic Irrigation) com Easy Clean acoplada no micromotor, fazendo
3 ciclos de 20 segundos cada, alternando as soluções irrigantes Clorexidina Gel 2%
e EDTA 17% (Biodinâmica). Com irrigação abundante de Soro Fisiológico. Em
seguida os condutos foram secos com cones de papel absorvente estéreis (MK Life).
Foi realizado a restauração provisória com Ionômero de Vidro (CIV) e a paciente foi
encaminhada para Dentistica, a fim de devolver a anatomia coronária.
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3 DISCUSSÃO
A ciência que envolve o tratamento endodôntico tem por finalidade reverter a doença
existente através de uma intervenção antibacteriana, a qual é avaliada como
sucesso na ausência de sintomatologias, como dor, fistula e edema.
Estrela et al (2014) diz que o êxito do tratamento endodôntico para o dentista é a
ausência de dor, a imagem radiográfica do canal radicular preenchido pelo material
obturador sem evidência de inflamação apical e um dente bem restaurado
funcionalmente. Já para o paciente, o que determina o sucesso do procedimento de
forma essencial é a ausência da dor.
Contudo, a taxa de sucesso do tratamento endodôntico varia entre 85% e 90%. Nem
sempre o Endodontista obtém o resultado almejado e tem que encarar o insucesso
pois é uma possível consequência.
O retratamento endodôntico tem então como princípio contornar o procedimento
endodôntico que não foi bem-sucedido. A proposta do retratamento é desinfectar os
canais radiculares, modelar as paredes ampliando-as para evitar resquícios de focos
de contaminação e promover selamento ápice-coronal satisfatório.
Diversos estudos apontam as bactérias e seus subprodutos como os principais
fatores em casos de insucessos endodônticos. Seja por microrganismos que
resistem e se proliferam dentro do espaço radicular e apical, até atingir um número
suficiente para causar lesão periradicular, ou por contaminação pela cavidade oral
devido a infiltrações, perda de restauração, cárie que atingem o material obturador e
etc. Dentre as bactérias mais resistentes se destaca a Enterococcus faecalis.
A agitação da solução irrigadora maximizada através da técnica PUI (Passive
Ultrasonic Irrigation) consegue combater bactérias localizadas dentro da complexa
anatomia interna dos canais radiculares, acessando canais laterais, deltas apicais e
túbulos dentinários. Vivian et al (2016) comenta que apenas o método convencional
de irrigação não é suficiente para acessar todas essas estruturas internas, e também
não consegue atuar em todas as paredes, deixando regiões significativas repletas
de bactérias.
No relato de caso, foi utilizado a irrigação ultrassónica passiva (PUI) como auxiliar ao
processo de desinfecção. O instrumento utilizado foi a Easy Clean acoplada ao
micromotor devido a sua capacidade mais plástica de percorrer o espaço curvo dos
canais mesiais vestibular e lingual, proporcionando a remoção de detritos e
microrganismos.
Apesar da solução irrigadora NaOCl (Hipoclorito de Sódio) ser a mais utilizada em
tratamentos e retratamentos endodônticos, para este relato de caso foi optado o uso
da Clorexidina Gel 2%, a qual pode ser utilizada como irrigante e como medicação
intracanal. A Clorexidina se mostra uma escolha mais ideal para o retratamento
endodôntico devido as suas principais propriedades. (Gatelli et al 2014) destaca na
Clorexidina a ação antimicrobiana de amplo espectro, a ação reológica facilitando a
remoção de detritos e a vantagem exclusiva da CHX de substantividade, se ligando
as superfícies dentárias, gerando uma aderência prolongada, e promovendo uma
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atividade antimicrobiana de longa duração. Algo ideal para combater pequenos
focos de bactérias remanescentes.
No relato de caso, a paciente retornará após 06 meses para uma avaliação clínica-
radiográfica afim de observar a preservação do retratamento.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO A – RADIOGRAFIAS DO RETRATAMENTO
Fig. 1 Fig. 2
Fig. 3 Fig. 4
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ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
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