Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr.
Walter Belian A reação dos norte-americanos e a declaração de Independência
História, Professor Eduardo Käfer, 8° ano
Formação e independência dos EUA
A formação dos Estados Unidos teve início em sua colonização realizada pela
Inglaterra. No norte da América se formaram 13 colônias com bastante
diferenças entre si.
- Norte: pequenas propriedades, trabalho livre, (ou com pouca presença
de escravidão), manufaturas e produção voltada para o consumo
interno;
- Sul: grande propriedade monocultora, ou seja, produzia só um tipo de
gênero agrícola, voltada para a exportação e com grande presença de
mão-de-obra escravizada;
- Centro: misto dos dois modelos anteriores.
A Guerra dos Sete Anos e a pressão inglesa
Um ponto importante a ser mencionado é que essas colônias tiveram
pouca interferência da Inglaterra, que durante muito tempo, pouco exigiu
delas (ao contrário de Espanha e Portugal, por exemplo, com suas colônias
na América, que estavam constantemente cobrando impostos e restringindo
sua liberdade de comércio). No entanto, após a Guerra dos Sete Anos
(1756-1763), entre França e Inglaterra, essa situação mudou. A Inglaterra,
apesar de sair vitoriosa, ficou com suas finanças seriamente prejudicadas e,
como forma de tentar recuperar o prejuízo, criou uma série de leis que
cobravam pesados impostos e retiravam a autonomia econômica e política de
suas colônias ao norte do continente. Entre essas leis, podemos listar a Lei do
Selo (1765), Lei do Açúcar (1764) e a Lei do Chá (1773). Uma das leis mais
ofensivas para os colonos norte-americanos foi a Lei dos alojamentos, de
1765, que obrigava a população das treze colônias a fornecerem alimento e
moradia aos soldados ingleses quando necessário.
Por fim, como forma de acalmar os indígenas da região, o governo
britânico estipulou na Proclamação de 1763 que as terras à oeste dos Montes
Apalaches ficariam reservadas aos nativos da região, descontentando os
norte-americanos que possuíam interesse naquelas terras.
Para os habitantes das treze colônias, essas leis eram absurdas, pois
vinham do outro lado do Oceano Atlântico e não levavam em conta a opinião
dos colonos. Eles não tinham nenhum representante no Parlamento Inglês,
assim considerando essas leis injustas. É importante lembrar que naquela
época eles já estavam fortemente influenciados pelas ideias iluministas.
Portanto, a vontade de se auto-governar, ter sua liberdade para fazer
negócios com quem quisessem, sem a intromissão da Inglaterra, era muito
forte.
Dessa forma, em 4 de julho de 1776 foi publicada a declaração de
Independência dos Estados Unidos da América. Eis um trecho da declaração
de independência:
“[...] todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos
direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à busca da
felicidade. Para assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os
homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados.
Sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, o povo
tem o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo [...]”.
O novo país:
Após a Independência ocorreu a convocação de uma Assembleia
Constituinte. Na constituição do novo país ficou estabelecida a divisão dos
três poderes e o Federalismo, regime no qual cada estado poderia propor
suas próprias leis, desde que essas não fossem contrárias ao interesse da
nação.Isso fez com que, por exemplo, o sul continuasse utilizando trabalho
escravo, enquanto no norte, em alguns estados, a escravidão estivesse
abolida. Além dos escravizados no sul, outro grupo social que ficou de fora do
novo país foram os indígenas, que foram praticamente dizimados no processo
de expansão do novo país para o Oeste. Ou seja, a liberdade não era bem
para todos… Por fim, outro ponto importante foi a enorme influência que a
Independência dos EUA exerceu na América. A partir dali, a vontade de se
ver livre da opressão das potências européias era cada vez maior nas outras
colônias americanas, inclusive no Brasil.